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Aula 9A - Transferências

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A transferência
Teoria Psicanalítica – Aula 9A
Transferência - conceito
O conjunto de todas as formas pelas quais o paciente vivencia com a pessoa do terapeuta, na experiência emocional da relação analítica, todas as representações que ele tem de seu self, as relações objetais que habitam seu psiquismo e os conteúdos psíquicos que estão organizados como fantasias inconscientes, com as respectivas distorções perceptivas, de modo a permitir “interpretações” do psicanalista, as quais possibilitem a integração do presente com o passado, o imaginário com o real, o inconsciente com o consciente.
Transferência – tripé da prática da psicanálise
RESISTÊNCIA
TRANSFERÊNCIA
INTERPRETAÇÃO
Transferência – histórico
Tudo começou com um “Era uma vez....”
Dr. Breuer, estou apaixonada por ti
Oh... Meu Gzuis, o que faço agora!?!? Eu também estou apaixonado por ela....
Já sei, vou viajar com minha esposa. Assim, fujo dessa mulher histérica e de minha paixão louca, e salvo meu casamento!!! 
#partiuluademel2
Transferência – histórico
1895 – Estudos sobre a histeria = forma de resistência – obstáculo à análise;
1905 – Dora = paciente reproduz o reprimido não como lembrança, mas como ação repetitiva.
A transferência ainda continuava sendo conceituada como uma resistência e como um artefato indesejável para o bom andamento da análise da época, isto é, como um obstáculo para tornar consciente a repressão inconsciente e pré-consciente.
Transferência – histórico
1905 – Caso Dora / Pós-escrito: tendo sido conceituada como novas edições revistas ou fac similes de impulsos e fantasias, passando a considerá-lo uma inevitável necessidade. 
1909 – Homem dos Ratos: a transferência foi vista como um caminho penoso, porém necessário. Nesse ano, ao estudar as neuroses obsessivas, Freud faz a primeira referência da transferência como um agente terapêutico.
1910 – Analogia com a química: No trabalho relativo às Cinco leituras sobre psicanálise, afirmou que “os sintomas são precipitados de anteriores eventos amorosos que só podem dissolver-se à elevada temperatura da transferência e, portanto, transformar-se em outros produtos químicos”
Transferência – histórico
1912 – No trabalho A dinâmica da transferência reforça o entendimento anterior. Usa uma linguagem bélica: a transferência opera tal como num campo de batalha em que a vitória (cura da neurose) tem que ser conquistada;
Em 1914 (Novas recomendações...), postula que somente a repetição na transferência pode libertar as lembranças reprimidas e assim evitar uma eterna compulsão à repetição, como actings substitutos. Introduz o conceito de neurose de transferência. 
Transferência – histórico
1915 – (Observações sobre o amor de transferência): Classifica as transferências em positivas (as amorosas) e negativas (as sexuais), estas últimas ligadas às resistências. 
1916/17 – (Conferências introdutórias): Distinção entre neuroses transferenciais e narcísicas, afirmando as narcísicas (às psicoses) não poderiam ser tratadas psicanaliticamente por não haver libido disponível para a formação da transferência.
1920 – (Além do princípio do prazer): A transferência aparece como exemplo da compulsão à repetição.
1923 – (O ego e o id): Incluiu a participação de figuras superegóicas e dos mecanismos de defesa do ego.
Transferência – Tipos
Positiva
Negativa
Especular
Idealizadora
Erótica e erotizada
Perversa
Impasse
Transferência – tipos
Positiva: referia-se a todas as pulsões e derivados relativos à libido, especialmente os sentimentos carinhosos e amistosos, mas também incluídos os desejos eróticos, desde que tenham sido sublimados sob a forma de amor não sexual e não persistam como um vínculo erotizado;.
Negativa: Transferências nas quais predominava a existência de pulsões agressivas com os seus inúmeros derivados, sob a forma de inveja, ciúme, rivalidade, voracidade, ambição desmedida, algumas formas de destrutividade, as eróticas incluídas, etc.;
Transferência – tipos
Especular: se dá em pacientes com fixações em etapas primitivas, com carência nas relações mais básicas. O paciente busca na relação terapêutica alguém para suprir essa falta. Pode aparecer como uma tentativa de fusão. Quando o movimento transferencial representa uma busca de um “espelho” na pessoa do analista – que o reflita, reconheça e devolva a sua imagem de auto idealização, vitalmente necessária para que o paciente sinta que, de fato ele existe e é valorizado.
Transferência – tipos
Idealizadora: O analisando forma uma percepção idealizada do analista, atribuindo-lhe a perfeição. Corresponde a uma etapa do desenvolvimento emocional primitivo, na qual a criança tem necessidade de estruturar o seu self pela da idealização dos pais, denominada imago parental idealizada. Encobre uma forte carga persecutória subjacente do analisando, como também representa uma forma de controle onipotente desse sobre o analista, pelo fato de que poderia o último sentir-se obrigado a corresponder à perfeição que lhe era atribuída. Se o analista tiver uma estrutura excessivamente narcisista, de modo a se sentir gratificado com a idealização e assim, ao invés de ser um processo transitório, a transferência idealizadora pode ficar cronificada, o que impossibilitaria o surgimento de ocasionais períodos de “transferência negativa”
Transferência – tipos
Erótica: Esse tipo de transferência está mais vinculada com a necessidade que qualquer pessoa tem de ser amada, sendo que essa demanda por compreensão, reconhecimento e contato emocional, PODE se fundir (e con-fundir) com o desejo de um contato físico em relação ao analista. 
Erotizada: intensa atração sexual pelo analista, atração essa que se converte em um desejo sexual obcecado, permanente, consciente, egossintônico e resistente a qualquer tentativa de análise. 
Transferência – tipos
Perversa: O paciente tenta perverter o setting para modificar as regras do atendimento., por meio de alterações nas formas de pagamento, na obtenção de privilégios, em alguma forma de provocação para tirar o analista de seu lugar, etc. Em se tratando de pacientes predominantemente psicopatas, essa atitude transferencial perversa pode se constituir como uma constante que exige redobrados esforços do terapeuta, sendo que, muitas vezes, as sucessivas atuações podem definir uma condição de não analisibilidade. 
Transferência - tipos 
Impasse: designa períodos transferenciais típicos de situações de “impasses analíticos” que podem culminar com a temível situação de uma “reação terapêutica negativa”. A transferência do paciente tanto adquire uma forte tonalidade erotizada que, enquanto dura, pode impossibilitar o curso da análise, conforme foi descrito, ou, como acontece mais comumente, o analisando fica invadido por ansiedades paranóides, de modo que todo o seu discurso é concentrado em queixas e acusações ao seu analista, ao mesmo tempo em que fica em um estado de tamanha defensividade que não consegue escutar o que seu analista diz.
Transferência – na prática clínica
Em Relação ao Setting: 
A análise não cria a transferência; apenas propicia a sua redescoberta, bastante facilitada pela instalação do setting que favorece algum grau de regressão do paciente, por meio de uma intimidade, porém processada com uma certa privação sensorial, frustrações inevitáveis, assimetria de papéis, etc. 
Há transferência em tudo, porém nem tudo é transferência a ser analisada e interpretada. Assim, há uma significativa diferença entre o analista trabalhar na transferência ou trabalhar sistematicamente na análise da transferência.
Transferência – na prática clínica 
Uma questão instigante: A pessoa do analista é unicamente um “objeto transferencial” no qual o paciente reedita suas experiências passadas ou na transferência ele também representa e funciona como um objeto real e novo?
consiste em uma necessidade de repetição 
sendo uma 
repetição de necessidades 
TRANSFERÊNCIA
SETTING
Transferência – na prática clínica 
Analista 
Analisando
TRANSFERÊNCIACONTRATRANSFERÊNCIA
A transferência do analisando promove um estado contratransferencial do analista, da mesma forma a moderna psicanálise vincular considera que a transferência do analista também pode condicionar e estruturar a resposta transferencial do paciente.
Transferência 
ASSIM, 
Aspectos reais do analista podem influenciar na transferência (sexo, idade, ideologia, forma de interpretar, o consultório)
Os aspectos da relação real que se expressam pelo “match”, bem como, também, o fato muito importante de que o analista também funciona como um novo modelo de identificação, transformacional, por via da sua forma de pensar, contatuar com as verdades, modo de enfrentar as angústias e de como ele exerce as funções que Bion denomina continente e função-alfa
Transferência – na prática clíncia 
Em Relação às Resistências:
O surgimento da transferência pode expressar a superação de resistências, como também pode funcionar a serviço da resistência (resistência contra a tomada de conhecimento da transferência e resistência contra a resolução transferencial).
Transferência 
Em Relação às Interpretações:
Antes de formular a sua interpretação, o analista deveria fazer um trabalho de elaboração interna que o levasse a considerar as seguintes perguntas: Quem (qual objeto interno, ou qual a parte dele próprio) está falando pela voz do paciente? O que está sendo dito?; de que forma e vinculado a quê?; Por que agora? Com quem (qual a “parte” do analista, que ele visualiza naquele momento) o paciente está falando? Para o que (comunicar, ou o contrário disso; talvez provocar efeitos contratransferenciais como meio de comunicação primitiva, etc.)?
Transferência – na prática clínica 
Em Relação às Interpretações:
Também deve-se considerar:
O risco de um transferencialismo por parte do analista: Reducionismo para o “aqui-agora-comigo” a tudo que o paciente falar - analista caçador de transferências. O analista vê transferência em tudo, mesmo quando não existe – as vezes um charuto é só um charuto).
Transferência especular e idealizadora:
Deve aceitá-las inicialmente pois visam preencher buracos afetivos e cognitivos do paciente, porém devem durar o tempo necessário para que a análise efetue uma experiência emocional transformadora, permitindo a passagem da “posição narcisista” do paciente para uma “posição edípica”. 
Transferência – na prática clínica 
Também deve-se considerar: 
Transferência erótica/erotizada: ficar atento ao que o paciente espera/tem medo do analista - 1) mantenha-se frio, indiferente e distante; 2) fique perturbado e substitua as interpretações compreensivas por dissimuladas críticas, acusações e lições de moral; 3) que fique envolvido em uma intimidade sexual que caracteriza uma perversão da transferência.
Em Relação às Interpretações:
Transferência – na prática clínica 
Deve também considerar:
Psicose de transferência: evitar ao máximo entrar na provocação de um clima polêmico que o levaria a ficar enredado nas malhas de uma defensividade ou ofensividade. Necessário juntamente entender a dinâmica daquilo que está passando-se no psiquismo do paciente, reunir as condições de uma adequada “continência”, ou uma ativa paciência.
Transferência negativa: capacidade negativa (Bion) – poder conter os sentimentos desagradáveis despertos dentro do analista.
Em Relação às Interpretações:
Transferência 
BIBLIOGRAFIA:
Zimerman, D. E. (2008). Transferências. Transferência de Impasse. Psicose de Transferência. In: Manual de técnica psicanalítica: uma re-visão. Porto Alegre: Artmed, pp. 127-139.
Zimerman, D. E. (2017). Transferências. In: Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, pp. 331-346.

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