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Semiologia Exame Neurológico - revisão - pares de nervos cranianos, sensibilidade, reflexos, estiramento da raiz nervosa

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EXAME NEUROLÓGICO
Prova de Brudzinski: paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. Positivo: quando o paciente flete os membros inferiores, mas há casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. 
Provas de estiramento da raiz nervosa: 
Prova de Lasègue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendido. Positivo: quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação).
Prova de Kernig: extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Positivo: quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. Essas provas são utilizadas para o diagnóstico de meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática.
Manobra de Patrik: pode dar informações importantes sobre o estado da articulação coxofemoral: o tornozelo é colocado ao lado medial do joelho contralateral, e o joelho ipsilateral é levemente deslocado em direção à mesa de exame. Em geral, o resultado é positivo na presença de doença da articulação do quadril.
Disbasia: distúrbio na marcha!
Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90°C no cotovelo e em adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona. Devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. Lembra o movimento de uma foice em ação. 
Marcha anserina ou do pato: O paciente para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar de um pato. 
Marcha parkinsoniana: O doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para a frente, e os passos são miúdos e rápidos, dando a impressão de que o paciente "corre atrás do seu centro de gravidade" e vai cair para a frente. 
Marcha cerebelar ou marcha do ébrio: Ao caminhar, o doente ziguezagueia como um bêbado. 
Marcha tabética: Para se locomover, o paciente mantém o olhar fixo no chão; os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente, e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo de modo bem pesado. Com os olhos fechados, a marcha apresenta acentuada piora, ou se torna impossível. 
Marcha de pequenos passos: É caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando “marchinha”
Marcha vestibular: é como se fosse empurrado para o lado ao tentar mover-se em linha reta. 
Marcha escarvante: Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, ao tentar caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, o que lembra o "passo de ganso" dos soldados prussianos. Marcha claudicante: Ao caminhar, o paciente manca para um dos lados. 
Marcha em tesoura ou espástica: Os dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar. O movimento das pernas lembra uma tesoura em funcionamento.
Prova de Romberg: avaliação do equilíbrio estático. Solicita-se o paciente ficar na posição vertical, com os pés juntos, olhando para frente, devendo permanecer por alguns segundos. Em seguida, ordena-se que ele feche as pálpebras.
Ataxia: perda de coordenação motora!
· Prova dedo-nariz
· Prova calcanhar-joelho
· Prova dos movimentos alternadosDiacocinesia!!
REFLEXOS:
Reflexos exteroceptivos ou superficiais: o estímulo é feito na pele ou na mucosa externa, por meio de um estilete rombo.
Reflexo cutâneo-plantar: paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, próximo à borda lateral e no sentido posteroanterior, fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior.
Sinal de Babinski: resposta anormal do reflexo cutâneo-plantar: extensão do hálux. Sinal mais fiel de lesão piramidal.
SENSIBILIDADE:
Sensibilidade superficial: para a sensibilidade tátil, utiliza-se o pedaço de algodão ou o pequeno pincel macio, os quais são roçados de leve em várias partes do corpo.
Sensibilidade térmica: requer dois tubos de ensaio, um com água gelada e outro com água quente, com que se tocam pontos diversos do corpo, alternando-se os tubos. 
Sensibilidade dolorosa: pesquisada com o estilete rombo, capaz de provocar dor sem ferir o paciente. A agulha hipodérmica é inadequada, sobretudo em mãos inábeis. 
A diminuição da sensibilidade tátil recebe o nome de hipoestesia; sua abolição, anestesia; e seu aumento, hiperestesia. Tais alterações estão na dependência da lesão das vias das várias modalidades sensoriais.
NERVOS CRANIANOS:
I par (olfatório): De olhos fechados, o paciente deve reconhecer o aroma que o examinador colocar diante de cada narina. Perda: anosmia,
II par (óptico): 
· Acuidade visual: solicitar ao paciente. que identifique quantos dedos estamos mostrando, em várias distâncias; pesquisamos 1 olho e depois o outro.
· Campo visual: sentado, o paciente fixa um ponto na face do examinador, postado à sua frente. O examinador desloca um objeto nos sentidos horizontal e vertical, e o paciente dirá até que ponto está "percebendo" o objeto nas várias posições. Cada olho é examinado separadamente. A isso se denomina avaliação do campo visual ou campimetria. Alterações: hemianopsia homônima ou heterônima, quadrantanopsia, escotomas, amaurose.
· Fundoscopia: obrigatória, pp. se o pcte. queixar-se de cefaléia. O papiledema destaca-se pelo borram. dos contornos papilares, ingurgitam. vascular e, às vezes, pela presença de focos hemorrágicos; a atrofia destaca-se pela coloração branca, de bordos nítidos. Observar: córnea, disco óptico, retina, mácula e vasos sangüíneos.
III (oculomotor), IV (troclear) e VI (abducente): inervam os vários músculos que tem por função a motilidade dos globos oculares. Paralisia de qualquer músculo: diplopia. 
· Motilidade extrínseca: solicita-se ao paciente que desloque os olhos nos sentidos horizontal e vertical. No exame simultâneo, acrescenta-se a prova da convergência ocular, que é feita aproximando gradativamente um objeto dos olhos do paciente. 
· Motilidade intrínseca: exame da pupila, por meio de um feixe luminoso.
Sinal de Argyll-Robertson: miose bilateral, abolição do reflexo fotomotor e presença do reflexo de acomodação.
Síndrome de Claude Bernard-Horner: miose, enoftalmia e diminuição da fenda palpebral. Lesão do simpático cervical.
V (trigêmeo): o exame da sensib. dolorosa epicrítica e tátil protopática da face e através do exame da motricidade dos músculos mastigatórios (contração dos temporais e masseterinos – elevadores da mandíbula). Raiz motora: nervo mastigador; raízes sensoriais: nervos oftálmicos, maxilar e mandibular. Podemos considerar aqui a pesquisa do reflexo corneano (ou reflexo córneo-palpebral), visto que a via aferente é constituída pelo ramo oftálmico. Técn. de pesquisa = tocar a córnea c/ um filete de algodão, incidindo lateralm. p/ que o pcte. não o visualize; como resposta temos a contração do orbicular da pálpebra.
VII (facial): rotineiramente, pesquisamos somente através dos exames dos músculos da mímica. Solicitar ao pcte. que enrugue a testa (mm. frontais), que feche os olhos c/ energia e o examinador tenta abri-los (orbicular da pálpebra), que mostre os dentes s/ abrir a boca.
VIII (vestibulococlear): 
· Nervo coclear: 
Prova de Rinne: coloque um diapasão vibrando em frente ao meato auditivo externo e pergunte se o paciente pode escutá-lo. Coloque-o a seguir sobre a mastóide e peça que diga quando o som cessar. Quando isto acontecer, coloqueo diapasão novamente em frente ao meato. Normalmente o som ainda será audível. Na surdez de condução, isto não ocorre. Na surdez neuro-sensorial, tanto a condução óssea quanto a aérea estão reduzidas, mas a aérea permanece melhor que é o que normalmente ocorre no teste.
Prova de Weber: o diapasão é colocado no centro da testa e pergunta-se ao paciente se ele escuta o som por toda a cabeça, em ambos os ouvidos ou se predominantemente de um lado. Na surdez neuro-sensorial, o som será ouvido pelo lado normal, mas na surdez de condução, ele será conduzido para o ouvido afetado
· Nervo vestibular: exame do equilíbrio e da marcha. Prova de Romberg.
IV (glossofaríngeo), X (vago), XI (acessório), XII (hipoglosso): A pesquisa é feita em conjunto, examinando-se a cavidade oral, com lanterna e solicitamos ao paciente que fale “ah” e inspecionamos a elevação do véu palatino (IX e X pares). Em seguida, examinamos a língua: motricidade, atrofia, fasciculações (XII par) e projeção da língua p/ fora (na hemiparalisia ocorrerá desvio da ponta p/ o lado da lesão). Disfagia, disfonia e disartria ocorrem em lesões dos núcleos ambíguo e do hipoglosso (IX, X e XII) ou em lesões bilaterais supranucleares, p. ex., lesões bilats. da via corticonuclear (pseudobulbares). A pesquisa da raiz espinhal do XI nervo é feita através do exame dos mm. esternocleidomastóideo e trapézio – pedir para o paciente lateralizar a cabeça e elevar os ombros – comparar ambos os lados.

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