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Parasitas
Os parasitas de interesse clínico são divididos em 2
grupos:
Protozoários: compostos por uma única célula,
eucariontes. Ex: Sarcodina (amebas), Sporozoa
(esporozoários), Mastigophora (flagelados), Ciliata
(ciliados).
Helmintos: metazoários, multicelulares,
eucariontes. Ex: Platelmintos (vermes chatos),
nematelmintos (nematódeos- vermes cilíndricos).
Ambos possuem ciclos de vida, que podem envolver
múltiplos hospedeiros ou apenas um.
Amebas são protozoários com diversos habitats,
amplamente dispersas no ambiente.
Possuem vida livre, parasitária (Entamoeba
histolytica) ou comensal (E. coli)
Amebíase
Entamoeba histolytica
Apresenta a forma de cisto- forma infectante e
resistente; e de trofozoíto.
Cisto
Esferas refringentes e hialinas.
Possuem 1 a 4 núcleos; 1 núcleo é para cistos
jovens, além disso, possuem uma área rica em
glicogênio (G- mancha vermelha acastanhado) e
uma área de corpos cromatóides (CC-
aglomerados de ribonucleoproteínas)
Conforme o cisto evolui, os núcleos podem
aumentar por endomitose e a área de glicogênio e
de CC é perdida.
Trofozoíto
É a forma invasiva.
Possui grande variedade de forma e tamanho-
pleomórfico.
Único núcleo.
Em volta da membrana temos glicocálice, com
glicoconjugados tipo lipofosfoglicano que ajuda a
ligação dele ao tecido.
Gabriela O. 2º período
No citoplasma temos vacúolos com
amido/bactérias/hemácias sendo digeridos; essas
partículas são ingeridas por transporte de
membrana, pinocitose ou fagocitose.
Se movem por emissão de pseudópodes e se
multiplica por reproducação binária (assexuasa)
Ciclo parasitário da E. histolytica
Parasito monóxemo (1 único hospedeiro).
Infecção oral.
O cisto ingerido passa íntegro (é resistente ao
suco gástrico) até a sua eclosão no íleo terminal ou
no cólon (já está na sua forma madura).
Após a eclosão pode ocorrer o encistamento
desses novos cistos; pode ocorrer a eliminação
pelas fezes, onde eles permanecem vivos por até
30 dias no meio externo; pode ter a evolução
desses parasitas para trofozoíto que pode se
tornar invasivo.
A forma invasiva do trofozoíto podem se aderir na
mucosa intestinal pois eles possuem glicoproteínas
que atuam como adesinas, além disso, na sua M
encontramos receptores para fibronectina e
laminina.
Ao se aderir, começa secretar enzimas que
possuem ação líticas, que levam à lise tecidual, com
isso temos a formação de úlceras.
Hialuronidase: degrada ácido hialurônico.
Proteases: degradam proteínas, principalmente
proteínas de junção células-células.
Mucopolissacaridases: degrada muco e
polissacarídeos da superfície da parede intestinal.
Além disso, liberam proteínas formadoras de poros,
que se aderem à MP da célula alvo, formando um
canal que permite a entrada de água para meio
interno, levando a lise dessa célula pelo aumento da
pressão hidrostática dentro dessa célula.
Os trofozoítos continuam a se replicar, e a destruir
esse tecido.
Em alguns casos os trofozoíto podem alcançar o
capilar sanguíneo e entrar na circulação, se
disseminando pela via hematogênica; atinge o fígado
pelo sistema porta. Podendo ocorrer a lise do
parênquima hepático.
Gabriela O. 2º período
Ciclo não patogênico, na luz do intestino.
Ciclo patogênico, no pulmão, fígado, etc.
Podem existir diferentes manifestações clínicas:
Amebíase intestinal (comum)
Evacuação diarreica ou pastosas 2 a 4 vezes por
dia; raramente ocorre febre.
Nesse caso há agressão apenas da mucosa
intestinal.
Colite disentérica
Disenteria aguda; cólicas intestinais; 8 a 10
evacuações, moles mucosanguinolentas; febre
moderada.
Nesse caso há uma agressão mais extensa da
lâmina própria da mucosa intestinal, levando a
liberação de sangue.
Amebíase extra intestinal (menos comum)
Quando alcança a corrente sanguínea, e o fígado,
levando a lise de hepatócitos.
Abscessos hepáticos; dor abdominal. febre;
hepatomegalia.
Abcessos podem ocorrer no pulmões, cérebro e
região perianal.
Ascaridíase
Agente etiológico: Ascaris lumbricoides- são
vermes que possuem trato digestivo completo;
parasitas intestinais.
Durante seu ciclo de vida, migram por diferentes
tecidos e sistemas para que ocorra sua maturação.
Vermes longos; machos menores com extremidade
anterior afiladas- região da boca; extremidade
posterior espiralada.
As fêmeas são maiores; região posterior mais reta
e grossa.
Apresentam uma cutícula lisa que dá um aspecto
brilhante; boca centrada com 3 lábios grandes com
papilas sensoriais, que auxiliam na ancoragem
também.
Após o canal deferente, esse sptz passa para o
canal ejaculatório, atravessa a cloaca e chega nas
espículas.
Gabriela O. 2º período
Os dois úteros se unem para formar a vulva. A
medida que os ovos são formados no ovários, são
conduzidos para o oviduto, armazenados no
ovidutos ou úteros. Cada fêmea pode por 200 mil
ovovs por dia no intestino do hospedeiro.
Reprodução
A copulação ocorre dentro do intestino do
hospedeiro.
A fêmea é fecundada várias vezes, pois não há o
epidídimo para a maturar a motilidade do sptz. Os
sptz se acumulam no oviduto ou utero e fertilizam
os ovos que encontram nessa região.
Um ovo fértil foi fecundado pelo sptz; ovo infértil
não foi fecundado.
O ovo fértil possui no seu interior uma célula
germinativa e um citoplasma granuloso; é envolto
por 3 camadas:
externa (mamilonada) formado por
mucopolissacarídeos.
média (albuminosa): espessa, hialina e lisa;
substância quitinosa associada à proteínas,
principalmente albumina.
interna: delgada, impermeável à água. 75% de
lipídios. Protege o ovo de lise.
Ovo fértil:
Ovo infértil:
Se um paciente é infectado com verme fêmea, ele
só vai possuir ovos inférteis, e esses ovos não são
capazes de infectar outras pessoas. Se tiver macho
e fêmea, pode infectar.
Ciclo do Ascaris lum�icoides
Após a liberação do ovo, essa célula vai sofrer o
embrionamento, mas para que ele ocorra é
necessário muito oxigênio, nós não temos uma
disponibilidade muito grande dentro da alça
intestinal, por isso ela é liberada para o meio
externo, onde encontra temperatura ótima de 25 a
30ºc e onde tem muito O2.
Embrionamento ocorre em 2 semanas.
Larva L1: rabditóide- quer dizer que seu esôfago
ainda não é retilíneo- é uma larva não infecciosa.
Uma semana após o embrionamento temos a
mudança para l2.
Larva L2: não é infectante ainda. Ocorre outra
muda.
Larva L3: filarióide, infecciosa.
Gabriela O. 2º período
Os ovos larvados permanecem infectantes no solo
por vários meses.
Após a ingestão do ovo com a larva L3 (o ovo é
resistente ao suco gástrico), eclodem no intestino
delgado, principalmente no duodeno-
principalmente pela diminuição de dióxido de
oxigênio.
Ao eclodir, invade mucosa intestinal, alcança vasos
linfáticos e sanguíneos, migra até o fígado, +/-24h
após a eclosão. Do fígado ela pode continuar na
circulação sistêmica e pode alcançar o coração
após 2 e 3 dias, onde é direcionada para o tronco
pulmonar e alcança os pulmões.
No pulmão, elas ficam retidas nos vasos sanguíneos
do septo interalveolar. Após 9 dias da eclosão,
ocorre uma mudança na larva, passa a ser L4.
L4 sai da parede do alvéola e muda para o alvéola,
sofre muda L5. A larva L5 é arrastada pelo muco
para os bronquíolos, brônquios, traqueias, faringe, é
deglutida, alcança o estômago…
No intestino delgado e grosso ela coloniza, após
20- 30 dias, a L5 matura para verme jovens e
adultos; 60 dias após infecção, possuem
maturidade sexual.
A transmissão se dá principalmente pela ingestão
de água contaminada, alimentos contaminados,
subungueal (presença de ovos embaixo da unha,
levando a mão para a boca).
Os ovos possuem grande capacidade de adesão,
então não são facilmente removidos através da
lavagem.
Patogenia do Ascaris lumbricoides
Larvas
Se for uma infecção com poucas larvas sendo
liberadas no lúmen intestinal, não há alteração, nem
sintomatologia.
Se for uma infecção maciça, há lesão hepática e
pulmonar.
Vermes adultos
Se for baixa carga deparasitas, não há
manifestações clínicas.
Média ou alta infecção: ação espoliadora
(subnutrição e desgaste físico e mental- abdome
dilatado); ação tóxica (edema, urticária, convulsões
epileptiformes)- esse parasita é marcado por IgE,a
resposta imune pode causar manifestações; ação
mecânica (obstrução intestinal- devido ao
emaranhado de vermes)
Locais mais comuns de aparecerem: apêndice cecal,
causando apendicite aguda; canal colédoco,
podendo levar a obstrução; canal de wirsung= canal
pancreático principal, causa pancreatite aguda.
A eliminação pode ser pela boca, nariz, etc.
Gabriela O. 2º período

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