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Inclui áreas do cérebro relacionadas com as emoções, que são sentimentos subjetivos causadores de manifestações fisiológicas e comportamentais, além de estar envolvido nos processos motivacionais primários, que são o desejos essenciais à sobrevivência (fome, sede e sexo). Esse sistema inclui diversas estruturas, como por exemplo: 1. Lobo límbico: anel contínuo formado pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo, localizado na face medial de cada hemisfério cerebral. 2. Núcleos do hipotálamo e tálamo 3. Amígdala 4. Área septal Ele pode ser dividido em 2 subconjuntos de estruturas corticais e subcorticais, ligadas às emoções e à memória. Córtex cingular anterior Apenas a parte anterior do giro do cíngulo se relaciona com o processamento das emoções, principalmente a tristeza. Existe uma provável participação desse cíngulo na fisiopatologia da depressão, junto a outras áreas encefálicas. Córtex insular anterior É a parte anterior da ínsula, tendo como funções principais: Empatia: ele é ativado em pessoas normais ao observarem imagens de situações dolorosas. Conhecimento da própria fisionomia como diferente de outras pessoas >> ativada quando a pessoa se observa em um espelho Sensação de nojo em caso de fezes, vômitos ou outra situação nojenta, sendo ativada com a visão de pessoas com a fisionomia de nojo Percepção dos componentes subjetivos das emoções >> permite a pessoa senti a emoção Córtex pré-frontal Orbitofrontal Somente a área orbitofrontal está envolvida no processamento das emoções, possuindo conexões com o corpo estriado e com o tálamo. Hipotálamo Faz a regulação dos processos emocionais e coordena as manifestações periféricas causadas pelas emoções, pois ele possui conexões com o SNA. Possui relações com outras 3 estruturas do sistema límbico: 1. Hipocampo: se liga aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde saem impulsos nervosos para o tálamo. 2. Amígdala: suas fibras chegam através da estria terminal no hipotálamo. 3. Área septal: se liga ao hipotálamo pelas fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. Estimulações elétricas ou lesões de algumas de suas áreas determinam respostas emocionais complexas, como raiva e medo. Área septal Situa-se abaixo do corpo caloso, sendo formada pelos núcleos septais, que são grupos de neurônios. Através do feixe prosencefálico medial, ela faz conexões com diversas áreas, como a amigdala, hipocampo e tálamo. Esse feixe recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral do mesencéfalo e faz parte do sistema de recompensa do cérebro ou sistema mesolímbico. SISTEMA LÍMBICO Lesões bilaterais dessa área causam a raiva septal, caracterizada por ferocidade e raiva em situações que normalmente não modificam o comportamento. Estimulação causam alterações da PA e do ritmo respiratório, além da euforia, por ser um dos centros de prazer do cérebro. Núcleo Accumbens Faz parte do corpo estriado ventral e recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral, projetando-se para a parte orbitofrontal da área pré-frontal É o componente mais importante do sistema mesolímbico. Habênula Situada no trígono das habênulas do epitálamo, possuindo núcleos habenulares medial e lateral. O núcleo habenular lateral possui conexões muito complexas, recebendo aferências dos núcleos septais e com projeções para os neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico Possui ação inibitória sobre o sistema mesolímbico, assim como no sistema serotoninérgico. A ação inibitória se relaciona com transtornos de humor, como a depressão, pois explica os sintomas de tristeza e incapacidade de buscar o prazer, devido à queda da atividade dopaminérgica na via mesolímbica (principalmente núcleo Accumbens). Dessa forma, a habênula é ativada pela não recompensa, ou seja, uma situação de frustração. Amígdala É o componente mais importante desse sistema, pois atua no processamento das emoções e desencadeia o comportamento emocional. É composta por 12 núcleos, os quais estão dispostos em 3 grupos: 1. Corticomedial: recebe conexões olfatórias e está envolvido nos comportamentos sexuais. 2. Basolateral: recebe a maioria das conexões aferentes, as quais são feitas com todas as áreas de associação secundárias do córtex, alguns núcleos hipotalâmicos, núcleos septais, entre outros. No total são 14 conexões aferentes. 3. Central: origina as conexões eferentes, que são 20 no total, sendo que elas se distribuem em 2 vias. a) Via amigdalofuga dorsal: projeta-se para núcleos septais, Accumbens, da habênula e hipotalâmicos. b) Via amigdalofuga ventral: projeta-se para áreas talâmicas e hipotalâmicas de onde originam as fibras aferentes, além do núcleo basal de Meynert. Esses 12 núcleos também se comunicam entre si por fibras predominantemente glutaminérgicas, o que indica grande processamento de informações. Funções da amigdala Ela possui a maior concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC, porem sua principal função é o processamento do medo. A estimulação dos seus núcleos causam reações de medo e fuga, sendo reações defensivas e agressivas. Ela faz o reconhecimento de faces que expressam emoções como medo e alegria, sendo ativada pela simples visão de pessoas com essas expressões. Lesões bilaterais dessa estrutura fazem com que o paciente não sinta medo, mesmo em situações de perigo obvio. O medo é uma reação de alarme que causa ativação do SNA simpático e liberação de adrenalina pela medula da adrenal. Isso tudo envolve circuitos cerebrais, os quais possuem a amigdala como componente central. Primeiro uma informação visual ou auditiva é levada ao tálamo e, em seguida para as áreas primárias e secundarias. A partir desse momento, a informação segue por 2 vias: 1. Via direta: informação processada pela amigdala basolateral, passa pela amigdala central, a qual ativa o SNA simpático. É mais rápida e permite uma reação de alarme imediata, sendo inconsciente. 2. Via indireta: a informação para o córtex pré-frontal, onde será analisada, e depois para a amigdala. É mais lenta e refere-se ao medo consciente, pois a pessoa só sente medo quando os impulsos nervosos chegam ao córtex. Sistema de recompensa ou mesolímbico É composto por neurônios dopaminérgicos, os quais saem da área tegumentar ventral, passam pelo feixe prosencefálico medial e chegam nos núcleos septais e accumbens, os quais projetam feixes para o córtex pré-frontal orbitofrontal. Causa a sensação de prazer dos comportamentos importantes para a sobrevivência (sede, fome e sexo), mas também é ativado por situações cotidianas de alegria, como tirar uma nota boa. O prazer sentido após o uso de drogas de abuso (p.ex. crack) é devido à estimulação desse sistema, sendo que, se for exagerada, ocorre a dependência. Resulta na redução da sensibilidade dos receptores, necessitando de doses cada vez maiores para obter o prazer. Neuroquímica do comportamento emocional A formação hipocampal recebe diversos tipos de neurotransmissores, sendo 3 os principais para a modificação do comportamento: Noradrenérgico Serotoninérgico Dopaminérgico Os sistemas noradrenérgico e serotoninérgico ativam o sistema límbico, aumentando atividade psicomotora, sensação de bem-estar, interesse pelo alimento, atividade sexual, etc. O estresse reduz os níveis extracelulares de 5-HT na área septal lateral. Os neurônios do sistema dopaminérgico mesolímbico projetam fibras para amigdala, giro do cíngulo anterior do córtex, entre outras regiões do sistema límbico. Existem também hormônios que agem em locais específicos do sistemalímbico para controlar os comportamentos: 1. Hormônio tireoidiano: é extremamente importante para o nível de humor, sendo que sua deficiência no adulto causa depressão e sua hipersecreção gera ansiedade e agitação motora. 2. Hormônios sexuais: aumenta a libido sexual e motiva o comportamento sexual. 3. Hormônios suprarrenais: as catecolaminas produz alterações típicas da ansiedade; os glicocorticoides atuam no estresse e modulam comportamentos emocionais.
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