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A HISTÓRIA DO PROJUDI O chamado "processo digital", "processo eletrônico" ou "processo virtual" só surgiu oficialmente no aparato jurídico brasileiro com a edição da Lei Nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006 (Lei de Informatização do Processo Judicial). No entanto, já vinha sendo implantado por alguns órgãos do Judiciário, a exemplo de diferentes modelos de processo informatizado e peticionamento eletrônico que vinham sendo utilizados pelo Supremo Tribunal Federal (Sistema e-STF), Superior Tribunal de Justiça (Sistema E-Pet), Tribunal Superior do Trabalho (Sistema e-DOC) e Tribunal Regional Federal da Primeira Região (Sistema e-Proc). O Projudi foi doado por seus desenvolvedores, André Luis Cavalcanti Moreira e Leandro de Lima Lira, ao Conselho Nacional de Justiça em setembro de 2006. A doação contemplou a cessão dos direitos de propriedade do software, que já se encontrava registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o nome de Prodigicon, sob o registro de número 66552, de 20 de abril de 2005. Lembremos que, coincidentemente, a Lei Nº 11.419 foi promulgada em 19 de dezembro de 2006, dois meses antes da referida doação de software, e com vacatio legis de 90 dias. O CNJ, em 2013, por meio da Resolução Nº 185, determinou aos tribunais a necessidade da padronização e uniformização dos sistemas informatizados, no âmbito do Poder Judiciário, adotando assim o sistema PJ-e, que já vinha sendo utilizado em maior escala pelo Justiça do Trabalho. O Projudi foi tratado como software livre. Software livre é uma expressão utilizada para designar qualquer programa de computador que pode ser executado, copiado, modificado e redistribuído pelos usuários gratuitamente. Os usuários têm livre acesso ao código-fonte do software e fazem alterações conforme as suas necessidades. Destaque-se que a utilização de softwares com código aberto foi tratada pela Lei de Informatização do Processo Judicial, em seu Art. 14, embora tal adoção não tenha ficado expressamente caracterizada como uma obrigação por parte dos órgãos do Judiciário: Art. 14. Os sistemas a serem desenvolvidos pelos órgãos do Poder Judiciário deverão usar, preferencialmente, programas com código aberto, acessíveis ininterruptamente por meio da rede mundial de computadores, priorizando-se a sua padronização. O fato de o código fonte do sistema Projudi ser livremente distribuído aos tribunais não o caracteriza como software livre. Durante a implantação, o sistema, que era voltado ao juizado do consumidor, sofreu inúmeras modificações, passando a comportar outros tipos de processos e tramitações. Em 2005, o nome do sistema foi alterado para Projudi, quando foi instalado no Tribunal de Justiça da Paraíba, sendo usado até hoje sob o nome E-jus. Em setembro de 2006, os autores assinaram com o CNJ um termo de doação de software, entregando em caráter definitivo e gratuito o código-fonte, a documentação do sistema e todos os direitos de propriedade industrial, direito autoral ou de qualquer outra propriedade intelectual relacionados ao Projudi.