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OAB - 2012.2 - VIII - Segunda Fase - Direito Penal
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...
Processo n. ...
Caio, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu advogado infra-assinado, com fulcros nos arts. 396 e 396-A do CPP apresentar,
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I-	FATOS
Caio emprestou para José a quantia de vinte mil reais para ajudá-lo abrir um restaurante. José não pagou o empréstimo na data combinada e disse que pagaria a dívida após uma semana. Uma semana se passou e José disse que não pagaria. Caio, no dia 24.05.2010, comparece no restaurante e, mostrando para José uma pistola que trazia consigo, afirma que a dívida deveria ser saldada imediatamente, pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. O Ministério Público denunciou Caio como previsto no art. 158, §1º, do CP. A denúncia foi recebida pelo juízo da 5ª Vara Criminal, sendo o réu citado no dia 18.01.2011.
II- DO DIREITO
a) Da atipicidade da conduta
O acusado foi denunciado pelo delito de extorsão qualificada pelo uso de arma de fogo, disposto no art. 158, §1º, do Código Penal. Excelência, o crime de extorsão se configura quando o agente tem o intuito de obter para si vantagem econômica indevida. No entanto, o que o acusado buscava obter era o pagamento de uma dívida que a vítima tinha com ele. Em momento algum, o réu constrangeu a vítima a fim de obter vantagem econômica indevida. 
Dessa forma, ausente elementar do crime de extorsão, que é a obtenção de vantagem econômica indevida, a conduta do réu é atípica. 
Logo, requer a sua absolvição sumária, com base no art. 397, III, do Código de Processo Penal, pois o fato narrado evidentemente não se constitui crime. Para entendimento Cito o julgado Ap. 27202/2015 do Des. Juvenal Pereira da Silva
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL-EXTORSÃO E FURTO-CONDENAÇÃO-PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE EXTORSÃO-AUSENCIA DE EXERCICIO DE GRAVE AMEAÇA-PROCEDENCIA DO ARGUMENTO-RECURSO PROVIDO
Para a caracterização do delito de extorsão há necessidade de que a vítima seja constrangida mediante violência ou grave ameaça a fazer algo ou deixar que se faça. O tipo elementar "grave ameaça" é o mal injusto empregado contra a pessoa e não diretamente ao patrimônio.( Ap. 27202/2015, DES. JUVENAL PEREIRA DA SILVA, TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 22/07/2015, Publicado no DJE 30/07/2015)
b) Da decadência 
Como dito acima, o que o acusado buscava obter era o pagamento de uma dívida que a vítima tinha com ele. Em momento algum, o réu constrangeu a vítima a fim de obter vantagem econômica indevida. 
O que Caio queria era fazer justiça com as próprias mãos, buscando a satisfação de uma pretensão legítima. A sua conduta se amolda aos ditames do art. 345, do Código Penal. Assim, ele cometera o delito de 'exercício arbitrário das próprias razões'. 
Logo, requer seja o delito de extorsão qualificada desclassificado para o crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
O réu praticou o crime de 'exercício arbitrário das próprias razões'. Como não houve violência, a ação deveria se proceder apenas mediante queixa, nos termos do parágrafo único do art. 345, do Código Penal. Ou seja, é um delito de ação privada.
Sendo este delito de ação privada, caberia apenas ao ofendido intentá-la, nos termos do art. 30, do Código de Processo Penal e do art. 100, §2º, do Código Penal. O Ministério Público não é parte legítima para o ajuizamento desta ação. 
Reza o art. 38 do Código de Processo Penal, que o direito de queixa decai se o ofendido não o exercer dentro do prazo de 6 meses contado do dia em que vier saber quem é o autor do crime. Desta forma, a partir da data do fato (24.05.2010) transcorreu lapso temporal de mais de 06 meses, o que significa a decadência do direito de queixa do ofendido, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal, impondo-se, consequentemente, a extinção de punibilidade do réu. 
Logo, requer seja o réu absolvido, com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal, pois extinta a sua punibilidade. 
III- DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) a absolvição sumária, com base no art. 397, III, do Código de Processo Penal;
b) a absolvição sumária, com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal;
c) a produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente as testemunhas abaixo arroladas. 
Nestes termos, 
Pede deferimento
Loca... Data 28.01.2011 
Advogado, OAB n...
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. Joaquim
2. Manuel

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