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Disfunções Sexuais

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1 Bruna Lago Santos 
 
 
 
 
 
 
 
1. Estudar as disfunções sexuais. 
As características essenciais das disfunções sexuais são: 
1. incapacidade de responder à estimulação sexual ou 
2. experiência de dor durante o ato sexual. 
Disfunção sexual pode ser definida pela perturbação no sentimento subjetivo do prazer ou desejo, em geral 
associada ao sexo, ou pelo desempenho objetivo. De acordo com a 10ª revisão da Classificação internacional 
de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10), disfunção sexual se refere à incapacidade de uma 
pessoa de “participar de um relacionamento sexual como gostaria”. 
No Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5ª edição (DSM-5), as disfunções sexuais 
incluem: 
1. transtorno do desejo sexual masculino hipoativo 
2. transtorno do interesse/excitação sexual feminino 
3. transtorno erétil 
4. transtorno do orgasmo feminino 
5. ejaculação retardada 
6. ejaculação prematura (precoce) 
7. transtorno da dor gênito-pélvica/penetração 
8. disfunção sexual induzida por substância/ medicamento 
9. outra disfunção sexual especificada e 
10. disfunção sexual não especificada. 
As disfunções sexuais podem ser permanentes ou adquiridas, generalizadas ou situacionais, e resultam de 
fatores psicológicos, fatores fisiológicos, fatores combinados e inúmeros estressores, incluindo normas 
culturais proibitivas, problemas de saúde e problemas do parceiro e conflitos no relacionamento. 
As disfunções sexuais com frequência estão associadas a outros transtornos mentais, como transtornos 
depressivos, de ansiedade, da personalidade e esquizofrenia. Em muitos casos, uma disfunção sexual pode 
ser diagnosticada junto com outro transtorno psiquiátrico. Se a disfunção for principalmente atribuível a um 
transtorno psiquiátrico subjacente, apenas o transtorno subjacente deve ser diagnosticado. 
 
• DESEJO, INTERESSE E TRANSTORNOS DA EXCITAÇÃO 
➢ TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL MASCULINO HIPOATIVO 
Esta disfunção é caracterizada por uma deficiência ou ausência de fantasias sexuais e desejo pela atividade 
sexual por um período mínimo de aproximadamente seis meses. A prevalência reportada de baixo desejo é 
maior nos extremos mais jovem e mais velho do espectro etário, com apenas 2% dos homens entre 16 e 44 
anos sendo afetados por esse transtorno. 
A presença de desejo depende de vários fatores: impulso biológico, autoestima adequada, capacidade de 
aceitar a si mesmo como uma pessoa sexual, a disponibilidade de um parceiro apropriado e um bom 
relacionamento com o parceiro em áreas não sexuais. Danos ou a ausência de algum desses fatores podem 
diminuir o desejo. 
O diagnóstico não deve ser feito a menos que a falta de desejo seja uma fonte de sofrimento para o paciente. 
➢ TRANSTORNO DO INTERESSE/EXCITAÇÃO SEXUAL FEMININO 
 
2 Bruna Lago Santos 
A combinação de interesse (ou desejo) e excitação em uma categoria disfuncional reflete o reconhecimento 
de que as mulheres necessariamente não avançam de forma gradual do desejo até a excitação, mas com 
frequência experimentam desejo de forma sincronizada, ou mesmo depois, do início de sentimentos de 
excitação. Isso é verdadeiro em particular para mulheres em relações duradouras. 
Como corolário, as mulheres que experimentam disfunção sexual podem vivenciar a incapacidade de sentir 
interesse ou excitação, ou ambos, e costumam ter dificuldade em atingir o orgasmo ou sentem dor 
associada. Algumas podem experimentar disfunções ao longo de todo o espectro de resposta/prazer sexual. 
As queixas nessa categoria disfuncional apresentam-se de forma variada, tais como: decréscimo ou escassez 
de sentimentos, pensamentos ou fantasias eróticas; redução no impulso para iniciar o sexo; receptividade 
diminuída ou ausente às aproximações do parceiro; ou incapacidade de responder à estimulação do 
parceiro. 
➢ TRANSTORNO ERÉTIL 
Um homem com transtorno erétil ao longo da vida nunca conseguiu obter uma ereção suficiente para 
penetração. No transtorno erétil adquirido, um homem conseguiu ter sucesso na penetração em alguma 
época de sua vida sexual, mas posteriormente não foi mais capaz de fazer isso. No transtorno erétil 
situacional, um homem é capaz de ter relações sexuais em certas circunstâncias, mas não em outras; por 
exemplo, ele pode ter um funcionamento eficiente com uma prostituta, mas não é capaz de ter uma ereção 
quando está com sua parceira. Essa é a queixa principal de mais de 50% de todos os homens tratados para 
transtornos sexuais. Transtorno erétil ao longo da vida é raro; ocorre em cerca de 1% dos homens com 
menos de 35 anos. A incidência de transtorno erétil aumenta com a idade. 
O transtorno erétil pode ser orgânico ou psicológico, ou uma combinação de ambos, mas, em homens jovens 
e de meia-idade, a causa é geralmente psicológica. 
 
• TRANSTORNOS DO ORGASMO 
➢ TRANSTORNO DO ORGASMO FEMININO 
É definido como a inibição recorrente ou persistente do orgasmo feminino, conforme manifestado pelo 
retardo repetitivo ou pela ausência de orgasmo depois de uma fase de excitação sexual que um clínico julgue 
ser adequada em foco, intensidade e duração – em suma, a incapacidade de uma mulher de atingir o 
orgasmo por meio de masturbação ou coito. 
➢ EJACULAÇÃO RETARDADA 
Na ejaculação retardada, por vezes denominada ejaculação atrasada, um homem consegue ejacular durante 
o coito com grande dificuldade, quando consegue. O problema raramente está presente na masturbação, 
mas aparece durante o sexo com uma parceira. Um homem com ejaculação retardada ao longo da vida 
nunca foi capaz de ejacular durante atividade sexual com uma parceira. O problema é em geral mais 
pronunciado durante atividade coital. O transtorno é diagnosticado como adquirido se ele se desenvolver 
depois de um funcionamento previamente normal. 
➢ EJACULAÇÃO PRECOCE 
Na ejaculação prematura, os homens, de forma persistente ou recorrente, atingem o orgasmo e a ejaculação 
antes do momento desejado. O diagnóstico é feito quando um homem ejacula com regularidade antes ou 
em cerca de 1 minuto após a penetração vaginal. O DSM-5 se refere apenas a “penetração vaginal” em seus 
critérios diagnósticos, mesmo sendo inteiramente possível que o transtorno ocorra em homens 
homossexuais que não se engajem em penetração vaginal. O DSM-5 define o transtorno como leve se a 
ejaculação ocorrer em torno de 30 segundos a 1 minuto após a penetração vaginal; moderado se ocorrer 
aproximadamente 15 a 30 segundos da penetração vaginal; e grave, quando ocorrer no início da atividade 
sexual ou em até 15 segundos após a penetração vaginal. 
 
 
 
3 Bruna Lago Santos 
• TRANSTORNOS DA DOR SEXUAL 
➢ TRANSTORNO DA DOR GÊNITO-PÉLVICA/PENETRAÇÃO 
No DSM-5, este transtorno se refere a uma ou mais das queixas a seguir, das quais duas ou mais podem 
ocorrer juntas: 
1. dificuldade em manter relações sexuais; 
2. dor gênito-pélvica; 
3. medo de dor na penetração; e 
4. contração dos músculos do assoalho pélvico. 
Antigamente, esses transtornos da dor eram diagnosticados como dispareunia (dor genital recorrente ou 
persistente que ocorre antes, durante ou depois da relação sexual) ou vaginismo (constrição do terço 
externo da vagina devido a estreitamento ou espasmo involuntário da musculatura do assoalho pélvico, o 
vaginismo interfere na inserção do pênis e na relação sexual). 
 
• DISFUNÇÃO SEXUAL DEVIDA A UMA CONDIÇÃO MÉDICA GERAL 
• DISFUNÇÃO SEXUAL INDUZIDA POR SUBSTÂNCIA/ MEDICAMENTO

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