Buscar

pagamento com sub-rogação VF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SALVADOR 
2021 
DIREITO 2021.1 
 
Bruno Rocha da Silva – 282200011 
Gabriel Moraes de Oliveira – 016201239 
Ingrid Sacramento Sobral Silva – 221181006 
João Roblêdo Cardoso Silva – 232201012 
Rafael Pereira dos Santos – 232201086 
 
 
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. 
Uma das formas especiais de extinção da obrigação – Código Civil 2002. 
 
 
 
 
A pesquisa sobre o tema supracitado, exposto no texto que 
segue e em apresentação oral – em formato de vídeo, 
publicado na rede social Youtube, faz parte da avaliação 
N2 que compõe a matéria Obrigações e Responsabilidade 
Civil, ministrada pela Professora Liz Santana, no curso de 
Direito, Unifacs – Campus Lapa – Noturno – 3º semestre. 
 
 
 
Sumário 
 
CONCEITO ........................................................................................................ 3 
CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 5 
EMBASAMENTO LEGAL ................................................................................... 5 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 6 
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 6 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 7 
ANEXO ............................................................................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO 
 
Em que pese o pagamento ser o fim natural de toda obrigação, o nosso 
ordenamento jurídico contempla algumas formas especiais de extinção da 
obrigação, apontadas pela doutrina como pagamentos especiais ou indiretos. 
Dito isto, iniciaremos os estudos de um desses formatos, o pagamento com sub-
rogação. 
Para Carlos Roberto Gonçalves, sub-rogação, geralmente é utilizado para 
determinar situações em que uma coisa substitui outra coisa ou uma pessoa a 
outra pessoa. Ou seja, um objeto ou um sujeito jurídico será posto em lugar de 
outro diverso. E Pablo Stolze ratifica, ao afirmar que para a ciência jurídica, sub-
rogação, traduz-se por substituição de sujeitos ou objetos, em uma relação 
jurídica. 
Para melhor esclarecer o conceito, tomemos o exemplo de um fiador que tem 
interesse na extinção de uma obrigação para livrar o seu patrimônio de uma 
execução judicial, providência o pagamento ao credor original. Pois bem, de 
acordo com o art. 831 CC/2002 “o fiador que pagar integralmente a dívida fica 
sub-rogado nos direitos do credor”. Ou seja, substitui justamente o credor 
original. 
Em outro exemplo, quando se trata da entrega de um animal, objeto indivisível, 
havendo pluralidade de devedores, o código civil no seu art. 259 preceitua que 
cada um será obrigado pela dívida toda. Então, aquele que pagar sozinho, 
entregar o animal, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados, conforme disposto no parágrafo único do artigo comentado. 
Temos então, dois exemplos de sub-rogação pessoal, quando um terceiro efetua 
o pagamento e substitui o credor como titular do crédito, desde que em 
conformidade com o regramento jurídico. 
Outrossim, a sub-rogação também pode ser real, quando se nota a segunda 
parte do conceito, a substituição de uma coisa por outra coisa. 
Exemplo, art. 1.911, parágrafo único do código civil, “no caso de desapropriação 
de bens clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do 
donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda 
converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas 
aos primeiros.”. 
 
Carlos Roberto Gonçalves considera sobre a sub-rogação real: 
 
A sub-rogação real “supõe a ocorrência de um fato por virtude 
do qual um valor sai de um patrimônio e entra outro, que nele 
fica ocupando posição igual à do primeiro. O valor que se 
adquire é tratado como se fora o que se perde: passa a estar 
sujeito à mesma condição ou regime jurídico”. Assim, por 
exemplo, no regime da comunhão parcial de bens entram na 
comunhão os bens adquiridos na constância do casamento por 
título oneroso (CC, art. 1.660, I). Todavia, se a aquisição foi feita 
à custa de bens particulares de um dos cônjuges, os bens 
adquiridos tornam-se também próprios desse cônjuge, porque 
ficam sub-rogados no lugar dos alienados (CC, art. 1.659, II). 
(GONÇALVES, 2020, p. 467) 
 
O ilustre professor Carlos Roberto Gonçalves ainda diz sobre a sub-rogação 
pessoal: 
 
Na sub-rogação pessoal, segundo Clóvis Beviláqua, ocorre a 
transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a 
obrigação, ou emprestou o necessário para solvê-la. Aduz o 
emérito jurista nacional: “Em princípio, diz Laurent, ‘o pagamento 
extingue a obrigação de um modo absoluto, isto é, em relação a 
todas as pessoas interessadas, e com todos os seus acessórios, 
fianças, privilégios, hipotecas’ (Cours élémentaire, vol. III, n. 32). 
Um terceiro efetuando o pagamento, o resultado é o mesmo, a 
dívida extingue-se; mas o terceiro terá, em relação ao devedor, 
a ação de in rem verso, com que se possa ressarcir até a 
concorrência da utilidade, que o devedor fruiu”. (GONÇALVES, 
2020, p. 467) 
 
Ademais, como muito bem exposto pelo professor Pablo Stolze, a substituição 
ocorre de duas formas, pela força da lei ou por convenção das partes. Observe: 
pagamento com sub-rogação legal e pagamento com sub-rogação convencional. 
O art. 346 do CC/2002 aponta três hipóteses de sub-rogação legal: I - do credor 
que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, 
 
que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento 
para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que 
paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. 
Já o art. 347 do CC/2002 disciplina as duas hipóteses de pagamento com sub-
rogação convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e 
expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa 
empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição 
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
Como foi dito inicialmente, o pagamento com sub-rogação faz parte do rol 
exceções à regra de que o pagamento extingue a obrigação. Tal formato traz as 
seguintes características: 
I – O pagamento não extingue a obrigação, apenas muda o credor; 
II – Atenção, somente haverá extinção obrigacional em relação ao credor; 
III – O novo credor terá o direito de cobrar a dívida com todos os seus acessórios; 
IV – Em tese, pode-se caracterizar uma vantagem para o credor, que recebe o 
pagamento de uma dívida que o devedor não teria condições de honrar; 
V- Também em tese, caracteriza-se vantagem para o devedor, que evita ações 
ou execuções pendentes ou iminentes; 
VI – Não há que se falar em prejuízo para terceiros, posto que não se altera a 
situação, são mantidos os valores acordados e as garantias, troca-se apenas um 
credor pelo outro. 
Carlos Roberto Gonçalves lembra que a origem do instituto remonta ao direito 
romano, com a ideia de assegurar proteção ao terceiro que salda dívida alheia, 
não permitindo, portanto, a possibilidade de um enriquecimento ilícito do 
devedor. 
 
EMBASAMENTO LEGAL 
 
Há previsão do pagamento com sub-rogação nos arts. 346 a 351 do código civil. 
Esse instituto guarda algumas similaridades com a cessão de crédito, o próprio 
 
código civil, art. 348, impõe a uma das hipóteses de sub-rogação convencional 
o mesmo tratamento da cessão de crédito. 
Esclareça-se: a cessão de crédito tem aspecto especulativo, visa lucro, não é o 
caso da sub-rogação; na cessão de crédito, geralmente existe a negociação de 
um valor que difere da obrigação inicial, a sub-rogação legalconsidera a 
proporção do pagamento efetuado. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
REGRESSO POR PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Ação 
movida por adquirentes de imóvel em face dos vendedores em razão de terem 
pago por dívida trabalhista dos réus para levantar a penhora que recaia sobre 
o imóvel adquirido. Hipótese de pagamento com sub-rogação (art. 346, inciso 
II, do CC). Sub-rogação do novo credor nos direitos, ações e privilégios do 
credor primitivo (art. 349 do CC), inclusive quanto à prescrição. Mesmo prazo 
prescricional aplicável à relação jurídica originária. Precedentes. Ação 
trabalhista contra empregador (vendedor). Prazo prescricional quinquenal (art. 
7º, XXIX, da CF) não transcorrido quando da propositura da ação (art. 219, § 
1º, do CPC/1973, então vigente). Prescrição inocorrente. Comprovação do 
pagamento. Acordo na ação trabalhista suficiente para tal fim. Recurso não 
provido. 
(TJ-SP - AC: 10082211120138260127 SP 1008221-11.2013.8.26.0127, 
Relator: Mary Grün, Data de Julgamento: 11/12/2019, 7ª Câmara de Direito 
Privado, Data de Publicação: 11/12/2019) 
 
CONCLUSÃO 
 
Observa-se então, a sub-rogação tem por principal efeito jurídico a transferência 
ao novo credor, conforme disposto no art. 349 do CC/2002, “todos os direitos, 
ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor 
principal e seus fiadores”. 
Para concluir, vale destacar três pontos importantes e corriqueiros deste 
instituto. 
 
Primeiro, em caso de sub-rogação convencional, poderá haver convenção entre 
as partes e estipular a diminuição de privilégios ou garantias que haviam sido 
concedidas ao credor originário. 
Ponto dois, o art. 350 do CC/2002, caso de sub-rogação legal, informa, “o sub-
rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma 
que tiver desembolsado para desobrigar o devedor”. Ou seja, o novo credor só 
terá direito a cobrar um valor igual ao seu desembolso. 
E por fim, em caso de concorrência entre o credor originário e o sub-rogado para 
recebimento da dívida, o art. 351 do CC/2002, que nos diz que, caso os bens do 
devedor não sejam suficientes para pagar o valor total da dívida, ou seja, tenha 
o suficiente para quitar apenas um dos credores, o originário terá a preferência. 
O que é ratificado pelo professor Pablo Stolze como regra acertada, em virtude 
da própria anterioridade do crédito e inexistência de solução mais adequada. 
 
REFERÊNCIAS 
 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo; Novo Curso de Direito 
Civil, Volume 2: Obrigações. 20ª ed. São Paulo: Saraiva. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto; Direito Civil Brasileiro, Volume 2: Teoria Geral 
das Obrigações. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. 
 
ANEXO 
 
TJ-SP - Apelação Cível _ AC 1008221-11.2013.8.26.0127 SP 1008221-
11.2013.8.26.0127 
jusbrasil.com.br
5 de Junho de 2021
2º Grau
Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP -
Apelação Cível : AC 1008221-11.2013.8.26.0127
SP 1008221-11.2013.8.26.0127 - Inteiro Teor
Processo
AC 1008221-11.2013.8.26.0127 SP 1008221-11.2013.8.26.0127
Órgão Julgador
7ª Câmara de Direito Privado
Publicação
11/12/2019
Julgamento
11 de Dezembro de 2019
Relator
Mary Grün
Inteiro Teor
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2019.0001046193
ACÓRDÃO
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/908386358/apelacao-civel-ac-10082211120138260127-sp-1008221-1120138260127
https://www.jusbrasil.com.br/processos/159616802/processo-n-1008221-1120138260127
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº
1008221-11.2013.8.26.0127, da Comarca de Carapicuíba, em que são
apelantes RONALDO SARDINHA e SOLANGE ROCHA NEVES, são
apelados PEDRO LUIZ TIMOTEO e OZANA MARIA RODRIGUES
TIMOTEO.
ACORDAM , em sessão permanente e virtual da 7ª Câmara de Direito
Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com
o voto da Relatora, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN
(Presidente), RÔMOLO RUSSO E MARIA DE LOURDES LOPEZ GIL.
São Paulo, 11 de dezembro de 2019.
MARY GRÜN
Relatora
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
VOTO Nº: 12944
APELAÇÃO Nº: 1008221-11.2013.8.26.0127
COMARCA: CARAPICUÍBA
APTEs.: RONALDO SARDINHA e SOLANGE ROCHA NEVES
APDOs.: PEDRO LUIZ TIMOTEO e OZANA MARIA
RODRIGUES TIMOTEO
REGRESSO POR PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO.
PRESCRIÇÃO. Ação movida por adquirentes de imóvel em face dos
vendedores em razão de terem pago por dívida trabalhista dos réus
para levantar a penhora que recaia sobre o imóvel adquirido. Hipótese
de pagamento com subrogação (art. 346, inciso II, do CC). Sub-
rogação do novo credor nos direitos, ações e privilégios do credor
primitivo (art. 349 do CC), inclusive quanto à prescrição. Mesmo prazo
prescricional aplicável à relação jurídica originária. Precedentes. Ação
trabalhista contra empregador (vendedor). Prazo prescricional
quinquenal (art. 7º, XXIX, da CF) não transcorrido quando da
propositura da ação (art. 219, § 1º, do CPC/1973, então vigente).
Prescrição inocorrente. Comprovação do pagamento . Acordo na ação
trabalhista suficiente para tal fim. Recurso não provido.
Vistos .
Trata-se de ação de cobrança movida por
adquirentes de imóvel em face dos vendedores em razão de
terem pago por dívida trabalhista dos réus para levantar a
penhora que recaia sobre o imóvel adquirido.
A r. sentença (fls. 107/108 proferida em
16/01/2017; DJE de 29/03/2017) julgou procedente a ação
“condenando os requeridos a pagar aos autores a quantia de R $
28.913,32 (vinte e oito mil, novecentos e treze reais e trinta e dois
centavos), conforme planilha de fls. 05, devidamente atualizada pela
T a b e l a p r á t i c a d o t r i b u n a l d e J u s t i ç a d e s d e c a d a d e s
e m b o l s o e a c r e s c i d a
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
de juros moratórios que ora fixo em 1% ao mês, contados a partir da
citação”.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708317/artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708226/inciso-ii-do-artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725979/inciso-xxix-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Apelam os réus (fls. 111/118) alegando que “houve a ocorrência da
prescrição trienal prevista no art. 206, § 3º, V do Código Civil”, tendo
em vista que “a presente ação não é uma mera ação de cobrança, mas
sim de uma ação de cunho indenizatório, posto que, buscam uma os
Recorridos buscam uma indenização por supostos prejuízos causados
pelos R ecorrentes”. Sustentam que, “considerando que a citação válida
dos Recorridos no presente caso somente ocorreu em 20/10/2015, e, os
fatos geradores dos supostos direitos dos Recorridos teriam ocorridos
em 07/06/2010 e 13/06/2012, e, considerando a prescrição trienal
prevista no artigo 206, § 3º, V do C ódigo Civil, a prescrição há de ser
declarada no presente caso, e deverá ser reformada a sentença de
primeiro grau, para julgar totalmente improcedente a presente ação”.
Subsidiariamente, requerem a reforma da r. sentença “para afastar dos
R ecorrentes a condenação ao pagamento da primeira parcela do
suposto acordo celebrado no valor de 10.000,00 (dez mil reais)
supostamente realizado em 07/06/2010”, uma vez que “não há nos
autos qualquerprova ou mesmo evidência de que realmente esta teria
feito. Os Recorridos alegaram que efetuaram o pagamento de R$
10.000,00 (dez mil reais) em 07/06/2010 ao reclamante Francisco
José de Brito nos autos da R eclamação Trabalhista de número
0023200-63.2002.5.02.0332, contudo, não juntou ao processo
nenhum comprovante de pagamento ”. Tecem que “Para no Nobre
Magistrado o simples fato de ter sido juntado uma cópia da celebração
de um acordo, com a informação de que teria sido feita uma
transferência bancária já seria documento hábil para comprovar o
pagamento , no entanto, tal decisão não deve ser mantida, v e z q u e f
a l t o u u m d o c u m e n t o e s s e n c i a l p a r a a c o m p r o v a ç ã o
d o
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
pagamento , ou seja, o recibo de transferência bancária”, sendo que
“não poderão os Recorrentes serem condenados a reparação civil dos
Recorridos apenas com base na presunção de pagamento ”.
Tempestivo e com as respectivas custas recolhidas, o recurso foi
processado devidamente.
Contrarrazões às fls. 123/127.
É o relatório .
O recurso não comporta provimento.
Para determinar o prazo prescricional aplicável à pretensão,
primeiramente é necessário delimitar o fundamento da pretensão
inicial.
Os autores, adquirentes de imóvel, visam cobrar dos réus-vendedores
as quantias que tiveram que desembolsar em acordo celebrado em ação
trabalhista, movida contra os réus, em que o imóvel vendido tinha sido
penhorado.
Assim, a hipótese se enquadra perfeitamente no pagamento com sub-
rogação previsto no art. 346, inciso II, do Código Civil:
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: (...)
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário,
bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado
de direito sobre imóvel;
Nos termos do art. 349 do Código Civil, “A subrogação transfere ao
novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e o s f i a d o
r e s ” . D e s s a f o r m a , t a m b é m q u a n t o à p r e s c r i ç ã o , o r e
g i m e
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
jurídico aplicável é o mesmo do credor primitivo.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708317/artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708226/inciso-ii-do-artigo-346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Acerca da prescrição da pretensão de regresso
por pagamento com sub-rogação, vem decidindo o Egrégio
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. SEGURADORA.
SUB-ROGAÇÃO.
TERMO A QUO DO PRAZO PRESCRICIONAL. DATA DO
PAGAMENTO . AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A seguradora, ao ressarcir os prejuízos ocasionados pelo acidente,
sub-roga-se nos direitos do segurado, podendo ajuizar ação contra o
terceiro. a sub-rogação, entretanto, não restringe os direitos sub-
rogados, de modo que o prazo prescricional a ser aplicado deve ser o
mesmo previsto para o segurado.
2. Com efeito, "E sta Corte já firmou entendimento de que, ao efetuar o
pagamento da indenização ao segurado em decorrência de danos
causados por terceiro, a seguradora sub-roga-se nos direitos daquele,
podendo, dentro do prazo prescricional aplicável à relação jurídica
originária, buscar o ressarcimento do que despendeu, nos mesmos
termos e limites que assistiam
o segurado" (AgRg no REsp 1169418/RJ, Rel. Ministro RICARDO
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/02/2014,
DJe 14/02/2014).
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 598.619/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJ e 10/02/2015)
AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO REGRESSIVA. SEGURADORA
CONTRA O CAUSADOR DO DANO. SUB-ROGAÇÃO NOS DIREITOS
DO SEGURADO. PRAZO DE PRESCRIÇÃO.
1.- A o efetuar o pagamento da indenização ao segurado em
decorrência de danos causados por terceiro, a seguradora sub-roga-se
nos direitos daquele, podendo, dentro do prazo prescricional aplicável
à relação jurídica originária, buscar o ressarcimento do que despendeu,
nos mesmos termos e limites que assistiam
o s e g u r a d o .
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
2.- N o presente caso, verifica-se que o prazo de que dispunha o
segurado para propor a ação reparatória contra o responsável pelos
vícios na construção era de 20 (vinte) anos, na vigência do Código Civil
de 1916 (art. 177), e de 3 (três) anos, em consonância com o novo
Código (art. 206, § 3º, V), por se tratar a pretensão de reparação civil.
3.- P ela regra de transição inserta no art. 2.028 do Código de 2002,
"serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e
se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da
metade do tempo estabelecido na lei revogada".
4.- C onforme se infere do Acórdão recorrido, a seguradora foi
comunicada do sinistro no imóvel adquirido pelo segurado em
14.1.2000. D esse modo, do início da contagem do prazo trienal,
11.1.2003 - data da entrada em vigor do novo Código Civil -, até a data
da propositura da ação, em 2.1.2006, ainda não havia transcorrido o
lapso prescricional trienal, o que se deu apenas em 11.1.2006, ou seja,
três anos após a vigência do novo Código Civil.
5.- Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 1121435/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 29/03/2012)
No mesmo sentido, por este Egrégio Tribunal
Estadual:
PRESCRIÇÃO. Inocorrência. Sócio titular de 1/3 das quotas sociais que
paga integralmente dívida contraída pela sociedade. Pretensão de
ressarcimento em face do sócio que ainda não o indenizou. P agamento
de terceiro interessado, que quita dívida pela qual era ou podia ser
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/c%C3%B3digo-civil-de-1916-lei-3071-16
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
obrigado. Sub-rogação legal. N ovo credor que assume a posição
jurídica do credor primitivo, com todos os direitos, ações e privilégios.
Artigo 349 do Código Civil. A transferência de titularidade do
crédito não tem o condão de alterar o regime jurídico da
prescrição . Prazo prescricional do crédito tributário. P retensão do
autor que não se funda no enriquecimento sem causa, mas sim em
relação societária entre as partes. Subsidiariedade do enriquecimento
sem causa. P r a z o t r i e n a l a f a s t a d o . A p l i c a ç ã o d o p r a z o
q u i n q u e n a l
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
previsto no artigo 174 do C ódigo Tributário N acional. Recurso
provido.
(TJSP; Apelação 0021333-92.2011.8.26.0011; Relator (a): Francisco L
oureiro; Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada de Direito E
mpresarial; Foro Regional XI -Pinheiros - 5ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 03/04/2014; Data de Registro: 09/04/2014)
Empreitada. Cobrança. D ireito das obrigações. P retensão de
ressarcimento de débito trabalhista de empreiteiro com que o dono da
obra foi obrigado a arcar. Pagamento com sub-rogação. Prescrição.
Prazo aplicável à relação jurídica originária. I nteligência do artigo 349
do Código Civil. Ademais, falta de demonstração de que se pendente
providência ou discussão após o depósito dos valores no feito
trabalhista, mais de dez anos antes do ajuizamento. Pretensão
prescrita. Sentença mantida. Recurso desprovido. (...)
D estarte, substitui-se a autora na posição jurídica do credor
trabalhista, com todas as contingências do regime jurídico deste
crédito, incluindo o prazo prescricional aplicável.
(TJSP; Apelação 1080659-19.2013.8.26.0100;Relator (a): Claudio
Godoy; Ó rgão J ulgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro C entral
Cível - 28ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/03/2016; Data de
Registro: 16/03/2016)
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10707992/artigo-349-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Observa-se que o credor primitivo era
empregado dos réus quando moveu a ação trabalhista que
originou a dívida (inicial fls. 12/14 e r. sentença fls. 23/24),
de modo que o prazo prescricional aplicável é de 5 anos,
conforme art. 7º, XXI X, da Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social: (...)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco a n o s p a r a o s t r a b a l h a d o r e s
u r b a n o s e r u r a i s , a t é o
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Assim, tendo os pagamentos sido efetuados em 07/06/2010 e
13/06/2012, quando do ingresso com a ação em 01/10/2013 a
pretensão não estava prescrita, lembrando que, mesmo que a citação
tenha ocorrido apenas em 20/10/2015, “A interrupção da prescrição
retroagirá à data da propositura da ação” (art. 219, § 1º, do Código de
Processo Civil de 1973, então vigente).
Assim, afasta-se a alegação de prescrição.
Quanto à comprovação do pagamento da parcela no valor de
R$10.000,00, o acordo indicando a ocorrência de transferência
bancária no mesmo ato é suficiente para tal fim, não sendo crível que o
autor da ação trabalhista tenha desistido da ação sem o mencionado
pagamento , até porque os apelantes não alegam que teriam pago a ele
qualquer valor.
Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10726295/inciso-xxi-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10726685/inciso-x-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Majora-se os honorários advocatícios devidos pelo apelante ao patamar
de 17% (dezessete por cento) do valor atualizado da condenação, nos
termos do art. 85, § 11º, do Código de Processo Civil de 2015,
considerando o trabalho adicional decorrente da interposição do
recurso.
MARY GRÜN
Relatora
Disponível em: https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/908386358/apelacao-civel-ac-
10082211120138260127-sp-1008221-1120138260127/inteiro-teor-908386855
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895767/artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895717/par%C3%A1grafo-11-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15

Continue navegando