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Resolução nº125 do CNJ. Contexto histórico, objetivos da resolução e como ela contribui para o acesso à justiça.
 
CONTEXTO HISTÓRICO
No Brasil, a solução conciliada possui referência nas Ordenações Filipinas e na Carta Maior de 1824, que dizia que “sem ter intentado o meio de reconciliação, não se começará processo algum. E, para esse fim, haverá o juiz de paz”.
Em 1827, uma lei específica disciplinava a função do Juiz de Paz, “que eram eleitos e não precisavam ser bacharéis em direito”. Mas, políticas mais conservadoras do Legislativo impediram o avanço da atividade, pelo fato de eles terem ampliado sua atuação, até mesmo em questões de âmbito jurisdicionais.
No Brasil contemporâneo, o Poder Judiciário vem encontrando sérios entraves como a sobrecarga e a morosidade que tem prejudicado sua atuação ferindo alguns de seus valores, como o senso de justiça e a paz social. O ingresso de ação judicial para solução de toda e qualquer demanda acabou sobrecarregando o Poder Judiciário, causando extrema lentidão na solução dos conflitos.
Resgatando as causas que provocam essa explosão de litigiosidade no país podemos elencar a rápida transformação cultural por que veio passando a sociedade brasileira nos últimos anos. 
Todo processo pela democratização que representou uma modificação na cultura e conhecimento a ponto de aumentar a demanda pelo direito de ação, representou um rito de passagem do autoritarismo que marcou o período do regime militar para o esperado Estado Democrático de Direito.
Soma-se a este contexto social o advento da nova ordem constitucional no Brasil que com a promulgação da Constituição Federal de 1988 influenciou fortemente a sociedade acerca dos direitos e garantias fundamentais e esse amadurecimento ratificou o Estado Democrático de Direito.
Os motivos que suscitaram o interesse do tema do acesso à justiça no Brasil, no início dos anos 1980, foi devido ao processo político e social da abertura política.
A atual Constituição Federal de 1988, no art. 98, inciso II, cita a instituição da Justiça de Paz “remunerada, eleita e temporária”, mas que não afeta a prática processual.
OBJETIVOS DA RESOLUÇÃO Nº125 DO CNJ
Diante da explosão de litigiosidade, considerando o esgotamento do sistema e a necessidade de que a jurisdição real se aproxime da jurisdição legal passa-se a defender a aplicação em larga escala das técnicas de conciliação e mediação sem ignorar a aplicação dos direitos e garantias constitucionais. Não basta apenas como garantia apenas o acesso aos órgãos do Poder Judiciário, é necessário o acesso à ordem jurídica justa, efetiva e adequada.
Durante muito tempo prevaleceu entre nós a cultura do processo e, principalmente, da sentença. A sociedade deixou de entender que as partes são perfeitamente capazes de solucionarem seus conflitos sem a intervenção do Poder Judiciário.
O Conselho Nacional de Justiça, implementou a Política Nacional de Mediação e Conciliação no Judiciário Brasileiro através da Resolução nº. 125, de 29 de novembro de 2010, que dispõe “sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos e dá outras providências”:
Da Política Pública de tratamento adequado dos conflitos de interesses
Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacional de tratamento dos conflitos de interesses, tendente a assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua natureza e peculiaridade.
Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe, além da solução adjudicada mediante sentença, oferecer outros mecanismos de soluções de controvérsias, em especial os chamados meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim prestar atendimento e orientação ao cidadão.
A Resolução 125 consolidou uma política pública permanente de incentivo aos mecanismos consensuais de solução de litígios. Introduziu a conciliação e a mediação como política pública de tratamento de conflitos visando que a jurisdição seja aplicada com eficácia e modernização.
O documento é considerado um marco no impulso à prática da conciliação e mediação no Judiciário brasileiro. Com a Resolução, a conciliação começou a ser vista como um mecanismo que deve fazer parte da rotina dos tribunais brasileiros, por meio da implantação de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e de Cidadania (Cejusc), determinada pelo ato normativo. Com o Cejusc, qualquer cidadão que queira conciliar pode, em qualquer tempo, fazer o acordo.
Os métodos alternativos são equivalentes jurisdicionais, por serem formas de solução de conflitos não jurisdicionais e chamados de equivalentes exatamente porque, não sendo jurisdição, funcionam como técnica de tutela de direitos, resolvendo conflitos ou certificando situações jurídicas, que podem não ser definitivas, pois podem ser submetidas ao controle jurisdicional.
O que se ver é uma nova postura do Poder Judiciário perante aos Métodos Alternativos de Conflitos como forma de enfrentar os congestionamentos nas instâncias ordinárias e Tribunais Superiores, além de analisar a eficácia da descentralização do serviço jurisdicional utilizando a conciliação e a mediação como política pública para a solução de litígios.
Em sua introdução, a Resolução 125 explicitou justificativas para a criação dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos:
CONSIDERANDO a necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução litígios;
CONSIDERANDO que a conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de litígios, e que a sua apropriada disciplina em programas já implementados nos país tem reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças;
CONSIDERANDO ser imprescindível estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos tribunais;
CONSIDERANDO a relevância e a necessidade de organizar e uniformizar os serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos, para lhes evitar disparidades de orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução da política pública, respeitadas as especificidades de cada segmento da Justiça;
CONSIDERANDO que a organização dos serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos deve servir de princípio e base para a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, verdadeiros órgãos judiciais especializados na matéria;
 CONTRIBUIÇÕES TRAZIDAS PELA LEI 125, CNJ
Num mundo que está sempre acelerado, decorrente de avanços tecnológicos, não pode o ordenamento jurídico ficar alheio a essa realidade. Nesse contexto, a adoção dos métodos alternativos torna-se uma via alternativa valida e pertinente.
A Resolução 125 do CNJ reconheceu os métodos alternativos de solução de conflitos como formas de pacificação social. O CNJ entende que métodos como Mediação e a Conciliação contribuem para a diminuição do número de demandas que sobrecarregam o Poder Judiciário e comprometem sua eficiência.
Em resumo, a Resolução 125 propõe uma verdadeira mudança no sistema judiciário brasileiro, esses novos processos tendem a ser vantajoso para todos.
Existem vantagens óbvias tanto para as partes quanto para o sistema jurídico, se o litígio é resolvido sem necessidade de julgamento. A sobrecarga dos tribunais e as despesas excessivamente altas com os litígios podem tornar particularmente benéficas para as partes as soluções rápidas e mediadas. Assim, o CNJ atribuiu aos órgãos judiciários a responsabilidade de oferecer outros meios consensuais como a mediação e a conciliação. 
Um importante passo dado pela Resolução nº. 125 do CNJ foi visar à formação mais rígida do conciliador e do mediador, além da ampliação da estrutura dos Núcleos de Conciliação e Cidadania. A capacitação de conciliadores e mediadores passou a ser feita por formação em cursos ministrados pelos tribunais, a reciclagem permanente e a avaliação do usuário. O atodo CNJ criou, inclusive, o Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais, que trata dos princípios e garantias, das regras que regem os procedimentos e das responsabilidades dos conciliadores e mediadores no Brasil.
A Resolução também estabeleceu parâmetros de conteúdo programático e carga horária, regras para o estágio supervisionado e a certificação. Definiu princípios para a atuação dos conciliadores e mediadores judiciais em um código de ética específico.
Determinou aos tribunais a criação de um Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, responsáveis pela realização das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao cidadão.
O que a Resolução 125 fez foi consolidar todas as conquistas até então obtidas, instituindo uma política judiciária de tratamento adequado dos conflitos de interesses, obrigatória por todos os órgãos do Judiciário nacional. Os serviços ofertados teriam para sua prestação, pessoas capacitadas, treinadas e aperfeiçoadas constantemente. E os serviços deveriam ser prestados em um Centro de Solução de Conflitos e de Cidadania (Cejusc) em caráter permanente. Além da resolução dos conflitos, um outro serviço a ser ofertado pelo Cejusc, por meio do seu Setor de Cidadania, é o de orientação e informação dos jurisdicionados em suas dúvidas e problemas jurídicos não, necessariamente, em situação de conflito.
Portanto a Resolução 125 do CNJ foi um marco histórico na regulação dos métodos para resolução de conflitos. Tivemos também aprovação da Lei 13.140, que dispõe sobre a mediação entre particulares e a autocomposição de conflitos no âmbito da Administração Pública. E tivemos, também, a aprovação do novo Código de Processo Civil, que privilegia a mediação e a conciliação na área judiciária. Assim, as condições são inteiramente favoráveis para a consolidação da conciliação no Brasil.
CONCLUSÃO
A resolução traz uma série de inovações no trato das conciliações já realizadas aos procedimentos processuais. Propõe ainda uma mudança com a construção de um novo ideal. As diretrizes apontam para a exigência de uma nova postura dos sujeitos que atuam na prestação jurisdicional, para a construção de uma justiça mais eficaz.
A adoção dos métodos alternativos para solucionar conflitos reduzem custos e atrasos, barateando a máquina estatal.
CONSULTAS
revistafonamec_numero1volume1.pdf (tjrj.jus.br)
O que são os métodos adequados de solução de conflitos (direitoprofissional.com)
O que é a Resolução 125 do CNJ - Conciliaki
Resolucao_n_125-GP.pdf (cnj.jus.br)

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