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SALVADOR 2021 DIREITO 2021.1 Bruno Rocha da Silva – 282200011 Gabriel Moraes de Oliveira – 016201239 Ingrid Sacramento Sobral Silva – 221181006 João Roblêdo Cardoso Silva – 232201012 Rafael Pereira dos Santos – 232201086 PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. Uma das formas especiais de extinção da obrigação – Código Civil 2002. A pesquisa sobre o tema supracitado, exposto no texto que segue e em apresentação oral – em formato de vídeo, publicado na rede social Youtube, faz parte da avaliação N2 que compõe a matéria Obrigações e Responsabilidade Civil, ministrada pela Professora Liz Santana, no curso de Direito, Unifacs – Campus Lapa – Noturno – 3º semestre. Sumário CONCEITO ........................................................................................................ 3 CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 5 EMBASAMENTO LEGAL ................................................................................... 5 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 7 ANEXO ............................................................................................................... 7 CONCEITO Em que pese o pagamento ser o fim natural de toda obrigação, o nosso ordenamento jurídico contempla algumas formas especiais de extinção da obrigação, apontadas pela doutrina como pagamentos especiais ou indiretos. Dito isto, iniciaremos os estudos de um desses formatos, o pagamento com sub- rogação. Para Carlos Roberto Gonçalves, sub-rogação, geralmente é utilizado para determinar situações em que uma coisa substitui outra coisa ou uma pessoa a outra pessoa. Ou seja, um objeto ou um sujeito jurídico será posto em lugar de outro diverso. E Pablo Stolze ratifica, ao afirmar que para a ciência jurídica, sub- rogação, traduz-se por substituição de sujeitos ou objetos, em uma relação jurídica. Para melhor esclarecer o conceito, tomemos o exemplo de um fiador que tem interesse na extinção de uma obrigação para livrar o seu patrimônio de uma execução judicial, providência o pagamento ao credor original. Pois bem, de acordo com o art. 831 CC/2002 “o fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor”. Ou seja, substitui justamente o credor original. Em outro exemplo, quando se trata da entrega de um animal, objeto indivisível, havendo pluralidade de devedores, o código civil no seu art. 259 preceitua que cada um será obrigado pela dívida toda. Então, aquele que pagar sozinho, entregar o animal, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados, conforme disposto no parágrafo único do artigo comentado. Temos então, dois exemplos de sub-rogação pessoal, quando um terceiro efetua o pagamento e substitui o credor como titular do crédito, desde que em conformidade com o regramento jurídico. Outrossim, a sub-rogação também pode ser real, quando se nota a segunda parte do conceito, a substituição de uma coisa por outra coisa. Exemplo, art. 1.911, parágrafo único do código civil, “no caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros.”. Carlos Roberto Gonçalves considera sobre a sub-rogação real: A sub-rogação real “supõe a ocorrência de um fato por virtude do qual um valor sai de um patrimônio e entra outro, que nele fica ocupando posição igual à do primeiro. O valor que se adquire é tratado como se fora o que se perde: passa a estar sujeito à mesma condição ou regime jurídico”. Assim, por exemplo, no regime da comunhão parcial de bens entram na comunhão os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso (CC, art. 1.660, I). Todavia, se a aquisição foi feita à custa de bens particulares de um dos cônjuges, os bens adquiridos tornam-se também próprios desse cônjuge, porque ficam sub-rogados no lugar dos alienados (CC, art. 1.659, II). (GONÇALVES, 2020, p. 467) O ilustre professor Carlos Roberto Gonçalves ainda diz sobre a sub-rogação pessoal: Na sub-rogação pessoal, segundo Clóvis Beviláqua, ocorre a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou emprestou o necessário para solvê-la. Aduz o emérito jurista nacional: “Em princípio, diz Laurent, ‘o pagamento extingue a obrigação de um modo absoluto, isto é, em relação a todas as pessoas interessadas, e com todos os seus acessórios, fianças, privilégios, hipotecas’ (Cours élémentaire, vol. III, n. 32). Um terceiro efetuando o pagamento, o resultado é o mesmo, a dívida extingue-se; mas o terceiro terá, em relação ao devedor, a ação de in rem verso, com que se possa ressarcir até a concorrência da utilidade, que o devedor fruiu”. (GONÇALVES, 2020, p. 467) Ademais, como muito bem exposto pelo professor Pablo Stolze, a substituição ocorre de duas formas, pela força da lei ou por convenção das partes. Observe: pagamento com sub-rogação legal e pagamento com sub-rogação convencional. O art. 346 do CC/2002 aponta três hipóteses de sub-rogação legal: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Já o art. 347 do CC/2002 disciplina as duas hipóteses de pagamento com sub- rogação convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. CARACTERÍSTICAS Como foi dito inicialmente, o pagamento com sub-rogação faz parte do rol exceções à regra de que o pagamento extingue a obrigação. Tal formato traz as seguintes características: I – O pagamento não extingue a obrigação, apenas muda o credor; II – Atenção, somente haverá extinção obrigacional em relação ao credor; III – O novo credor terá o direito de cobrar a dívida com todos os seus acessórios; IV – Em tese, pode-se caracterizar uma vantagem para o credor, que recebe o pagamento de uma dívida que o devedor não teria condições de honrar; V- Também em tese, caracteriza-se vantagem para o devedor, que evita ações ou execuções pendentes ou iminentes; VI – Não há que se falar em prejuízo para terceiros, posto que não se altera a situação, são mantidos os valores acordados e as garantias, troca-se apenas um credor pelo outro. Carlos Roberto Gonçalves lembra que a origem do instituto remonta ao direito romano, com a ideia de assegurar proteção ao terceiro que salda dívida alheia, não permitindo, portanto, a possibilidade de um enriquecimento ilícito do devedor. EMBASAMENTO LEGAL Há previsão do pagamento com sub-rogação nos arts. 346 a 351 do código civil. Esse instituto guarda algumas similaridades com a cessão de crédito, o próprio código civil, art. 348, impõe a uma das hipóteses de sub-rogação convencional o mesmo tratamento da cessão de crédito. Esclareça-se: a cessão de crédito tem aspecto especulativo, visa lucro, não é o caso da sub-rogação; na cessão de crédito, geralmente existe a negociação de um valor que difere da obrigação inicial, a sub-rogação legalconsidera a proporção do pagamento efetuado. JURISPRUDÊNCIA REGRESSO POR PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Ação movida por adquirentes de imóvel em face dos vendedores em razão de terem pago por dívida trabalhista dos réus para levantar a penhora que recaia sobre o imóvel adquirido. Hipótese de pagamento com sub-rogação (art. 346, inciso II, do CC). Sub-rogação do novo credor nos direitos, ações e privilégios do credor primitivo (art. 349 do CC), inclusive quanto à prescrição. Mesmo prazo prescricional aplicável à relação jurídica originária. Precedentes. Ação trabalhista contra empregador (vendedor). Prazo prescricional quinquenal (art. 7º, XXIX, da CF) não transcorrido quando da propositura da ação (art. 219, § 1º, do CPC/1973, então vigente). Prescrição inocorrente. Comprovação do pagamento. Acordo na ação trabalhista suficiente para tal fim. Recurso não provido. (TJ-SP - AC: 10082211120138260127 SP 1008221-11.2013.8.26.0127, Relator: Mary Grün, Data de Julgamento: 11/12/2019, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 11/12/2019) CONCLUSÃO Observa-se então, a sub-rogação tem por principal efeito jurídico a transferência ao novo credor, conforme disposto no art. 349 do CC/2002, “todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e seus fiadores”. Para concluir, vale destacar três pontos importantes e corriqueiros deste instituto. Primeiro, em caso de sub-rogação convencional, poderá haver convenção entre as partes e estipular a diminuição de privilégios ou garantias que haviam sido concedidas ao credor originário. Ponto dois, o art. 350 do CC/2002, caso de sub-rogação legal, informa, “o sub- rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor”. Ou seja, o novo credor só terá direito a cobrar um valor igual ao seu desembolso. E por fim, em caso de concorrência entre o credor originário e o sub-rogado para recebimento da dívida, o art. 351 do CC/2002, que nos diz que, caso os bens do devedor não sejam suficientes para pagar o valor total da dívida, ou seja, tenha o suficiente para quitar apenas um dos credores, o originário terá a preferência. O que é ratificado pelo professor Pablo Stolze como regra acertada, em virtude da própria anterioridade do crédito e inexistência de solução mais adequada. REFERÊNCIAS GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo; Novo Curso de Direito Civil, Volume 2: Obrigações. 20ª ed. São Paulo: Saraiva. GONÇALVES, Carlos Roberto; Direito Civil Brasileiro, Volume 2: Teoria Geral das Obrigações. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. ANEXO TJ-SP - Apelação Cível _ AC 1008221-11.2013.8.26.0127 SP 1008221- 11.2013.8.26.0127 jusbrasil.com.br 5 de Junho de 2021 2º Grau Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação Cível : AC 1008221-11.2013.8.26.0127 SP 1008221-11.2013.8.26.0127 - Inteiro Teor Processo AC 1008221-11.2013.8.26.0127 SP 1008221-11.2013.8.26.0127 Órgão Julgador 7ª Câmara de Direito Privado Publicação 11/12/2019 Julgamento 11 de Dezembro de 2019 Relator Mary Grün Inteiro Teor PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Registro: 2019.0001046193 ACÓRDÃO https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/908386358/apelacao-civel-ac-10082211120138260127-sp-1008221-1120138260127 https://www.jusbrasil.com.br/processos/159616802/processo-n-1008221-1120138260127 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 1008221-11.2013.8.26.0127, da Comarca de Carapicuíba, em que são apelantes RONALDO SARDINHA e SOLANGE ROCHA NEVES, são apelados PEDRO LUIZ TIMOTEO e OZANA MARIA RODRIGUES TIMOTEO. ACORDAM , em sessão permanente e virtual da 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto da Relatora, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN (Presidente), RÔMOLO RUSSO E MARIA DE LOURDES LOPEZ GIL. São Paulo, 11 de dezembro de 2019. MARY GRÜN Relatora Assinatura Eletrônica PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO VOTO Nº: 12944 APELAÇÃO Nº: 1008221-11.2013.8.26.0127 COMARCA: CARAPICUÍBA APTEs.: RONALDO SARDINHA e SOLANGE ROCHA NEVES APDOs.: PEDRO LUIZ TIMOTEO e OZANA MARIA RODRIGUES TIMOTEO REGRESSO POR PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Ação movida por adquirentes de imóvel em face dos vendedores em razão de terem pago por dívida trabalhista dos réus para levantar a penhora que recaia sobre o imóvel adquirido. Hipótese de pagamento com subrogação (art. 346, inciso II, do CC). Sub- rogação do novo credor nos direitos, ações e privilégios do credor primitivo (art. 349 do CC), inclusive quanto à prescrição. Mesmo prazo prescricional aplicável à relação jurídica originária. Precedentes. Ação trabalhista contra empregador (vendedor). Prazo prescricional quinquenal (art. 7º, XXIX, da CF) não transcorrido quando da propositura da ação (art. 219, § 1º, do CPC/1973, então vigente). Prescrição inocorrente. Comprovação do pagamento . Acordo na ação trabalhista suficiente para tal fim. Recurso não provido. Vistos . Trata-se de ação de cobrança movida por adquirentes de imóvel em face dos vendedores em razão de terem pago por dívida trabalhista dos réus para levantar a penhora que recaia sobre o imóvel adquirido. A r. sentença (fls. 107/108 proferida em 16/01/2017; DJE de 29/03/2017) julgou procedente a ação “condenando os requeridos a pagar aos autores a quantia de R $ 28.913,32 (vinte e oito mil, novecentos e treze reais e trinta e dois centavos), conforme planilha de fls. 05, devidamente atualizada pela T a b e l a p r á t i c a d o t r i b u n a l d e J u s t i ç a d e s d e c a d a d e s e m b o l s o e a c r e s c i d a PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO de juros moratórios que ora fixo em 1% ao mês, contados a partir da citação”. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708317/artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708226/inciso-ii-do-artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725979/inciso-xxix-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Apelam os réus (fls. 111/118) alegando que “houve a ocorrência da prescrição trienal prevista no art. 206, § 3º, V do Código Civil”, tendo em vista que “a presente ação não é uma mera ação de cobrança, mas sim de uma ação de cunho indenizatório, posto que, buscam uma os Recorridos buscam uma indenização por supostos prejuízos causados pelos R ecorrentes”. Sustentam que, “considerando que a citação válida dos Recorridos no presente caso somente ocorreu em 20/10/2015, e, os fatos geradores dos supostos direitos dos Recorridos teriam ocorridos em 07/06/2010 e 13/06/2012, e, considerando a prescrição trienal prevista no artigo 206, § 3º, V do C ódigo Civil, a prescrição há de ser declarada no presente caso, e deverá ser reformada a sentença de primeiro grau, para julgar totalmente improcedente a presente ação”. Subsidiariamente, requerem a reforma da r. sentença “para afastar dos R ecorrentes a condenação ao pagamento da primeira parcela do suposto acordo celebrado no valor de 10.000,00 (dez mil reais) supostamente realizado em 07/06/2010”, uma vez que “não há nos autos qualquerprova ou mesmo evidência de que realmente esta teria feito. Os Recorridos alegaram que efetuaram o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em 07/06/2010 ao reclamante Francisco José de Brito nos autos da R eclamação Trabalhista de número 0023200-63.2002.5.02.0332, contudo, não juntou ao processo nenhum comprovante de pagamento ”. Tecem que “Para no Nobre Magistrado o simples fato de ter sido juntado uma cópia da celebração de um acordo, com a informação de que teria sido feita uma transferência bancária já seria documento hábil para comprovar o pagamento , no entanto, tal decisão não deve ser mantida, v e z q u e f a l t o u u m d o c u m e n t o e s s e n c i a l p a r a a c o m p r o v a ç ã o d o PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO pagamento , ou seja, o recibo de transferência bancária”, sendo que “não poderão os Recorrentes serem condenados a reparação civil dos Recorridos apenas com base na presunção de pagamento ”. Tempestivo e com as respectivas custas recolhidas, o recurso foi processado devidamente. Contrarrazões às fls. 123/127. É o relatório . O recurso não comporta provimento. Para determinar o prazo prescricional aplicável à pretensão, primeiramente é necessário delimitar o fundamento da pretensão inicial. Os autores, adquirentes de imóvel, visam cobrar dos réus-vendedores as quantias que tiveram que desembolsar em acordo celebrado em ação trabalhista, movida contra os réus, em que o imóvel vendido tinha sido penhorado. Assim, a hipótese se enquadra perfeitamente no pagamento com sub- rogação previsto no art. 346, inciso II, do Código Civil: Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: (...) II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; Nos termos do art. 349 do Código Civil, “A subrogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e o s f i a d o r e s ” . D e s s a f o r m a , t a m b é m q u a n t o à p r e s c r i ç ã o , o r e g i m e PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO jurídico aplicável é o mesmo do credor primitivo. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708317/artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708226/inciso-ii-do-artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 Acerca da prescrição da pretensão de regresso por pagamento com sub-rogação, vem decidindo o Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. SEGURADORA. SUB-ROGAÇÃO. TERMO A QUO DO PRAZO PRESCRICIONAL. DATA DO PAGAMENTO . AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A seguradora, ao ressarcir os prejuízos ocasionados pelo acidente, sub-roga-se nos direitos do segurado, podendo ajuizar ação contra o terceiro. a sub-rogação, entretanto, não restringe os direitos sub- rogados, de modo que o prazo prescricional a ser aplicado deve ser o mesmo previsto para o segurado. 2. Com efeito, "E sta Corte já firmou entendimento de que, ao efetuar o pagamento da indenização ao segurado em decorrência de danos causados por terceiro, a seguradora sub-roga-se nos direitos daquele, podendo, dentro do prazo prescricional aplicável à relação jurídica originária, buscar o ressarcimento do que despendeu, nos mesmos termos e limites que assistiam o segurado" (AgRg no REsp 1169418/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/02/2014, DJe 14/02/2014). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 598.619/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJ e 10/02/2015) AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO REGRESSIVA. SEGURADORA CONTRA O CAUSADOR DO DANO. SUB-ROGAÇÃO NOS DIREITOS DO SEGURADO. PRAZO DE PRESCRIÇÃO. 1.- A o efetuar o pagamento da indenização ao segurado em decorrência de danos causados por terceiro, a seguradora sub-roga-se nos direitos daquele, podendo, dentro do prazo prescricional aplicável à relação jurídica originária, buscar o ressarcimento do que despendeu, nos mesmos termos e limites que assistiam o s e g u r a d o . PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 2.- N o presente caso, verifica-se que o prazo de que dispunha o segurado para propor a ação reparatória contra o responsável pelos vícios na construção era de 20 (vinte) anos, na vigência do Código Civil de 1916 (art. 177), e de 3 (três) anos, em consonância com o novo Código (art. 206, § 3º, V), por se tratar a pretensão de reparação civil. 3.- P ela regra de transição inserta no art. 2.028 do Código de 2002, "serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada". 4.- C onforme se infere do Acórdão recorrido, a seguradora foi comunicada do sinistro no imóvel adquirido pelo segurado em 14.1.2000. D esse modo, do início da contagem do prazo trienal, 11.1.2003 - data da entrada em vigor do novo Código Civil -, até a data da propositura da ação, em 2.1.2006, ainda não havia transcorrido o lapso prescricional trienal, o que se deu apenas em 11.1.2006, ou seja, três anos após a vigência do novo Código Civil. 5.- Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1121435/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 29/03/2012) No mesmo sentido, por este Egrégio Tribunal Estadual: PRESCRIÇÃO. Inocorrência. Sócio titular de 1/3 das quotas sociais que paga integralmente dívida contraída pela sociedade. Pretensão de ressarcimento em face do sócio que ainda não o indenizou. P agamento de terceiro interessado, que quita dívida pela qual era ou podia ser https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/c%C3%B3digo-civil-de-1916-lei-3071-16 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 obrigado. Sub-rogação legal. N ovo credor que assume a posição jurídica do credor primitivo, com todos os direitos, ações e privilégios. Artigo 349 do Código Civil. A transferência de titularidade do crédito não tem o condão de alterar o regime jurídico da prescrição . Prazo prescricional do crédito tributário. P retensão do autor que não se funda no enriquecimento sem causa, mas sim em relação societária entre as partes. Subsidiariedade do enriquecimento sem causa. P r a z o t r i e n a l a f a s t a d o . A p l i c a ç ã o d o p r a z o q u i n q u e n a l PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO previsto no artigo 174 do C ódigo Tributário N acional. Recurso provido. (TJSP; Apelação 0021333-92.2011.8.26.0011; Relator (a): Francisco L oureiro; Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada de Direito E mpresarial; Foro Regional XI -Pinheiros - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/04/2014; Data de Registro: 09/04/2014) Empreitada. Cobrança. D ireito das obrigações. P retensão de ressarcimento de débito trabalhista de empreiteiro com que o dono da obra foi obrigado a arcar. Pagamento com sub-rogação. Prescrição. Prazo aplicável à relação jurídica originária. I nteligência do artigo 349 do Código Civil. Ademais, falta de demonstração de que se pendente providência ou discussão após o depósito dos valores no feito trabalhista, mais de dez anos antes do ajuizamento. Pretensão prescrita. Sentença mantida. Recurso desprovido. (...) D estarte, substitui-se a autora na posição jurídica do credor trabalhista, com todas as contingências do regime jurídico deste crédito, incluindo o prazo prescricional aplicável. (TJSP; Apelação 1080659-19.2013.8.26.0100;Relator (a): Claudio Godoy; Ó rgão J ulgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro C entral Cível - 28ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/03/2016; Data de Registro: 16/03/2016) https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 Observa-se que o credor primitivo era empregado dos réus quando moveu a ação trabalhista que originou a dívida (inicial fls. 12/14 e r. sentença fls. 23/24), de modo que o prazo prescricional aplicável é de 5 anos, conforme art. 7º, XXI X, da Constituição Federal: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco a n o s p a r a o s t r a b a l h a d o r e s u r b a n o s e r u r a i s , a t é o PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; Assim, tendo os pagamentos sido efetuados em 07/06/2010 e 13/06/2012, quando do ingresso com a ação em 01/10/2013 a pretensão não estava prescrita, lembrando que, mesmo que a citação tenha ocorrido apenas em 20/10/2015, “A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação” (art. 219, § 1º, do Código de Processo Civil de 1973, então vigente). Assim, afasta-se a alegação de prescrição. Quanto à comprovação do pagamento da parcela no valor de R$10.000,00, o acordo indicando a ocorrência de transferência bancária no mesmo ato é suficiente para tal fim, não sendo crível que o autor da ação trabalhista tenha desistido da ação sem o mencionado pagamento , até porque os apelantes não alegam que teriam pago a ele qualquer valor. Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10726295/inciso-xxi-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10726685/inciso-x-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Majora-se os honorários advocatícios devidos pelo apelante ao patamar de 17% (dezessete por cento) do valor atualizado da condenação, nos termos do art. 85, § 11º, do Código de Processo Civil de 2015, considerando o trabalho adicional decorrente da interposição do recurso. MARY GRÜN Relatora Disponível em: https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/908386358/apelacao-civel-ac- 10082211120138260127-sp-1008221-1120138260127/inteiro-teor-908386855 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895717/par%C3%A1grafo-11-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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