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sinapses e NT (1)

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Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia- Fernanda Daumas 
 SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
TRANSMISSÃO SINÁPTICA 
• Depende do potencial de ação para acontecer. 
No terminal do axônio já existe vesículas com 
neurotransmissores que sofrerão exocitose ao 
entrar cálcio no final do axônio. 
• É uma comunicação celular que envolve um 
ou mais neurônios em sítios de contato espe-
cializados chamados sinapses. O neurônio 
pré-sináptico libera seu neurotransmissor na 
fenda sináptica (região entre os dois neurô-
nios) e o neurônio pós-sináptico recebe os 
neurotransmissores. 
• Falaremos das sinapses químicas que são as 
que mais ocorrem em humanos. 
EXPERIMENTO DE OTTO LOEWI 
• Esse experimento possibilitou descobrir as si-
napses químicas. Ao colocar dois corações de 
rã em baldes comunicantes com água ele dei-
xou o primeiro com o seu nervo vago e o se-
gundo sem. Logo após deu uma estimulação 
no nervo abrindo os canais de voltagem e libe-
rando acetilcolina. Esse coração 1 começou a 
entrar em bradicardia e depois ele percebeu 
que o segundo também entrou nesse estado. 
Assim, ele concluiu que o que fez o primeiro 
diminuir a frequência cardíaca foi para a água 
e chegou no coração 2. 
SINAPSES QUÍMICAS 
• O neurotransmissor é liberado na fenda sináp-
tica e vai influenciar os canais iônicos depen-
dentes de ligantes; 
• Depende do potencial de ação; 
• Unidirecional; 
• A substancia química pode ser excitatória ou 
inibitória. 
REQUISITOS PARA A SINAPSE 
• Precisa haver síntese do retransmissor e seu 
empacotamento em vesículas influenciadas 
por cálcio; 
• Precisa haver potencial de ação da célula; 
• O alvo precisa se comunicar com a substân-
cia, ou seja, ele precisa ter um receptor para 
esse neurotransmissor. O neurotransmissor 
precisa ser capaz de modificar esse receptor 
de alguma forma, como por exemplo abertura 
dos canais de sódio. 
• Alguns mecanismos removem o neurotrans-
missor da fenda sináptica. 
LIBERAÇÃO DO NEUROTRANSMISSOR 
• A vesícula se funde a membrana plasmática 
do neurônio para sofrer exocitose pela célula. 
• Quanto maior cálcio na célula maior a quanti-
dade de vesículas liberadas. 
ETAPAS DA LIBERAÇÃO VESICULAR 
1. Empacotamento dos neurotransmissores em 
vesículas. 
2. Ancoragem dessas vesículas no terminal axô-
nio 
3. Entrada de cálcio 
4. Exocitose da vesícula 
 As vesículas são recicladas (geralmente por proteí-
nas clatrina) e serão preenchidas por mais neurotrans-
missores. A ancoragem depende de uma maquinaria 
muito complexa de proteínas. Caso haja problemas 
nas proteínas a célula não libera neurotransmissores 
mesmo que entre em potencial de ação. 
TOXINA BOTULÍNICA 
• A toxina botulínica ataca esse complexo 
SNARE e impede a liberação de neurotrans-
missores. Essa toxina prejudica a sinapse co-
linérgica e pode parar o funcionamento de 
nervos e músculos, no entanto em baixa con-
centração pode ser usada para fins estéticos 
como a utilização de Botox. Nesse caso as ru-
gas são marcas de expressão devido a cons-
tante contração do musculo que ocorre pela 
produção de acetilcolina. Como a toxina im-
pede a liberação de acetilcolina o musculo 
não contrai ficando com aparência ‘lisa’. Em 
caso de altas concentrações de toxina inge-
rida ela atinge rapidamente a musculatura 
respiratória levando a parada cardíaca. 
RECEPTORES PARA NEUROTRANSMIS-
SORES 
SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia- Fernanda Daumas 
 SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
• Assim que os neurotransmissores são libera-
dos na fenda sináptica eles irão se ligar a re-
ceptores específicos para eles. Esses recep-
tores ficam na membrana do neurônio pós-si-
náptico. Esses receptores podem ser de dois 
tipos. 
RECEPTORES IONOTRÓPICOS 
• São receptores e ao mesmo tempo são ca-
nais iônicos para esse neurotransmissor. 
• Exemplos: NMDA, AMPA, cainato (NT Gluta-
mato), colinérgicos nicotínicos (NT Acetilco-
lina), GABA-A (NT GABA) 
 
RECEPTORES METABOTRÓPICOS 
• Esse receptor reconhece o neurotransmissor e 
através de reações químicas intracelulares in-
fluencia a abertura de canais iônicos próxi-
mos. Esse receptor não funciona como canal 
iônico. 
• Em geral esse tipo de receptor possui um sinal 
mais amplificado 
 
RESPOSTA NO TERMINAL PÓS-SINÁP-
TICO DEPENDE DA ISOFORMA DO RE-
CEPTOR 
• Um mesmo neurotransmissor pode desempe-
nhar diferentes papeis dependendo do local 
em que for atuar. A acetilcolina por exemplo 
diminui a frequência cardíaca no coração 
(efeito inibitório), e já nas junções neuromus-
culares ela provoca contração (efeito excitató-
rio), já que os músculos expressam outro tipo 
de receptor metabotrópico diferente das célu-
las cardíacas para acetilcolina. 
Neurônio colinérgico: libera acetilcolina 
Neurônio adrenérgico: libera adrenalina 
EXEMPLO: ADRENALINA 
• Os vasos sanguíneos do intestino expressam 
um receptor alfa adrenérgico e seu efeito é va-
soconstrição. Os vasos sanguíneos dos mús-
culos expressam receptores beta adrenérgicos 
e nesse caso a adrenalina causa vasodilata-
ção. 
AUTO-RECEPTORES 
• São neurônios pré-sinápticos que também 
possuem receptores para o neurotransmissor 
que ele liberou. Nesse caso, o neurotransmis-
sor vai interagir com o receptor da célula alvo 
e também com o receptor do neurônio pré-si-
náptico. Devido a interação com o neurônio 
pré o aumento da quantidade NT tende a cau-
sar feedback negativo na produção de NT. 
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 SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
REMOÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES 
DA FENDA SINÁPTICA 
• Em casos normais o NT é removido da fenda 
sináptica para que não ocorra seu efeito pro-
longado e indesejável. 
POSSIBLIDADES 
1. O NT pode ser recaptado para o terminal pré e 
ser degradado por enzimas ou ser recarre-
gado para vesículas. 
2. Pode ser recaptado por células da glia. 
3. Pode ser degradado por enzimas ainda na 
fenda sináptica. 
EXEMPLOS: ACETILCOLINA 
• A acetilcolina é degradada por uma enzima 
que está no meio extracelular chamada acetil-
colinesterase. O gás SARIN inibe a acetilcoli-
nesterase. Nesse caso como a acetilcolina 
promove bradicardia no coração seu efeito 
prolongado devido a inibição da acetilcolines-
terase prolonga essa bradicardia e os bati-
mentos podem não ser suficientes para levar 
sangue para todo o corpo e causar morte. 
• Nos brônquios ela causa constrição, em alta 
concentração ela pode fechar os brônquios 
causando parada respiratória. 
ALGUNS MEDICAMENTOS AGEM IMPEDINDO 
A RECAPTAÇÃO 
• Os antidepressivos agem inibindo a recapta-
ção de serotonina, NT envolvido com humor. 
CLASSIFICAÇÃO DAS SINAPSES 
QUANTO AO ARRANJO SINÁPTICO 
AXODENDRÍTICA 
• Ocorre entre o terminal do axônio e o dendrito 
do neurônio alvo. 
AXOSSOMATICA 
• Terminal do axônio e corpo celular do outro 
neurônio 
AXOAXÔNICA 
• Ocorre entre o terminal de um axônio e outro 
terminal axonal. 
• Esse tipo de sinapse não influencia no poten-
cial de ação e sim nos canais de sódio depen-
dentes de voltagem. 
 
INTEGRAÇÃO SINÁPTICA 
• Ao considerarmos um neurônio ele pode estar 
recebendo diversas sinapses e não só uma, 
podem ser axossomatica, axodendriticas, etc. 
• Essas sinapses também podem ser inibitórias 
ou excitatórias e o balanço de todas essas si-
napses que definira se o neurônio entra ou 
não em potencial de ação. 
 
 
• Com todas essas sinapses o neurônio pode 
entrar em potencial de ação ou não. 
POTENCIAIS EXCITATÓRIOS PÓS-SINÁPTI-
COS(PEPS) 
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 SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
• São as entradas excitatórias; 
• Ocorre a abertura dos canais de sódio e po-
tencial de ação, no entanto esse potencial pre-
cisa chegar na zona de disparo. 
SOMAÇÃO ESPACIAL ETEMPORAL 
• Quando a somação ocorre é mais provável 
que o neurônio entre em PEPS 
• Na somação espacial três conexões ao 
mesmo tempo são maiores que uma só 
• Na somação espacial uma conexão entrando 
3 vezes favorece um maior potencial do que 
um só. 
• Da mesma forma que essa somação pode ser 
excitatória, ela também pode ser inibitória e ao 
invés de abrir canal de sódio ela abre canal de 
cloreto 
• Se a somação ocorrer perto do cone de im-
plantação pode ser que ela ganhe em relação 
a uma eu esteja no dendrito. 
 
POTENCIAIS INIBITÓRIOS PÓS-SINÁPTI-
COS(PIPS) 
• Dificulta a célula entrar em potencial de ação; 
• Ocorre abertura dos canais de potássio ou clo-
reto 
• Apesar de ser um neurônio inibitório ele pre-
cisa ter antes entrado em potencial de ação. 
 Para que o PEPS ou o PIPS ganhe é preciso consi-
derar algumas coisas. 
INIBIÇÃO PRÉ-SINÁPTICA 
• Um terceiro neurônio pode atuar influenciando 
em uma sinapse. 
NEURÔNIO INIBITÓRIO 
• o terceiro neurônio atua no terminal sináptico 
do neurônio que irá liberar o neurotransmissor 
inibindo a corrente de cálcio e consequente-
mente a liberação do NT 
NEURÔNIO EXCITATÓRIO FACILITADOR 
• Nesse caso o terceiro neurônio prolonga a en-
trada de cálcio e consequentemente do NT. 
 Sendo assim, podemos concluir que a efetividade de 
um PEPS despolarizar um neurônio e conseguir um 
potencial de ação depende de inúmeras coisas, dentre 
elas a distância dele até a zona de disparo e o número 
de PEPS ativado em conjunto. 
HORMÔNIOS X NT 
• Os hormônios necessariamente precisam ser 
liberados por glândulas no sangue ou em al-
guma cavidade e NT é uma substancia libe-
rada por um neurônio numa fenda. 
AGONISTA E ANTAGONISTA 
• Uma substancia agonista possui uma forma 
relativamente parecida com a substância origi-
nal e por isso pode se ligar ao receptor facili-
tando sua ação. um agonista colinérgico atua 
no organismo da mesma forma que a acetil 
colina. Sendo assim, o efeito agonista facilita a 
conexão. 
• Uma substancia antagonista bloqueia a ativi-
dade do receptor e impede que a ação dele. 
Uma substancia antagonista age impedindo a 
ação de algum NT. 
 
• Os remédios no sistema nervoso em geral são 
antagonistas ou agonistas. 
JUNÇÃO NEUROMUSCULAR 
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 SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
• A acetil colina também é encontrada nas jun-
ções neuromusculares. Essas junções são as 
conexões entre neurônio e célula muscular es-
triada esquelética. Nessas junções só há um 
NT que é a acetilcolina, então todos os neurô-
nios que inervam esse musculo são colinérgi-
cos. A acetilcolina irá provocar contração do 
musculo e o seu relaxamento se dá com a au-
sência desse NT. 
MIASTENIA GRAVIS 
• É uma doença autoimune causada pela degra-
dação da placa motora e consequentemente 
os receptores colinérgicos. O indivíduo não 
consegue contrair os músculos nessa região.

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