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A cópia do material didático utilizado ao longo do curso é de propriedade do(s) autor(es), não podendo a contratante vir a utilizá-la em qualquer época, de forma integral ou parcial. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todo o conteúdo deste material didático é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), que autoriza(m) a citação/divulgação parcial, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da Ouvidoria. ouvidoria@fgv.br www.fgv.br/fgvmanagement SUMÁRIO 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 1 1.1 EMENTA .......................................................................................................... 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL ................................................................................... 1 1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 1 1.4 CONSULTAS A SITES ........................................................................................ 1 1.5 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................. 1 1.6 METODOLOGIA ................................................................................................ 2 1.7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 2 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ....................................................................... 3 2. ATIVIDADE ECONÔMICA. INFLAÇÃO. FLUXOS DE COMÉRCIO E DE CAPITAIS. REGIME CAMBIAL. POLÍTICA ECONÔMICA .......................................................... 5 1 Conjuntura Econômica 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa Mensuração da atividade econômica. Demanda e Oferta Agregadas. Inflação e Índices de Preços. Comparações Internacionais. Fluxos de comércio, serviços e de capitais financeiros. Reservas Internacionais. Regime Cambial. Modelo de Crescimento e Desenvolvimento. Política Econômica: monetária e fiscal. 1.2 Carga horária total 10 horas/aula. 1.3 Objetivos O objetivo básico da disciplina é compreender a teoria econômica associada à sua aplicabilidade na atividade profissional e pessoal do participante. A apostila foi elaborada de forma resumida em comparação à abrangência dos fundamentos básicos da economia privilegiados na ementa, por isso os debates serão estimulados e os fatos econômicos do momento serão amplamente discutidos. A proposta desta disciplina é a de capacitar o participante a melhor compreender as inter-relações da economia, com o intuito de identificar (antecipar) os movimentos das políticas econômicas em nível nacional e internacional que afetam a sua área de atuação profissional e seu interesse pessoal. 1.4 Consultas a Sites Banco Central : www.bcb.gov.br Banco Mundial: www.worldbank.org FMI: www.imf.org. Fundação Getúlio Vargas: www.fgv.br IBGE: www.ibge.gov.br IPEA: www.ipea.gov.br Tesouro Nacional. www.stn.fazenda.gov.br 1.5 Conteúdo Programático Conteúdo Programático Tópicos a Serem Abordados Atividade Econômica. Inflação. Fluxos de Comércio e de Capitais. Regime Cambial. Política Econômica: Monetária e Fiscal Conceitos: Oferta e Demanda Mensuração da Atividade Econômica Índices de Preços. Inflação. Fluxos de Comércio e de Capitais Internacionais Reservas Internacionais Endividamento Externo: Indicadores Regime Cambial. Política Econômica: E o Papel do Setor Público Banco Central e a Política Monetária Política Fiscal: Orçamento Público Endividamento e Financiamento Público Dinâmica Macroeconômica 2 Conjuntura Econômica 1.6 Metodologia O curso está baseado em aulas expositivas e debates, com utilização de projetor de slides, canhão de projeção (data show), aparelhos de som e outros recursos disponíveis. O aluno terá como material didático a apostila, e material complementar a ser distribuído pela professora no primeiro encontro. Para a realização de exercícios em sala de aula o aluno deverá dispor de uma máquina de calcular. LISTA DE EXERCÍCIOS - CADERNO DE EXERCÍCIOS – VIRENE@FGV.BR Atenção: O aluno deverá dispor de máquina de calcular em sala de aula. 1.7 Referência Bibliográfica Co-autoria da Prof. Virene Roxo Matesco – virene@fgv.br a) Gonçalves, A. C. P.; Gonçalves, R. R.; Santacruz R. & Matesco, Virene Roxo “Economia Aplicada” 9a. RJ. Ed. FGV, 2003. b) Matesco, Virene Roxo e Schenini, Paulo H. “Economia para não Economistas: princípios básicos de economia para profissionais em mercados competitivos” 8ª. RJ, Ed. Senac Rio, 2005. livraria@fgv.br fones: 0800217777 www.rj.senac.br/editora - fone (21) 31381512 / 31381515 comercial.editora@rj.senac.br c) Matesco, Virene Roxo e Santos, Marcelo; Melo, Mário R.; e Iório Ubiratan J. “Economia aplicada: empresas e negócios”. RJ, 1ª. Ed. FGV, 2011 . d) Gonçalves, A. C. P.; Zygielszyper, Nora R., Gonçalves, Robson, R., e Matesco, Virene Roxo “Economia Empresarial” 2a. RJ. Ed. FGV, 2012. e) Gonçalves, Robson R.; Neto Mello, M.R.; Zygielszyper, Nora R., e Matesco, Virene Roxo “Economia Internacional ” 1a. RJ. Ed. FGV, 2013. 3 Conjuntura Econômica Curriculum Vitae do Professor VIRENE ROXO MATESCO: EMPRESÁRIA E INVESTIDORA-ANJO. DIRETORA-PRESIDENTE DA MATESCO & LOPES CONSULTORIA. PROFESSORA DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV-MANAGEMENT), DESDE 1997. ELEITA, POR TRES ANOS CONSECUTIVOS A MELHOR PROFESSORA DE ECONOMIA DO FGV/MANAGEMENT E TOP 16 NO RANKING NACIONAL. GANHADORA DE QUARENTA E UM (41) PRÊMIOS DE DESTAQUE ACADÊMICO PELA FGV. DOUTORA E MESTRE EM ECONOMIA. TESES DEFENDIDAS EM “INOVAÇÃO E CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA”, E EM “FLUXOS DE CAPITAIS INTERNACIONAIS: A DEPENDÊNCIA BRASILEIRA”, RESPECTIVAMENTE. PROFESSORA EMÉRITA DA ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO (ECEME), DESDE 2009. AUTORA DE LIVROS E DE CENTENAS DE ARTIGOS E TRABALHOS PUBLICADOS NO BRASIL E NO EXTERIOR SOBRE O SETOR INDUSTRIAL, INOVAÇÃO E CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA E TEMAS LIGADOS À MACROECONOMIA, ENTRE OUTROS. CO-AUTORA DE CINCO LIVROS: 1) “ECONOMIA APLICADA”, RJ, ED. FGV, 9A. ED. 2003; 2) “ECONOMIA PARA NÃO ECONOMISTAS”, RJ, ED. SENAC/RIO, 8A. ED. 2005; 3) “ECONOMIA EMPRESARIAL”, RJ, ED. FGV, 1ª. ED. 2012; 4) “ECONOMIA INTERNACIONAL”, RJ. ED. FGV. 1ª. ED. 2013 E, 5) COORDENADORA E C0-AUTORA DO LIVRO “ECONOMIA APLICADA: EMPRESAS E NEGÓCIOS, RJ, ED. FGV, 2ª. ED. 2011. GANHADORA, EM GRUPO, DO PRÊMIO JABUTI, ANO 2001, COM O LIVRO “DESNACIONALIZAÇÃO: MITOS, RISCOS E DESAFIOS”, SP, EDITORA CONTEXTO, 2000. MEMBRO DA SOKA GAKKAI INTERNACIONAL, ONG FILIADA À ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). ATUOU COMO PESQUISADORA DA FUNDAÇÃO FEDERAL “INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA” (IPEA), VINCULADA AO MINISTÉRIO DA ECONOMIA; COMO CONSULTORA DO BANCO MUNDIAL JUNTO AO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E COMO PROFESSORA-ADJUNTA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E GESTÃO DA UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA/RJ. ATUOU COMO MEMBRO INTEGRANTE DO COMITÊ DA GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E COMO ASSESSORA TÉCNICA CIENTÍFICA DA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ATUOU COMO RESPONSÁVEL PELA SEÇÃO “ENTENDENDO MACROECONOMIA”, NA REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA, PUBLICADA PELA FGV/IBRE-RJ; COMO COLUNISTA DO JORNAL DO BRASIL, COLUNA “CONJUNTURA” E COMO MEMBRO EFETIVO DO CONSELHO DE TECNOLOGIA EMPRESARIAL DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN)E DA REDE IBERO AMERICANO DE INDICADORES DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. 4 Conjuntura Econômica ATUOU COMO PROFESSORA DOS CURSOS À DISTÂNCIA PARA ADIDOS MILITARES RESIDENTES EM DIFERENTES PAÍSES MINISTRADOS PELA ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO (ECEME); COMO MEMBRO-INTEGRANTE DE BANCAS EXAMINADORAS DE TESES E COMO DIRETORA E POSTERIOREMENTE COMO MEMBRO DO CONSELHO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DE EMPRESAS TRANSNACIONAIS E DA GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA (SOBEET-SP). ATUOU COMO CONVIDADA PERMANENTE COMO ENTREVISTADA DA REDE GLOBO, PROGRAMAS “RJ-TV, EM CIMA DA HORA E CONTA CORRENTE” GLOBO NEWS. Contatos: virene@fgv.br; vrmatesco@terra.com.br. 5 Conjuntura Econômica 2. ATIVIDADE ECONÔMICA. INFLAÇÃO. FLUXOS DE COMÉRCIO E DE CAPITAIS. REGIME CAMBIAL. POLÍTICA ECONÔMICA Tópicos da aula Conceitos: Oferta e Demanda Mensuração da Atividade Econômica Índices de Preços. Inflação. Exercícios Fluxos de Comercio e Capitais Internacionais Endividamento Externo: Indicadores Regime Monetário e Cambial Política Econômica: O Papel do Setor Público Banco Central e Política Monetária Taxas de Juros Política Fiscal: Orçamento Público Endividamento e Financiamento Público Dinâmica Macroeconômica Palavras chaves PIB e PNB nominal e real. Inflação. Índices de Preços e Deflator Implícito Fluxos de Comércio e Capitais e Financeiro Transações Correntes: poupança externa Reservas Internacionais: lastro Agregados Monetários Independência do Banco Central Liquidez Bancária. Compulsório Política Econômica: Monetária e Fiscal Déficit Público Endividamento e Financiamento do Setor Público Meta Fiscal 6 Conjuntura Econômica A Ciência Econômica: Conjuntura Econômica O ambiente de negócios e suas tendências são questões de extrema relevância para o staff das empresas, para os trabalhadores, clientes e fornecedores. Tal ambiente afeta e é afetado pela dinâmica da cadeia produtiva, cujo espaço as empresas estão nele inseridas e as decisões de negócios, por sua vez, causam impactos diretos sobre o desempenho econômico do país. A ciência econômica tem como foco central a avaliação do uso, com a máxima eficiência, dos fatores da produção escassos, empregados na produção dos bens e serviços finais destinados à satisfação do consumo das famílias, empresas e governo e àqueles destinados a produção de outros bens e serviços (bens de investimentos). Em sendo assim, a ciência econômica constitui ferramenta primordial para que os responsáveis pelas estratégias empresariais saibam compreendê-la e utilizá-la, uma vez que está mais do que comprovado que o desempenho das empresas é fruto de sua sintonia com as tendências do mercado, num contexto micro e macroambiente. Empresas, fornecedores, consumidores e o governo constituem peças de um jogo interativo, repleto de incertezas e de desajustes inerentes à dinâmica das economias nacional e mundial. As crises de natureza conjuntural ou estrutural de um lado excluem os derrotados e, de outro, premiam os vencedores, aqueles que melhor sabem interpretar suas regras e aproveitar as oportunidades que delas decorrem. Antever as tendências do macroambiente econômico para as tomadas de decisões em níveis pessoais e profissionais constitui a chave do sucesso. Acompanhar o dia a dia da economia de um país é o estudo da conjuntura econômica. Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ O QUE É ECONOMIA? Como os recursos (fatores) de produção são sempre escassos, a Economia é o estudo da forma pela qual a sociedade administra-os de forma eficiente, fazendo as melhores escolhas. Toda a escolha envolve em Custos de Oportunidade. Acompanhar as tendências do macroambiente econômico para as tomadas de decisões constitui a chave do sucesso e é o foco do estudo da Conjuntura Econômica. 7 Conjuntura Econômica Oferta Agregada = Demanda Agregada PIB+Importações (M) = Mercado Interno + Exportações (X) Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Contabilidade Nacional Produto Interno Bruto (PIB). É o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país em um determinado período de tempo, entre os residentes e não residentes. Em outras palavras, o PIB é a soma da produção, fabricação e criação de bens e serviços, num determinado período de tempo, incluídos os impostos, realizados pelos PRINCIPAIS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS Política Fiscal Política Monetária Políticas Específi-cas Produto Potencial Nível de Preços e Custos Cap. Fisico Trabalho Tecnologia (PIB Real) Nível de Emprego Câmbio Juros Inf lação Comércio Externo Oferta Agregada Q P Demanda Agregada Q P Interação entre a Demanda e Oferta Agregada Q P 8 Conjuntura Econômica setores: agropecuário, industrial, serviços e comércio. Neste cálculo são excluídos os custos intermediários do processo produtivo (fase de produção). O PIB mais as importações de bens e serviços (M) constituem a oferta agregada. Ou seja, Oferta agregada = PIB + M Obs: PIB a preços de mercado (pm) é o resultado do PIB a custo de fatores (cf) mais os impostos indiretos deduzidos os subsídios. Ou seja, PIB (pm) = PIB (cf) + II – Subsídios. Por que finais? Uma empresa fabrica tecido que será empregado por outra empresa na confecção de uma peça de vestuário. Neste caso, o tecido será um bem intermediário e a peça de vestuário o bem final. Oferta Agregada (PIB + M) = Demanda Agregada (Mercado Interno + X) Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ PIB: Diferentes óticas de análises Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Obs.: O Setor Agropecuário contempla as seguintes atividades: Agricultura, Silvicultura, Exploração de Florestas, Pecuária e Pesca. Fonte: IBGE Produto Interno Bruto (PIB) é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país (dentro de suas fronteiras) em dado período de tempo. 1) Ótica Setorial: Quem produz? Quanto produz? PIB = Somatório da produção dos bens e serviços finais de todos os setores envolvidos: Agropecuário: Primário Industrial: Secundário Serviços: Terciário. 9 Conjuntura Econômica O Setor Industrial contempla os seguintes subsetores: Extrativa Mineral, Transformação, Construção Civil, Produção de Eletricidade, Água e Saneamento (Esgotos) e Limpeza Urbana. Fonte: IBGE O Setor de Serviços contempla os seguintes subsetores: Comércio, Saúde e Educação, Transportes, Armazenagem e Correios, Serviços de Informação, Intermediários Financeiros e Seguros, Imobiliários e Aluguéis, Hospedagem e Alimentos e Outros Serviços. Fonte: IBGE. Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ BENS E/OU SERVIÇOS DECONSUMO – C Bens ou serviços destinados diretamente ao atendimento das necessidades das famílias, das empresas públicas e privadas (nacionais e estrangeiras) e do poder público em todas as esferas. Tais bens e serviços são classificados como: a) Bens/Serviços de Consumo Duráveis: Ex.: Imóveis residenciais e serviços correlatos. b) Bens/Serviços Semiduráveis. Ex.: fogões, automóveis, geladeiras, TVs, sons, computadores, celulares e etc. c) Bens/Serviços de Consumo Não-Duráveis. Ex.: alimentos, produtos de higiene e limpeza, vestuário, calçados, medicamentos, bebidas e etc. BENS E/OU SERVIÇOS DE PRODUÇÃO, BENS DE INVESTIMENTOS - Ib 2) Ótica do Produto. O que é produzido? BENS E/OU SERVIÇOS DE CONSUMO – C � Duráveis; � Semi Duráveis; � Não Duráveis. BENS E/OU SERVIÇOS DE INVESTIMENTOS – Ib � Capital Físico; � Construção Civil; � Intermediários; � Inovação Tecnológica; � Capacitação e Treinamento da Mão de Obra. 10 Conjuntura Econômica Bens ou serviços utilizados na fabricação de outros bens ou agregados na produção de outros bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo, podendo ser classificados como: a) Bens/Serviços de Capital Físico. Ex.: máquinas, equipamentos, ferramentas, peças, motores, guindastes e etc. b) Construção Civil, tais como: plantas de fábricas, estradas, ferrovias, portos, aeroportos, logísticas em geral e etc.; c) Bens Intermediários. Ex.: ferro, aço, laminados, geração de energia, barragens e etc. d) Inovação Tecnológica, Capacitação e Treinamento de Mão de obra. Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ PIB = Cp + G + Ip + IG + Variação de Estoques + X – M Ou, pela ótica da origem do capital financeiro: Setor privado + Setor público + Setor externo PIB = + + (Cx + Ix) – (CM + IM) ou Cp + Ip X - MG + IG 3) Ótica do Dispêndio ou da Demanda Agregada. Para quem é produzido? Conjunto de bens e serviços de consumo destinados às famílias, empresas privadas e estrangeiras (Cp), gastos do governo (G) mais um conjunto de bens e serviços de investimentos realizados pelas empresas privadas nacionais e estrangeiras (IP) e empresas públicas e governos (IG), sendo transacionados nos mercados interno e, ainda, a variação de estoques. Um conjunto de bens e serviços voltados à exportação (X) – e as importações (M), constituindo o mercado externo. 11 Conjuntura Econômica PIB + M = + Oferta Agregada Demanda Interna + Demanda Externa Demanda Agregada Ou, ainda, = + Onde: C = Consumo das famílias e das empresas privadas (Cp) e do poder público, governo e empresas Públicas (G), com bens e serviços de consumo durável, semi e não durável. IB = Investimentos Brutos constituem os investimentos em edificações, plantas produtivas, maquinários, equipamentos, variações de estoques realizados pelas empresas privadas (Ip), nacionais e estrangeiras e pelas empresas públicas (IG). IB = IL + Id. Investimentos Agregados Brutos é a soma dos novos investimentos (líquidos) acrescidos das despesas (ou investimentos) com depreciação, reposição e manutenção (Id) do capital físico já existente. IL = Investimentos Líquidos ou Novos Investimentos. Os investimentos brutos do país são financiados pela poupança bruta, que pode advir do setor privado, do setor público e do setor externo. Portanto, PIB – Id = PIL X = Exportações totais de bens e serviços. M = Importações totais de bens e serviços. Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ CP + G + IP + IG + Var. Estoques X Oferta Agregada Mercado Interno Mercado Externo 4) Ótica da Renda: Qual é a origem (interna e externa) dos fatores utilizados na produção dos bens e serviços? PIB = RIB PIB + RRE – REE = PNB PNB = RNB = DNB 12 Conjuntura Econômica A quarta e última ótica de análise permite avaliar a origem (se interna ou externa) dos fatores utilizados dentro do país para produzir todos os bens e serviços finais incorporados na mensuração do PIB, é a chamada ótica da renda agregada. Ao venderem seus produtos ou serviços, as empresas obtêm receitas que parte será transferida por meio de pagamento de salários, juros, aluguéis, lucros e dividendos. Isto é o que se chama remuneração dos fatores de produção. Os fatores de produção são os elementos essenciais para que uma economia possa produzir. Em última instância, os fatores de produção são: capital físico, capital financeiro, mão de obra, terra e etc. A remuneração do trabalho é feita por meio de salários, honorários, comissões e etc. já a remuneração do capital se desdobra em várias categorias. Aquele que aluga um imóvel para instalar sua empresa se utiliza dele como capital físico, e tem que remunerar o proprietário deste capital por meio de pagamento de aluguéis. Aquele que toma recursos monetários emprestados para utilizar como capital de giro ou financiamentos deverá pagar juros ao detentor do capital financeiro. Já o empresário, tem direito aos ganhos dos lucros que a empresa irá gerar, caso os fatores de produção não é disponível dentro do território nacional ou que pertença a empresas estrangeiras (não residentes). Em sendo assim, a quarta ótica avalia a alocação (destino) da renda agregada do país. Uma empresa estrangeira é aquela cujo controle do capital pertence a proprietários não residentes no país. Por analogia, uma empresa nacional é aquela que pertence a proprietários residentes no país. Como as empresas têm que remunerar os fatores de produção, as estrangeiras remetem recursos aos seus respectivos proprietários. Isto significa que existem remessas de lucros e dividendos, por exemplo, para fora do país. Ao mesmo tempo, as empresas nacionais, operando no mercado externo internalizam lucros e dividendos ao país. As remessas enviadas para o exterior chamam-se Renda Enviada ao Exterior (REE) e as remessas recebidas do exterior de Renda Recebida do Exterior (RRE). À diferença entre elas, denomina-se Renda Líquida (RL), que pode ser recebida do exterior (RLRE), quando positiva, ou enviada ao exterior (RLEE), quando negativa. Em síntese: a) Se, RRE > REE = RLRE, logo PIB < PNB b) Se, RRE < REE = RLEE, logo PIB > PNB Onde: RLRE = Renda líquida recebida do exterior. RLEE = Renda líquida enviada ao exterior. PIB = Produto Interno Bruto PNB = Produto Nacional Bruto Se existirem muitas empresas multinacionais operando em um país, e as remessas feitas às matrizes superarem as remessas feitas pelas empresas nacionais para dentro dele, então parte do produto agregado não se transforma em renda agregada. Os produtos são gerados e vendidos o que permite a remuneração dos fatores de produção nacionais, mas, da mesma forma, têm que remunerar os fatores de produção estrangeiros e, por conta disso, se transformam em renda de pessoas, e/ou empresas, residentes no exterior. Quando a RLEE é descontada do PIB, chega-se a um novo conceito: o de Produto Nacional Bruto (PNB), isto é, a produção total, realizada em um país em determinado período de 13 Conjuntura Econômica tempo, e que se transformou, de fato, em renda nacional. Assim, se a renda enviada ao exterior (REE) for maior que a renda recebida do exterior (RRE), tem se que: Países que enviam mais renda ao exterior do que recebem (caso do Brasil) têm o PIB maior que o PNB. Países comgrandes montantes de capitais investidos no exterior (casos da Suíça e do Japão) ou com muitos emigrantes enviando renda para as famílias no país de origem (casos de Portugal e de Israel) têm se que o PNB é maior que o PIB. Crescimento Econômico e Inflação Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Crescimento - É o aumento contínuo do Produto Interno Bruto em termos global e per capita ao longo do tempo. Trata do aumento da capacidade produtiva por meio de novos investimentos produtivos de um país. O crescimento é mensurado pelo PIB real. É o aumento quantitativo da produção (física). Inflação - Alta contínua e generalizada da maioria dos preços de uma economia. EXERCÍCIO 1 PIB E A DEMANDA AGREGADA 14 Conjuntura Econômica Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Se o valor do PIB total aumenta de um ano para o outro, pelo menos uma das seguintes coisas deve ser verdadeira: A economia está gerando maior produção (Q) de bens e serviços. Os bens e serviços estão sendo vendidos a preços (P) mais altos, ou ambos. EXERCÍCIO 2 DESEMEPENHO DA ECONOMIA BRASILEIRA E PROJEÇÕES 15 Conjuntura Econômica Diferença conceitual entre PIB Real e Nominal PIB NOMINAL / Deflator = PIB Real Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ∆ Preços = + 100% Produto Unidade Qtde Total (k) Qtde Preço Total (k) TV Unid. 1.000 400,00 800 800,00 640,00 Arroz Ton 100 60,00 80 1.200,00 96,00 Soja Ton 300 210,00 240 1.400,00 336,00 1.400 670,00 1.120 - 1.072,00 ∆ Quantidades = - 20% ∆ PIB Nominal = + 60% Valor monetário de TODOS os bens e serviços FINAIS produzidos pelo país em um determinado período a PIB REAL Período 1 700,00 PIB NOMINAL Valor monetário de TODOS os bens e serviços FINAIS produzidos pelo país em um determinado período a Período 2 Preço 400,00 600,00 PREÇOS DE ALGUM ANO BASE ou a PREÇOS CONSTANTES PREÇOS VIGENTES - Total Geral 16 Conjuntura Econômica Medidas de Inflação: Conceitos Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Índices de Preços e Deflator Implícito Entre dois períodos distintos, por mais estável que seja a economia de um país ou de uma região sempre haverá alguma variação de preços. Quando esta variação for crescente, contínua e generalizada denominamos de inflação, em caso contrário ocorrerá deflação. Desta forma não há como comparar o preço de um bem em uma data com o preço deste mesmo bem em outra data, se não houver um indicador que expresse a variação ocorrida entre as datas. Existem basicamente duas medidas de inflação: a) Deflator e, b) índice de preços. Existem vários índices de preços e cada um deles mede a variação de um determinado conjunto (cesta) de bens e/ou serviços. Qualquer pessoa ou entidade pode criar um índice que reflita a variação de preços ocorrida em um conjunto de bens e/ou serviços de seu interesse. Medidas de Inflação Índice de Preços Deflator Implícito Média ponderada da variação dos preços de certa cesta de bens e serviços. Média ponderada da variação de todos (maioria) os preços de bens e serviços 17 Conjuntura Econômica Construção de um Índice de Preço Vamos criar um índice que venha a medir a variação de preço de certa cesta de bens e serviços. Em cada mês, no dia 28, anotaremos os preços de mercado da cesta. Definiremos que a base de nosso índice será na data da 1ª coleta de preços e seu valor será igual a 100. Ao fim de algum tempo teremos uma planilha conforme pode ser visto a seguir. 600,3 ÷ 580 = 1,035 100 x 1,035 = 103,5 607,5 ÷ 600,3 = 1,012 103,5 x 1,012 = 104,74 Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Dia Mês Ano Em 30 dias Acumulado 1 28 1 1º 580,00 100,00 0,00% 0,00% 2 28 2 1º 600,30 103,50 3,50% 3,50% Inflação no mês 3 28 3 1º 607,50 104,74 1,20% 4,74% Inflação no mês 4 28 4 1º 610,54 105,27 0,50% 5,27% Inflação no mês 5 28 5 1º 595,28 102,63 -2,50% 2,63% Deflação no mês 6 28 6 1º 599,15 103,30 0,65% 3,30% Inflação no mês 7 28 7 1º 601,06 103,63 0,32% 3,63% Inflação no mês 8 28 8 1º 598,06 103,11 -0,50% 3,11% Deflação no mês 9 28 9 1º 603,38 104,03 0,89% 4,03% Inflação no mês 10 28 10 1º 604,89 104,29 0,25% 4,29% Inflação no mês 11 28 11 1º 603,98 104,13 -0,15% 4,13% Deflação no mês 12 28 12 1º 610,32 105,23 1,05% 5,23% Inflação no mês 13 28 1 2º 631,69 108,91 3,50% 8,91% Inflação no mês 14 28 2 2º 637,24 109,87 0,88% 9,87% Inflação no mês 15 28 3 2º 635,65 109,59 -0,25% 9,59% Deflação no mês 16 28 4 2º 636,73 109,78 0,17% 9,78% Inflação no mês 17 28 5 2º 636,66 109,77 -0,01% 9,77% Deflação no mês 18 28 6 2º 637,55 109,92 0,14% 9,92% Inflação no mês 19 28 7 2º 659,87 113,77 3,50% 13,77% Inflação no mês 20 28 8 2º 678,34 116,96 2,80% 16,96% Inflação no mês CONSTRUÇÃO DE ÍNDICE DE PREÇOS Acompanhamento de preços de: Cesta de Bens e Serviços Coleta Nº Data Preço na Data Índice Variação Percentual Observação 18 Conjuntura Econômica BRASIL: Principais Índices de Preços Índices Gerais de Preço (IGP/FGV): são calculados por meio de média ponderada de outros três índices (60% IPA - Índice de Preços por Atacado, 30% IPC – Índice de Preços ao Consumidor e 10% - Índice Nacional de Custos da Construção). Como as instituições calculam seus Índices de Preços? � IGP-DI (disponibilidade interna) evolução dos preços do dia 01 a 30 do mês posterior, por exemplo. � IGP-M (de mercado) evolução dos preços do dia 21 a 20 do mês posterior, por exemplo. Anos Variação Anual (%) Anos Variação Anual (%) Anos Variação Anual (%) Anos Variação Anual (%) 1945 11,110 1964 92,121 1983 210,992 2002 26,412 1946 22,220 1965 34,242 1984 223,812 2003 7,667 1947 2,730 1966 19,122 1985 235,106 2004 12,139 1948 7,960 1967 25,011 1986 65,033 2005 1,222 1949 12,300 1968 25,489 1987 415,835 2006 3,792 1950 12,410 1969 19,309 1988 1.037,559 2007 7,893 1951 12,340 1970 19,260 1989 1.782,894 2008 9,107 1952 12,720 1971 19,469 1990 1.476,557 2009 -1,436 1953 20,510 1972 15,722 1991 480,180 2010 11,306 1954 25,860 1973 15,544 1992 1.157,946 2011 5,013 1955 12,150 1974 34,546 1993 2.708,552 2012 8,100 1956 24,550 1975 29,352 1994 1.093,837 2013 5,521 1957 6,960 1976 46,256 1995 14,779 2014 3,783 1958 24,390 1977 38,780 1996 9,338 2015 10,700 1959 39,430 1978 40,809 1997 7,480 2016 7,180 1960 30,470 1979 77,246 1998 1,700 2017 -0,420 1961 47,780 1980 110,240 1999 19,980 2018 7,100 1962 51,603 1981 95,196 2000 9,807 2019 1963 79,924 1982 99,721 2001 10,400 2020 Planos Heterodoxos Fonte: IBRE / FGV ÍNDICE GERAL DE PREÇOS - IGP-DI em 12 Meses no Ano OBSERVAÇÕES 1950 - 1960: Défcit público, causadopelos gastos públicos com infraestrutura, baixa produti vidade dos serviços públicos, baixa carga tributária. Intensa emissão de moeda. Inflação de demanda. 01/03/1986 Plano Cruzado I; 16/06/1987 Plano Bresser; 16/01/1989, Plano Verão; 16/03/1990 Plano Collor I; 31/01/1991 Plano Collor II 1975, 1977 e 1985: Choques Agrícolas. 2002: Forte desvalorização cambial. Incertezas politico-eleitorais 1979 - 1980: Elevação dos juros internacionais. 1964 - 1966: Período de rigidez monetári a. 30/07/1994: Plano Real (De fato) 1967 - 1973: Polí tica gradualista. Combate inflacionário. 01/1999: Mudança de Regime Cambial, do Sistema de Bandas para o Regime de Taxa Flutuante. Forte desvalorização do câmbio. 1973 e 1979: Choque do Petróleo. EXERCÍCIO 3 MEDIDAS DE INFLAÇÃO 19 Conjuntura Econômica � Índices de Preço ao Consumidor (IPC) monitora o “custo de vida”, isto é, os preços ao consumidor tais como despesas com supermercados, aluguéis, serviços pessoais e de utilidade pública, etc. O IPC é baseado no padrão de consumo de famílias de 1 a 33 Salários Mínimos. � Em 1999 o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) ganhou notoriedade quando foi adotado o Regime de Metas de Inflação como forma de coordenar as expectativas em relação ao controle da inflação, iniciado em julho de 1994 no Plano Real. O IPCA ao ser escolhido pelo Banco Central tornou-se o índice oficial de inflação. O IPCA é baseado no padrão de consumo de famílias com renda entre 1 a 40 Salários Mínimos, com abrangência das seguintes regiões metropolitanas, com seus respectivos pesos: São Paulo (30,67%), Rio de Janeiro (12,06%), Porto Alegre (8,40%), Belo Horizonte (10,86%), Curitiba (7,79%), Recife (5,05%), Fortaleza (3,49%), Salvador (7,35%), Brasília (2,80%), Belém (4,65%), Vitória (1,78%), Goiânia (3,59%) e Campo Grande (1,50%). . � Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC-IBGE) baseado no padrão de consumo de famílias com renda entre 1 a 5 Salários Mínimos, das seguintes regiões metropolitanas com seus respectivos pesos: São Paulo (24,24%), Rio de Janeiro (9,51%), Porto Alegre (7,38%), Belo Horizonte (10,60%), Curitiba (7,29%), Recife (7,17%), Fortaleza (6,61%), Salvador (10,67%), Brasília (1,88%), Belém (7,03%), Vitória (1,83%), Goiânia (4,15%) e Campo Grande (1,61%). A partir de cada um dos índices de preço citados pode-se conhecer outros índices mais específicos. Por exemplo: Além do IGP-DI – Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna, existe também o IGP-OG – Índice Geral de Preços Oferta Global. O primeiro não inclui os produtos exportados, pois esses não estão disponíveis no mercado interno. Já o IGP-OG considera a oferta total de bens e serviços, independente do destino dos bens. O IPA – Índice de Preços no Atacado se subdivide em IPA/Industrial e IPA/Agropecuária. O IPA da agropecuária, por sua vez, pode ser aberto em IPA do açúcar, IPA de carne e pescados, IPA cereais e grãos, IPA de couro e peles e etc. Já o IPA industrial é aberto em uma infinidade de índices como o IPA de bens de consumo duráveis, o IPA de componentes para veículos, o IPA de máquinas e equipamentos, o IPA de produtos metalúrgicos, o IPA de ferro e aço, entre outros. Os Índices de Preços ao Consumidor (IPC (FGV), INPC e IPCA (IBGE)) são detalhados por categorias como alimentos, bebidas, vestuário, artigos de residência, habitação, educação, leitura e papelaria etc. e divergem entre si pela abrangência da cesta de consumo de acordo com as faixas de renda. EXERCÍCIOS 4 E 5 INFLAÇÃO E O COTIDIANO 20 Conjuntura Econômica Relações Internacionais: Contas Externas – Balanço de pagamentos Balanço de Pagamentos registra os Fluxos de bens, serviços, rendas e de capitais internacionais. A estrutura do Balanço de pagamentos foi definida de acordo com as orientações contidas no “Operational Guidelines for the Data Template on Internacional Reserves and Foreign Currency Liquidity” (Manual do Balanço de Pagamentos) do FMI, editadas em 1993 e adotadas por todos os países-membro, a partir de 1995. E desde a primeira edição, o FMI faz regulamente modificações no sentido me melhorar a compreensão e ampliar a transparência das transações ocorridas entre países. Turistas Residentes em seus países de origem Estrangeiros Residentes Nacionais residentes Transnacionais em operação no país Residentes Embaixada Considerada “Internacional” Anotações: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Balanço de Pagamentos - Estrutura e Interpretação As relações econômicas de um país com o resto do mundo são complexas, pois envolvem um conjunto de transações. O estudo dessas relações exige um tratamento sistemático e deve ser feito por meio de uma das mais importantes ferramentas contábeis utilizadas na economia denominada de Balanço de Pagamentos. Isto significa que todas as transações envolvendo os agentes econômicos que atuam no país (denominados residentes) e agentes que atuam fora do país (denominados não- residentes) são registradas de forma sistemáticas e padronizadas nas contas externas de um país, denominado de Balanço de Pagamentos. Em linhas gerais, o Balanço de Pagamentos se divide em duas grandes contas: a) conta de transações corrente são registrados os pagamentos e recebimentos relativos a todas as transações realizadas com bens, serviços e rendas entre um país e o exterior. Quando um país exporta, envia mercadorias para o exterior e recebe um pagamento que é registrado positivamente em sua conta corrente. Quando uma empresa estrangeira Balanço de Pagamentos é o registro contábil sistemático de todas as transações econômicas de um país com o exterior, sejam elas de comércio, rendas, capitais ou de quaisquer outras naturezas. 21 Conjuntura Econômica situada no país remete lucro para o exterior, isso é registrado como sendo um pagamento de serviços empresariais sendo contabilizado negativamente na conta de transações correntes. b) conta de capital e financeira registra fluxos de natureza financeira ou não, tais como empréstimos (e as amortizações correspondentes) envolvendo transações entre residentes no país e não residentes. Quando uma empresa estrangeira decide instalar uma filial no país, esse investimento é registrado positivamente na conta de capital. Quando um banco estrangeiro não renova créditos aos exportadores do país, isso é registrado negativamente na conta de capital e financeira. Entendida a lógica básica da organização do balanço de pagamentos, devemos agora detalhar um pouco mais as todas as contas. Na conta balança comercial registram-se os fluxos em moedas estrangeiras relativas às exportações e importações de bens. Nesta conta é registrado somente o valor dos bens importados e exportados, nenhum tipo de serviço (tais como fretes marítimos) deve ser registrado. Esse é o chamado conceito FOB de balança comercial (iniciais da expressão “free on board”). Obs.: A sigla FOB – Free on board (“Livre a bordo”) significa que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria, no momento em que ela é colocada a bordo do navio. Por conta e risco do fornecedor fica a obrigação de colocar a mercadoria a bordo, no porto de embarque designado pelo importador. Tem-se também a sigla CIF - Cost, Insurance and Freight (“Custo, Seguros e Frete”) que significa que o fornecedor assume a responsabilidade por todos os custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete. Esta responsabilidade termina quando a mercadoria chega ao porto de destino designado pelo comprador. Em seguida, tem-se a conta Serviços. Nela estão incluídos itens tais como: transportes, fretes e seguros internacionais (que são chamados deserviços não fatores de produção, pois não são utilizados diretamente nas atividades produtivas). Este tipo de serviço em geral é prestado por grandes companhias internacionais, como as seguradoras de fretes marítimos. Nesta conta têm-se ainda serviços de manutenção e reparos, viagens internacionais (negócios, pessoais, saúde, educação e etc.), serviços de construção civil, de aluguéis de máquinas e equipamentos em geral, serviços governamentais (diplomacia e etc.), serviços advocatícios, de propriedades intelectuais (marcas, patentes, royalties), dentre outros. Na conta de Rendas são identificadas as primárias e secundárias. Nas rendas primárias são registrados os fluxos de entradas (receitas) e de saídas (despesas) de salários, ordenados, lucros, dividendos e juros relativos a pagamentos e recebimentos de empréstimos e remuneração pelo capital estrangeiro investido no país. Se houver empresas nacionais atuando no exterior que estejam enviando remessas de lucros para matrizes no país, esse fluxo será registrado nesta conta como um recebimento (receita). Nas rendas secundárias estão incluídos fluxos de receitas e despesas do governo, de transferências pessoais (normalmente enviados e recebidos por emigrantes aos seus familiares) e demais transferências, como por exemplo, fluxos a fundos perdidos doados por entidades estrangeiras, em geral em forma de ajuda humanitária. 22 Conjuntura Econômica O somatório das entradas e saídas destas três contas (comercial, serviços e rendas) resulta no saldo da conta transações correntes. Um país que apresenta déficit em conta de transação corrente está recebendo poupança externa. Esse ponto merece atenção especial. Se um país deseja investir para poder crescer, precisa poupar e, para isso, deve reduzir seu nível de consumo agregado (famílias, empresas e governo). Menos bens de consumo serão produzidos para que a produção de bens de capital seja aumentada. Mas, se um país deseja manter seus níveis de consumo e ainda assim quer aumentar o investimento produtivo, poderia fazê-lo com um nível maior de importações seja de bens de consumo ou de capital (máquinas, equipamentos, tecnologias, construção civil e etc.). O déficit de comércio permite manter os mesmos níveis de consumo e poupança e, ainda assim, aumentar os níveis de investimentos e, portanto, o crescimento econômico do país. Como a poupança total é sempre igual ao investimento total, tudo se passa como se no exterior os estrangeiros estivessem consumindo menos e transferindo essa “sobra” de bens e serviços para nosso país. Essa é a denominada poupança externa: um excedente de produção no exterior que é utilizado em nosso país, o qual para se beneficiar disso, apresenta déficit em transações correntes. Em resumo, um país que pode manter-se em déficit em transações correntes consegue crescer, investindo mais, sem sacrificar excessivamente seu próprio consumo interno. Contudo, esse déficit pode gerar sérios desequilíbrios futuros no balanço de pagamentos. A conta de capital e financeira registra as transações de natureza não financeira, tais como passes de atletas e transferência de capital, bem como as de natureza financeira como entradas de empréstimos obtidos pelos residentes no país (governos, empresas e bancos públicos e privados) no exterior. Quando as amortizações são pagas ao exterior registra-se como saída de recursos nesta conta. Contudo, os juros pagos são registrados na conta “renda primária” que faz parte da conta “transações correntes”. Também são registrados na conta de capital e financeira os financiamentos das transações comerciais, os quais representam créditos ou dívidas, respectivamente dos agentes econômicos do país com algum outro agente no exterior. Pela conta de capital e financeira ingressa ainda investimento estrangeiro direto, que são recursos que se destinam à aplicação nas atividades produtivas, e os chamados capitais de carteira ou de portfólio, que se destinam à aplicação no mercado financeiro (bolsas de valores, títulos de renda fixa, etc.). Assim como a conta de transações correntes, a de capital e financeira pode apresentar déficit ou superávit. Um país que esteja amortizando grandes montantes de recursos estrangeiros (dólares norte-americano), por exemplo, devido ao vencimento de empréstimos contraídos no passado e não esteja atraindo outras modalidades de fluxos de capital apresentará saldo negativo nesta conta, isto é, um déficit. A conta de Erros e Omissões registra alterações ocorridas nos registros de entrada ou de saída de fluxos de comércio, de serviços, de rendas ou de capitais estrangeiros. Esta conta constitui-se de uma conta “retificadora” de informações ou dados registrados e que não mais corresponde a realidade informada anteriormente ao Banco Central por empresas, investidores e poder público. A consolidação das contas “transações correntes”, de “capital e financeira” e “erros e omissões” tem-se o resultado final do balanço de pagamentos. Caso um país apresente déficit em transações correntes e superávit na conta de capital e financeira, sendo ambos 23 Conjuntura Econômica exatamente iguais, isto significa que os fluxos de divisas estrangeiras que saíram por uma das contas ingressaram pela outra. Neste caso, diz-se que o balanço de pagamentos está em equilíbrio. Porém, caso o déficit em transações correntes seja maior que a entrada de divisas estrangeiras por meio da conta de capital e financeira, o país terá que desembolsar parte das reservas internacionais para honrar os compromissos externos de seus residentes. Países que não disponham de reservas internacionais suficientes para “fechar” o Balanço de Pagamentos ou que não desejam lançar mão de suas reservas podem recorrer a organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional-FMI. Os aportes financeiros oriundos desses organismos não são registrados na conta de capital e financeira, por convenção são registrados em conta “abaixo da linha”, denominado de capitais compensatórios junto a conta de reservas internacionais. Caso esses aportes financeiros fossem registrados na conta de capital e financeira o resultado final do Balanço de Pagamentos registraria uma situação de equilíbrio financeiro não condizente com a realidade do país. Se o país não obtém apoio de organismos internacionais para “fechar” o Balanço de Pagamentos e as reservas internacionais atinjam níveis reduzidos, o país pode entrar em moratória (default). Neste caso, os pagamentos a não residentes que forem postergados devem ser registrados na conta “Atrasados”, indicando um endividamento forçado que o país realiza à custa de credores externos os quais deixam de receber seus pagamentos involuntariamente. Contas abaixo da linha Movimento de Capitais Compensatórios. Financiamentos, Empréstimos e Linhas especiais de crédito. Conta de Caixa (variações de reservas internacionais) Haveres de Curto Prazo no Exterior – variação do estoque de moeda estrangeira e títulos externos de curto prazo em poder da autoridade monetária. Ouro Monetário internacional Direitos Especiais de Saques Liquidez internacional à Reservas em Moeda no FMI. disposição dos residentes Nacionais. Empréstimos de Regularização: Créditos obtidos junto ao FMI. Atrasados O Balanço de Pagamentos encontra-se equilibrado em seu conjunto, quando eventuais déficits ou superávits em transações correntes são cobertos pelo movimento de capitais autônomos. Caso haja desajustes no saldo final do balanço de pagamentos, esses podem ser cobertos por capitais compensatórios ou induzidos. Reservas Internacionais Conceito: São os ativos (haveres) do país administrados pelo Banco Central e que ficam depositados no exterior. Composição: Ouro Reservas Cambiais: Divisas estrangeiras (dólar norte-americano, libra esterlina, iene, euro e etc.) 24 Conjuntura Econômica b.1) Títulos, dos quaiso emissor está sediado no Brasil; b.2) Depósitos Totais (em outros Bancos Centrais de países desenvolvidos e no (BIS) Banco Central dos Bancos Centrais localizado na Basiléia - Suíça); Bancos sediados no Brasil e no exterior. DES (Direito Especial de Saque). Reservas em moeda junto ao FMI, contribuição que cada país-membro faz ao FMI, e que possui direito incondicional de saques. O DES foi criado no final da década de 60, e constitui uma forma alternativa de constituir reservas, sendo alocado ou distribuído em proporção às quotas dos países membro. Um DES equivale a pouco mais de um dólar norte-americano (US$). Outros ativos de reservas: derivativos e empréstimos não bancários, de não residentes e, ainda, em cédulas e moedas. Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ PRINCIPAIS CONTAS 1) Balança Comercial: Mercadorias. CIF (vendedor assume os custos). FOB (comprador assume os custos) 2) Balança de Serviços: Viagens, Transportes, Fretes, Seguros, Construção Civil, Financeiros, Governamentais, Manutenção e Reparos, Alugueis, Propriedade Intelectual (Marcas, Patentes, Royalties), Advocatícios. 3) Renda: Primária: Salários, Ordenados, Honorários, Lucros, Dividendos, Juros e etc. Secundária: Governos (bolsas de estudos) e pessoais (remessas de trabalhadores), donativos e etc. 4) Transações Correntes: Resultado das contas 1 + 2 + 3 5) Conta de Capital e Financeira: Ativos Financeiros e não Financeiros: passes de atletas, investimentos diretos estrangeiros, empréstimos, financiamentos, créditos, aplicações em bolsas de valores, em títulos públicos e privados, amortizações de compromissos externos 25 Conjuntura Econômica Gestão da Macroeconomia: Política Econômica Mercado Interno + Mercado Externo PIB = + + ↕ ↕ ↕ Pol. Monetária Pol. Fiscal Pol. Cambial BC Exec./Leg. BC Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Vamos iniciar a discussão sobre a Gestão da Macroeconomia pela Política Cambial. Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ As relações econômicas de um país com o resto do mundo dependem da forma como funciona o mercado de divisas estrangeiras (moeda). A taxa de câmbio nominal é uma variável que converte preços em moeda estrangeira em preços em moeda nacional. A taxa de câmbio pode ser entendida (de forma ainda mais simples) como o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira. Por se tratar de um preço, a taxa de câmbio nominal (razão entre duas moedas) é determinada pelos mecanismos de oferta e demanda do mercado cambial ou mercado de divisas estrangeiras. Cp + Ip G + IG X – M Política Cambial: Trata de um conjunto de ações, normas e procedimentos do Banco Central destinado a manter o funcionamento da economia através de alterações das taxas de câmbio e do controle das operações cambiais. EXERCÍCIO 6 CONTAS EXTERNAS BRASILEIRAS 26 Conjuntura Econômica Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Tipos de Taxa de Câmbio: Reais por dólares norte-americanos (R$/US$) Dólar à vista (US$): referência do mercado financeiro, negociado no mercado de balcão (sem lugar físico determinado); Dólar comercial (US$): utilizado por empresas em operações de importações e exportações; Dólar paralelo (US$): utilizado em operações ilícitas, fora da supervisão do Banco Central; Dólar à cabo (US$): semelhante ao dólar paralelo, e o valor é enviado para contas no exterior ou de conta do exterior; Dólar Turismo (US$): utilizado para emissão de passagens, gastos em cartões de crédito e nas transações de turismo no exterior; Dólar Ptax (US$): taxa média calculada diariamente pelo BC, referência para contratos (última taxa de cada mês serve de referência para o primeiro dia do mês seguinte). No mercado cambial, os agentes que possuem moeda estrangeira e desejam trocar por moeda nacional são os ofertantes desse mercado. Contrariamente, os agentes que desejam adquirir moeda estrangeira, comprando-a com moeda nacional, são os demandantes. Isto significa que a “mercadoria” transacionada neste mercado são as divisas, isto é, qualquer moeda estrangeira utilizável em transações econômicas internacionais as quais envolvem, em geral, residentes no país e residentes no exterior. Para se entender bem o funcionamento desse mercado, é importante deixar claro quem são os potenciais compradores e vendedores de divisas estrangeiras. No grupo dos ofertantes de moeda estrangeira: Exportadores, que vendem suas mercadorias ao exterior e são remunerados em moeda estrangeira (em geral o dólar norte-americano e euro); Turistas estrangeiros, que trazem moeda estrangeira e a trocam no país (ou, por vezes gastam diretamente); Investidores internacionais, que trazem divisas para aplicar no país, seja no mercado financeiro ou em atividades produtivas; Taxa de Câmbio Nominal é a taxa à qual se trocam unidades de moeda de um país por unidades de moeda de outro. Taxa de Câmbio Real é a taxa à qual podemos trocar os bens e serviços de um país pelos bens e serviços de outro país. 27 Conjuntura Econômica Agentes econômicos (em geral, bancos, mas também empresas e o próprio governo) que captam recursos no exterior (emissão de títulos, obtenção de empréstimos e financiamentos etc.), os quais entram no país como valores em moeda estrangeira. No grupo dos demandantes de moeda estrangeira: Importadores, que precisam comprar moeda estrangeira para remeter a seus fornecedores de bens e serviços no exterior; Turistas brasileiros que se dirigem ao exterior e precisam comprar moeda estrangeira antes da viagem; Agentes econômicos que investem no ou enviam renda para o exterior; Agentes econômicos (pessoas, empresas e o governo) que possuem compromissos a pagar no exterior (amortizações e juros referentes a empréstimos, por exemplo) e que precisam enviar valores em moeda estrangeira para efetivar o pagamento. A oferta e a demanda de moeda estrangeira estão diretamente relacionadas com seu preço, isto é, com a taxa de câmbio. Para ver de que forma isso acontece, se deve focar inicialmente nas relações comerciais e de turismo, como exemplos, a importância da cotação cambial de um país. Coloque-se no lugar do exportador, por exemplo. Se ele vende para clientes no exterior um produto que é cotado internacionalmente a US$ 100,00 quando a taxa de câmbio é R$/U$S = 2,50 sua receita será de R$ 250,00, por unidade. Se a taxa de câmbio se desvalorizasse para R$ 2,90 sua receita se elevaria para R$ 290,00, por unidade. Se tudo mais permanece constante (os custos de produção sendo os mesmos, por exemplo), isso seria um estímulo para que ele ofertasse mais desse produto no exterior e também incentivaria todos os demais exportadores a fazerem o mesmo. O aumento das exportações geraria uma maior oferta de dólares norte-americanos no mercado brasileiro. Da mesma forma, o turista estrangeiro que tivesse que pagar por uma diária de hotel no Brasil o valor de R$ 200,00 teria que desembolsar US$ 80,00 se a taxa de câmbio fosse R$ 2,50 por dólar. Mas essa diária representaria menos de US$ 69,00 se o valor da taxa de câmbio passassepara R$ 2,90 por dólar norte americano. Isso atrairia mais turistas estrangeiros para o Brasil, elevando a oferta de divisas. No caso dos importadores e dos turistas brasileiros que vão ao exterior, o comportamento seria simetricamente oposto. Quanto mais alta a taxa de câmbio, mais caros os produtos estrangeiros e maiores os gastos (em reais) dos turistas que saíssem do país. Isso desestimularia ambos os tipos de transação e reduziria a demanda por divisas. Já os fluxos financeiros (movimentos de capitais e rendas externos) são diretamente influenciados por fatores como taxas de juros e pelas oportunidades lucrativas de investimento nos vários países. O nível de risco oferecido pelas aplicações financeiras em cada país é outro elemento decisivo. Se um país oferece juros atraentes e o risco é baixo, em geral acabará atraindo investimentos de pessoas que residem no exterior. Isso eleva a oferta de divisas. Do mesmo modo, se as taxas de juros são mais altas dentro do país 28 Conjuntura Econômica do que no exterior, as empresas que atuam nesse país preferirão tomar empréstimos fora, pagando menos juros. O ponto a reter aqui é a idéia de que a taxa de câmbio é um preço, determinado no mercado de divisas pelas condições de oferta e demanda por moeda estrangeira. Mas, uma característica importante do mercado de câmbio é a existência de um agente com uma capacidade muito grande de comprar e vender divisas: o Banco Central. É ele quem administra as reservas internacionais do país e, por isso, pode atuar no mercado comprando ou vendendo grandes valores em moeda estrangeira, alterando as condições de oferta e demanda e, portanto, interferindo no nível da taxa de câmbio. O padrão típico de atuação do Banco Central no mercado de câmbio determina o regime cambial. De forma mais resumida: Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Numa primeira aproximação, pode-se dizer que existem dois regimes cambiais polares: Câmbio fixo: nesse regime, a taxa de câmbio é mantida constante. Se as condições de oferta e demanda mudarem e a taxa de câmbio (como qualquer preço) tende a se alterar, o Banco Central intervém de forma a manter a paridade fixada. Ele compra quando há excesso de ofertas e venda quando há excesso de demanda. Pode-se observar que o Banco Central tem uma regra clara: não permitir a flutuação da taxa de câmbio e, para isso, ele compra e vende dólares diretamente no mercado cambial. Nesse regime a necessidade de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio é máxima, exatamente para evitar a flutuação. Câmbio flutuante (livre flutuação): nesse regime, a taxa de câmbio pode variar (flutuar) continuamente, inclusive no intervalo de um único dia. A necessidade de intervenção do Banco Central é nula e o Banco Central permanece totalmente ausente do mercado de câmbio e a taxa passa a ser comandada exclusivamente pelas forças de mercado. Administrado. Entre esses dois regimes existem o misto ou administrado pelo BC. No primeiro caso, uma forma mais mitigada de câmbio fixo corresponde ao regime de bandas cambiais. Nesse regime, o Banco Central também está presente no mercado de câmbio, mas apenas para evitar flutuações excessivas que ultrapassem certos limites definidos e divulgados publicamente. Ele venderá divisas estrangeiras no mercado cambial caso a taxa atinja um teto e comprará dólares caso a taxa atinja um piso. No Brasil, entre março de Regime cambial é regra de funcionamento do mercado cambial, estabelecendo o papel e a forma de atuação do Banco Central neste mercado. 29 Conjuntura Econômica 1995 e janeiro de 1999, adotou-se um regime de bandas cambais móveis, isto é, os limites de flutuação eram revistos periodicamente a fim de administrar a progressiva elevação da taxa de câmbio. Regimes Cambiais Câmbio Fixo – Valor da taxa de câmbio inalterado / BC Câmbio Administrado (flutuante) / BC Bandas Cambiais: Limites pré-estabelecidos de alta e de baixa. “Flutuação Suja” (Intervenções esporádicas) Câmbio Flutuante – Livre Mercado Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ O regime de câmbio Administrado (bandas cambiais) foi praticado durante os primeiros anos do Plano Real e atuou como um coadjuvante no controle inflacionário. Diz-se que foi utilizada a âncora cambial para manter a inflação sob controle. Os bens e serviços que foram precificados em dólares norte americano mantinham seus preços razoavelmente constantes em Reais, assim como os preços dos bens e serviços importados. Outro ponto importante foi que após a abertura da economia em 1990, a âncora cambial trouxe muita concorrência a setores pouco competitivos da economia brasileira que tiveram que se reestruturar para alcançar maior produtividade, uma vez que tinham pouco espaço para aumentar seus preços como anteriormente. Contudo, para manter a taxa de cambio estável o Banco Central necessitava de reservas internacionais para atuar na ponta de venda quando havia pressão de compra de dólares norte americano. As diversas crises internacionais enfrentadas a partir de 1994 (México- 1995, Ásia-1997 e Rússia-1998) e o aumento da aversão ao risco mundial drenaram as reservas internacionais do país a um nível baixo, o que obrigou o Banco Central a desistir da âncora cambial e deixar a taxa de câmbio flutuar frente à moeda dos EUA. Durante essas crises o Real (R$) sofreu diversos ataques especulativos. Os investidores ao 30 Conjuntura Econômica perceberam que as reservas internacionais eram insuficientes para impedir a desvalorização cambial se desfaziam da moeda nacional para adquirir dólares norte- americanos, buscando forçar a desvalorização cambial e, assim, obter elevados rendimentos. A partir de janeiro de 1999, o Banco Central do Brasil adotou o regime de câmbio flutuante, onde as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio podem ou não ocorrer sem determinar uma regra clara de procedimento. De modo geral, os Bancos Centrais procuram atuar para que a taxa de câmbio não flutue excessivamente, a fim de evitar desestabilização no mercado de divisas estrangeiras. Sistema Financeiro e Monetário Nacional Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ O Sistema Monetário e Financeiro Nacional está estruturado em: subsistemas normativos, subsistemas operativos e órgãos auxiliares. Subsistemas Normativos a) Conselho Monetário Nacional (CMN). Criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 como poder deliberativo máximo do Sistema Financeiro do país, tendo como responsabilidade elaborar normas e diretrizes gerais para seu bom funcionamento. O CMN supervisiona as políticas monetária, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública do Brasil. O CMN é formado por Comissões Consultivas, que tratam de temas específicos, visando assessorar a CMN na elaboração das diretrizes de Política Monetária. A Comissão de maior destaque é o Comitê de Política Monetária (Copom), que trata de formular e executar a Política Monetária, objetivando a estabilidade de preços, criado em 1965. Integrado pelos Ministros da Fazenda, Planejamento e pelo Presidente do Banco Central. b) Comissão de Valor Mobiliário (CVM). Autarquia federal responsável pela regulação, autorização e fiscalização do mercado de capitais no país (aplicaçõesem portfólio, mercado futuro, bolsa de valor, etc.), criado em 1976. c) Banco Central do Brasil (órgão executor), instituído em 31.12.1964. EXERCÍCIO 7 CAMBIO E COMPETITIVIDADE Definição: Conjunto de instituições que têm por objetivo criar condições para manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores dentro do mercado financeiro. 31 Conjuntura Econômica Objetivos a) Zelar pela estabilidade de Preços. Metas Inflacionárias b) Zelar pela adequada liquidez da economia; c) Manter as reservas internacionais do país em níveis adequados; d) Estimular a formação de poupança em níveis adequados às necessidades de financiamento dos investimentos produtivos; e) Promover o constante aperfeiçoamento do sistema financeiro nacional. Funções a) Banco dos bancos: Fiscalizador; b) Depositário das reservas compulsórias e voluntárias; c) Depositário e controlador das reservas internacionais; d) Regulador e controlador da intermediação financeira; e) Controlador dos meios de pagamentos e da emissão (aprovada pelo CMN); f) Fiscalizador do funcionamento das instituições financeiras; e, g) Formulador e executor da Política Monetária. Regime de Metas Inflacionárias Na atualidade, diversos países adotam a prática de “Regime de Metas para a Inflação”. Esse regime é caracterizado por três elementos: O gestor: o Banco Central (Bacen), principal agente do sistema financeiro, é o responsável pela gestão do regime. A ele cabe manter a inflação sob controle (isto é, dentro das metas estabelecidas). A meta: o próprio Banco Central e o executivo estabelecem com antecedência as metas de inflação para os anos à frente. Em geral, são fixadas faixas de tolerância para a inflação, um intervalo com valores máximos e mínimos entre os quais está o “alvo” ou centro da meta. No Brasil, as metas são definidas pelo CMN – Conselho Monetário Nacional, composto pelo próprio presidente do Banco Central, o Ministro do Planejamento e o Ministro da Fazenda (presidente do Conselho). No Brasil, o índice escolhido para a definição da meta inflacionária foi o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE. O instrumento: o Banco Central utiliza a taxa de juros básica que no Brasil é a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) com o objetivo de manter á inflação no limite das metas estabelecidas. O Copom: Comitê de Política Monetária, composto dos diretores e presidente do Bacen se reúnem periodicamente e examinam a tendência da inflação. 32 Conjuntura Econômica Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Regime de Metas de Inflação: O gestor: Banco Central A meta: Inflação O instrumento: Taxa de Juros - Selic 33 Conjuntura Econômica Ano da adoção 1990 1991 1992 1993 1995 República Checa 1997 Coréia do Sul 1998 1999 1999 1999 1999 2000 2001 2001 2001 2001 2001 2002 2002 2005 2005 2005 2005 2006 2006 2006 2007 2007 2009 2009 2010 2012 2013 2013 2014 2015 Fonte: Respectivos Bancos Centrais Meta e Intevalo de tolerância 2% (+1pp/-1pp) PAÍSES QUE ADOTAM METAS DE INFLAÇÃO Países 2% 4,25% (+1,5pp/-1,5pp) 2% (+1pp/-1pp) 2% (+1pp/-1pp) 2% a 3% 2% (+1pp/-1pp) 2% (+1pp/-1pp) 3% (+1pp/-1pp) 2,5% (+1pp/-1pp) 2,5% (+1,5pp/-1,5pp) 3% a 6% 3% (+1pp/-1pp) 2% Canadá Inglaterra Austrália Suécia Colômbia 1% a 3% 8% (+2pp/-2pp) 3% 3% 5% (+1,5pp/-1,5pp) 5% (+2pp/-2pp) 3% a 7% 3,5% (+1pp/-1pp) 2,5% (+1pp/-1pp) 4,5% (+1,5pp/-1,5pp) México 4% (+2pp/-2pp) 2% 4% 4% (+2pp/-2pp) 5% (+2pp/-2pp) 3,0% (+1,5pp/-1,5pp) 3% (+1pp/-1pp) 2,5% (+1,5pp/-1,5pp) 3% (+1pp/-1pp) 2% (+1pp/-1pp) 3% (+1pp/-1pp) 4% (+1pp/-1pp) Polônia Tailândia África do Sul Chile Noruega Sérvia Israel Islândia Hungria Peru Filipinas Guatemala Uruguai Japão Rússia Índia Nova Zelandia Brasil Gana Albânia Georgia Moldávia Uganda Paraguai Indonésia Romênia Armênia Turquia 34 Conjuntura Econômica Brasil: Regime de Metas para a Inflação – IPCA Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 8 ,0 0 % 6 ,0 0 % 4 ,0 0 % 3 ,5 0 % 4 ,0 0 % 5 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,5 0 % 4 ,2 5 % 4 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,5 0 % 2 ,5 0 % 2 ,5 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 2 ,0 0 % 1 ,5 0 % 1 ,5 0 % 1 ,5 0 % 1 ,5 0 % 8 ,9 4 % 5 ,9 7 % 7, 6 7% 1 2 ,5 3 % 9 ,3 0 % 7 ,6 0 % 5, 6 9 % 3, 1 4% 4 ,4 6% 5 ,9 0 % 4 ,3 1 % 5 ,9 1 % 6, 5 0% 5 ,8 4 % 5, 9 1% 6 ,4 1 % 10 ,6 7 % 6 ,2 9 % 2 ,9 5 % 3 ,7 5 % 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 In fl a çã o R e al iz a d a Br: Regime de Metas para a Inflação X Variação anual do IPCA Propostas Margem Realizadas 35 Conjuntura Econômica Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Política Monetária. Determina o montante de recursos monetários em circulação e tem por objetivo manter a taxa de inflação no limite da meta pré- estabelecida. Para isso, o Banco Central deve controlar a oferta de moeda e influenciar a taxa de juros de mercado. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA 1. Depósito Compulsório: O Banco Central determina o percentual de reservas obrigatórias que os bancos comerciais devem manter junto ao BC em “reservas bancárias”. 2. Operações de Mercado aberto (Open Market): O Banco Central realiza leilões de compra e venda de títulos públicos. 3. Taxa de Redesconto: É a taxa de juros sobre os empréstimos que o Banco Central faz aos bancos comerciais. EXERCÍCIO 8 APLICAÇÕES FINANCEIRAS 36 Conjuntura Econômica Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL COPOM BANCO CENTRAL DO BRASIL BACEN OFERTA DE MOEDA (Base Monetária) SISTEMA BANCÁRIO JUROS DE MERCADO CONDIÇÕES DE CRÉDITO DEMANDA AGREGADA - CONSUMO - INVESTIMENTOS EMPREGO PRODUÇÃO (PIB) INFLAÇÃO TAXA BÁSICA DE JUROS (Selic) 37 Conjuntura Econômica O Papel do Setor Público: Política Fiscal Conceito: O principal instrumento da Política Fiscal de um país constitui a elaboração e execução do Orçamento Público que, no caso brasileiro, desdobra-se em três esferas: Federal, Estadual e Municipal. O Orçamento é constituído por Receitas e Despesas Públicas, ou seja, por ingresso e saída de recursos monetários. Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________a) RECEITAS PÚBLICAS: constituem o montante de recursos monetários oriundo de tributos, taxas, contribuições e de outras fontes recolhidas pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio público destinado a custear todas as despesas e investimentos públicos. As receitas públicas podem ser: a.1)Receitas Correntes: oriundas de tributos, taxas e contribuições de melhorias; de receita de contribuições sociais (previdência social, saúde e assistência social); de intervenção de domínio econômico como tarifas de telecomunicações; de receita patrimonial proveniente de bens de propriedade pública (aluguéis); de receita de exploração de atividade agropecuária; de receitas de prestações de serviços financeiros, de transporte, de saúde, de comunicação, entre outros; de receita industrial oriunda de ação direta do Estado em atividades comerciais, industriais ou agropecuárias; de transferências correntes oriundas de recursos financeiros de entidades públicas ou privadas e que se destinam a cobrir despesas correntes; de outras receitas correntes oriundas de multas, cobrança da dívida ativa, indenizações e etc. a.2) Receitas de Capital: oriundas das operações de crédito de constituição de dívidas (empréstimos e financiamentos); de alienação de bens provenientes de venda de bens móveis e imóveis e de alienação de direitos; de amortização de empréstimos concedidos à outras entidades de direito público; de transferência de capital que são recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados à aquisição de bens; de outras Política Fiscal: Trata das Receitas e Despesas Públicas. O Orçamento Público. A Política Fiscal cumpre, pelos menos, três objetivos: a) financiam os gastos públicos, b) distribui a renda; e, c) promove o crescimento e o desenvolvimento, e a geração de renda e emprego. 38 Conjuntura Econômica receitas de capital, tais como superávit do orçamento corrente (diferença entre receitas e despesas correntes), embora este não constitua item orçamentário. a.3) Receitas Extraorçamentárias: são aquelas que não fazem parte do orçamento público, tais como caução, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito por antecipação de receita e outras operações assemelhadas. É preciso ressaltar que essas receitas não constituem renda para o Estado, uma vez que este é apenas depositário de tais valores. Contudo, essas receitas somam-se às disponibilidades financeiras do Estado, porém têm em contrapartida um passivo exigíve que será resgatado quando da realização da correspondente despesa extra orçamentária. Excepcionalmente, tais receitas poderão converter-se em receita orçamentária, quando alguém perde em favor do Estado o valor de uma caução por inadimplência ou quando perde o valor depositado em garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua prescrição administrativa decorrida. b) DESPESAS PÚBLICAS: oriundas de dispêndios realizados pelos entes públicos no intuito de custear serviços públicos prestados à sociedade ou à realização de investimentos públicos. As despesas públicas deverão ser autorizadas por Ato Administrativo do Poder Legislativo. As despesas públicas podem ser: b.1) Despesas Correntes: constituem despesas de custeio destinadas à manutenção de serviços, tais como pessoal, material de consumo, serviços de terceiros, gastos com obras de conservação e adaptação de bens imóveis; outras transferências correntes que constituem despesas que não correspondem à contraprestação direta de bens ou serviços por parte do Estado como subvenções sociais, econômicas, entre outras. b.2) Despesas de Capital: são as de investimentos públicos oriundos do planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, de equipamentos e material permanente que irão constituir ou aumentar o capital físico do Estado, sem fins comerciais ou financeiros; inversões financeiras que constituem as despesas com aquisições de imóveis; e, por fim, as transferências de capital que constituem as de numerário à entidades para a realização de investimentos ou inversões financeiras. Nessas despesas incluem também àquelas destinadas às amortizações da dívida pública. 39 Conjuntura Econômica Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Formas de Financiamento do Setor Público a) Política Fiscal: Aumento das receitas públicas e/ou redução das despesas públicas, com geração de superávit fiscal ou primário do governo central, dos governos regionais (estadual e municipal) e das empresas públicas, e; b) Recursos Extra-Fiscais: b.1) Emissão de Moeda O Tesouro Nacional (União) pede emprestado ao Banco Central. Essa forma de financiamento causa impacto inflacionário (imposto inflacionário), mas não aumenta o endividamento público junto ao setor privado. Conhecido como monetização da dívida, significando que o Bacen cria moeda (base monetária) para financiar a dívida do Tesouro. Esse procedimento não é mais utilizado no país. b.2) Operações de compra e venda de Títulos da dívida Pública ao setor privado. Operação de open market: Mercado Interno e Externo Essa forma de financiamento faz com que o governo troque títulos (ativo financeiro não monetário) por moeda já em circulação. Aumenta a taxa de juros e o endividamento interno aumenta. Estratégias de Política Fiscal. Ações de Governo Resultados de Curto Prazo a) Receitas (T) < Despesas (G + IG). Déficit Primário. Política Fiscal Expansionista. Crescimento econômico mais acelerado, aumento da oferta de trabalho. Endividamento interno e/ou externo e inflação. b) Receitas (T) = Despesas (G + IG). Equilíbrio Primário. Política Fiscal Neutra, em termos macroeconômicos. Crescimento econômico mais moderado; menor oferta de trabalho, sem comprometimento de novos recursos de terceiros e inflação moderada. c) Receitas (T) > Despesas (G + IG). Superávit Primário. Política Fiscal Contracionista. Baixo crescimento econômico e oferta de trabalho. Poupança Pública Positiva oriunda de “sobras” de recursos orçamentários. Inflação sob controle. O setor privado deve ser estimulado a investir na produção e, se isto ocorrer, à taxa de crescimento econômico pode ser mais elevado. 40 Conjuntura Econômica b.3) Empréstimos, Financiamentos e Créditos: Mercados Interno e Externo Empréstimos, financiamentos e créditos nos mercado interno e externo: pagamentos de juros e amortização dos governos federal, estadual e municipal. Situação das Contas Públicas Resultado Primário ou Fiscal Representa o saldo entre receitas públicas e despesas públicas no exercício, sem incidência dos encargos financeiros da dívida do setor público. Mede o comportamento fiscal do país e, ao mesmo tempo, avalia o governo em sua administração orçamentária, no sentido de reduzir o endividamento do setor público. Também conhecida como “meta fiscal”. c) Resultado Operacional Resultado primário ou fiscal + juros reais internos e externos da dívida do setor público. d) Resultado Nominal ou Total Nominal ou Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). A NFSP avalia o desempenho da administração pública, em um determinado período de tempo, geralmente entre 01 de janeiro a 31 de dezembro, apurada nos três níveis de governo (federal estadual e municipal). Este instrumento apura o montante de recursos que o setor público não financeiro necessita captar junto ao setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios relativos aos serviços da dívida pública. Calculado a partir da variação mensal da dívida líquida do setor público. Indica o fluxo líquido de novos
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