Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O tecido adiposo, é um tipo de tecido conjuntivo. Apresenta como principal célula os adipócitos (podem estar presentes também no tecido conjuntivo de maneira isolada ou em grupos). A principal função do tecido adiposo é o armazenamento de energia sob a forma de triglicerídeos (representam um tipo dinâmico de armazenamento de energia – o qual é aumentado quando a ingestão de alimentos é maior que o gasto energético e utilizado quando o gasto energético é maior que o aporte de alimentos). Também é o tecido responsável por modelar a superfície corporal (diferenças corpóreas entre homens e mulheres), absorção de impactos (pés e mãos), isolamento térmico, manter a posição dos órgãos e função secretora (adipocinas – leptina -> depois dessa descoberta, o tecido adiposo virou um importante “órgão endócrino”). » Adipócitos (células adiposas); » Matriz extracelular (presença de lâmina externa e fibras reticulares); Em homens e mulheres com peso normal, o tecido adiposo é responsável por 15-25% do peso corporal. » Principais células do tecido; » Responsáveis pelo armazenamento da gordura – toda a célula ocupada pela molécula de gordura; » Apresentam núcleos localizados mais na região periférica. » Unilocular ou amarelo – o tipo mais encontrado no corpo adulto; » Multilocular ou pardo – mais comum em bebês. tecido unilocular: Também chamado de tecido adiposo branco ou amarelo, representa pelo menos 10% do peso corporal de um indivíduo sadio normal – mais comum. Constitui o panículo adiposo (camada subcutânea que fica abaixo da pele) e em mulheres não lactantes, as mamas são compostas principalmente desse tecido. Esse tipo de tecido é abundante no espaço retroperitoneal – ao redor dos rins, nas palmas das mãos e plantas dos pés, sob o pericárdio visceral, no mesentério... Seu desenvolvimento embrionário ocorre da seguinte forma – diferenciação dos adipócitos: nos bebês, são encontradas células tronco mesenquimatosas perivasculares, que sofrem ação de fatores de transcrição – PPAR𝛾/RXR, que geram a diferenciação (maturação) dessas células em lipoblasto primordial (pré-adipócito -> parece fibroblasto) que começam a acumular lipídeos no citoplasma - lipoblasto em estádio médio – em estado avançado -> ADIPÓCITO BRANCO. O tecido adiposo unilocular se caracteriza pela presença de células grandes, esféricas se isoladas e poliédricas se agrupadas e com uma gotícula de gordura por célula que fica separada do citoplasma. Apresentam tecido conjuntivo que forma septos – com fibras reticulares, vasos e nervos. Os adipócitos sintetizam e secretam ativamente adipocinas, um grupo de substâncias biologicamente ativas, que incluem hormônios, fatores de crescimento e citocinas. Por esse motivo, o tecido adiposo é considerado um importante elemento na homeostasia energética, na adipogênese, no metabolismo dos esteroides, na angiogênese e nas respostas imunes. A adipocina mais conhecida secretada pelo tecido adiposo, é a LEPTINA – “hormônio da saciedade”, que age diretamente no cérebro, controlando o apetite, reduzindo a ingestão de alimentos e regulando o gasto energético, permitindo manter o peso corporal. Depende o eixo cérebro-intestino-tecido adiposo, que regula fome, saciedade, apetite e homeostase energética por meio de 2 forma – curto e longo prazo: » A de curto prazo (diário), é a partir da GRELINA (hormônio produzido no estômago) que estimula o apetite no hipotálamo e na hipófise anterior liberando hormônio do crescimento. Além, do PEPTÍDEO YY (produzido no intestino delgado) que suprimir o apetite. » A de longo prazo (mensal, anual), é a partir da LEPTINA, INSULINA, HORMÔNIOS TIREOIDIANOS, GLICOCORTICOIDES e HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS. Uma das principais funções metabólicas do tecido adiposo é a captação de ácidos graxos do sangue e a sua conversão em triglicerídeos dentro do adipócito. Em seguida, os triglicerídios são armazenados dentro da gotícula lipídica da célula. Quando o tecido adiposo é estimulado por mecanismos neurais ou hormonais, os triglicerídios são degradados em glicerol e ácidos graxos em um processo denominado mobilização. Os ácidos graxos atravessam a membrana celular do adipócito e entram em um capilar. Nos capilares, estão ligados à proteína carreadora, a albumina, e são transportadas para outras células, que utilizam os ácidos graxos como combustível metabólico. » Estimulação neural: situações de jejum ou frio intenso -> ocorre a liberação de norepinefrina (SNS) nos receptores adrenérgicos do tecido adiposo, que ativa a LIPASE (enzima produzida no pâncreas), responsável pela degradação dos triglicerídeos em ácido graxo e glicerol. » Estimulação hormonal: ação do glucagon, hormônio do crescimento... que estimulam a lipólise. tecido multilocular: Também chamado de tecido adiposo marrom ou pardo, é comum em animais que hibernam e em recém-nascidos, pois é um tecido TERMOGÊNICO ESSENCIAL, o que evita a hipotermia letal (principalmente em recém-nascidos prematuros). Nos recém-nascidos, o tecido adiposo pardo representa cerca de 5% da massa corporal total e localiza-se na região dorsal, ao longo da metade superior da coluna vertebral em direção aos ombros. Nos adultos, o tecido adiposo pardo restante está localizado na região do pescoço, parte superior das costas, ombros, um pouco em torno dos rins e mediastino. A diferenciação desses adipócitos acontece da seguinte forma: em embriões existem as células progenitoras miogênicas esqueléticas, que sofrem a ação de fatores de transcrição – PRDM/PGC-1 que dão origem ao lipoblasto primordial que com o acúmulo de lipídeo ocorre o processo de diferenciação e originam os adipócitos pardos. No tecido adiposo multilocular, os adipócitos são menores que as do tecido adiposo branco e o citoplasma de cada célula contém numerosas gotículas lipídicas pequenas, daí a denominação multilocular, em oposição aos adipócitos uniloculares brancos, que contêm apenas uma grande gotícula lipídica. Um núcleo típico de um adipócito pardo maduro ocupa uma posição excêntrica dentro da célula, mas não é achatado como o núcleo do adipócito branco. O adipócito pardo contém numerosas mitocôndrias grandes e esféricas com numerosas cristas, um complexo de Golgi pequeno e apenas pequenas quantidades de RER e REL. As mitocôndrias contêm grandes quantidades de citocromo oxidase (complexo 4), que confere a coloração marrom às células. Apresentam vasos sanguíneos abundantes, septos de tecido conjuntivo e fibras simpáticas noradrenérgicas – estimulado pela norepinefrina. O estímulo pela norepinefrina gera a lipólise, que causa a produção de energia pelas mitocôndrias (UCP-1/termogenina) que é dissipada como calor e aquece a rede capilar – TERMOGÊNESE SEM TREMOR. OBS: o frio estimula a utilização da glicose nos adipócitos pardos por meio da hiperexpressão de transportadores de glicose (Glut-4). Adaptação do tecido adiposo em resposta às necessidades termogênicas do corpo. Por exemplo, em pessoas que estão em exposição crônica a temperaturas frias ou realizando atividades físicas ocorre a transdiferenciação de adipócitos brancos em adipócitos pardos, para ajudar na termorregulação. » Em situações de frio intenso, as temperaturas frias são identificadas pelo sistema nervoso central, causando aumento na estimulação do sistema nervoso simpático noradrenérgico. » A estimulação pelo exercício físico é mais complicada e envolve a secreção de peptídios natriuréticos atriais e ventriculares no coração, que atuam sobre o rim, o que, por sua vez, ativa fatores de transcrição essenciais na diferenciação dos adipócitos pardos. Em situações de balanço energético positivo, para aumentar a capacidade de armazenamento de energia, ocorre a transdiferenciação de adipócitos pardos em adipócitos brancos.ROSS, Michael H.; PAWLINA, Wojciech. Ross histologia texto e atlas - correlações com biologia celular e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Compartilhar