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Morena, protagonista da novela Salve Jorge, foi uma das vítimas do tráfico de mulheres ocorrido na Turquia. Assim como nas ficções televisivas, a questão do tráfico acomete drogas, pessoas, e hoje, como um dos principais, os animais em todo o país, visto que, na realidade social, ainda não há um combate ativo à biopirataria com a eficiência adequada. Dessa maneira, devido à negligência estatal com o assunto e à falta de informação da população, urge uma cultura de tráfico de animais no Brasil que precisa, dessa forma, ser combatida. Pontua-se, de início, a morosidade governamental consoante o tráfico de animais nas fronteiras brasileiras. Segundo a Constituição Federal, é dever do Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção das espécies. Entretanto, percebe-se a ineficiência desse processo quando não há um olhar mais ostensivo por parte do governo às políticas de fiscalização nas fronteiras brasileiras com o aparato policial adequado e, ainda, falta de leis mais atuais e severas que promovam a ação conjunta da Polícia Militar Ambiental e do Ibama, tanto na punição dos criminosos, quanto nos programas de destinação adequada para a soltura dos animais vítimas desse mal. Nesse sentido, vale salientar, ainda, a falta de informação da população relacionada ao tráfico de animais no país. Como principal fator, há a falta de conscientização da população referente a ilegalidade de conduta, em que, muitas vezes, a captura e criação de animais em cativeiro não é visto como crime, e sim, algo cultural. Esse fato é comprovado na colocação de terceira maior atividade ilícita do mundo, de acordo com dados do Canal Ciência Criminal, em que, as pessoas, privadas do conhecimento acerca da realidade insalubre e de maus tratos a qual os animais são tratados no tráfico destes, não cumprem um papel fundamental no combate ao não denunciarem os diversos casos vistos. Portanto, para que a fauna seja devidamente protegida e preservada como descrito na Constituição são necessárias mudanças. A princípio, o Estado, por ser gestor e regulador das leis, deve agir na atualização da Lei dos Crimes Ambientais, por meio da atualização dos crimes relacionados ao porte e transporte ilegal dos animais, em especial ao aumento da pena e diferenciação para quem cria sem autorização das penas para quem trafica, para que, dessa forma, haja a repressão à biopirataria de forma eficiente e o combate ao tráfico de animais seja possível.