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FACULDADE FUTURA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ÁREA DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL VOTUPORANGA – SP SUMÁRIO 1 INCLUSãO ....................................................................................................... 5 2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS NO BRASIL ...................................................................................................................... 7 2.1 Evolução da inclusão do deficiente na educação e sociedade. ................. 9 2.2 Desenvolvimento ..................................................................................... 10 2.3 IDENTIDADE X DIFERENÇA .................................................................. 13 3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E RELAÇÕES FAMILIARES ................................. 14 3.1 Escola ...................................................................................................... 16 3.2 A criança com deficiência deve frequentar a creche comum! ................. 16 3.3 Escolarização .......................................................................................... 17 3.4 As relações entre pais e profissionais ..................................................... 21 3.5 Participar da cultura, do esporte e do lazer ............................................. 22 3.6 Desenvolver a vida social ........................................................................ 23 3.7 Atenção, pais! .......................................................................................... 24 4 SOBRE A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ...................................................... 25 4.1 Principais causas .................................................................................... 26 4.2 Principais tipos de Deficiência Intelectual ................................................ 29 4.3 Deficiência Intelectual x Doença Mental .................................................. 31 4.4 Prevenção ............................................................................................... 33 4.5 Diagnóstico .............................................................................................. 34 4.6 Acompanhamento ................................................................................... 35 4.7 A importância da inclusão ....................................................................... 36 5 TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ....................................... 37 5.1 Nomenclaturas para o Autismo ............................................................... 38 5.2 Tipos e Níveis de Gravidade do Autismo ................................................ 39 5.3 Causas .................................................................................................... 42 5.4 Fatores de risco ....................................................................................... 43 5.5 Mecanismo de acontecimento ................................................................. 44 5.6 Sintomas do Autismo?............................................................................. 46 5.7 Diagnóstico .............................................................................................. 50 5.8 Diagnóstico em crianças mais velhas e adolescentes ............................ 52 5.9 Diagnóstico em adultos ........................................................................... 52 5.10 Tratamento ........................................................................................... 52 5.11 Apoio aos pais ...................................................................................... 53 5.12 O Autismo tem cura? ........................................................................... 54 6 REABILITAÇÃO ............................................................................................. 54 7 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA ......... 57 7.1 O professor frente ao processo de inclusão ............................................ 62 7.2 Procedimentos pedagógicos ................................................................... 64 8 PRATICAS PEDAGÓGICAS E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PARA O APRENDIZADO ............................................................................................................. 66 8.1 Estratégias de aprendizagem .................................................................. 71 8.2 Planejamento das Estratégias ................................................................. 72 8.3 Planejamento .......................................................................................... 75 8.4 Fatores que influenciam o desenvolvimento: .......................................... 82 9 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............................................................................................................... 88 9.1 A escrita sem valor representativo .......................................................... 94 9.2 Escrita com valor representativo ............................................................. 95 9.3 O ensino da matemática dos alunos com deficiência intelectual ............. 99 9.4 Metodologia de trabalho ........................................................................ 105 10 TECNOLOGIA ASSISTIVA ....................................................................... 107 11 DA PRÁTICA DA LIBERDADE COMO SOLUÇÃO PARA A ESCOLA ENFRENTAR A DIVERSIDADE ................................................................................... 117 11.1 Valores e respeito pela diferença ....................................................... 118 11.2 Respeito às diferenças começa na escola ......................................... 119 1 INCLUSÃO Inclusão é o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes não faziam parte. Socialmente, a inclusão representa um ato de igualdade entre os diferentes indivíduos que habitam determinada sociedade. Assim, esta ação permite que todos tenham o direito de integrar e participar das várias dimensões de seu ambiente, sem sofrer qualquer tipo de discriminação e preconceito1. As diferenças culturais, sociais, étnicas e a diversidade humana está sendo cada vez mais desvelada e descartada. A integração dos alunos com necessidades educativas especiais implica muito mais do que simplesmente o aluno numa escola regular. Trata-se de um processo em que o aluno tem oportunidades para se desenvolver e progredir em termos educativos para uma autonomia econômica e social. A integração é igualmente um processo em que as próprias escolas necessitam de mudar e de se desenvolver e proporcionar um ensino de elevado nível a todos os alunos e o máximo de acesso aos que têm necessidades educativas especiais. 1 Texto extraído de: www.significados.com.br Fonte de: www.novaescola.org.br A exclusão gera efeitos terríveis. Ela afeta a autoestima e a identidade, produzindo um sentimento de desvalorização nos indivíduos excluídos. Ao mesmo tempo, produz efeitos sociais, econômicos, culturais e políticos, uma vez que reafirma a desigualdade e as injustiças sociais, auxiliando na formação de cidadão de “segunda classe” (CARVALHO, 2000). Na área pedagógica, não parece correto ter como ponto de referência as deficiências ou incapacidades, mas sim compreender o que é importante é o ser humano, com a adaptação do posto de trabalho à pessoa, às suas habilidades e características individuais, no campo da pedagogia teremos de evitar que a deficiência se coloque entre o professor e o aluno, impedindo-nos de ver a pessoa que está por detrás dessa deficiência2. 2 Textoextraído de: www.aedb.br 2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS NO BRASIL A educação inclusiva na sociedade contemporânea apresenta-se como uma ação que demanda estudos, pesquisas e políticas públicas, pois incluir não diz respeito somente à inserção, nas escolas regulares, de pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE), a escola inclusiva é aquela que atende a todos os alunos. Segundo a Declaração de Salamanca (1994, p.5): O princípio fundamental da escola inclusiva é de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade à (sic) todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola. (BRASIL, 1994, p.5). A proposta de educação inclusiva surge no cenário educacional como uma nova perspectiva que, além de rever concepções a respeito de ensino, reconsidera a Legislação que a ampara e levanta vários questionamentos acerca do saber e do fazer dos professores, os quais são levados a se questionar a respeito dos saberes necessários para trabalhar com alunos com NEE e de que forma proceder em relação às dificuldades e potencialidades apresentadas nesse contexto. No caso, considera-se fundamental a formação específica dos professores para trabalhar com a educação inclusiva em diferentes níveis de ensino. Fonte de: www.casadaptada.com.br Acredita-se na importância de realizar estudos com discussões sobre a formação docente na medida em que contribuem para a construção do conhecimento referente à inclusão e o professor reflita em suas práticas pedagógicas nas escolas do ensino regular. Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), “(...) o movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação”. No documento, a educação inclusiva constitui-se um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (BRASIL, 2008). A educação inclusiva é um processo que amplia a participação de todos os alunos com NEE no ensino regular, independentemente das condições físicas, biológicas, econômicas, culturais e sociais dos sujeitos. Isso visando a promover seu acesso e permanência na classe comum do sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. 2.1 Evolução da inclusão do deficiente na educação e sociedade. Ao longo do tempo, o homem aprendeu que todos devem ter oportunidades iguais, podendo assim ter uma vida digna como qualquer outra pessoa. Fonte de: wwww.triesteabile.it Demorou muito para que o mundo, e principalmente o Brasil vissem que a educação é um direito igual de todos. E que com ela o deficiente poderia ser integrado à sociedade, obtendo uma melhora significativa em seu desenvolvimento. Apresentamos também os períodos vivenciados na evolução da inclusão do deficiente na educação, e suas conquistas alcançadas até o momento atual. E no Brasil, esse processo foi diferente dos demais países europeus e americanos. No Brasil as leis beneficiaram bastante ao acesso à educação de pessoas deficientes, contudo o que é visto na prática é diferente, pois muitas escolas ainda não estão preparadas para receber essa clientela. Enfim, é visto que a educação ainda peca em algumas questões na inclusão do deficiente ao ensino, mas o homem já mudou bastante em suas concepções na integração deles a sociedade. 2.2 Desenvolvimento Na história da educação especial e da inclusão social do deficiente, podem-se ver grandes mudanças ocorridas durante toda vivência do homem. O mundo passou por diversas fases na forma de tratamento ao deficiente, de abandonados ou mortos, a sua inclusão social no mundo atual. Fonte de: www.ceir.org.br Em épocas remotas, principalmente nas sociedades greco-romanas, toda criança que possuía deficiência física, cognitiva ou sensorial eram rejeitas. Muitas eram abandonadas, e outras até mortas, pois na visão deles elas não possuíam uma beleza, o que era muito valorizado por aqueles povos. Pesquisas feitas mostram que muitas tribos indígenas, através de sua cultura, matam a criança deficiente ou frágil de saúde assim que ela nasce, pois acreditam que estejam praticando um ato de amor. Isso acontecia nos primórdios, e é visto até hoje na cultura de algumas tribos indígenas brasileiras. Foram vários estudiosos que colaboraram na integração dos deficientes ao meio social e a educação, e seu desenvolvimento. Um dos pioneiros, sempre lembrado como “o pai da Educação Especial”, foi o médico Jean Marc Gaspard Itard. Ele ficou conhecido por ter elaborado o primeiro programa sistemático de Educação Especial, e por ter tido a experiência na recuperação e na tentativa de educabilidade do menino Victor de Aveyron, “o menino selvagem”. Victor vivia na selva em meio aos animais, e não falava e nem tinha um comportamento de um ser humano, pois, por ser abandonado na mata teve contato somente com os animais, seguindo assim seus hábitos de vida. Essa experiência foi um marco na história da Educação Especial, pois depois disso foram desenvolvidos vários programas para a inclusão e desenvolvimento dos deficientes no mundo. Foram criadas várias instituições e hospitais para atendimento dos deficientes ao redor do mundo, e no Brasil demorou um pouco, vindo a ser implantado a partir do século XIX no então governo imperial. Posteriormente os especialistas viram que não bastava uma instituição para o tratamento e educabilidade do deficiente, eles notaram que o desenvolvimento e inclusão deveriam acontecer junto, nas escolas normais, e em meio à sociedade. Foi então que países europeus e americanos começaram a integração dos deficientes nas escolas públicas. Fonte de: www.g1.globo.com No Brasil, esse processo também foi mais tarde, vindo a acontecer somente depois do ano de 1988, onde fora criado o artigo 208 da Constituição Brasileira que fala da integração do deficiente a escola regular de ensino. É visto que a inclusão do deficiente ao meio social e na educação vem se transformando ao longo do tempo, e que melhoras são estudadas e aplicadas, porém muito se tem a fazer para o desenvolvimento da Educação Especial3. 3 Texto extraído de adaptado de: www.institutoitard.com.br 2.3 Identidade X Diferença A inclusão é uma prática recente nas escolas, para que possamos entendê-la com precisão, considero-a suficiente para questionar que ética ilumina as nossas ações na direção de uma escola para todos. O respeito, como conceito, implica um certo sensacionalismo, uma generalização, que vem da compreensão de que as diferenças são fixas, definitivamente estabelecidas, de tal modo que só nos resta respeitá-las. Entende-se que as deficiências no indivíduo é como se fossem marcas indeléveis as quais só nos cabe aceitá-las, passivamente, pois pensa-se que nada poderá evoluir, além do previsto no quadro geral das suas especificações estáticas: os níveis de comprometimento, as categorias educacionais e as predisposiçõespara o trabalho e outras tantas mais. A luta pela inclusão escolar e a posição é oposta à conservadora, porque entende que as diferenças estão sendo constantemente feitas e refeitas, já que vão deferindo, infinitamente. Elas são produzidas e não podem ser naturalizadas, como pensamos habitualmente. Nossas ações educativas e participativas é que produz sentido para o aluno, pois contempla sua subjetividade, embora construída no coletivo das salas de aula. A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que seja ressignificada a identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais. O direito à diferença nas escolas desconstrói, o sistema atual de significação escolar excludente, normativo, com suas medidas e seus mecanismos de produção da identidade e da diferença4. 4 Texto extraído de: www.aedb.br 3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E RELAÇÕES FAMILIARES Em uma sociedade inclusiva, as diferenças sociais, culturais e individuais são utilizadas para enriquecer as interações e a aprendizagem entre os seres humanos. Trata-se de uma mudança profunda no comportamento e na atitude das pessoas. No caso específico das pessoas com deficiência, promover a compreensão da diversidade é a forma mais coerente de favorecer a inclusão social e a aprendizagem delas. Mas, para mudar essa atitude, é necessário o envolvimento direto das famílias e que esse processo de mudança seja iniciado por elas, uma vez que a formação do cidadão começa em casa. É na família que são desenvolvidos valores, hábitos e ideias sobre as coisas e o mundo, e é nela que aprendemos a nos relacionar com os outros. Portanto, a construção dessa sociedade inclusiva começa em casa. Os pais e as próprias pessoas com deficiência são seus principais agentes. Fonte de: www.nutrilinepanama.com Entretanto, ainda hoje, a maioria da população não está acostumada a participar ativamente de reuniões em igrejas, escolas e outras associações da comunidade. Isso faz com que os indivíduos se isolem e muitos assuntos deixem de ser discutidos. No caso da chegada de uma criança com deficiência, a falta de informações da família é ainda maior. Muitos pais não sabem como agir nem decidir o que é melhor para os filhos, deixando para médicos, professores, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas essa responsabilidade. Assim, numa sociedade inclusiva, a relação dos profissionais com os familiares deve ser de cooperação, juntos na direção do atendimento das necessidades especiais da criança. Os objetivos a serem alcançados e as decisões a serem tomadas devem ser discutidos entre todos os envolvidos. Cabe aos profissionais esclarecer todos os passos do atendimento a ser realizado e o que vai acontecer. A decisão dos familiares deve estar baseada em informações dadas por esses profissionais. Uma outra tarefa de grande importância dos pais é a escolha da escola, de como desejam que seus filhos sejam educados, devendo respeitar os valores e as crenças da família. Enfim, para se construir uma sociedade inclusiva, é fundamental que os pais tenham autonomia para cuidar das questões relacionadas às necessidades especiais de seus filhos. Em uma sociedade inclusiva, a família de pessoas com deficiência deve estar presente em todos os momentos, participar das decisões, fazer valer os seus direitos e lutar por melhores condições de vida para todos. Fonte de: www.construirnoticias.com.br 3.1 Escola A escola tem um papel muito importante na vida da criança e do jovem. Ao entrar na escola, eles têm a oportunidade de conviver e de se relacionar com diferentes pessoas, aprendendo a perceber que todas têm características próprias, que nenhuma é igual a outra. Dessa forma, eles vão passar por muitas experiências novas e, assim, agir, reagir, mudar sua forma de pensar, criar um jeito próprio de se relacionar com o mundo. 3.2 A criança com deficiência deve frequentar a creche comum! Por isso, é fundamental que a escolha da escola seja feita levando-se em consideração que ela também irá contribuir para a educação e a formação de seu filho. Os pais não podem esperar seu filho completar 7 anos de idade. A procura por escola deve ter início na Educação Infantil, como para toda e qualquer criança. A organização da Educação Infantil pode variar, apresentando-se de formas diferentes nos muitos municípios e estados do Brasil. No entanto, não importa o nome que esses espaços apresentam, o que importa é que eles estejam adequados à faixa etária das crianças, tanto do ponto de vista do espaço físico como da proposta pedagógica. Exemplificando, podemos dizer que, em alguns estados, as crianças são atendidas em creche, associação, centro infantil, pré-escola ou centro de convivência. O ingresso da criança na escola, na Educação Infantil (creche e pré-escola), é de fundamental importância, por todos os aspectos físicos, sociais, emocionais e psicológicos, é uma ótima etapa do desenvolvimento, que servirá de base para toda a sua vida futura. Procure, na sua comunidade, uma escola de Educação Infantil comum. 3.3 Escolarização Esse momento também pode gerar aflição e angústia nos pais. Afinal, o que é melhor? Vamos examinar alguns aspectos. Escolas grandes ou pequenas? Os pais, mais do que ninguém, conhecem e sabem o que mais ajudará no desenvolvimento de seus filhos para que eles cresçam confiantes e felizes. Crianças tímidas se sentirão mais confortáveis em escolas pequenas, onde todos se conhecem pelo nome. Porém, ingressar numa escola grande pode ser um desafio e um estímulo para que elas aprendam a se relacionar em ambientes desse tipo. Cada caso merece uma solução. • Escolas inclusivas ou especializadas? Atualmente, há uma tendência mundial de reconhecer os benefícios que uma escola inclusiva traz para todos os alunos. Nessas escolas, as crianças aprendem umas com as outras. Crianças sem deficiência aprendem a reconhecer e valorizar as diferenças entre seus colegas. Crianças deficientes aprendem a conviver e a lidar com a deficiência em um ambiente novo, fora do círculo familiar ao qual estão acostumadas. Essa convivência vai trazer muitos benefícios para seu futuro, pois a escola, como um recurso da comunidade, representa a sociedade tal como ela é. Uma escola inclusiva se caracteriza por aceitar, respeitar e valorizar alunos com diferentes características: meninos e meninas; altos e baixos; gordos e magros; pobres e ricos; negros; brancos; índios; cegos; surdos; cadeirantes; que usam lupa, calçado ortopédico, aparelho no ouvido; que têm doença crônica; que são católicos, protestantes, evangélicos e outros. É uma escola construída sob o princípio da educação como direito de todos os cidadãos. É um objetivo a ser alcançado pela luta por uma escola pública gratuita e de qualidade. Dessa forma, a escola inclusiva atende a população com faixas de idade próprias de cada etapa: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior. Uma escola inclusiva deve garantir também condições para que as crianças possam se locomover em todos os ambientes, providenciando a construção de rampas ou elevadores para acesso, inclusive aos pisos superiores, e de banheiros adaptados para acomodação de cadeiras de rodas, colocação de corrimãos, instalação de piso antiderrapante, sinalização para alunos com baixa visão e para alunos surdos. Assim, todos os alunos terão condições de frequentar a totalidade das aulas. Devemos lembrar que a Constituição de 1988 assegura igualdade de condições de acesso e permanência no sistema educacional para todos. • Qual omelhor método de ensino? Não se pode aceitar que uma criança com deficiência seja simplesmente colocada no mesmo espaço que as demais sem que a escola se preocupe em atender às suas necessidades educacionais especiais. Ao mesmo tempo que frequentam a classe comum, os alunos com deficiência têm direito a um apoio pedagógico especializado, em outro horário. Têm direito, também, aos recursos materiais e pedagógicos para facilitar e garantir o aprendizado do currículo escolar. No caso de classes em que participam crianças com deficiência, como já foi mencionado anteriormente, é recomendável um número menor de alunos, embora o ideal seja a redução do número de alunos em todas as classes. Os pais devem participar de reuniões em que se discutem questões sobre a educação de seus filhos, colaborando com sugestões para a melhoria das condições das escolas, como, por exemplo, a redução do número de alunos, que pode ocorrer ano após ano. É importante que a escola respeite cada criança, com seu jeito próprio de aprender, considerando, dessa forma, seus interesses. Uma escola com um método e objetivos únicos para todos os alunos está mais que ultrapassada. Fonte de: www.construirnoticias.com.br Ao elaborar os planos de trabalho que fazem parte do projeto pedagógico, as escolas assumem o compromisso de oferecer educação de qualidade para todas as crianças, utilizando métodos diferentes para atender às necessidades específicas dos alunos. Adequar o processo de ensino às necessidades dos estudantes é um importante fator para o sucesso da aprendizagem. Nenhum método de ensino dá conta, por si só, da variedade de experiências e comportamentos dos alunos. Nas classes em que os trabalhos são feitos em grupo e os educandos colaboram uns com os outros para a construção do conhecimento, as aulas se tornam mais interessantes, com mais possibilidades de garantir o sucesso da aprendizagem de todos os alunos. Como se realiza o atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência? O professor especializado vai trabalhar com os alunos as questões relativas às necessidades específicas de aprendizagem, para que eles possam acompanhar e ter acesso a todas as atividades do currículo desenvolvido na classe comum. Mas, em algumas regiões, municípios ou bairros, pode não haver professor capacitado para oferecer o apoio pedagógico especializado. Isso não é impedimento para uma criança com deficiência frequentar a escola. As escolhas para cada criança devem ser feitas sempre em conjunto com a família, que não deve deixar para a escola a responsabilidade de definir, sozinha, que tipo de cidadão deve ser formado. Os pais devem estar presentes, acompanhar e participar da resolução dos problemas da escola relacionados ao desenvolvimento dos alunos e, ajudando-os a superar as dificuldades e aplaudindo os seus progressos. As escolas oferecem várias oportunidades para a participação dos pais, previstas no projeto pedagógico, como conselho de escola, associação de pais e mestres e outras, dependendo da região. A família deve participar ativamente da vida escolar do seu filho. Nas reuniões da associação de pais e mestres acompanhar o desempenho dele. Procure ficar a par dos apoios de que a escola dispõe e se há supervisão aos professores. Escola com disciplina mais rígida ou mais liberal? Gratuita ou paga? Essa escolha deve ser coerente com as crenças e maneiras de os pais educarem seus filhos. O relacionamento entre a família e a escola deve ser harmonioso, favorecendo o diálogo sobre as diferenças de valores e pontos de vista sobre a educação. A escolha da escola deve ser adequada ao modo de vida da família. Há muitas escolas públicas e gratuitas que oferecem boas condições aos alunos. A escola pública é da população que paga impostos e tem direito a um ensino de qualidade. É recomendável conversar com outros pais e outras mães para decidir o que desejam para os seus filhos. Além disso, é importante que a criança frequente uma escola próxima de sua casa. Assim, ela poderá conviver com as crianças da vizinhança, com colegas da mesma rua. Observe alguns aspectos da escola na hora de decidir onde matricular seu filho. Algumas características podem indicar se ela está adequada aos objetivos da família. Lembre-se: a escola inclusiva, pública e gratuita é a escola que acolhe todas as crianças, oferecendo-lhes uma educação de qualidade. Fonte de: www.construirnoticias.com.br 3.4 As relações entre pais e profissionais É importante fortalecer os vínculos da escola com as famílias. Investindo aos pais o poder de decidir e fazer escolhas pelos filhos e pela escola que desejam para eles, procurando desfazer vínculos centrados. Tal disputa de poder da escola com as famílias os afasta normalmente de uma parceria construtiva e imprescindível. Toda pessoa com alguma deficiência possui o direito de manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida da sua capacidade de estar a certa disso. Os pais têm o direito de serem consultados sobre a forma de educação que melhor se ajuste às necessidades de seus filhos. A família juntamente com os professores deverá partilhar da responsabilidade dos ensinos ministrados a estas crianças, dando apoio às mesmas, com utilização de recursos disponíveis tanto na sala de aula como fora dela, essas crianças com necessidades especiais precisam se relacionar com adultos que possuem as mesmas deficiências e que tiveram êxitos na vida baseando assim a vida dessas crianças e suas expectativas em algo real. As relações de cooperação e de apoio entre escolas, professores e pais são extremamente necessárias para tomada de decisões em seus filhos. Segundo Goffman (1982, pág. 14), [...] o indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social cotidiana possui um traço que se pode impor à atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus. Ele possui um estigma, uma característica diferente da que havia previsto5. 3.5 Participar da cultura, do esporte e do lazer Futebol, piscina, cinema… A cultura, o esporte e o lazer em nossa vida são aspectos que merecem atenção tanto quanto a educação, a saúde e a reabilitação. Falar de participação em uma sociedade inclusiva é falar de qualidade de vida. E o que vem a ser qualidade de vida? Viver com qualidade significa fazer todas as coisas próprias de cada idade, ou seja, brincar, passear, pertencer a um grupo, conversar, namorar, amar, sofrer, ter ilusão, ter desilusão, enfim, passar por todas as experiências comuns ao ser humano. Significa lutar para alcançar seus objetivos e satisfazer seus desejos. Significa, ainda, poder produzir e se beneficiar da cultura de uma comunidade, participar coletivamente de esportes e de momentos de lazer. Fonte de: www.construirnoticias.com.br 5 Texto extraído de: www.aedb.br Mais uma vez, a família tem um papel importante no favorecimento dessas experiências. Para tanto, é necessário garantir que essas atividades estejam sempre presentes. Não se trata simplesmente de usar a cultura, o esporte e o lazer como etapas, ou fases, da reabilitação e da educação. Eles têm uma importância em si mesmos e devem ser vistos como experiências únicas. Para pessoas com deficiência, essas experiências, ao lado da educação e do trabalho, aprofundam e ampliam as amizades, o sentimento de pertencer a um grupo, garantindo o seu direito de viver plenamente e utilizando os recursos da sua comunidade. 3.6 Desenvolver a vida social Uma das funções mais importantes da família e, em particular, da família de pessoas com deficiência é favorecer a participação dos filhos em todos os espaços da comunidade. Todas as crianças aprendem a se relacionar e enfrentar as situações do dia a dia,formando seu círculo de amizade. Essa aprendizagem é tão importante quanto a capacidade de ler, escrever ou trabalhar, pois é na relação com os amigos que formamos nosso grupo e criamos nossa identidade. Muitas pessoas com deficiência convivem apenas com familiares próximos, e, assim, esse lado social fica prejudicado. Perdem a oportunidade de conversar, trocar ideias, mostrar seus limites e suas possibilidades, sentir-se à vontade conversando naturalmente em grupos, expor seus pontos de vista e expressar educadamente seus desejos, aborrecimentos, gostos e suas contrariedades. Esses aspectos da vida em sociedade são adquiridos a partir do relacionamento diário na infância e dependem de todas as experiências vividas pela criança ao longo da vida. Isso vem confirmar a importância e a necessidade das brincadeiras e das tentativas de interação de todas as crianças. É recomendável que os pais permitam e incentivem a participação de seus filhos nas brincadeiras com vizinhos e em grupos de cultura, lazer e esporte com outras crianças, fazendo-os vivenciar o maior número de situações possível. Fonte de: www.construirnoticias.com.br 3.7 Atenção, pais! Procurem discutir em família todos os assuntos relativos à educação de seus filhos, incluindo aquele que possui uma deficiência. Convide toda a família para participar das reuniões e demais oportunidades que a escola ou a instituição de reabilitação oferecer. Muitas vezes, as instituições organizam grupos de pais e de irmãos. Esses são momentos muito ricos para criar e fortalecer os vínculos entre os familiares e aqueles que têm uma experiência de vida semelhante. Não ficar isolado depende de cada um. No dia a dia, a família tem a oportunidade para adquirir conhecimentos e informações relevantes, para apoiar e favorecer o desenvolvimento social, pessoal e educacional de seu filho com deficiência. Tal aprendizagem é fundamental para a tomada de decisões. Para tanto, exigem-se paciência, otimismo, confiança e a certeza de que qualquer mudança, para ser alcançada, precisa do esforço conjunto de pessoas unidas por um mesmo objetivo6. 6 Texto extraído e adaptado de: www.construirnoticias.com.br 4 SOBRE A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL A Deficiência Intelectual, segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento AAIDD, caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média (QI), associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade. Fonte de: www.formato7.com No dia a dia, isso significa que a pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos idade do que realmente tem. A Deficiência Intelectual é resultado, quase sempre, de uma alteração no desempenho cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida após o nascimento. Um dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores da área é que em grande parte dos casos estudados essa alteração não tem uma causa conhecida ou identificada. Muitas vezes não se chega a estabelecer claramente a origem da deficiência. 4.1 Principais causas Os fatores de risco e causas que podem levar à Deficiência Intelectual podem ocorrer em três fases: pré-natais, perinatais e pós-natais. Fonte de: www.beritagar.id Pré-natais Fatores que incidem desde o momento da concepção do bebê até o início do trabalho de parto: Fatores genéticos • Alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais) - provocam Síndrome de Down, entre outras. • Alterações gênicas (erros inatos do metabolismo): que provocam Fenilcetonúria, entre outras. Fatores que afetam o complexo materno-fetal • Tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos teratogênicos (capazes de provocar danos nos embriões e fetos). • Doenças maternas crônicas ou gestacionais (como diabetes mellitus). • Doenças infecciosas na mãe, que podem comprometer o feto: sífilis, rubéola, toxoplasmose. • Desnutrição materna. Fonte de: www.guiadobebe.com.br Perinatais Fatores que incidem do início do trabalho de parto até o 30.º dia de vida do bebê: • Hipóxia ou anoxia (oxigenação cerebral insuficiente). • Prematuridade e baixo peso: Pequeno para Idade Gestacional (PIG). • Icterícia grave do recém-nascido (kernicterus). Fonte de: www.saudedamulherufal.wordpress.com Pós-natais Fatores que incidem do 30.º dia de vida do bebê até o final da adolescência: • Desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global. • Infecções: meningites, sarampo. • Intoxicações exógenas: envenenamentos provocados por remédios, inseticidas, produtos químicos como chumbo, mercúrio etc. • Acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas etc. Fonte de: www.vittude.com 4.2 Principais tipos de Deficiência Intelectual Entre os inúmeros fatores que podem causar a Deficiência Intelectual, destacam- se alterações cromossômicas e gênicas, desordens do desenvolvimento embrionário ou outros distúrbios estruturais e funcionais que reduzem a capacidade do cérebro. Síndrome de Down – alteração genética que ocorre na formação do bebê, no início da gravidez. O grau de deficiência intelectual provocado pela síndrome é variável, e o coeficiente de inteligência (QI) pode variar e chegar a valores inferiores a 40. A linguagem fica mais comprometida, mas a visão é relativamente preservada. As interações sociais podem se desenvolver bem, no entanto podem aparecer distúrbios como hiperatividade, depressão, entre outros. Síndrome do X-Frágil – alteração genética que provoca atraso mental. A criança apresenta face alongada, orelhas grandes ou salientes, além de comprometimento ocular e comportamento social atípico, principalmente timidez. Síndrome de Prader-Willi – o quadro clínico varia de paciente a paciente, conforme a idade. No período neonatal, a criança apresenta severa hipotonia muscular, baixo peso e pequena estatura. Em geral a pessoa apresenta problemas de aprendizagem e dificuldade para pensamentos e conceitos abstratos. Síndrome de Angelman – distúrbio neurológico que causa deficiência intelectual, comprometimento ou ausência de fala, epilepsia, atraso psicomotor, andar desequilibrado, com as pernas afastadas e esticadas, sono entrecortado e difícil, alterações no comportamento, entre outras. Síndrome Williams – alteração genética que causa deficiência intelectual de leve a moderada. A pessoa apresenta comprometimento maior da capacidade visual e espacial em contraste com um bom desenvolvimento da linguagem oral e na música. Erros Inatos de Metabolismo (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo congênito etc.) – alterações metabólicas, em geral enzimáticas, que normalmente não apresentam sinais nem sintomas sugestivos de doenças. São detectados pelo Teste do Pezinho, e quando tratados adequadamente, podem prevenir o aparecimento de deficiência intelectual. Alguns achados clínicos ou laboratoriais que sugerem esse tipo de distúrbio metabólico: falha de crescimento adequado, doenças recorrentes e inexplicáveis, convulsões, atoxia, perda de habilidade psicomotora, hipotonia, sonolência anormal ou coma, anormalidade ocular, sexual, de pelos e cabelos, surdez inexplicada, acidose láctea e/ou metabólica, distúrbios de colesterol, entre outros. Fonte de: www.ead.fce.edu.br 4.3 Deficiência Intelectual x Doença Mental Muita gente confunde Deficiência Intelectual e doença mental, masé importante esclarecer que são duas coisas bem diferentes. Para Ferreira (2009), a terminologia Deficiência intelectual é um conceito mais específico do que deficiência mental, pois considera que a disfuncionalidade da pessoa constitui-se em defasagem e alterações nos processos de construção do conhecimento, única e especificamente e não em qualquer dos inúmeros processos mentais típicos do ser humano, como se faz crer na perspectiva da deficiência mental, sempre tida como inaptidão cognitiva geral; incapacidade de abstração, generalização; e ausência de memória para apropriação e retenção de saberes de qualquer natureza mais elaborada, que caracteriza uma pessoa que pouco ou nada aprende (FERREIRA, 2009, p. 102)7. 7 Texto extraído de: www1.ufmt.br Fonte de: www.abrangeabc.com.br Na Deficiência Intelectual a pessoa apresenta um atraso no seu desenvolvimento, dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo, que acontece antes dos 18 anos, e que prejudica suas habilidades adaptativas. Já a doença mental engloba uma série de condições que causam alteração de humor e comportamento e podem afetar o desempenho da pessoa na sociedade. Essas alterações acontecem na mente da pessoa e causam uma alteração na sua percepção da realidade. Em resumo, é uma doença psiquiátrica, que deve ser tratada por um psiquiatra, com uso de medicamentos específicos para cada situação8. 8 Texto extraído e adaptado de: www.apaesp.org.br 4.4 Prevenção A chance de uma criança desenvolver Deficiência Intelectual depende de diversos fatores relacionados à genética, acompanhamento da gestação, saúde da mãe durante a gravidez, ambiente familiar saudável na infância e adolescência, entre outros. Alguns cuidados devem ser tomados, para evitar ou minimizar as consequências da Deficiência Intelectual na vida da pessoa: Procurar aconselhamento genético, antes de engravidar, quando houver casos de deficiência intelectual na família, casamentos entre parentes ou idade materna avançada (maior que 35 anos). Fazer um acompanhamento pré-natal adequado para investigar possíveis infecções ou problemas maternos que podem ser tratados antes que ocorram danos ao feto. Manter uma alimentação saudável durante a gestação e evitar uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas. Realizar o Teste do Pezinho que é obrigatório no Brasilassim que o bebê nascer. Esse teste é a maneira mais efetiva de detectar a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito, que se não forem devidamente tratados podem levar à Deficiência Intelectual. Fonte de: www.blog.cerpe.com.br Seguir recomendações de vacinas. Oferecer à bebê alimentação adequada e ambiente familiar saudável e estimulador, além de cuidados para tentar evitar acidentes na infância. Procurar um médico caso note algum problema no desenvolvimento e/ou crescimento da criança. 4.5 Diagnóstico Geralmente, a família procura por um diagnóstico quando identifica que a criança tem algumas características diferentes das outras: demora em firmar a cabeça, sentar, andar, falar; não compreende as ordens que lhe são dadas; ou tem dificuldade para aprender alguma atividade, principalmente na escola. No entanto, esse diagnóstico é um processo minucioso, que envolve a compreensão de diversos fatores, como os genéticos, sociais e ambientais. Por isso, sempre que possível, deve ser feito por uma equipe interdisciplinar, composta por médicos, psicólogos e assistentes sociais. Fonte de: www.entendendoautismo.com.br Isso é importante porque o indivíduo deve ser avaliado em sua totalidade, para uma compreensão melhor da sua condição. Entre outros aspectos, a equipe médica investiga a história clínica familiar e realiza exames neurológicos e morfológicos; o psicólogo aplica testes e provas; o assistente social avalia a realidade familiar e social em que a criança vive e como isso pode influenciar no seu desenvolvimento. 4.6 Acompanhamento A Deficiência Intelectual não é uma doença, mas uma limitação. A pessoa com Deficiência Intelectual deve receber acompanhamento médico e estímulos, através de trabalhos terapêuticos com psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Fonte de: www.iipb.com.br De forma geral, a pessoa com Deficiência Intelectual tem, como qualquer outra, dificuldades e potencialidades. Seu acompanhamento consiste em reforçar e favorecer o desenvolvimento e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades garantindo seu bem-estar e inclusão na sociedade. 4.7 A importância da inclusão A inclusão é um instrumento extremamente importante na determinação da qualidade de vida da pessoa com Deficiência Intelectual, pois permite o acesso a todos os recursos da comunidade, que favorecerão o seu desenvolvimento global, reforçarão a sua autonomia e ajudarão a construir a sua cidadania. Fonte de: www.institutoitard.com.br Como qualquer um de nós, a pessoa com Deficiência Intelectual percebe tudo que se passa ao seu redor. Portanto, devemos criar as oportunidades para que ela possa realizar todas as atividades que achar interessantes e auxiliá-la no que for possível. 5 TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) O Autismo, também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), são transtornos que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. Atualmente, estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com relação ao Brasil, esse número passa para 2 milhões. Uma pesquisa realizada no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) diz que o autismo atinge ambos os sexos e todas as etnias, porém o número de ocorrências é maior entre o sexo masculino (cerca de 4,5 vezes). Fonte de: www.dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br Esse transtorno não possui cura e suas causas ainda são incertas, porém ele pode ser trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para que, assim, o paciente possa se adequar ao convívio social e às atividades acadêmicas o melhor possível. Quanto antes o Autismo for diagnosticado melhor, pois o transtorno não atinge apenas a saúde do indivíduo, mas também de seus cuidadores, que, em muitos casos, acabam se sentindo incapazes de encararem a situação. 5.1 Nomenclaturas para o Autismo Com o passar dos anos, o Autismo recebeu diversos nomes para ser representado. Entre eles estão: Transtorno do Espectro Autista; Condição do Espectro do Autismo; Autismo Clássico; Autismo Kanner; Transtorno Invasivo do Desenvolvimento; Autismo de Alto Funcionamento; Síndrome de Asperger; Demanda Patológica Avoidance. Atualmente, por conta das mudanças recentes e dos principais manuais de diagnóstico, o termo que abrange todos os outros e que será o mais comumente na hora do diagnóstico é o primeiro da lista, isto é, Transtorno do Espectro Autista. Fonte de: www.altoastral.com.br 5.2 Tipos e Níveis de Gravidade do Autismo De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), são existentes 3 tipos de Autismo: Síndrome de Asperger; Transtorno Invasivo do Desenvolvimento; Transtorno Autista. Outros 2 tipos também são anexados a esses, só que dessa vez pelo Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais: Síndrome de Rett; Transtorno Desintegrativo da Infância. Entenda melhor o que é cada tipo logo abaixo. Síndrome de Asperger Fonte de: www.novaescola.org.br A Síndrome de Asperger é a forma mais leve do espectro autista. As crianças que a possuem normalmente se tornam extremamente obsessivospor um único objeto e também se interessam demais pelo seu assunto preferido, podendo discuti-lo por horas a fio, sem parar. A síndrome afeta três vezes mais os meninos e, quem a desenvolve, normalmente possui inteligência acima da média. Por conta disso, alguns médicos a chamam de “Autismo de Alto Funcionamento”. Em contrapartida, quando esses pacientes atingem a fase adulta, o risco de depressão e/ou ansiedade se desenvolverem é muito alta. Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Crianças que possuam um tipo de autismo um pouco mais grave do que a Síndrome de Asperger e um pouco mais leve do que o Transtorno Autista, são diagnosticadas com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Pelo fato dos sintomas desse tipo de transtorno variarem bastante, pode-se dizer que os mais comuns são: Interação social prejudicada; Competência linguística razoável superior ao Transtorno Autista, mas inferior a Síndrome de Asperger; Menos comportamentos repetitivos. Transtorno Autista Todas as crianças que possuam sintomas mais rígidos do que os citados anteriormente possuem o transtorno autista. O funcionamento da capacidade social, cognitiva e linguística é bastante afetado, além de possuírem comportamentos repetitivos. Síndrome de Rett Por mais que as crianças com esse problema possuam comportamentos muito parecidos com os autistas, a Síndrome de Rett não está relacionada ao espectro autista. Especialistas dizem que a mutação presente na síndrome acontece de forma aleatória ao invés de ser herdada e ela afeta, em sua maioria, crianças do sexo feminino. A síndrome é caracterizada por alguns itens e aparecem entre o 6º e o 18º mês da criança: Para de responder socialmente; Torce demais as mãos, o que se torna um hábito; Perde competências linguísticas; O crescimento da cabeça diminui significativamente e, por 2 anos, é muito abaixo do normal. Transtorno Desintegrativo da Infância Esse tipo de autismo é o mais grave de todos os presentes no Espectro Autista, porém também é o menos comum cerca de 2 crianças de 100 mil são diagnosticadas com Transtorno Desintegrativo da Infância. Quanto aos sintomas, pode-se dizer que depois de um período de desenvolvimento normal, geralmente entre 2 e 4 anos de idade, a criança com esse tipo de transtorno perde de maneira muito brusca as habilidades sociais, linguísticas e intelectuais. Além disso, essas funções perdidas não são mais recuperadas. Fonte de: www.clinicaacolher.com Além desses tipos apresentados, o Transtorno do Espectro Autista também é dividido em graus e você pode verificar quais são cada um deles no seguinte quadro: 5.3 Causas Até hoje, as causas do Autismo são inconclusivas e, desde os meados dos anos 1940, a medicina tenta desvendá-las. Devido a algumas pesquisas e estudos voltados ao Nível de Gravidade Comunicação Social Comportamentos Repetitivos e Restritos Nível 1 (Leve) Crianças desse nível costumam ter dificuldade para iniciarem uma interação social com outras pessoas. Além disso, também podem apresentar pouco interesse por essas interações sociais. A inflexibilidade do comportamento interfere diretamente no funcionamento de um ou mais contexto. As crianças também têm dificuldade significativa em trocar de atividade e problemas de organização e planejamento são obstáculos à sua independência. Nível 2 (Médio) Nesse nível, as crianças apresentam um grave déficit nas suas habilidades sociais, sejam elas verbais ou não. Além disso, também possuem prejuízos sociais mesmo quando recebem apoio e limitações para iniciar algum tipo de interação. Caracterizado pela inflexibilidade do comportamento, a criança também tem dificuldade em lidar com mudanças, além de apresentarem comportamentos restritos/repetitivos frequentemente. assunto – que se fazem presente desde os anos 1970/1980, acredita-se que o transtorno possui ligações com alterações genéticas. Hoje, com a evolução gradativa da genética e dos avanços neurocientíficos e neuropsicológicos, os resultados de diversas investigações sobre o Autismo relatam que o transtorno possui associações com mutações genéticas, síndromes, doenças metabólicas, epilepsias e demais transtornos de desenvolvimento. 5.4 Fatores de risco Fonte de: www.medium.com Nível 3 (Grave) Crianças com Autismo de nível 3 tem déficits graves na comunicação verbal e não verbal. Também tem dificuldade em iniciar uma interação social ou se abrir a alguma que parta de outras pessoas. Quanto aos comportamentos, as crianças em nível 3 possuem os mesmos apresentados pelas crianças em nível 2. Por mais que as causas do Autismo não sejam conhecidas, os cientistas sugerem que alguns fatores desempenham papéis importantes no desenvolvimento do transtorno. Eles são: Gênero: Crianças do sexo masculino são mais propensos a terem Autismo. Estima-se que para cada 8 meninos autistas, 1 menina também é. Genética: Cerca de 20% das crianças que possuem Autismo também possuem outras condições genéticas, como Síndrome de Down, Síndrome do X frágil, esclerose tuberosa, entre outras. Pais mais velhos: A ciência diz que, quanto mais velho alguém ter um filho, mais riscos as crianças têm de desenvolver algum tipo de problema. E com o Autismo não é diferente. Parentes autistas: Caso a família já possua histórico de Autismo, as chances de alguém também possuir são maiores. 5.5 Mecanismo de acontecimento Todos os sintomas do transtorno decorrem de algumas mudanças que o cérebro sofre, porém ainda não é conhecido a forma exata de como o Autismo acontece. O seu mecanismo pode ser dividido em duas grandes áreas: A patofisiologia das estruturas cerebrais e os processos associados com o autismo; A neuropsicologia dos comportamentos cerebrais. Veja a seguir o que caracteriza cada uma dessas áreas. Patofisiologia Diferente de outros transtornos que afetam o cérebro, como o Mal de Parkinson, o Autismo não possui um mecanismo claro, seja ele a nível molecular, celular ou de sistema. Por isso, estudiosos ainda não sabem bem se o Autismo é caracterizado por diversas desordens ocasionadas por mutações nas moléculas ou se ele é um conjunto de doenças que possui diversos mecanismos. Alguns estudos apontam que o mecanismo do transtorno possui alteração no desenvolvimento do cérebro logo após a sua concepção, o que acaba fazendo com que esse órgão de crianças autistas cresça mais rapidamente do que o normal. Esse crescimento excessivo pode estar ligado a algumas dessas hipóteses: Excesso de neurônios que causam conexões em demasia em locais importantes do cérebro; Migração neuronal perturbado durante a gestação; Redes desequilibradas excitatórias-inibitórias; Formação anormal de sinapses e espinhas dendríticas. Com relação ao sistema imunológico, pensa-se que ele desempenha um papel importante no autismo. Foram encontradas em algumas crianças que possuem o transtorno inflamações no sistema imunológico periférico e central. Essa interação entre os sistemas imunológico e nervoso se dá ainda no estágio embrionário da criança e acredita-se que isso acontece devido ao uso de substâncias tóxicas ou infecções por parte da mãe. Já quanto aos neurotransmissores, ainda não se compreende muito bem. Supõe- se que a serotonina, produzida por essas substâncias químicas, possui diferenças genéticas em seu transporte, o que acaba gerando a síndrome do X frágil, causa mais comum do Autismo. Fonte de: www.jornalvr.com.br Neuropsicologia Dentro desse grupo, têm-se duas grandes categorias de teorias cognitivas que relacionam o cérebro com o comportamento autista, sendo a primeira delas voltada ao déficit da socialização e a outra às transformações não-sociais. Primeira categoria A teoria de sistematizaçãoda empatia Simon Baron-Cohen diz que as pessoas autistas podem desenvolver regras internas de funcionamento para manipular acontecimentos que acontecem consigo, porém são incapazes de desenvolver a empatia. Estudos apontam que essa capacidade de ser empático com outras pessoas acontece quando é necessária a compreensão de emoções sociais mais complexas. Segunda categoria Essa categoria estuda as funções dos trabalhos da memória, planejamento e inibição. Estudiosos afirmam que o não funcionamento correto dessas funções interferem diretamente nas ações sociais e cognitivas das pessoas. Eles também dizem que há um progresso nessas funções a partir do final da infância para a adolescência, porém não atingem o nível dos adultos que não possuem o problema. 5.6 Sintomas do Autismo? O Espectro Autista é caracterizado pela dificuldade da pessoa em se comunicar e também em interagir socialmente. Além disso, a pessoa que sofre do transtorno tem a tendência de praticar alguns comportamentos repetidamente. Fonte de: www.grupoelfa.com.br Confira abaixo como cada sintoma interfere na vida do paciente. Mudanças sociais Geralmente, crianças entre 2 e 3 meses já observam os rostos próximos, voltam- se para vozes e sorriem. Na questão do autismo, essas ações não acontecem e, quando tem por volta de 8 a 10 meses, essas crianças começam a apresentar alguns sintomas como falta de resposta quando chamadas e também do interesse para com as pessoas ao seu redor. Além disso, muitas crianças autistas possuem dificuldade em participar de brincadeiras que envolvam um grupo, preferindo brincarem sozinhas. Também podem ter dificuldade em interpretar gestos e expressões faciais do outro, o que faz com que o mundo seja um lugar desconcertante para eles. Dificuldades de comunicação Em um desenvolvimento normal de uma criança, a aprendizagem das línguas, tanto verbais quanto através de gestos, se dá desde muito cedo. Um dos primeiros meios de comunicação de um bebê é a fala balbuciada e até o seu primeiro ano, ele já afirma uma ou duas palavras. Em contrapartida, algumas crianças com Autismo tendem a não balbuciar, falar e também não aprendem a se comunicar com gestos. Outras, por sua vez, possuem atrasos de linguagem e começam a falar apenas alguns anos depois do que seria o normal. Quando a linguagem começa a se desenvolver, a criança autista pode utilizar a sua voz de forma inusitada, ter dificuldade em combinar palavras em frases que possuam sentido ou, ainda, repetir a mesma frase várias vezes. Comportamentos repetitivos Comportamentos repetitivos incomuns ou tendência a se envolver em apenas algumas atividades são outros sintomas característicos do Autismo. Dentre os comportamentos, encontram-se ações como mãos batendo, balançar de corpo, reorganização de objetos e repetição de sons e palavras. Já quanto a característica das atividades restritas, ela pode ser identificada, por exemplo, quando uma criança faz uma fila de brinquedos de uma maneira muito específica ao invés de brincar com eles. Quando a atividade sai da rota que a criança previamente estipulou, normalmente ela se estressa. Esses interesses extremos podem transformar-se em obsessões, gerando adultos que desenvolvem um interesse muito grande em números, símbolos, datas ou temas da ciência. Fonte de: www.blogdabravablog.wordpress.com Sintomas devido a outras condições médicas Além dos sintomas já descritos, alguns outros podem se manifestar também, devido a associação que o Autismo tem com outras condições. São eles: Doenças genéticas; Doenças gastrointestinais; Distúrbios convulsivos; Disfunção do sono; Problemas de processamento sensorial; Pica – tendência em comer coisas que não sejam comidas. 5.7 Diagnóstico Não há nenhum exame específico para que o diagnóstico seja realizado. Como o Autismo é um transtorno que afeta a linguagem e a interação social, a criança que o possui precisa ser analisada por um grupo de pessoas e profissionais que convivem com ela – incluindo pediatras, psicólogos, professores e os pais. De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), de 2013, os critérios para que um caso de Autismo seja identificado são: Inabilidade persistente na comunicação e interação social que se manifesta através de 3 características: Déficit na reciprocidade socioemocional; Déficit no comportamento não-verbal para a interação social; Déficit no processo de desenvolver e manter um relacionamento. Padrões restritos e repetitivos no comportamento e que são manifestados por, pelo menos, 2 destes itens: Fala, movimentos motores ou uso de objetos de maneira repetitiva; Adesão excessiva a rotinas, rituais verbais ou não-verbais ou excessiva relutância a mudanças; Interesses fixos e altamente restritos que acabam sendo anormais para quem vê de fora; Hiper ou hipo-reatividade à percepção sensorial de estímulos ou interesse excessivo para estímulos senso-perceptivos. Além da observação desses critérios, um exame físico e outro psicológico também podem ser requeridos, bem como uma ferramenta de exame específica, como por exemplo: Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR); Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS); Escala de classificação do autismo em crianças (CARS); Escala de classificação do autismo de Gilliam; Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento. É importante lembrar que os sintomas do transtorno se apresentam de forma heterogênea, ou seja, cada criança possui um jeito muito particular de ser. Eles variam intensamente quanto ao grau de comprometimento, associação ou não com deficiência intelectual e com presença ou não de fala. Essas variações e o momento do diagnóstico influenciam – e muito – na definição da resposta aos tratamentos e se a evolução dos mesmos está sendo favorável ou não. Fonte de: www.formulativa.com.br 5.8 Diagnóstico em crianças mais velhas e adolescentes Quando o autismo é notado após o início da escola, muitas vezes é reconhecido pela equipe de educação da mesma. Dentre os problemas de comunicação que se apresentam nas crianças, podem ser encontrados a interpretação do tom de voz e a dificuldade em entender expressões faciais, figuras de linguagem, humor ou sarcasmo. Além disso, os pais podem achar também que seu filho tem dificuldade em fazer amizade com os colegas. 5.9 Diagnóstico em adultos Em alguns casos, os adultos percebem sinais e sintomas de Autismo neles próprios. Quando isso acontece, normalmente procuram ajuda de um psicólogo ou psiquiatra e esse, por sua vez, irá fazer algumas perguntas referentes às suas preocupações com interação social e desafios de comunicação. Essas informações e o histórico de desenvolvimento da pessoa ajudam na hora do diagnóstico preciso. 5.10 Tratamento Mesmo com todas as pesquisas referentes ao Autismo em andamento, ainda não há um medicamento específico para o seu tratamento, bem como uma cura. Porém, há diversas maneiras para se tratar as funções cognitivas e funcionais da criança desde o momento em que foi diagnosticada. Para isso, uma equipe multidisciplinar é importante, pois cada especialista irá trabalhar em um certo tipo de desenvolvimento Fonte de: www.fonosp.com.br Na fase de 0 a 2 anos, o acompanhamento da criança com um fonoaudiólogo é essencial, pois isso irá ajudá-la a desenvolver a linguagem não-verbal. A estimulação pode ser feita através de jogos e brincadeiras, contar histórias e conversas. Terapia ocupacional e comportamental também são relevantes na hora do tratamento, pois assim o cérebro do paciente passa a perceber os estímulos sensoriais. Não há uma regra específica de tratamento, poiscada criança possui as suas particularidades. Portanto, a equipe multidisciplinar decidirá qual o tipo de tratamento que deve ser abordado. 5.11 Apoio aos pais É importante salientar que nem sempre são apenas as crianças autistas que necessitam de acompanhamento. Como os pais normalmente se dedicam intensamente a elas, muitas vezes ficam frustrados e desgastados pelo fato de não poderem ajudá-las de maneira significativa. Portanto, acompanhamento psicológico pode ser efetivo na diminuição da ansiedade e do estresse que enfrentam. 5.12 O Autismo tem cura? Infelizmente, para muitos especialistas no assunto, ainda não há uma cura definitiva para o Autismo. Porém, pelo fato do transtorno não ser de caráter progressivo, há vários casos de pacientes autistas que possuem um nível muito satisfatório de recuperação. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, crianças e adultos autistas podem fazer contato visual com outras pessoas, além de demonstrarem afeto ao sorrir/rir e diversas outras emoções. Algumas, ainda, conseguem manter um emprego de forma responsável, mantém uma relação estável com outras pessoas, casam-se e criam filhos. Mas, mesmo nesses casos, não se pode falar em cura, pois embora o desenvolvimento seja excelente, as características autistas permanecem por toda a vida9. 6 REABILITAÇÃO O Centro Especializado em Reabilitação (CER) é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação, que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde da pessoa com deficiência no território. É organizado a partir da combinação de no mínimo duas modalidades de reabilitação (auditiva, física, intelectual, visual). 9 Texto extraído e adaptado de: www.minutosaudavel.com.br Fonte de: www.ceir.org.br O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializada em reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, nas modalidades de reabilitação (Auditiva, Física, Intelectual e/ou Visual), constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território. O Centro Estadual de Reabilitação (CER) visa reabilitar pessoas com deficiência física e intelectual, com a finalidade de promover a inclusão social através da garantia de um atendimento de saúde de qualidade e com o máximo de eficiência. São vários centros espalhados por todo país. Dispõe de equipe multiprofissional composta por enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ortopedista, médico neurologista, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicólogo. Na unidade, também são realizadas consultas, avaliação, diagnóstico, terapias, indicação de órtese, prótese e meios auxiliares de locomoção, os quais serão concedidos pelo Estado. A unidade consegue oferecer um serviço de excelência para aqueles que possuem limitações físicas e intelectuais, além de oferecer órteses e próteses, meios auxiliares de locomoção e bolsas coletoras (de colostomias e urostomia). A maioria dos pacientes atendidos no Centro são pessoas com disfunções neurológicas, como paralisia cerebral, traumatismo raquimedular (lesão de qualquer causa externa na coluna vertebral), vítimas de acidente vascular encefálico e pessoas com disfunções ortopédicas, como é o caso dos pacientes que são amputados. Da mesma forma que é importante a família estar junto da escola, os pais devem fazer uma aliança com os profissionais de reabilitação, que são os médicos, os terapeutas ocupacionais, os fisioterapeutas, entre outros, ainda que isso não seja uma tarefa fácil no início. Cabe a esses profissionais auxiliar os pais nessa nova trajetória. Geralmente, no começo, os pais sentem-se muito inseguros pela situação nova que estão vivendo. Sentem–se, também, despreparados em relação à deficiência, e isso pode gerar dificuldades nos primeiros contatos com especialistas. Sabemos que viver essa nova realidade não é uma escolha. Eles têm que aprender a lidar com uma situação desconhecida, que é a convivência diária com uma criança com deficiência e todas as recomendações de médicos e terapeutas. Os pais devem fazer uma aliança com os profissionais de reabilitação, que necessitam da cooperação dos pais também em casa para o melhor desenvolvimento do tratamento. Por isso, os pais precisam de orientação, de incentivos e de momentos de desabafo para não terem sentimento de culpa quando não conseguirem dar conta de todas as recomendações. Os profissionais devem valorizar o saber dos pais e incentivar pequenas iniciativas. Os diálogos e as trocas de informação aproximam a família e os especialistas, e assim fica mais fácil alcançar os objetivos traçados. Com base nos estudos de Gabriela Mader (1996), estabelecemos a relação pais- profissionais, que pode assim ser descrita: • Os pais esperam compreensão, consolo, incentivo, momentos para descarregar sentimento de culpa, palavras de esperança, pessoas que escutem e pessoas com quem dividam a responsabilidade. • Os profissionais esperam interesse pelo programa de reabilitação, compreensão, informações corretas do que é realizado em casa com a criança, otimismo em relação à reabilitação e cooperação para o alcance dos objetivos. Essa relação entre os pais e os profissionais pode se tornar cada vez melhor. Para isso, é necessário que as instituições especializadas, como os centros e as clínicas de reabilitação, repensem seu papel e cedam espaço para a família e para a comunidade. É preciso que os profissionais se coloquem a serviço das famílias. Por outro lado, essa mudança faz com que os pais assumam uma atitude mais confiante em relação ao que desejam para seus filhos. O sucesso do processo de reabilitação depende, em grande parte, dessa aliança dos pais com os profissionais que atendem as crianças. 7 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001), os alunos com necessidades educacionais especiais serão atendidos em salas comuns de ensino e, quando for necessário, receberão serviço de apoio especializado no ambiente escolar. O mesmo documento assegura aos estudantes com necessidades educacionais especiais currículos, métodos, técnicas e recursos pedagógicos que contemplem suas necessidades, como também professores preparados para trabalhar com esses alunos com condições adequadas de inclusão. Nesse caso, docentes com especialização em nível médio ou superior, para atendimento especializado, e do ensino regular, todos capacitados para a integração desses alunos nas classes comuns. Sobre as necessidades de formação dos professores da classe comum, Nozi (2013, p. 38) aponta: A necessidade de uma formação que proporcione aos professores condições de serem protagonistas de suas práticas pedagógicas de maneira crítica, reflexiva e contextual, a ponto de perceberem que os processos que vivenciam em sala de aula são reflexos de um contexto mais amplo, que envolve, dentre tantas outras questões objetivas, ideologias e utopias, direitos e deveres. Segundo Mittler (2003, p. 159): Quanto à formação de professores para inclusão escolar entendemos que inicialmente se faz necessário desconstruir algumas concepções tais como a ideia de que a escola inclusiva requer muito treinamento e só é possível concretizá-la com especialistas em educação especial; a ideia de que somente turmas homogêneas de alunos garantem o desenvolvimento de um bom trabalho, como se todos os alunos assimilassem da mesma forma e numa proporção o que lhes foi repassado, e finalmente, a ideia de que o domínio da teoria precede a prática como se formação a prior, sem conhecer o aluno concreto e real, assegurasse ao professor facilidades para o trabalho. Logo, torna-se necessárioque os cursos de formação de professores trabalhem conteúdos e experiências com o processo de inclusão dos alunos com NEE contemplando conhecimentos específicos em diversas dimensões, especialmente aquelas relacionadas às atitudes, aos saberes teóricos e metodológicos e aos saberes práticos referentes ao saber fazer do professor no contexto da sala de aula (RODRIGUES, 2008). Isso porque, diante da entrada de alunos com NEE nas escolas, muitos docentes alegam sentir grande dificuldade da prática inclusiva, sobretudo pelo despreparo decorrente da precariedade da formação oferecida em cursos de graduação. Considerando isso, faz-se necessária uma formação continuada desses profissionais para que eles possam trabalhar, no ensino regular, com alunos que apresentam NEE no ensino regular, a fim de que os docentes adquiram novos conhecimentos, exponham suas dúvidas e conheçam como utilizar recursos, procedimentos e estratégias de ensino para atender às peculiaridades desses alunos. Fonte de: www.vilavelha.es.gov.br Goés (2002), ao se referir aos cursos de licenciatura, observa a falta de preparo dos futuros professores com relação à educação inclusiva, o que torna frágil a qualidade da educação para o aluno com NEE, haja vista a ausência de um trabalho pedagógico que atenda às reais necessidades do aluno deixá-lo à margem do processo de ensino. É um grande desafio para esses futuros profissionais o desenvolvimento do trabalho em sala de aula com a educação diferenciada necessária para seus alunos especiais. Para Martins (2006), as escolas que adotam o paradigma da inclusão são desafiadas a se reestruturarem, tornando-se mais responsivas às necessidades dos alunos, porque o ensino inclusivo busca repensar a escola no sentido de promover mudanças em sua organização e na maneira como os profissionais da educação percebem os alunos. Partindo dessa concepção, pode-se considerar que, para atender às NEE dos alunos, deve-se antes de tudo saber de que maneira a escola está preparada pedagogicamente para responder as necessidades desses discentes, pois muitos professores relatam encontrar dificuldades nesse processo, o qual é visto como um grande desafio que pode gerar satisfações assim como muitas frustrações. Nesse caso, devem-se considerar algumas discussões como a importância do apoio da escola (recursos físicos, humanos, capacitação, entre outros), dos cursos de aperfeiçoamento e de mais contatos com os especialistas que fazem o atendimento clínico dos alunos com os professores especializados que atendem nas salas de recursos, bem como os professores da classe comum. Para que esse desafio seja encarado, é necessária a participação de todos, não somente do professor, mas da escola em geral, da família dos alunos e da comunidade. Fonte de: www.movimentodown.org.br Martins (2006) considera que mudanças significativas na maneira de perceber e atuar pedagogicamente com os educandos em geral são necessárias para a efetivação da proposta de educação inclusiva. [...] A formação dos professores é uma questão que se torna especialmente relevante no momento que a ação docente passa a fazer parte de uma educação regida pelo paradigma da inclusão. Formar indica movimento, continuidade, se realiza numa cultura. O formar-se professor é, ao mesmo tempo, formar-se pessoa. Não se forma professor separado do processo de construção de uma identidade. A formação transcende a apropriação de conhecimentos específicos e o desenvolvimento de habilidades instrumentais para chegar à formação de atitudes. (MARQUEZA, 2005, p. 7). Na literatura da área especializada, encontramos diversas concepções e sugestões referentes à formação de professores para favorecer a inclusão de alunos ensino regular, sobretudo considerando as dificuldades que estes relatam sentir quando se deparam com alunos que apresentam NEE em suas salas de aula e avaliam que seus cursos de graduação não os prepararam para atender os referidos alunos (RODRIGUES, 2008; VITALIANO, 2010; NOZI, 2013). O processo de formação deve contribuir para que o professor disponha de conhecimentos referentes aos saberes e fazeres frente à inclusão de alunos com NEE. Diante disso, verifica-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre os procedimentos desenvolvidos em sala de aula, especialmente com alunos com DI. Fonte de: www12.senado.leg.br Esses apontamentos levam à compreensão de que são muitas as dificuldades encontradas pelos profissionais da área da educação, e a maior delas descrita pelos professores faz referência ao que se deve fazer com o aluno em sala de aula. Por isso, acredita-se que a formação docente para promover a inclusão de alunos com NEE no ensino regular pode facilitar esse processo a partir da implementação de novos conhecimentos nos cursos de licenciatura da área especializada, como: conhecimentos necessários para atender às necessidades específicas de cada deficiência; informações acerca do uso de estratégias pedagógicas e de recursos didáticos. Em posse de saberes específicos sobre as especificidades educacionais desses alunos, os professores terão a compreensão de que eles podem aprender desde que sejam atendidas as suas necessidades educacionais especiais que se manifestam quando se deparam com o currículo, com os recursos, as sequências e os ritmos de aprendizagem, que são habitualmente trabalhados no ensino regular. (NOZI, 2013, p. 23)10. 7.1 O professor frente ao processo de inclusão A integração é um processo de fornecer aos alunos com deficiência uma educação com o máximo de qualidade e de eficácia, no sentido da satisfação das suas necessidades individuais. Ora, este objetivo depende fundamentalmente do papel do professor. Stainback e Stainback (1999) perceberam que existe uma dificuldade de aceitação dos colegas de classe perante os alunos com necessidades especiais, devendo o professor saber interpretar isso, não obrigando um aluno a aceitar o outro, mas mostrar suas diferenças e igualdades, fazendo-os realizarem atividades em conjunto para facilitar o processo de aceitação entre as diferenças. As afinidades desenvolvidas entre os grupos homogêneos são simples, o processo de inclusão e de reconhecimento das diferenças é que se trata de um aprendizado. No que se refere às reações dos professores com os alunos com necessidades especiais Furini (2006) descreve que os educadores se mostram empenhados em proporcionar incentivos para incluir como um aluno do grupo, atenuando as diferenças, ou fazendo com que não estejam presentes ou destacadas. 10Texto extraído e adaptado de: www.uel.br Fonte de: www.sulinfoco.com.br Góes e Laplane (2004) explicam que existe um gradativo processo de desmotivação dos professores com relação aos alunos com necessidades especiais, devido à dificuldade de comunicação entre eles, fazendo com que o professor, com o passar do tempo, demonstre baixa expectativa de que os alunos consigam alcançar os objetivos pré-determinados pelo educador. Reforçam assinalando que os professores podem acostumarem-se com as dificuldades de cada um e desistem de procurar alternativas para o aprendizado. Sob a ótica emocional, o comover-se em deparar-se com o diferente, o especial, estabelece um distanciamento criando o temor em compreender e ser compreendido. Isto perturba o profissional que pode afastar-se alegando falta de preparo por receio em frustrar-se pessoal e profissionalmente. Pacheco (2007) chama a atenção para a interação e comunicação entre professores e alunos, para que o educador compreenda melhor as necessidades de cada indivíduo. Devido à importância dessa interação e comunicação o autor explica que o trabalho em equipe seria benéfico para todos os alunos, pois este ensino em equipe proporciona que os professores estejam
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