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Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 TUTORIA – CASO 3 ID/HMA: O Sr. Emerson, 65 anos, vigia noturno há 40 anos, procurou a médica, Dra. Mércia, por estar sentindo-se fraco, sem disposição para o trabalho. Referiu emagrecimento de 12 Kg em dois meses e sensação de dispneia aos esforços médios, como andar no plano. Refere que sempre teve tosse, mas nos últimos três meses ela está produtiva, purulenta, algumas vezes com hemoptise. Na última semana, após carregar sacolas no supermercado, teve dispneia e ficou com uma dor no ombro. A dor irradia para a axila e escápula e o impede de realizar atividades com o braço direito. Interrogatório sistemático (IS): refere diarreia há um mês com dejeções em pequenas quantidades, oito vezes ao dia, com muco e sangue. AM: É hipertenso e vem em uso de besilato de anlodipino 5 mg ao dia. Refere que teve algumas pneumonias na infância; perdeu um irmão por uma infecção pulmonar longa, tratado por vários meses. Sempre fumou, desde os 9 anos de idade, e atualmente fuma vinte cigarros por dia há 20 anos, principalmente à noite para se manter acordado. Ao exame físico: Dados vitais: PA: 140 X 90 mmHg; PR: 87 bpm, rítmico, cheio; FR: 25 ipm; temp.: 37,4oC; Estatura 1,66 m; Peso 46 Kg. Paciente lúcido, orientado, levemente dispneico, emagrecido, com aparência de doença crônica, idade aparente maior do que a referida. Pele: pálida, com presença de algumas placas avermelhadas, descamativas, em tronco, braços, cotovelos e pernas. Gânglios palpáveis em região supraclavicular e axilar à direita. Mucosas hipocrômicas (hemácias com pouca hemoglobina) ++/IV. TCSC: sem edema. Cabeça sem alterações de formato ou cicatrizes. Tórax: forma normal. AR: MV diminuído em ápice de pulmão direito com aumento do frêmito tóraco-vocal e macicez à percussão nesta região. ACV: Ictus no 5o EIE, LMC; BRNF sem sopros. Abdome: Escavado, com dor à palpação de flanco direito, sem visceromegalia, com RHA normais. Extremidades: dedos com dilatações tipo baqueta de tambor. SN: notada atrofia de músculos da mão e braço direito. FISIOPLOGIA MECÂNICA RESPIRATÓRIA As funções principais da respiração são promover oxigênio aos tecidos e remover o dióxido de carbono. Dessa forma, a respiração é dividida em quatro componentes: 1. Ventilação pulmonar: que significa o influxo e o efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares. 2. Difusão de oxigênio e dióxido de carbono. 3. Transporte de o2 e co2: no sangue e nos líquidos corporais, e suas trocas com as células de todos os tecido do corpo. 4. Regulação da ventilação. Músculos que produzem a expansão e a contração pulmonar Os pulmões podem ser expandidos e contraídos por duas maneiras: 1. Movimentos de subida e descida do diafragma. 2. Por elevação e depressão das costelas para elevar ou reduzir a cavidade torácica. ➡ INSPIRAÇÃO: - Contração diafragmática, o que puxa as superfícies inferiores dos pulmões para baixo. - Os músculos participam elevando a caixa torácica: intercostais externos, auxiliados pelo Esternocleidomastóideo (eleva o esterno), serráteis anteriores (elevam as costelas) e escalenos (elevam as primeiras costelas). ➡ EXPIRAÇÃO: - Diafragma relaxa. - Retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais o que comprime os pulmões e expele o ar. - Os músculos puxam a caixa torácica para baixo, são estes: reto abdominal (puxa para baixo as costelas inferiores) e intercostais internos (comprime o abdômen para cima do diafragma). Pressões e movimentos do ar: PRESSÃO PLEURAL: Pressão pleural é a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal. Essa pressão é normalmente uma sucção ligeira, o que signifca discreta pressão negativa. PRESSÃO ALVEOLAR: Pressão do Ar no Interior dos Alvéolos Pulmonares. PRESSÃO TRANSPULMONAR: Diferença entre as Pressões Alveolar e Pleural. O centro respiratório se compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral. ESPIROMETRIA É o registro do movimento do volume de ar para dentro e para fora dos pulmões. Consiste e, um cilindro invertido sobre uma câmara de água. O interior do cilindro está cheio com gás respiratório, o tubo conecta a boca com a câmara de gás. Quando se respira para dentro e para fora da câmara, o cilindro sobe e desce, e tem-se o registro. CÂNCER/ NEOPLASIA Neoplasia (novo crescimento). É um processo patológico caracterizado pela proliferação celular descontrolada, excessiva e transmissível para células filhas que leva ao surgimento de uma massa ou tumor (neoplasma). Todos os tumores são constituídos de dois componentes básicos: células neoplásicas proliferadas e estroma (dá o suporte necessário ao crescimento do tumor) constituído por tecido fibroconjuntivo e vasos sanguíneos. Nomenclatura: Benignos: célula de origem + sufixo OMA Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 Malignos: célula de origem + sufixo CARCINOMA (tecidos epiteliais – origem no ectoderma, mesoderma ou endoderma) ou SARCOMA (tecidos mesenquimais, de sustentação). Para um neoplasma ser um câncer, ele também deve ser maligno, o que significa que não somente seu crescimento é descontrolado, mas também é capaz de invadir os tecidos vizinhos que circundam o local original (o sítio primário) e podem-se disseminar (“metastatizar”) para locais mais distantes. Tumores que não invadem ou metastatizam não são cancerosos, são considerados tumores benignos, embora sua função, tamanho ou localização anormais possam fazer com que eles sejam qualquer coisa, muito menos benignos para o paciente. BASE GENÉTICA DO CÂNCER Genes nos quais mutações causam câncer são denominados de genes condutores, e as mutações causadoras de câncer nesses genes são mutações condutoras. Genes condutores classificam-se em duas categorias distintas: Oncogenes ativados e genes supressores de tumor (TSGs). Um oncogene ativado é um alelo mutante de um proto- oncogene, uma classe de genes que codifica proteínas celulares normais que promovem o crescimento e a sobrevivência celular. Os oncogenes facilitam a transformação maligna, estimulando a proliferação ou inibindo a apoptose. Oncogenes que codificam proteínas como, por exemplo: Proteínas em vias de sinalização para a proliferação celular; Fatores de transcrição que controlam a expressão de genes promotores do crescimento; Inibidores da maquinaria da morte celular programada. Um TSG é um gene em que a perda da função através de mutação ou silenciamento epigenômico remove diretamente os controles reguladores normais sobre o crescimento celular ou conduz indiretamente a essas perdas através de uma taxa de mutação aumentada ou expressão gênica aberrante. Os TSGs codificam proteínas envolvidas em muitos aspectos da função celular, incluindo a manutenção do número e estrutura cromossômicos corretos, proteínas de reparo do DNA, proteínas envolvidas na regulação do ciclo celular, proliferação celular ou inibição do contato, apenas para citar alguns exemplos. CÂNCER DE PULMÃO INTRODUÇÃO Divide-se em dois tipos principais: 80 a 85%: câncer de pulmão de não pequenas células. Dependendo da célula da qual se originou está dividido em três subtipos: carcinoma espinocelular (CEC), adenocarcinoma (adenoCA- localizado na parte mais periférica perto da caixa torácica) e carcinoma indiferenciado de grandes células (CIGC). 10 a 15%: câncer de pulmão de pequenas células, muito agressivo, com crescimento tumoral acelerado, mas que responde rápido ao tratamento inicial. Localizados geralmente nas partes centrais dos pulmões A nomenclatura câncer de pulmão se aplica apenas às neoplasias malignas que se originam do epitélio respiratório. EPIDEMIOLOGIA Câncer mais incidente no mundo (12,3%de todos os casos novos de câncer) e também é a causa de morte por câncer mais frequente. No Brasil, o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama. Menor taxa de cura, devido às dificuldades no seu diagnóstico precoce. Em geral, as taxas de incidência, em um país, refletem o consumo de cigarros, (usuários de tabaco têm um risco cerca de 20 a 30 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão quando comparados aos não fumantes). Os homens é o gênero mais afetado devido ao uso de cigarros (mas isso vem mudando por que as mulheres estão consumindo cada vez mais). Altamente letal, a sobrevida em cinco anos varia entre 13% e 21% em países desenvolvidos e entre 7% e 10% nos países em desenvolvimento. ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO Genética: vide resumo genética Idade: Na última década, com a diminuição da incidência e mortalidade por câncer de pulmão em pessoas com 50 anos ou mais jovens, houve aumento na população de 70 anos ou mais. A taxa de sobrevida em cinco anos para o câncer de pulmão diminui progressivamente com a idade em ambos os sexos. Dieta: responsável por 30% de todos os tipos de neoplasias; têm sido associados com o desenvolvimento do câncer de pulmão, como por exemplo, baixas concentrações séricas de antioxidantes, como as vitaminas A (de origem animal ou vegetal), C e E. O β-caroteno, derivado dos carotenoides, tem o maior efeito protetor contra o câncer de pulmão. O consumo de carne vermelha, leite e derivados, gorduras saturadas, e lipídios, foram sugeridos como capazes de aumentar o risco de câncer de pulmão. O excesso de peso corporal não está associado com o de pulmão, porém a circunferência da cintura foi associada com risco de câncer de pulmão nos fumantes. Tabagismo: A fumaça do tabaco contém mais de 4.000 componentes já identificados, mais de 60 carcinógenos presentes. As principais classes de carcinógenos na fumaça do tabaco são os hidrocarbonos policíclicos (como benzopireno), as nitrosaminas e as aminas aromáticas. Estas substâncias promovem dano no DNA por ativação de prócarcinógenos, sendo que pacientes com câncer de pulmão tem uma capacidade significativamente menor de reparo do DNA. A principal causa de dependência do tabaco é a nicotina e o alcatrão, sendo o segundo o principal componente de risco para o câncer de pulmão. O risco de câncer de pulmão é proporcional à Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 quantidade de cigarros consumidos, a idade de início do tabagismo, o grau de inalação, o alcatrão, o teor de nicotina e uso de cigarros sem filtro. O fumante médio masculino (consumo de cerca de 20 cigarros/dia) tem cerca de 9 a 10 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão, enquanto os fumantes pesados têm pelo menos um risco de 20 vezes. O tabagismo também está associado a maior incidência de doença arterial coronariana quando comparado aos homens não fumantes. Fatores de risco para os não fumantes: 15% dos casos de câncer de pulmão em homens e até 53% em mulheres não são atribuíveis ao tabagismo. Os tipos histológicos mais associados com o tabagismo são o carcinoma de células escamosas e o carcinoma de pequenas células, ao contrário do adenocarcinoma que é mais comum em pessoas que nunca fumaram. Os fatores de risco considerados importantes para não fumantes incluem fumo passivo, exposição ao radônio, exposição ambiental (como a poluição do ar exterior), amianto, arsênio, história de doença pulmonar e fatores genéticos. Infecções pulmonares e obstrução do fluxo aéreo: A obstrução do fluxo aéreo (principalmente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e doenças pulmonares não malignas predispõem ao câncer de pulmão. Indivíduos com proteína C reativa, uma medida de inflamação generalizada, maior do que 3 mg/L, portadores de deficiência α1-antitripsina e de fibrose intersticial, têm maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão. Outras doenças fibrosantes, incluindo asbestose e a esclerodermia, também têm uma maior associação com o desenvolvimento do câncer de pulmão, no entanto, a associação é menor com a esclerodermia. Alterações epiteliais em carcinomas brônquios que se assemelham as lesões condilomatosas sugerem infecção pelo papillomavirus humano (HPV). O vírus de Epstein-Barr, associado com o linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaringeal, tem sido fortemente associado com linfoepitelioma-like, uma forma rara de câncer de pulmão, descrita em pacientes asiáticos. Outros vírus sugeridos como fatores etiológicos para o câncer de pulmão incluem vírus BK, JC vírus, o citomegalovírus humano, vírus de símio e o vírus do sarampo, entretanto, até agora os resultados permanecem inconclusivos. A Chlamydia pneumoniae, uma causa comum de doenças respiratórias agudas, especialmente em indivíduos expostos ao fumo de cigarros, pode estar envolvida no câncer de pulmão. Exposição ocupacional a agentes cancerígenos: O International Agency for Research on Cancer (IARC) identificou arsênico, asbesto, berílio, cádmio, alguns éteres, o crômio, o níquel, sílica, e de cloreto de vinilo como agentes cancerígenos. O asbesto, também conhecido como amianto, é a causa ocupacional mais conhecida e mais comum de câncer de pulmão. A exposição ao amianto pode causar manifestações pleurais (calcificações pleurais, pleurisia, derrame pleural) e pulmonares (doença pulmonar intersticial, fibrose pulmonar idiopática) SINAIS E SINTOMAS Os sintomas respiratórios mais comuns em pacientes com câncer de pulmão são tosse, dispneia, sibilos e hemoptise, ocorrendo em cerca de 40 a 85% dos pacientes. Outros sintomas que podem estar presentes são a perda de peso, rouquidão, tontura, fadiga, dores ósseas e musculares. Linfonodomegalias, dispneia, sinais neurológicos focais, síndrome de compressão de veia cava superior, rouquidão, síndrome de compressão medular, hepatoesplenomegalia, tumorações em parede torácica, são sinais que podem estar presentes ao diagnóstico ou podem surgir durante a evolução da doença. Como em outras neoplasias, o número de alterações clínicas do paciente com câncer de pulmão depende fundamentalmente da extensão da patologia, ou seja, quanto mais avançada a doença maior a quantidade de sintomas e sinais encontrados na avaliação clínica. Mecanismo da tosse Classificação: Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três semanas. Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas. Crônica: tosse com duração maior que oito semanas. Existem dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo. O clearance mucociliar, e a tosse, que ocorre por meio de ato reflexo e pode ser voluntária ou involuntária. Reflexo mediado por mecanismos neurais, que protege os pulmões contra a acumulação de secreções e a entrada de substâncias destrutivas e irritativas. O reflexo da tosse é iniciado por receptores localizados na parede traqueobrônquica. Esses receptores são sensíveis às substâncias irritativas e a secreções excessivas. Os estímulos aferentes originados desses receptores são transmitidos pelo nevo vago ao centro bulbar, que integra o reflexo da tosse. A tosse propriamente dita requer a inspiração rápida de grandes volumes de ar (em geral, cerca de 2,5 l), seguida do fechamento rápido da glote e da contração vigorosa dos músculos abdominais e expiratórios. À medida que esses músculos contraem, as pressões intratorácicas aumentam a níveis de 100 mmHg ou mais. A abertura rápida da glote nesse ponto resulta na expulsão violenta do ar. Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 PATOLOGIA O câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) é representadopelos seguintes tipos histológicos: 1. Carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermóide: De localização central (60- 80% dos casos), caracterizam-se pela produção de queratina pelas células tumorais e/ou formações de desmossomos intercelulares (pontes intercelulares). São descritas as variantes: papilar, pequenas células, células claras e basalóide. 2. Adenocarcinoma: Atualmente é o tipo histológico mais frequente e o mais comum em pacientes não fumantes. Caracteriza-se pela presença de formações glandulares neoplásicas ou de mucina intracitoplasmática. Em 2004 a OMS descreveu os seguintes subtipos histológicos: ➡Adenocarcinoma in situ (AIS) - anteriormente denominado carcinoma bronquioloalveolar – tumor ≤ 3 cm, com crescimento lepídico, ou seja, revestimento neoplásico em septos alveolares, sem invasão estromal; mucinoso, não mucinoso ou misto. ➡Adenocarcinoma minimamente invasivo (MIA) - também com nódulo ≤ 3 cm, mas com invasão ≤ 5 mm, crescimento lepídico; mucinoso, não mucinoso ou misto. ➡Adenocarcinoma invasivo, padrão de crescimento predominante - lepídico, invasão > 5mm; acinar, papilar, micropapilar ou sólido com presença de mucina. Variantes de adenocarcinoma invasivo - adenocarcinoma invasivo, colóide, fetal e o de morfologia entérica. 3. Carcinoma de grandes células. Diagnóstico de exclusão de carcinomas de células não pequenas de pulmão mal diferenciadas, onde não há diferenciação neoplásica glandular nem escamosa. 4. Carcinoma adenoescamoso. Composto de mais de 10% de componente maligno glandular e escamoso. 5. Carcinoma sarcomatóide. Ocorre em menos de 1% dos tumores de pulmão. Tem prognóstico sombrio e a presença de componente de sarcoma. São subtipos histológicos: carcinoma de células fusiformes, carcinoma de células gigantes, carcinossarcomas, blastoma pulmonar e o carcinoma pleomórfico. Os tumores neuroendócrinos do pulmão constituem outro tipo histológico de câncer pulmonar. Neles estão incluídos o carcinoide típico e atípico de pulmão, os tumores neuroendócrinos não pequenas células e o carcinoma de pequenas células (oatcell). O carcinoma do pulmão de pequenas células (CPPC) é responsável por cerca de 15% de todos carcinomas broncogênicos. De localização central, é extremamente raro ser encontrado em indivíduos não fumantes. Em menos de 5 % dos casos pode estar associado ao adenocarcinoma ou ao carcinoma escamoso. IMUNOLOGIA Além da resposta inata, o sistema imunitário atua por meio da resposta adaptativa para eliminar células tumorais. A reação imunitária mediada por células é mais eficaz contra tumores sólidos do que a resposta humoral. Linfócitos Th1: Liberam IFN-γ, que ativa macrófagos e linfócitos T CD8+. Linfócitos T citotóxicos: São as células mais eficazes na destruição de células tumorais. Linfócitos T citotóxicos reconhecem antígenos na membrana de células neoplásicas e são capazes de lisá-las por meio da liberação de perfurinas. Linfócitos T citotóxicos só reconhecem um alvo quando este se associa a antígenos da classe I de MHC. Células neoplásicas, no entanto, muitas vezes não expressam MHC I. Macrófagos: Dados in vitro e in vivo mostram que macrófagos ativados lisam células cancerosas por meio da produção do fator de necrose tumoral (TNF-α), pela liberação de radicais livres de O2 ou por citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC). Vários fatores aumentam o poder tumoricida dos macrófagos, como IFNγ (derivado de linfócitos T), componentes do BCG e do C. parvum, polímeros artificiais, endotoxinas de bactérias gram-negativas ou produtos de alguns protozoários (T. cruzi, T. gondii). Células NK: As células NK (natural killer), um tipo particular de linfócito, constituem importante mecanismo de defesa do organismo, pois são capazes de reconhecer e de matar células neoplásicas por meio de lise direta ou de ADCC (citotoxicidade celular dependente de anticorpo), sem necessidade de sensibilização prévia. Ao contrário de LT citotóxicos, células NK não dependem de moléculas MHC. Fatores ativadores de macrófagos, particularmente IFN-γ, ativam também células NK. Resposta humoral: Anticorpos são produzidos em quantidades variadas em diferentes fases da evolução de um tumor. Anticorpos podem lisar células neoplásicas por meio da ativação do complemento (efeito citolítico) ou mediante efeito citotóxico (ADCC) exercido por macrófagos, células NK, linfócitos ou eosinófilos. A resposta humoral é pouco eficaz na destruição de células de tumores sólidos, embora pareça ter ação em leucemias. Observações em melanomas mostram, com a progressão do tumor, aumento na síntese de anticorpos paralelamente à redução da imunidade celular (desvio da resposta Th1 para a Th2). Paradoxalmente, algumas vezes a resposta imunitária humoral ou celular favorece o crescimento de tumores, o que constitui o fenômeno da facilitação imunitária (ou policiamento imunitário inverso). Possivelmente, anticorpos ligam-se a epítopos em receptores de fatores de crescimento mutados e estimulam tais receptores. Também linfócitos T CD4+ ativados podem ativar células neoplásicas. Isso é observado em linfomas B de camundongos, nos quais a ausência dessas células impede o desenvolvimento do tumor. No linfoma MALT humano associado ao H. pylori, esse mecanismo parece importante: a manutenção de clones imortalizados de células B depende da persistência de linfócitos T CD4+ estimulados por antígenos da bactéria. ESTADIAMENTO CLÍNICO Definição do quão extenso é o câncer de pulmão. 1. Só em um pulmão, lesões pequenas 2. Gânglios ou linfonodos hilares 3. Gânglios ou linfonodos mediastinais 4. Para outros órgãos como fígado, cérebro, e o outro pulmão CPC: doença limitada à uma parte do tórax Doença extensa, quando se espalha para o outro lado ou para outros órgãos O estadiamento clássico para os portadores de câncer de pulmão inclui, além da tomografia do tórax, a tomografia de crânio (indica-se ressonância quando o paciente não pode usar contraste ou quando há lesões Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 duvidosas na CT), tomografia ou ultrassonografia do abdome superior e mapeamento ósseo. T – TUMOR PRIMÁRIO Tx - Tumor primário não individualizado, ou presença de células malignas no escarro ou no lavado brônquico, mas não visualizado em exames de imagem ou na broncoscopia. T0 - Sem evidência de tumor primário. Tis - Carcinoma in situ T1 - Tumor ≤ 3 cm no maior diâmetro, circundado por pulmão e pleura visceral, sem evidência de invasão no brônquio principal. T1a - Tumor ≤ 2 cm no maior diâmetro. T1b - Tumor > 2 cm mas ≤ 3 cm no maior diâmetro. T2 - Tumor > 2 cm mas ≤ 7 cm ou qualquer destes achados: envolvimento do brônquio principal, ≥ 2 cm da carina, invasão da pleura visceral, associação com atelectasia ou pneumonia obstrutiva, sem envolvimento de todo o pulmão. T2a - Tumor > 3cm mas ≤ 5 cm no maior diâmetro. T2b - Tumor > 5cm mas ≤ 7 cm no maior diâmetro. T3 - Tumor > 7 cm ou que invade qualquer uma das seguintes estruturas: parede torácica (incluindo tumor do sulco superior), diafragma, nervo frênico, pleura mediastinal, pericárdio parietal; ou tumor com menos de 2 cm da carina principal, mas sem envolvimento desta; ou se houver atelectasia ou pneumonite obstrutiva de todo pulmão; ou nódulo(s) tumoral (ais) no mesmo lobo do tumor primário. T4 - Tumor de qualquer tamanho que invade qualquer uma das seguintes estruturas: mediastino, coração, grandes vasos, nervo laríngeo recorrente, traquéia, esôfago, corpo vertebral, carina; nódulo(s) tumoral (ais) em outro lobo ipsilateral. N – LINFONODOS REGIONAIS Nx - Linfonodo regional não podem ser avali- ados. N0 - Sem metástase em linfonodo regional. N1 - Metástase em linfonodo peribrônquico ipsilateral e/ouhilar ipsilateral e intrapulmonares, incluindo envolvimento por extensão direta. N2 - Metástase em linfonodo mediastinal ipsilateral e/ou subcarinal. N3 - Metástase em linfonodo mediastinal contralateral; hilar contralateral; escalênico ipsilateral ou contralateral; ou supraclavicular. M – METÁSTASES À DISTÂNCIA Mx - Metástase à distância não pode ser avaliada M0 - Sem evidência de metástase à distância M1 - Metástase à distância: M1a - Nódulo (s) tumoral (ais) em lobo contralateral; tumor com nódulo pleural ou derrame pleural ou pericárdico maligno. M1b - Metástase à distância. DIAGNÓSTICO Entre os exames complementares que auxiliam no diagnóstico e estadiamento do câncer de pulmão, temos: Citologia do escarro: pouco utilizada, baixa sensibilidade, aplicada na dificuldade de realização da broncofibroscopia ou de outros exames capazes de obter confirmação histológica. Seu rendimento é influenciado pela localização, tamanho e tipo histológico do tumor. Os carcinomas escamosos, normalmente de localização central, representam a maioria das neoplasias pulmonares diagnosticadas pela citologia do escarro. A confirmação citológica do adenocarcinoma através do escarro é prejudicada pela localização periférica habitual deste tipo de tumor. Broncofibroscopia: é útil no diagnóstico, estadiamento e tratamento. Relativamente fácil de realizar, é seguro e bem tolerado pelos pacientes. A flexibilidade do aparelho permite o exame da maioria dos brônquios. Através desse procedimento podem-se estabelecer critérios de inoperabilidade do paciente com câncer do pulmão, como a paralisia da corda vocal, o tumor localizado a menos de 2cm da carina principal e o envolvimento desta pelo tumor. Biópsia transbrônquica: quando as lesões estão localizadas além da vista do endoscopista o rendimento diagnóstico da broncofibroscopia diminui. Nestes casos, a utilização da biópsia transbrônquica é capaz de aumentar o rendimento diagnóstico. As complicações da biópsia transbrônquica incluem o pneumotórax e o sangramento que ocorrem em menos de 1% dos casos. Punção aspirativa transbrônquica por agulha: tem sido utilizada no estadiamento dos linfonodos mediastinais, para o diagnóstico das lesões pulmonares periféricas e para aquelas endoscopicamente visíveis. Os locais da punção devem ser estabelecidos previamente com o auxílio da tomografia computadorizada do tórax. Ela deve ser o primeiro procedimento a ser realizado, durante a broncofibroscopia, com o objetivo de impedir a contaminação do material colhido com células neoplásicas esfoliadas do tumor. Lavado broncoalveolar: no diagnóstico das infecções oportunistas em pacientes em tratamento com quimioterapia, mas também para o diagnóstico da neoplasia pulmonar. Seu maior rendimento nas doenças malignas hematológicas que acometem os pulmões, no carcinoma bronquíolo-alveolar e no adenocarcinoma metastático da mama para os pulmões. É um procedimento seguro e com raras complicações. Punção-biópsia percutânea por agulha fina: Realizado com o auxílio da fluoroscopia, da ultrassonografia ou da tomografia computadorizada, sob anestesia local e com praticamente nenhum desconforto para o paciente. A Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 maior complicação que pode ocorrer por conta do exame é o pneumotórax, mas não é comum. Tomografia computadorizada: usada no rastreamento do câncer de pulmão e no acompanhamento pós-tratamento do tumor. Estabelece o tamanho tumoral e sua proximidade com estruturas vizinhas e a existência de metástase à distância. PET/CT scan: em que o flúor-18-fluorodesoxiglucose (FDG) (um análogo da glicose) é utilizado como um marcador de PET (tomografia por emissão de pósitrons) para avaliar o metabolismo das lesões, associado a tomografia computadorizada. FDG é absorvido pelas células tumorais metabolicamente ativas utilizando um transporte facilitado semelhante ao usado por glicose. A taxa de absorção de FDG por células tumorais é proporcional à sua atividade metabólica. Possui maior capacidade de distinguir tecidos malignos de benignos sendo útil na investigação de nódulos pulmonares, de metástases mediastinais e na identificação de lesões metastáticas. Ressonância Nuclear Magnética: mostra maior resolução quando se trata de análise de invasão de parede torácica. É superior também na avaliação de ressecabilidade dos tumores do sulco superior, que normalmente envolvem o plexo braquial, vasos subclávios e corpos vertebrais. Cintilografia óssea: metástases ósseas são relativamente frequentes, principalmente no adenocarcinoma avançado. A captação aumentada em determinadas áreas do esqueleto pelo radiotraçador Tecnécio (Tc 99m) sugere maior metabolismo ósseo local e deve ser investigada como sítio de metástase. Mediastinoscopia: procedimento cirúrgico que possibilita a biópsia de linfonodos mediastinais , principalmente do espaço “retrocava e pré-traqueal”, que é o espaço para onde drena a maior parte do fluxo linfático do tórax. Apresenta sensibilidade de 58% e especificidade de 100%, já que permite estudo histopatológico. Videotoracoscopia: a introdução do toratoscópio na parede torácica do paciente permite o acesso a todas as cadeias linfáticas intratorácicas, da superfície pulmonar e pleural com baixo risco, alta sensibilidade e especificidade e com trauma mínimo. Metástases É importante a pesquisa de metástases para auxiliar na escolha do tratamento sistêmico e evitar uma intervenção cirúrgica desnecessária. Perda de peso, astenia importante, dores ósseas localizadas, alterações funcionais ou metabólicas, cefaléia ou alterações do exame neurológico devem ser pesquisadas. Alterações de exames laboratoriais (enzimas hepáticas, cálcio, DHL) também aumentam as suspeitas de lesões à distância. •Metástases no sistema nervoso central: a incidência de metástase cerebral varia de 30% a 50% e o método mais utilizado para detecção é a tomografia computadorizada. •Metástases suprarrenais: normalmente a detecção é através de tomografia ou ultra-sonografia de abdome e a biópsia dirigida pode ser indicada em lesões expansivas duvidosas. •Metástases hepáticas: geralmente assintomáticas. Elevação das enzimas (transaminases, fosfatase alcalina ou DHL) são suspeitas e devem ser investigadas. Ultrassonografia, tomografia ou ressonância são usadas na investigação de possíveis metástases hepáticas. Punções- biópsias guiadas, laparoscopia ou laparotomia podem ser necessárias para confirmar uma imagem suspeita. •Metástases ósseas: O mapeamento ósseo com Tc-99m é o exame mais sensível para pesquisa de metástase óssea, mas ainda apresenta alto índice de falso-positivos. A biópsia óssea pode ser necessária em situações especiais. TRATAMENTO Cirurgia: O tratamento cirúrgico no cancro do pulmão pressupõe a remoção total ou parcial do tumor e dos gânglios linfáticos próximos do tumor. Esta intervenção deverá ser realizada por um cirurgião torácico especializado. A cirurgia deve remover o tumor com uma borda circundante ou margem de pulmão saudável. O período de recuperação varia dependendo da extensão de pulmão removido e da saúde do doente antes da cirurgia. Para o tratamento do cancro do pulmão existem três tipos de cirurgias. A segmentectomia envolve a remoção do tumor juntamente com uma pequena parte do pulmão. É utilizada quando o tumor é pequeno ou quando o doente tem problemas respiratórios. A lobectomia é a extracção total do lóbulo onde se encontra o tumor, sendo esta a técnica de eleição. Por fim, a pneumectomia é a remoção de todo o pulmão afectado, utilizada com uma menor frequência. Estas ressecções têm de ser sempre acompanhadas por uma linfadenectomia do mediastino, que consiste na remoção dos gânglios linfáticos localizados entre os doispulmões. Radioterapia: A radioterapia remove células tumorais através de radiações ionizantes de alta energia, que podem parar o seu crescimento e divisão. Aplica-se como terapia local, onde se encontra o tumor, ou como terapia loco-regional, que inclui irradiação também dos gânglios próximos do tumor. O tratamento da radioterapia pode ser complementar ou alternativo à cirurgia; em certos casos, também pode ser escolhida como opção paliativa. Quimioterapia: O tratamento de quimioterapia utiliza medicamentos por via intravenosa ou por via oral para destruir células tumorais. O seu principal objetivo é curativo, mas também pode utilizar-se para fins paliativos, de forma a diminuir os sintomas da doença e a prolongar a sobrevivência do doente. Os medicamentos de quimioterapia, tal como a radioterapia, também podem danificar as células sãs do organismo. Isto implica que outras células, como as sanguíneas, as cutâneas ou os neurónios sofram danos. nomeadamente, uma diminuição do número de glóbulos brancos ou vermelhos, uma descida de plaquetas, uma infeção, perda de cabelo, lesões na boca e um entorpecimento ou formigueiros nas mãos e nos pés. Há mais de uma década que se tem vindo a investigar formas de prevenir e evitar os efeitos secundários da quimioterapia. Entre os avanços alcançados, encontram-se o desenvolvimento de antieméticos, que diminuem as náuseas e os vómitos causados por este tipo de tratamento, e de injeções de hormonas ou estimulantes, que evitam que os glóbulos vermelhos e os leucócitos diminuam demasiado. Imunoterapia: A imunoterapia utiliza as defesas imunitárias do próprio organismo para combater o cancro. Os https://www.cancro-online.pt/imuno-oncologia/o-que-precisa-saber-sobre-os-efeitos-adversos/ Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 medicamentos de imunoterapia facilitam o sistema imunitário (responsável pela defesa do organismo) do doente a reconhecer as células cancerígenas como estranhas e a eliminá-las. As células tumorais têm mecanismos para enganar o sistema de defesa do organismo. Por exemplo, apresentam na sua superfície uma proteína denominada PD-L1 que se liga à proteína PD-1 (indutora da morte programada das células de defesa), inativando as células T, evitando assim que possam destruir as células cancerígenas. A imunoterapia consiste em dar anticorpos que se ligam a estas proteínas impedido a ligação das células cancerigenas e inactivação das células T. Deste modo o sistema imunitário mantém-se apto para realizar a sua função, ou seja, reconhecimento das células cancerígenas como estranhas ao organismo e sua destruição. Alguns fármacos foram já aprovados para diferentes tipos de cancro como, por exemplo, o cancro do pulmão, o melanoma, carcinoma urotelial ou linfoma. A sua eficácia no cancro do pulmão continua a ser investigada e os resultados são bastante animadores. Terapêutica dirigida: Este tipo de terapêutica é utilizada em casos de cancro de pulmão de não-pequenas células, e é dirigida para parar alguns processos como, por exemplo, a formação de novos vasos sanguíneos (angiogénese) formados para alimentar o tumor em crescimento ou para deter genes que participam no crescimento e desenvolvimento das células tumorais como, por exemplo, o gene EGFR (recetor do fator de crescimento humano), que é uma proteína encontrada em grandes quantidades nalguns tumores de células não pequenas, ou ainda o gene ALK, que em alguns tipos de cancro é reordenado produzindo uma proteína ALK defeituosa. Esta terapêutica como é dirigida a um alvo terapêutico tem menos acção nas células normais do nosso corpo. Tratamento de acordo com os estádios da doença Cancro do pulmão de células pequenas: O carcinoma do pulmão de células pequenas é um tumor muito agressivo, que geralmente apresenta metástases no momento do diagnóstico. Salvo algumas exceções, a cirurgia para o cancro do pulmão de células pequenas é indicada e, o seu tratamento tradicional é quase sempre a quimioterapia, com a possibilidade de combiná-la com radioterapia. Cancro do pulmão de células não-pequenas em estádio I- II: O tratamento para doentes com cancro do pulmão de células não-pequenas de estadio I-II é a cirurgia, sempre que o estado geral do doente o permita. Os doentes com tumores no estádio II ou I, com mais de 4 cm, costumam receber quimioterapia posteriormente à cirurgia (quimioterapia adjuvante), com o objetivo de aumentar a possibilidade de cura e diminuição de recidiva. Cancro do pulmão de células não-pequenas em estádio IIIA O cancro do pulmão em estadio IIIA pode receber tratamento cirúrgico em função do estado dos gânglios linfáticos no mediastino (espaço que separa os pulmões) e do estado de saúde geral do doente. Já se demonstrou o benefício de acrescentar uma quimioterapia antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante), com um impacto significativo na taxa de cura. Quando as circunstâncias adequadas não ocorrem, os doentes podem receber radioterapia combinada com quimioterapia. Cancro do pulmão de células não-pequenas em estádio IIIB Os tumores do estádio IIIB não costumam ser operáveis, pelo que a abordagem de eleição é a quimioterapia, a radioterapia ou um tratamento combinado. Cancro do pulmão de células não-pequenas no estádio IV Os estádios IV, com metástases à distância, são susceptíveis de um tratamento médico sistémico, alcançando melhorias clínicas importantes e com taxa de respostas objetivas, cujos principais propósitos são a melhoria da qualidade de vida e o prolongamento da sobrevivência. O regime terapêutico a utilizar dependerá da situação clínica do doente e da potencial toxicidade que acompanha a terapia. PREVENÇÃO O controle do tabaco permanece como a principal forma de redução da ocorrência dessa neoplasia, sendo o câncer de pulmão uma das principais causas de morte evitável. A prevenção se dá, principalmente, evitando-se os fatores de risco que contribuem para o câncer de pulmão, tais quais: o fumo, exposição ocupacional (amianto, radônio, etc) e dieta. O consumo de vegetais e frutas tem mostrado um efeito protetor porque esses alimentos contêm carotenoides (pigmentos vermelhos e amarelos) que possuem propriedades antioxidantes. Outros agentes validados na quimioprevenção para o câncer de pulmão incluem: o retinol (vitamina A), os β-carotenos, N- acetilcisteína e o selênio. FATORES PSICOLÓGICOS QUE AFETAM CONDIÇÕES MÉDICAS Câncer é uma doença multifatorial, envolve tanto aspectos biológicos (predisposição genética) quanto psicológicos (condições emocionais), e físicos (de exposição a substancias químicas até a própria alimentação). Diversas pesquisas revelam a interferência do aspecto psicológico no desenvolvimento e tratamento de muitas doenças. A começar por quando a pessoa recebe o diagnóstico de câncer, é muito comum observarmos o sentimento: “Por que? O que eu fiz para merecer essa doença? ”. Essa relação que a própria sociedade faz, colocando a doença como um castigo ou punição, não é real e só dificulta o engajamento do paciente. A forma de lidar com o diagnóstico irá interferir diretamente na predisposição a tratamentos – que muitas vezes são invasivos, prolongados e geram muito desconforto e até dor. Inúmeras pesquisas demonstram que condições adversas sejam elas de solidão, luto, inabilidade para expressão de sentimentos, depressão ou pressão/stress severos, geram interferência no sistema imunológico do indivíduo. Manter-se em equilíbrio emocional, ou seja, em condições emocionais capazes de enfrentar os desafios da doença, aceitar suas limitações e muitas vezes as condições de dependência que a doença impõe, tornará mais provável que este individuo reaja melhor às condições adversas. Uma postura apática, desacreditada das possibilidades dotratamento, pessimista sobre a progressão da doença e seu prognóstico, certamente não colocará o indivíduo em posição de enfrentamento da doença e por vezes poderá inclusive prejudicar a adesão ao tratamento. Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 É fundamental que, além do acompanhamento médico, também tenha um acompanhamento psicológico, para que possa compreender melhor sua condição e suas necessidades. A psicoterapia individual, a terapia de casal ou até mesmo a terapia familiar podem auxiliar o indivíduo, sua família e cuidadores, a minimizar conflitos e a levantar alternativas para o enfrentamento das dificuldades cotidianas, bem como das adversidades colocadas pela doença. SINDROMES PARANEOPLASICAS ASSOCIADAS AO CA DE PULMÃO CONCEITO As manifestações clínicas do câncer em geral são causadas pelos efeitos locais do crescimento do tumor, no sítio primário, ou são inespecíficas como anorexia, mal- estar, perda de peso, sudorese noturna e febre. O termo paraneoplasia, significa “paralelo ao câncer”, tem sido usado para denotar efeitos que não podem ser atribuídos nem à invasão direta nem a metástases a distância. EPIDEMIOLOGIA Essas síndromes podem ser o primeiro sinal de uma malignidade e afetar até 15% dos pacientes com câncer. Entretanto, se os pacientes com caquexia forem excluídos, a incidência provavelmente cai para uma pequena porcentagem. As síndromes paraneoplásicas são importantes clinicamente por diversas razões: Podem ser o sinal ou sintoma de apresentação de uma neoplasia subjacente. Até dois terços das síndromes paraneoplásicas surgem antes do diagnóstico de uma neoplasia associada. Em alguns casos, a síndrome paraneoplásica pode estar associada a tumores relativamente pequenos; o reconhecimento destas associações pode levar ao diagnóstico precoce e a um melhor tratamento. Uma das características da definição de uma síndrome paraneoplásica é que a evolução da síndrome ocorre geralmente em paralelo com a evolução do tumor. Consequentemente, o tratamento eficaz e efetivo da neoplasia subjacente com frequência se acompanha de melhora ou resolução da síndrome. Por outro lado, a recidiva do câncer pode ser assinalada pelo retorno dos sintomas sistêmicos. ETIOLOGIA/FISIOLOGIA As síndromes paraneoplásicas podem ser causadas por uma variedade de mecanismos; o endócrino e o das síndromes neurológicas são os mais bem compreendidos. As etiologias possíveis incluem (1) secreção das proteínas que não estão associadas ao equivalente tissular normal do câncer (p. ex., síndromes endócrinas ectópicas, destruição local dos tecidos pelas citocinas secretadas pelos tumores), (2) anticorpos específicos contra antígenos que normalmente se expressam em outros tecidos (p. ex., síndromes neurológicas) e (3) efeitos devidos a mecanismos desconhecidos, como produtos do tumor não identificados ou complexos imunes simulados pelo tumor (p. ex., osteoartropatia causada pelo carcinoma broncogênico). Os achados clínicos podem lembrar os dos distúrbios metabólicos primários, hematológicos, dermatológicos ou neuromusculares, ou podem ser específicos de uma síndrome relacionada com o câncer. Mesmo sintomas inespecíficos, como febre e perda de peso, são realmente paraneoplásicos e se devem à produção de fatores específicos (p. ex., o fator de necrose tumoral) ou à reação das células normais em resposta ao tumor. NA NEOPLASIA PULMONAR Síndromes paraneoplásicas são frequentemente encontradas em pacientes com câncer do pulmão, sobretudo de pequenas células, e se associam à produção ectópica de hormônios, com altos níveis séricos de Ldopadescarboxilase (DDC), gastrina, enolase específica de neurônio, creatinocinase-BB (CK-BB) e cromogranina A. As síndromes paraneoplásicas caracterizam-se por manifestações extrapulmonares não relacionadas a metástases e ocorrem em 15 a 20% dos cânceres pulmonares; as manifestações clínicas podem preceder ou coincidir com o diagnóstico da neoplasia. As principais síndromes são a de Cushing, secreção inapropriada do hormônio antidiurético (hiponatremia), hipercalcemia e manifestações neuromusculares, cutâneas (acantose nigricante) e hematológicas (síndrome de Trousseau). Os fatores hormonais ou semelhantes a hormônios elaborados incluem: Hormônio antidiurético (ADH) induzindo hiponatremia decorrente de secreção inapropriada de ADH. Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), produzindo síndrome de Cushing. Paratormônio, peptídio relacionado ao hormônio da paratireoide, prostaglandina E e algumas citocinas, todos implicados na hipercalcemia frequentemente observada no câncer de pulmão. Calcitonina, causando hipocalcemia. Gonadotrofinas, causando ginecomastia. Serotonina e bradicinina, associadas à síndrome carcinoide A incidência de síndromes clinicamente significativas relacionadas a esses fatores em pacientes com câncer de pulmão varia de 1% a 10%, embora uma proporção muito maior de pacientes exiba níveis séricos elevados destes (e outros) peptídeos hormonais. Qualquer tipo histológico de tumor pode, ocasionalmente, produzir qualquer um desses hormônios, porém os tumores que produzem ACTH e ADH predominantemente são carcinomas de pequenas células, enquanto aqueles que produzem hipercalcemia na maioria das vezes são carcinomas de células escamosas. Outras manifestações sistêmicas do carcinoma de pulmão incluem a síndrome miastênica de Eaton-Lambert, na qual a fraqueza muscular é causada por autoanticorpos (possivelmente estimulados por canais iônicos do tumor) dirigidos contra o canal de cálcio neuronal; neuropatia periférica, geralmente puramente sensorial; anormalidades dermatológicas, incluindo acantose nigricans; anormalidades hematológicas, como reações leucemoides, estados de hipercoagulabilidade como a síndrome de Trousseau (trombose de veias profundas e tromboembolismo); e, finalmente, uma anormalidade peculiar do tecido conjuntivo chamada osteoartropatia pulmonar hipertrófica, associada ao baqueteamento digital. Os cânceres de pulmão apicais no sulco pulmonar superior tendem a invadir as estruturas neurais ao redor da traqueia, incluindo o plexo simpático cervical, e produzem um grupo de achados clínicos que incluem dor severa na Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 distribuição do nervo ulnar e a síndrome de Horner (enoftalmia, ptose palpebral, miose e anidrose) no mesmo lado da lesão. Esses tumores também são chamados de tumores de Pancoast. CAQUEXIA POR CÂNCER Indivíduos com câncer comumente sofrem de perda progressiva da gordura corporal e da massa magra corpórea, acompanhada por profunda fraqueza, anorexia e anemia, processo denominado caquexia. A caquexia por câncer está associada com: Perda uniforme de gordura e músculo magro. Taxa metabólica basal elevada. Evidência de inflamação sistêmica (p. ex., aumento das proteínas de fase aguda). Os mecanismos por trás da caquexia por câncer não são compreendidos. A inflamação relacionada à ligação existente entre câncer e sistema imunológico provavelmente possui um papel nisso. O TNFα (conhecido como caquexina) é um dos suspeitos principais, entre diversos mediadores liberados das células imunes que podem contribuir para a caquexia. Fatores humorais liberados das células tumorais, como o fator de indução da proteólise têm sido considerados na perda da massa muscular. A caquexia, ou a síndrome do consumo tumoral, é provavelmente a síndrome paraneoplásica mais comum, acometendo eventualmente até 80% dos pacientes com câncer. Esta síndrome se caracteriza por anorexia, consumo muscular, perda de tecido subcutâneo e cansaço. Parece ser causada por uma combinação de consumo proteico, má absorção, desregulação imune e aumento do ciclo da glicose consequenteao aumento do consumo induzido pelo tumor. O tratamento bem-sucedido do tumor subjacente reverte o processo; a maioria dos pacientes tem doença avançada, para qual o tratamento resulta em um sucesso modesto, na melhor das hipóteses. O acetato de megestrol administrado em altas concentrações na forma líquida (400 a 800 mg/dia) pode melhorar significativamente o apetite e resultar em ganho de peso, da mesma forma que o dronabinol (Marinol; 2,5 a 5 mg três vezes ao dia). Os corticosteroides também podem ser úteis. Embora os agentes que bloqueiam a produção do TNF sejam teoricamente atraentes para o tratamento da caquexia relacionada com o câncer, existe também uma preocupação de que tais agentes possam bloquear as citocinas que inibem o crescimento do tumor. SÍNDROME DE PANCOAST Síndrome de Pancoast é um conjunto de sinais e sintomas que inclui dor neuropática e perda de força no ombro e braço, síndrome de Claude Bernard-Horner (ptose palpebral, miose e anidrose) ipsilateral e atrofia dos músculos da mão, geralmente devido à extensão local de um tumor pulmonar apical na abertura torácica superior. Estes tumores foram originalmente chamados de tumores de Pancoast e, posteriormente, de tumores do sulco pulmonar superior, por estar localizados no sulco formado pela passagem da artéria subclávia pela cúpula da pleura e ápices pulmonares. As síndromes de Pancoast (ou tumor do sulco superior) resultam da extensão local de um tumor em crescimento no ápice do pulmão, com acometimento do oitavo nervo cervical e do primeiro e do segundo nervo torácico, e apresentam dor no ombro que costuma se irradiar na distribuição ulnar do braço, em geral com destruição radiológica da primeira e da segunda costela. SÍNDROME DE CLAUDE BERNARD HORNER É a associação dos sintomas como queda da pálpebra superior (ptose), pupila retraída (miose), recuo do globo ocular na órbita (enoftalmia) e ausência de sudorese. Ela é causada pela compressão do sistema nervoso simpático cervical. As causas podem ser AVC, compressão por uma massa em local próximo ou câncer de pulmão. Para tratar a síndrome de Claude Bernard Horner, é necessário determinar sua causa. A síndrome de Claude Bernard- Horner (SCBH) é conseqüente a um bloqueio da inervação simpática do olho e da face em qualquer ponto do seu trajeto. Cursa clinicamente com uma ptose discreta a moderada da pálpebra superior, devida a uma paresia do músculo elevador palpebral superior ou de Müller. A pupila apresenta uma miose variável, que depende da localização, grau e cronicidade do déficit. A síndrome é considerada completa quando esses sintomas estão associados à anidrose da hemiface ipisilateral. Os fatores etiológicos da SCBH são múltiplos e podem ser iatrogênicos (cirurgias, procedimentos anestésicos, punções venosas), traumáticos ou associados a doenças sistêmicas (neoplasias, esclerose múltipla, tumores benignos, infecções como empiema pleural). AMEBÍASE E COLÍTES É doença infecciosa que atinge o trato gastrointestinal humano causada pelo patógeno Entamoeba histolytica. A E. histolytica parasita o cólon humano, alimentando-se de bactérias e partículas de alimento. É um patógeno humanoespecífico, considerado um dos mais potentes matadores de células, entre os agentes infecciosos. A sua ação de matar as células é realizada por reações citolíticas contato dependentes, semelhante à ação dos linfócitos citotóxicos. A associação de E. histolytica a bactérias facilita seu crescimento em culturas e no cólon, determinando seu caráter invasivo. Esse parasita é capaz de aderir e ingerir bactérias não opsonizadas, contendo galactose (ou NacGlc) na sua superfície. A invasividade da E. histolytica pode estar relacionada com fatores nutricionais, pois a deficiência de proteínas na dieta de ratos condiciona a infecção, em humanos. Ao contrário, a dieta hiperproteica facilita a eliminação da infecção. O ferro é nutriente necessário para crescimento das amebas. A E. histolytica existe sob duas formas: trofozoítos e cistos. QUADRO CLINICO Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 Amebíase intestinal: O tipo mais comum de infecção amebiana é a passagem assintomática do cisto. Mesmo em áreas altamente endêmicas, a maioria dos pacientes abriga a E. dispar. A colite amebiana sintomática se desenvolve 2-6 semanas após a ingestão de cistos infecciosos de E. histolytica. Um início gradual de dor abdominal inferior e diarreia leve é seguido por mal-estar, perda de peso e dor abdominal inferior difusa ou dor nas costas. O envolvimento cecal pode simular apendicite aguda. Os pacientes com disenteria completamente desenvolvida podem ter 10-12 evacuações ao dia. As fezes contêm pouco material fecal e consistem principalmente de sangue e muco. Em contraste com aqueles com diarreia bacteriana, menos de 40% dos pacientes com disenteria amebiana têm febre. Praticamente todos os pacientes têm fezes positivas para heme. Uma infecção intestinal mais fulminante, com dor abdominal intensa, febre alta e diarreia profusa, é rara e ocorre predominantemente em crianças. Os pacientes podem desenvolver megacólon tóxico, no qual há grave dilatação intestinal com ar intramural. Pacientes em uso de glicocorticoides estão em risco de amebíase grave. Embora seja incomum, os pacientes desenvolvem uma forma crônica de colite amebiana, a qual pode ser confundida com doença inflamatória intestinal. A associação entre complicações graves da amebíase e a terapia com glicocorticoides enfatiza a importância de se excluir a amebíase quando a doença inflamatória intestinal for suspeitada. ANTI-HIPERTENSIVOS BLOQUADORES DE CA + Vide resumo de fármaco. DIURÉTICOS Vide resumo de fármaco. SEMIOLOGIA RESPIRATORIA INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Ectoscopia: Observar a coloração das mucosas, baqueteamento, forma do tórax Padrão respiratório: Observar o tipo, ritmo e amplitude da respiração Sinais de esforço e utilização de musculatura acessória: batimento de aletas nasais, musculatura cervical, tiragem intercostal, musculatura abdominal. Posições: Em decúbitos dorsal, laterais, sentado e ortostatismo Observar: Abaulamentos; Impulsões de borda esternal; Retrações; Malformações torácicas; Batimentos ou Movimentos; Frêmitos; pontos dolorosos; enfisema subcutâneo Avaliação da expansibilidade torácica Conceitos: A parede torácica inclui a pele, o tecido subcutâneo, os músculos, as cartilagens e os ossos. Procedimento: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. O examinador deve se colocar atrás do paciente. Iniciar o exame pelos ápices e ir deslocando as mãos em direção às bases. Pousar as mãos espalmadas sobre as regiões a serem examinadas, de tal modo que os polegares se toquem levemente, em ângulo quase reto. Os demais dedos encostam levemente no tórax, levemente fletidos. Nas bases, aderir bem os dedos e o examinador deve se postar assentado, de preferência. Solicitar ao paciente para respirar mais fundo e ir observando a movimentação de suas mãos, particularmente o distanciamento dos polegares da linha médio-espinhal. A expansibilidade pode ser normal ou diminuída (unilateral ou bilateralmente). REGISTRO DO EXAME NORMAL: Expansibilidade normal e simétrica Avaliação do frêmito tóraco-vocal (ftv) Conceito: é o exame das vibrações percebidas pela mão do examinador, encostada na parede torácica, quando o paciente emite algum som. Procedimento: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. O examinador deve se colocar atrás do paciente. Iniciar o exame pelo alto e ir deslocando a mão em direção às bases, em cada uma das faces torácicas. Pousar a mão espalmada, ora de um lado, ora do outro, com os dedos levemente estendidos, sobre as regiões do tórax a serem examinadas ao mesmo tempo em que opaciente vai falando em voz alta ―trinta e três‖. Compara-se um lado com o outro e observa-se o aumento, a diminuição e o desaparecimento do FTV, (unilateral ou bilateralmente). REGISTRO DO EXAME NORMAL: FTV normal e simétrico PERCUSSÃO TORÁCICA Procedimentos: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. Para a percussão das faces anterior e laterais, o paciente pode estar deitado ou assentado. Na percussão das faces laterais o paciente deve colocar a mão na cabeça. Já a percussão da parede posterior deve ser feita com o paciente na posição sentada. Utiliza-se a percussão dígito-digital, indo de cima para baixo em cada face. Ir golpeando os espaços intercostais ora de um lado, ora do outro, e ir comparando os sons obtidos. Manter a força do golpe constante. Identificar os 3 sons pulmonares à percussão e as áreas em que ocorrem. Comparar o exame com pessoas magras, musculosas e obesas. Percussão do tórax: hipersonoridade, submacicez e macicez. REGISTRO DO EXAME NORMAL: Sons pulmonares normais e sem sinais de cardiomegalia. AUSCULTA PULMONAR ERRO GROSSEIRO: auscultar o tórax POR CIMA de roupas. Avaliar: a presença e a caracterísica dos: 1. SONS NORMAIS. Tipos: Som traqueal, respiração brônquica, respiração bronco-vesicular, murmúrio vesicular. Podem estar: fisiológicos; aumentados; diminuídos; abolidos. 2. SONS ANORMAIS. Tipos: - estertores finos (antiga crepitação) e estertores grossos - ronco, sibilo, estridor - atrito pleural Podem ser: a) presentes ou ausentes b) inspiratórios ou expiratórios (proto, meso, tele, holo) c) raros, poucos ou leves; moderados; muitos d) móveis ou não com a tosse Podem estar: - difusos ou localizados em uma determinada região do pulmão Podem evoluir: - aumentando, diminuindo, inalterados Podem cursar ou não com esforço respiratório Material: Estestocópio Thaís Silva Batista | Medicina UNIFTC | 4º P 2021.1 Procedimentos: Antes e após examinar um paciente lave as mãos. Colocar o paciente em posição assentada. Colocar corretamente as olivas do estetoscópio nas orelhas. Solicitar ao paciente que respire lenta e profundamente, com a boca aberta. Iniciar o exame pelos ápices e ir deslocando o estetoscópio em direção às bases. Compara-se um lado com o outro, observando-se os sons pulmonares fisiológicos e a presença de ruídos adventícios (extras, anormais). Observam-se também as fases de inspiração ou de expiração e se há prolongamentos dela. REGISTRO DO EXAME NORMAL: Murmúrio vesicular fisiológico sem ruídos adventícios Prática simulada: Ausculta pulmonar 2.1 Sons pulmonares normais: traqueal, broncovesicular, murmúrio vesicular (L1, L2) 2.2 Sons contínuos: sibilos (L3, L4), roncos (L7), estridor (L8), som bronquial (L11), atrito pleural (L14) 2.3 Sons descontínuos: crepitações finas (L5), crepitações grossas (L6, L12) 2.4 Ausculta da voz: egofonia (L15), pectorilóquia (L16)
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