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Trabalho - Angústia em Kierkegaard na Adolescência

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Tarefa 1 – Teoria Existencial Humanista Fenomenológica – Adolescência 
2021/1 
Laura P. da Encarnação – 201557191 
 
• Pesquisar sobre angústia em Kierkegaard tecendo um paralelo com o período 
da adolescência. 
 
Kierkegaard descreve a angústia como a percepção do homem à sua 
responsabilidade por si mesmo, marcada pela falta de garantias em sua vida no meio 
de todas as possibilidades existentes. A mesma definição poderia ser utilizada para 
explicar o que é um adolescente. Um sujeito lançado ao mundo com a potência de 
realizar tudo o que quiser, tão novo e cheio de energia, o jovem vê-se pronto para 
conquistar o mundo. Porém, as responsabilidades, repressões, proibições, incertezas 
e mudanças que percorrem esse período da vida, fazem com que este seja repleto de 
angústias cada vez mais crescentes. 
Ao chegar na adolescência, ingressamos na reta final da escola, começamos a 
idealizar uma faculdade e/ou trabalho, nos preocupamos em perder as amizades ao 
fim do ensino médio, iniciam-se os primeiros relacionamentos sérios, as recorrentes 
discussões com os pais e as “horrorosas” mudanças corporais. De repente, aquela 
criança que não tinha muitas preocupações além de ir para a escola e brincar, possui 
muitas escolhas a fazer, atitudes que deve tomar, mudanças de comportamento que 
precisa se adaptar, e além desse enfrentamento do novo, surge aquela pergunta que 
coça a cabeça: “Quem sou eu?”. 
Frente as incertezas do futuro, a angústia toma conta do sujeito. Mas essa 
“crise”, como costumamos nomear, é fundamental para a construção de si mesmo 
pois o impulsiona pela busca do sentido, explorando o que há de novo e questionando 
aquilo que é velho. Nesse movimento de defrontar-se com o velho, questionando 
antigos costumes e hábitos que lhe foram ensinados, há a angústia em tornar-se 
diferente, é possível ser mais e melhor, é esse rompimento que leva a construção do 
self. 
Um adolescente sem angústia, é um sujeito que apenas seguirá aquilo que lhe 
foi traçado pela família, sem se individuar, sem tomar suas próprias decisões, ele não 
possui uma conceituação de si mesmo, apenas aceita o que recebe. Temos uma 
escolha muito difícil na adolescência. Quem vou ser. E como nenhuma escolha foi 
feita até aquele momento, tudo lhe é possível, somos levados por uma avalanche de 
informações com um peso enorme da importância de fazer a escolha certa. Seja nos 
estudos, no trabalho, na família, nas amizades e no amor. Temos medo de dar o 
próximo passo, é um tiro no escuro, mas é justo essa angústia que nos move, nos 
lança ao desconhecido. A angústia é a força motriz do ser humano. 
Como a angústia está atrelada as possibilidades do homem, não seria possível 
experenciar a adolescência sem ela, pois é o momento em que mais possuímos 
possibilidades. Faz-se necessário o acompanhamento psicológico para o jovem 
adolescente para ajudá-lo a lidar com a angústia e percebê-la como aliada. É normal 
que ele se sinta sobrecarregado com as novas responsabilidades, leva tempo para se 
acostumar a essas novas ideias, a sentir-se seguro em suas escolhas para começar 
a agir, e o apoio é imprescindível para que o medo não se torne maior do que a 
vontade que o move.

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