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Julie Oliveira – Turma IX BRADICARDIA E BRADIARRITIMIAS CONCEITO DE BRADICARDIA Bradicardia é uma frequência cardíaca menor do que 50bpm. Isso pode ocorrer de maneira fisiológica em atletas, mas mesmo nessas pessoas, deve-se investigar. INSTABILIDADE HEMODINÂMICA Em bradicardia muito intensas podemos ter sinas de instabilidade hemodinâmica, ou seja, sinais de baixo débito cardíaco. São eles: • Congestão pulmonar ocorre em pacientes com falha do ventrículo esquerdo. Na ausculta pode-se ouvir crepitação. No ultrassom são vistas linhas de congestão pulmonar (chamadas linhas B). • Hipotensão arterial (PA < 9X6). • Pode haver dor torácica porque as coronárias estarão mal nutridas (lembrar que elas são enchidas na diástole). • Sinais de alteração do nível de consciência porque o cérebro está mal perfundido. Ocorre agitação psicomotora ou rebaixamento de nível. Quanto mais instável o paciente estiver mais perto da morte ele está e mais agressivo é o tratamento. Existem várias maneiras para tratar a bradicardia, mas você só trata os instáveis. Quem está hemodinamicamente estável não é tratado. Existem idosos que estão há mais de um ano com frequência baixa, não tem sinal de instabilidade, não se trata porque não está caminhando para a morte a curto prazo. Neste caso se busca fazer um diagnóstico e mais pra frente colocar um marcapasso. O QUE IMPORTA NÃO É SÓ A FREQUÊNCIA, SÃO OS SINAIS DE INSTABILIDADE. BRADICARDIA SINUSAL É uma frequência baixa e eletrocardiograma com ondas normais (P, QRS E T). Todo QRS é precedido por onda P e o intervalo PR é de até 5mm. O mais importante nesses casos é se atentar a causa: Pode ser medicamentosa como: betabloqueadores, amiodarodarona (antiarritimico), propafenona, adenosina, bloqueadores dos canais de Ca (diltiazaem e verapamil). Essas medicações anriarritimicas estão frequentemente envolvidas na gênese da bradicardia. Deve-se ter atenção com o Timolol que pode causar bradicardia e até mesmo bloqueio AV. PERGUNTAR SE USA ALGO NO OLHO. Além de pesquisar uso de droga deve-se investigar hipotireoidismo, hipocalemia (taqui depois brad) e hipercalemia, insuficiência renal que gera hipercalemia (quanto mais alto o potássio maior a tendência da frequência cair) e hipercalcemia (ocorre no hiperparatireoidismo). TRATAMENTO DE BRADICARDIA SINUSAL O tratamento consiste em tratar a causa. LEMBRAR: Intervalo PR < 5mm ou 0,2s , FC <50, QRS precedidos de onda P. CAUSAS REVERSÍVEIS DE ARRITMIAS • Pneumotórax pode gerar brad/taqui: no eletrocardiograma temos baixa voltagem. • Trombos: IAM geralmente BRADICARDICA, TEP geralmente TAQUICARDIA. • Alterações de PH (gasometria). • Distúrbios do K, Mg e Ca. • Alterações metabólicas/ endócrinas (tireoide (TSH, T4), paratireoide (paratormônio e Ca iônico), suprarrenal (Cortisol), renal (ureia e creatinina)). • Feocromocitoma: gera taqui e HAS. Para o diagnóstico dosar as metanefrinas urinárias que são produtos da degradação de agentes adrenérgicos produzidos pela suprarrenal. • Medicamentos: pesquisar tudo!! Foco nos BB, antiarrítmicos e bloqueadores dos canais de Ca. • Tamponamento cardíaco: impede a diástole gerando baixo débito. Neste caso vamos ter ingurgitamento jugular, hipofonese de bulhas e hipotensão arterial. Ocorre também pulso paradoxal: ocorre uma queda da pressão sistólica em mais de 10mmHg após uma inspiração. • Alterações eletrolíticas: acidose e hipoxemia. • Trauma. • Hipotermia. PARA DECORAR AS PRINCIPAIS CAUSAS USAMOS O 5H E 5T: Hidrogênio (acidose) Trauma Hipo e hipercalemia Tension (pneumotórax) Hipoxemia Trombo Hipotermia Tamponamento Hipovolemia Toxina (vivance, anfetamina, Cocaína). Julie Oliveira – Turma IX BRADIARRITIMIAS: PRINCIPAIS TIPOS 1. SINUSAL TRATAMENTO: CAUSA! 2. BAV DE PRIMEIRO GRAU Nesse caso ocorre um atraso e não um bloqueio do impulso. Esse tipo não costuma gerar instabilidade. Observa-se um intervalo PR fixo, aumentado (>0,2s) e todo QRS é precedido por uma onda P. A abordagem é semelhante a bradicardia sinusal: consiste em tratar a causa que é, frequentemente, o uso de medicamentos betabloqueadores. 3. BAV DE SEGUNDO GRAU É dividido em MI e MII. MOBITZ I: Neste bloqueio é possível observar o fenômeno de Wenckebach onde é observado um aumento progressivo do intervalo PR. Em determinado momento onde ocorre o bloqueio de vez (uma onda P que não conduz, não é seguida de QRS). O fenômeno de wenckebach é benigno, é como se fosse um aviso que vai bloquear. Isso pode ocorrer várias vezes no mesmo eletro. A conduta vai depender se o paciente está instável ou estável. Em caso de estabilidade o marcapasso imediato/ de urgência estará contraindicado. Na análise desse eletrocardiograma está indicado marcar todos QRS primeiro e depois todas as ondas T para depois avaliar os intervalos. MOBITZ II: Neste eletro o bloqueio ocorre de uma vez. Não ocorre aquele aumento progressivo do intervalo PR. O PR é fixo de bloqueia do nada. Essa arritmia é mais grave, pode gerar parada cardíaca. Neste caso se o paciente estiver instável coloca marcapasso na internação ou drogas. Se estiver estável não coloca imediatamente marcapasso nem usa droga. Primeiro afasta as causas reversíveis, principalmente uso de droga. Após isso, emitir AIH para marcapasso definitivo. NÃO SE FAZ DROGA EM PACIENTE ESTÁVEL. BAV DE TERCEIRO GRAU OU BAV TOTAL MARCAR ONDAS R, ONDAS T E POR ULTMO P. Neste caso são vistas ondas P a qualquer momento no eletrocardiograma, mas elas são EQUIDISTANTES. Podem coincidir com os QRS ou com os T. A frequência atrial (distância entre as ondas P) é bem maior que a ventricular. Ocorre uma dissociação atrioventricular. Nesse caso a frequência cardíaca (ventricular) vai estar baixa. O tratamento é igual do MII: precisam de marcapasso definitivo. Se estável só internar, MOV, afastar causas reversíveis, AIH para marcapasso definitivo. TRATAMENTO DAS BRADIARRITIMIAS As arritmias do mal (MOBITZ II E BAVT) não deveriam sair do hospital sem um marcapasso definitivo. Mas, até chegar nesse processo a instabilidade hemodinâmica deve ser tratada no seguinte processo: 1. ENTROU NO PA (tonteira, hipotensão, vazio na cabeça, pode ter dor torácica e neste caso deve dar AAS sempre). 2. ANAMNESE (perguntar se tem dor, uso de medicamentos) Julie Oliveira – Turma IX 3. Exame físico (avaliar PA, dor torácica, hipotensão, alteração de consciência, sinais de congestão pulmonar) = qualquer um desses é sinal de instabilidade. 4. Fazer um eletrocardiograma de 12 derivações: bradicardia sinusal, BAV de 1 grau, BAV 2 grau MI OU MII ou BAVT. 5. PACIENTE COM BRADICARDIA DO MAL ESTÁVEL OU BRADICARDIA DO BEM (bradicardia sinusal, BAV 1 grau ou BAV 2 grau MI): PROCURAR CAUSA REVERSÍVEL. 6. INSTÁVEL: USAR DROGAS -> SE NÃO FUNCIONAR DROGA MARCAPASSO TRANSCUTÂNEO -> SE NÃO FUNCIONAR TRANSCUTÂNEO É O MARCAPASSO TRANSVENOSO -> DEFINITIVO. • 1º Atropina (até 3g – 0,25 por ampola) • 2º Dopamina (2mg/kg/min) • 2º Adrenalina (2 ug/kg/minuto) MESMO VOCÊ TENDO CERTEZA QUE VAI COLOCAR O MARCAPASSO DEFINTIVO VOCÊ VAI FAZER TUDO ISSO PARA MANTER O PACIENTE VIVO! NÃO DA TEMPO DE COMEÇAR PELO DEFINITIVO. EM ALGUNS CASOS VOCÊ FAZ A DROGA E O MARCAPASSO TRANSCUTÂNEO ATÉ A CAUSA REVERSÍVEL SER RESOLVIDA (EX: TENTATIVA DE SUICÍDIO POR PROPANOLOL). PACIENTE ESTÁVEL: tratar causa nas arritmias do bem e nas do mal encaminha direto para o marcapasso definitivo. No geral o médico tem dificuldade de pegar uma bradiarritmia e não fazer nada mesmo o paciente estando estável.Não se deve usar marcapasso transcutâneo nesse paciente! DECORAR DOSES!! OLHAR VÍDEO DA COLOCAÇÃO DO TRANSCUTÂNEO. SÓ SE USA MARCAPASSO EM PACIENTES BRADCARDICOS, TAQUICÁRDICOS NÃO! O TRANSCUTÂNEO SÓ SE USA QUANDO TEM SINAL DE INSTABILIDADE HEMODINÂMICA E ANTES DELE PODEMOS USAR AS DROGAS OU PODE USAR DIRETO O MARCAPASSO TRANSCUTÂNEO.
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