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TRANSTORNO-DIFICULDADES-E-DISTÚRBIO-DE-APRENDIZAGEM-1

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FACULDADE FUTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSTORNO, DIFICULDADES E DISTÚRBIO DE 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
VOTUPORANGA – SP 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
AUTISMO ........................................................................................................... 4 
ETIOLOGIA ........................................................................................................ 4 
INCIDÊNCIA ...................................................................................................... 5 
QUADRO CLÍNICO ............................................................................................ 6 
DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 7 
FISIOTERAPIA ................................................................................................ 13 
TERAPIAS ....................................................................................................... 13 
Método de Doman ....................................................................................... 13 
Holding Terapy ............................................................................................... 16 
HIPOTERAPIA ................................................................................................. 19 
MUSICOTERAPIA ........................................................................................... 20 
TRANSTRONOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO ................................. 22 
TRANSTORNO AUTISTA ............................................................................... 23 
PREVALÊNCIA ................................................................................................ 23 
DISTRIBUIÇÃO POR SEXO ............................................................................ 24 
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE ........................................................................ 24 
FATORES PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES ................................................. 24 
FATORES BIOLÓGICOS ................................................................................ 25 
FATORES GENÉTICOS .................................................................................. 25 
FATORES IMUNOLÓGICOS ........................................................................... 26 
FATORES PERINATAIS.................................................................................. 26 
FATORES NEUROANATÔMICOS .................................................................. 26 
FATORES BIOQUÍMICOS ............................................................................... 27 
CARACTERISTICAS FISICAS ........................................................................ 27 
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS ................................................. 27 
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM ........................... 28 
COMPORTAMENTOS ESTERIOTIPADO ....................................................... 28 
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS ....................................... 29 
DOENÇA FISICA ASSOCIADA ....................................................................... 30 
FUNCIONAMENTO INTELECTUAL ................................................................ 30 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ....................................................................... 31 
RETARDO MENTAL COM SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ..................... 31 
 
AFASIA ADQUIRIDA COM CONVULSÃO ...................................................... 31 
SURDEZ CONGÊNITA OU PREJUIZO AUDITIVO GRAVE ........................... 31 
CURSO E PROGNÓSTICO ............................................................................. 33 
TRATAMENTO ................................................................................................ 34 
HISTÓRICO DA EXCLUSÃO .......................................................................... 35 
CONCEITO DE EXCLUSÃO ............................................................................ 40 
INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA ............................................................... 44 
ADAPTAÇÃO CURRICULAR PARA ALUNOS COM AUTISMO .................... 52 
ADEQUAÇÃO CURRICULAR NOS CASOS DE AUTISMO ........................... 67 
ADAPTAÇÃO CURRICULAR: UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA ............... 86 
A ESCOLA ....................................................................................................... 92 
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO .......................................................... 97 
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO ................................................................ 100 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 103 
 
AUTISMO 
 
 
 
Fonte: www.boaformaesaude.com.br 
 
 
A palavra autismo se origina do grego "auto” que significa "próprio". A 
criança autista parece em si mesma, pouco reagindo ou respondendo ao mundo 
que a rodeia. O autismo significa que o mundo não faz sentido. O mundo não 
forma os padrões necessários de símbolos interligados que torna a vida 
compreendida para essas crianças. As experiências sensoriais chegam à sua 
mente a toda hora como uma língua estranha que ela nunca ouviu. 
 
ETIOLOGIA 
 
 
A etiologia é desconhecida, mas acredita-se em alteração orgânica 
metabólica. 
 
 
 
 
Fonte: wwwportalpedagogico.blogspot.com.br 
 
 
INCIDÊNCIA 
 
 
De 10.000 crianças há de 4 a 5 casos com menos de 12 ou 15 anos. 
Com retardo mental severo, a taxa pode subir para 20 casos em 10.000 crianças. 
 
 
E é 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas; porém as meninas 
são mais seriamente acometidas. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
 
 
Fonte: biolugando.blogspot.com.br 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
 
O autismo é uma síndrome de etiologia puramente orgânica, para qual 
existem, presentemente, três definições que podemos considerar como 
adequadas: 
 A da ASA - American Society for Autism (Associação Americana 
de Autismo) 
 A da Organização Mundial de Saúde, contida na CID-10 (10a. 
Classificação Internacional de Doenças) de 19991; 
 A do DSM-V - diagnostic and Statistical Manual of Mental 
disorders (Manual Diagnóstico e estatístico dos distúrbios 
Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria. 
 
 
Fonte: www.boaformaesaude.com.br 
 
 
A definição da ASA desenvolvida e aprovada em 1997, por uma equipe 
de profissionais conhecidos pela comunidade científica mundial, por seus 
trabalhos, estudos, pesquisas na área do autismo é resumidamente, a seguinte: 
 
 
1 - “O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se 
manifesta de maneira grave por toda a vida. Acomete cerca de vinte entre cada 
dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que em 
meninas. Não se conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica, no 
meio ambiente destas crianças, que possa causar a doença”. 
Os sintomas, causados por disfunções físicas do cérebro, são 
verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. 
Incluem: 
1o - Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais 
e linguísticas. 
2o - Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais 
afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de 
manter o corpo. 
3o - Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas específicas 
do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de 
ideias. Uso de palavras sem associação com o significado. 
4o - Relacionamento anormal com os objetos, eventos e pessoas. 
Respostas não apropriadas a adultos ou crianças. Uso inadequado de objeto e 
brinquedos. " 
 
Fonte: www.craeditgdincluso.com.br 
 
 
2 - Segundo a CID-10, é classificado como F84-0, como "Um transtorno 
invasivo de desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento 
anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de 3 anos e 
pelo tipo característicode funcionamento anormal em todas as três áreas: de 
interação social, comunicação e comportamento restrito e receptivo. O transtorno 
ocorre três a quatro vezes mais frequentemente em garotos do que em meninas. 
" 
 
 
Fonte: www.craeditgdincluso.com.br 
 
 
3 - O DSM-V apresenta o seguinte critério de diagnóstico: 
A. Se enquadrar em um total de seis (ou mais) dos seguintes itens: 
 Comprometimento qualitativo em interação social, com pelo 
menos duas das seguintes características: 
a) Acentuado comprometimento no uso de múltiplos 
comportamentos não verbais que regulam a interação social, 
 
 
tais como contato olho a olho, expressões faciais, posturas 
corporais e gestos; 
b) Falha no desenvolvimento de relações interpessoais 
apropriadas à idade; 
c) Ausência da busca espontânea em compartilhar de 
divertimentos, interesses e empreendimentos com outras 
pessoas 
 
 
Fonte: www.oficinadalinguagem.com 
 
 
 Comprometimento qualitativo na comunicação, em pelo menos 
um dos seguintes itens: 
a) Atraso ou ausência total no desenvolvimento da fala (sem a 
tentativa de compensá-la por meio de comunicação por 
gestos ou mímicas); 
b) Acentuado comprometimento na habilidade de iniciar e 
manter uma conversação, naqueles que conseguem falar; 
c) Linguagem estereotipada, repetitiva ou idiossincrática; 
d) Ausência de capacidade, adequada à idade, de realizar 
jogos de faz-de-conta ou imitativos. 
 
 
 Padrões de comportamento, interesse ou atividades repetitivas ou 
estereotipados, em pelo menos um dos seguintes aspectos: 
a) Preocupação circunscrita a um ou mais padrões de interesse 
estereotipados e restritos, anormalmente, tanto em intensidade 
quanto no foco; 
b) Fixação aparentemente inflexível em rotinas ou rituais não 
funcionais; 
c) Movimentos repetitivos e estereotipados 
d) Preocupação persistente com partes de objetos. 
 
 
B. Atraso ou funcionamento anormal, antes dos três anos, em pelo 
menos uma das seguintes áreas: interação social, linguagem de comunicação 
social e jogos simbólicos ou imaginativos. 
C. O distúrbio não se enquadra na síndrome de Rett ou no Distúrbio 
Desintegrativo da Criança. 
 
O Autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros 
distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de Down 
e epilepsia. Os sintomas mudam e alguns podem até desaparecer com a idade. 
O Q.I de crianças autistas, em aproximadamente 60% dos casos, mostram 
resultados abaixo dos 50,20% entre 50 e 70 e apenas 20% tem 
inteligência maior do que 70 pontos. 
 
 
 
Fonte: www.ipappi.com.br 
 
 
O Portador de Autismo tem uma expectativa de vida normal. 
Formas mais grave podem apresentar comportamento destrutivo, 
autoagressão e comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes às 
mudanças. 
O Autismo jamais ocorre por bloqueios ou razões emocionais, como 
insistiam os psicanalistas. As causas são múltiplas. Algumas já têm sido 
relacionadas, como: fenilcetonúria não tratada, viroses durante a gestação, 
principalmente durante os três primeiros meses (inclusive citomegalovirus), 
toxoplasmose, rubéola, anoxia e traumatismos no parto, patrimônio genético, 
etc. 
 
 
FISIOTERAPIA 
 
 
 
Fonte: www.boaformaesaude.com.br 
 
 
A atuação fisioterápica só é dada as crianças autistas com atraso motor, 
onde são trabalhadas todas as fazes motoras até a marcha livre, estimulando as 
etapas do desenvolvimento normal, prevenindo deformidades e dando 
orientação familiar. Caso contrário existe algumas terapias na qual a criança 
deve se identificar. 
 
TERAPIAS 
 
 
Método de Doman 
 
A forma de trabalhar uma criança pode seguir muitos métodos distintos. 
O método adequado depende muito do terapeuta e também das condições e 
capacitações da criança. 
 
 
 
Fonte: www.innovaeducativa.com.br 
 
 
Uma observação inicial que pode ser feita é que assim como a flor nasce, 
o peixe nada e os pássaros cantam, a criança deve engatinhar andar e falar, 
nesta sequência. São seus impulsos naturais. Quando ela falha no seu 
desenvolvimento está também deve ser a sequência a ser seguida no seu 
trabalho terapêutico, segundo apreciação do Dr. Doman, notável especialista 
americano, que depois de trabalhar, durante anos, com crianças deficientes, 
segundo os métodos então tradicionais, chegou a uma conclusão absolutamente 
espantosa: "As crianças que tinham permanecido sem tratamento estavam 
incomparavelmente melhores do que as tratadas por nós". 
Buscando razões deste fracasso, através da observação, que as mães 
que não lhe deram ensejo de imobilizar os filhos pelo tratamento, levaram-nos 
para casa, puseram-nos no chão e permitirá que eles fizessem o que lhes 
aprouvesse. Estas crianças, por instinto, passaram a rastejar, engatinhar, 
obtendo melhoras consideráveis. 
 
 
 
Fonte: www.guarderiatxanogorritxu.com 
 
 
O seu método nasceu daí e visa estimular a evolução natural da criança. 
Este método tem muito seguidores no Brasil, prevê um programa de exercícios 
que chega a ser extenuante, mas que tem se revelado eficaz. 
 
 
Holding Terapy 
 
 
 
Fonte: www.silviareginasimoes.wordpress.com 
 
 
A terapia do abraço vem sendo empregada e defendida com crescente 
entusiasmo por um grupo bastante numeroso. A revista Communication da 
National Autistic Society de junho de 89 apresentou um artigo de Michele 
Zappella (Psiquiatra) e John Richer (Pediatra) que resumimos a seguir. 
O holding é uma forma de intervenção intrusiva cujo objetivo é reduzir o 
isolamento social, aumentar a comunicabilidade e desenvolver laços de união. 
O holding deve ser sempre parte de um pacote maior de terapias, mas parece 
ser uma eficiente terapia para desenvolver as condições da maioria das crianças 
autistas e de remover comportamentos indesejáveis. Welch desenvolveu esta 
forma de terapia como parte de uma ampla abordagem. 
Ainda não está claro como o Holding atua, porque a eficácia depende de 
quem a aplica e qual a inter-relação com as demais terapias aplicadas 
simultaneamente. O fato é que se obtêm resultados, independente de gravidade 
do autismo. Vamos dar um exemplo: 
 
 
"Uma criança com 1 ano e meio foi diagnosticada como autista e colocado 
em um programa de um hospital escola, onde ficava a maior parte do dia com 
outras crianças autistas. Depois de dois anos ela se apresentava seriamente 
retardada e com comportamento fortemente autístico, com péssimo prognóstico. 
Foi submetida então a tratamento envolvendo interações físicas acentuadas, 
com Michele Zappella. Depois de 6 meses o comportamento social da criança 
estava dentro da faixa normal da idade. Este exemplo é uma ilustração e não 
pode, evidentemente, ser apresentado como evidência." 
Deve ser lembrado. Inicialmente, que existem muitas variações de terapia 
do abraço. De um modo geral, porém são elementos comuns: 
 O adulto mantém a criança abraçada mesmo que ela se oponha 
e lute para se livrar, até que ela se acalme e relaxe. 
 O adulto deve manter o controle da criança 
 
Uma seção atípica apresenta os seguintes passos: 
 Inicialmente a criança pode ficar quieta, mas a seguir começa a 
se debater. Os pais continuam a abraçá-la. 
 A criança se debate mais e mais e ocasionalmente começa a 
gritar. O pai mantém o abraço. 
 Os ciclos de luta, gritos e aquietamentos podem de estender até 
por mais de uma hora. 
 
 
 
Fonte: www.monsanto.interdinamica.com.br 
 
 
Durante, em especial, as seções iniciais, a criança se enraivece mais, 
então soluça, depois relaxa e se amolda ao corpo dos pais. A partir de então a 
criança se torna mais comunicativa, aconchegante e aberta. 
A insistência em confrontar a criança é uma importante característica do 
HOLDING. A intervenção é realizada mantendo a criança em contato estreito, 
fixando-lhe o olhar, beijando-a e falando com ela (Alguns usam um fundo 
musical). 
Zappella aplicou a terapia a 50 crianças autistas,com idade de 3 a 15 
anos, envolvendo a família e tendo como base a terapia do abraço. Ela registra 
que 12% se normalizaram após dois anos, 18% perderam o comportamento 
autístico e 44% apresentaram progressos moderados e 26% não demonstraram 
resultados. J. Prekop, na Alemanha reportou resultados similares. Ela também 
comparou o desenvolvimento destas crianças com outras que não tinham sido 
submetidas ao HOLDING, concluindo que, relativamente, fizeram maior 
progresso. 
 
 
HIPOTERAPIA 
 
 
 
Fonte: www.ominho.com.br 
 
 
Essa atividade ajuda a fornecer balanço e força e requer o uso de suas 
mãos, portanto minimiza os movimentos estereotipados das mãos e aumenta o 
uso das mesmas. 
O autista ganha controle, trazendo confiança e satisfação. 
 
 
MUSICOTERAPIA 
 
 
 
Fonte: www.ehow.com.br 
 
 
A musicoterapia é um método muito eficaz. A música promove o 
relacionamento entre o paciente e o terapeuta, que aproveita, na terapia tudo 
que possa provocar algum ruído, som ou mesmo movimento. 
A musicoterapia também utiliza o próprio corpo do paciente. No início, o 
terapeuta espera que o autista se expresse de algum modo, um piscar de olhos, 
um som, um gesto qualquer. O terapeuta, então, repete o gesto ou emite o 
mesmo som, tentando estabelecer uma comunicação com o paciente. Ao mesmo 
tempo, procura mostrar ao autista que ele será aceito, não importa a maneira 
como aja. 
 
 
 
Fonte: www.indianopolis.com.br 
 
 
Se o autista retribui a mensagem, a primeira comunicação está feita. Ele 
começa a se comunicar com os outros. Ele, agora, vê o mundo e o compreende. 
 Crescimento da independência escolhendo músicas e atividades 
 Comunicação (atividades musicais através de símbolos). 
 Desenvolvimento da autoimagem e da autoestima. 
 Estimulação pelo contato expressivo dos olhos. 
 Desenvolvimento da vocalização através da música. 
 Aumento do uso proposital das mãos enquanto toca os 
instrumentos 
 Aumento da socialização através da participação 
 
A musicalidade induz ao relaxamento que facilita na liberdade de 
movimentos e expressão. 
Nem todo autista tem um atraso motor, mas o que tiver deve-se trabalha 
esse atraso até a marcha livre. 
 
 
TRANSTRONOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 
 
 
Os transtornos globais do desenvolvimento incluem um grupo de 
condições nas quais há atraso ou desvio no desenvolvimento de habilidades 
sociais, linguagem, comunicação e repertório comportamental. 
 
 
 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br 
 
 
Crianças afetadas exibem interesse intenso idiossincrático em uma 
estreita gama de atividades, resistem à mudança e não respondem de maneira 
 
 
adequada ao ambiente social. Esses fatores se manifestam cedo na vida e 
causam disfunção pertinente. 
 
TRANSTORNO AUTISTA 
 
 
O transtorno Autista (historicamente chamado de autismo infantil precoce/ 
autismo da infância ou autismo de Kanner) é caracterizado por interação social 
recíproca anormal, habilidades de comunicação atrasadas e disfuncionais e um 
repertório limitado de atividades e interesses. 
 
 
 
Fonte: www.jusro.com.br 
 
 
PREVALÊNCIA 
 
 
A taxa é de cinco casos por 10 mil crianças. O início do transtorno ocorre 
antes dos 3 anos de idade, ainda que possa não ser reconhecido até a criança 
ser muito mais velha. 
 
 
DISTRIBUIÇÃO POR SEXO 
 
 
É 4 a 5 vezes mais frequente em meninos do que em meninas. Meninas 
com transtorno autista têm maior probabilidade de apresentar um retardo mental 
grave. 
 
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE 
 
 
Segundo Kanner poderia ser consequência de mães muito “geladeiras”, 
porém não há validade de tal hipótese. 
 
Fonte: www.conhecendo-o-transtorno-do-espectro-autsticocom.br 
 
 
FATORES PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES 
 
 
Essas crianças podem responder com sintomas exacerbados a 
estressores psicossociais, incluindo discórdia familiar, nascimento de um novo 
irmão ou mudança familiar. 
 
 
FATORES BIOLÓGICOS 
 
 
Cerca de 75% das crianças afetadas apresentam um retardo mental. Um 
terço tem retardo mental leve a moderado e perto da metade tem retardo mental 
grave ou profundo (essas crianças apresentam déficits mais importantes no 
raciocínio abstrato no entendimento social e em tarefas verbais do que em 
tarefas de desempenho). 
Podem apresentar também: 
 Convulsões; 
 Aumento ventricular; 
 Anormalidades eletroencefalográficas. 
 
 
FATORES GENÉTICOS 
 
 
Entre 2 e 4% dos irmãos de crianças autistas também tinham transtorno 
autista, uma taxa 50 vezes maior do que na população geral. 
 
Fonte: www.clinipam.com.br 
 
 
FATORES IMUNOLÓGICOS 
 
 
Incompatibilidades imunológicas (anticorpos maternos transferidos ao 
feto) podem contribuir para o transtorno autista. Os linfócitos de algumas 
crianças autistas reagem com anticorpos maternos, o que levanta a possibilidade 
de que tecidos neurais embrionários ou extraembrionários possam ser 
danificados durante a gestação. 
 
FATORES PERINATAIS 
 
 
Uma incidência de complicações perinatais mais alta que o esperado 
parece ocorrer em bebês mais tarde diagnosticados como autistas. 
Sangramento materno após o primeiro trimestre. No período neonatal, estas têm 
uma alta incidência de síndrome de sofrimento respiratório e anemia neonatal. 
 
FATORES NEUROANATÔMICOS 
 
 
 
Fonte: www.socialspirit.com.br 
 
 
Estudos de RM comparando indivíduos autistas e controles normais 
demonstraram que o volume cerebral total era maior entre os primeiros, embora 
crianças com um retardo mental grave em geral tenham cabeças menores. O 
volume pode sugerir: neurogenese aumentada, morte neuronal diminuída e 
produção aumentada de tecido cerebral não neuronal, como células gliais ou 
vasos sanguíneos. Acredita-se que o lobo temporal seja uma área crítica de 
anormalidade cerebral no transtorno autista. 
 
FATORES BIOQUÍMICOS 
 
 
Em algumas crianças autistas, altas concentrações de ácido homovanílico 
(principal metabólito da dopamina) no liquido cerebrospinal (LCS) estão 
associados a aumento do retraimento e estereotipias. 
 
CARACTERISTICAS FISICAS 
 
 
Crianças com transtorno autista costumam ser descritas como atraente e 
à primeira vista, não apresentam nenhum sinal indicando o problema. Podem 
apresentar malformações das orelhas, uma vez que a formação das orelhas se 
dá quase ao mesmo tempo em que a formação de porções do cérebro. Também 
apresentam uma incidência mais alta de demartoglifia anormal (impressões 
digitais) do que a população em geral. 
 
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS 
 
 
 Apresentam prejuízos qualitativos na interação social: não 
apresentam sinais sutis com os pais e outras pessoas. 
 Não apresentam contato visual ou o mesmo é muito pobre. 
 Não reconhecem ou não diferenciam as pessoas mais 
importantes em sua vida. 
 
 
 Podem apresentar ansiedade extrema quando ocorre alguma 
mudança em sua rotina. 
 Há um déficit notável no brincar, seu comportamento social pode 
ser desajeitado ou inadequado. 
 Incapazes de interpretar a intenção do outro (não desenvolvem a 
empatia). 
 
TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM 
 
 
 
Fonte: www.WagnerdaMatta/psicolingustica.com.br 
 
 
Os autistas têm dificuldade marcante em formar frases significativas 
mesmo quando dispõem de vocabulários amplos. 
 
COMPORTAMENTOS ESTERIOTIPADO 
 
 
 Em seus primeiros anos de vida não explora o ambiente (ou 
pouco). 
 Os brinquedos são manuseados de formas ritualísticas, com 
poucos aspectos simbólicos. 
 
 
 Suas atividades tendem a ser rígidas, repetitivas e monótonas, 
muitas com retardo mental grave, exibem anormalidades no 
movimento. 
 Costumam ser resistentes a transição e mudança. 
 
 
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS 
 
 
 Hipercinesia é um problema de comportamento comum entre 
crianças autistas. 
 Agressão e acessos de raiva são observados, em geral induzidos 
por mudanças e exigências. 
 Comportamento automutilador(inclui bater a cabeça, morder, 
arranhar e puxar o cabelo). 
 Período de atenção curto. 
 Baixa capacidade de focalizar-se em uma tarefa. 
 Insônia. 
 Enurese. 
 Problemas de alimentação. 
 
 
Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br 
 
 
DOENÇA FISICA ASSOCIADA 
 
 
 Tem uma incidência mais alta do que o esperado de infecções do 
trato respiratório superior e de outras infecções menores. 
 Constipação e aumento do transito intestinal. 
 Convulsões febris. 
 
 
FUNCIONAMENTO INTELECTUAL 
 
 
Capacidades cognitivas ou Visio motoras incomuns ou precoces ocorrem 
em algumas crianças autistas. São chamadas de funções fragmentadas ou ilhas 
de precocidade. 
Memórias de hábitos ou capacidades de cálculos muitas vezes superiores 
aos seus pares normais. 
Hiperlexia e boa leitura (embora não possam entender o que leem.) 
Memorização e recitação, bem como capacidades musicais (cantar ou tocar 
melodias e reconhecer notas musicais). 
 
 
Fonte: www.veja-as-noticias-que-marcaram-o-ano-de-2013.com.br 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
Os principais diagnósticos diferenciais são esquizofrenia com início na 
infância, retardo mental com sintomas comportamentais, transtorno misto de 
linguagem receptivo-expressiva, surdez congênita ou transtorno auditivo grave, 
privação psicossocial e psicose desintegrativa (regressivas). 
 
RETARDO MENTAL COM SINTOMAS COMPORTAMENTAIS 
 
 
Crianças com retardo mental tendem a relacionar-se com adultos e outras 
crianças de acordo com sua idade mental, usam a linguagem que tem para 
comunicar se e exibem um perfil de prejuízos relativamente uniforme, sem 
funções fragmentadas. 
 
AFASIA ADQUIRIDA COM CONVULSÃO 
 
 
Afasia adquirida com convulsão é uma condição rara, às vezes difíceis de 
diferenciar de um transtorno autista e transtorno desintegrativo na infância. 
 
SURDEZ CONGÊNITA OU PREJUIZO AUDITIVO GRAVE 
 
 
Visto que crianças autistas com frequência são mudas ou apresentam um 
desinteresse seletivo na linguagem falada, costumam ser julgada surda. 
 
 
 
Fonte: www.vivamelhoronline.com 
 
 
Os fatores de diferenciação incluem o seguinte: bebês autistas podem 
balbuciar com pouca frequência, enquanto bebês surdos têm história de balbucio 
relativamente normal, que vai diminuindo e pode parar entre 6 meses e 1 ano de 
idade. Crianças surdas respondem a apenas sons altos, enquanto autistas 
podem ignorar sons altos ou normais e responder a sons suaves ou baixos. 
As crianças mesmo surdas gostam de se relacionar com seus pais, 
buscam sua afeição e gostam de ser seguradas enquanto bebês, diferentemente 
do autista. 
 
 
 
Fonte: www.casadedavid.net.br 
 
 
CURSO E PROGNÓSTICO 
 
 
O transtorno autista costuma se uma condição para toda a vida com um 
prognóstico cauteloso. Crianças autistas com um QI acima de 70 e aquelas que 
usam linguagem comunicativa nas idades de 5 a 7 anos tendem a ter melhores 
prognósticos. 
As áreas de sintoma que não parecem melhorar com o tempo foram 
àquelas relacionadas a comportamentos ritualísticos e repetitivos. 
Em geral, estudos do resultado em adultos indicam que cerca de dois 
trecos dos adultos permanecem gravemente incapacitados e vivem em 
dependência completa ou semidependência com seus parentes ou em 
instituições de longo prazo. 
O prognóstico melhora quando o ambiente ou lar é sustentador e capaz 
de satisfazer as necessidades extensivas dessas crianças. Embora os sintomas 
diminuam em muitos casos, automutilação grave ou agressividade e regressão 
podem desenvolver em outros. 
 
 
TRATAMENTO 
 
 
Os objetivos do tratamento de criança com transtorno autista são 
aumentar o comportamento socialmente aceitável e pró-social, diminuir sintomas 
comportamentais bizarros e melhorar a comunicação verbal e não verbal. 
 
 
Fonte: www.autismoinfantil.com.br 
 
 
Além disso, os pais muitas vezes confusos necessitam de apoio e 
aconselhamento. No momento intervenções educacionais e comportamentais 
são mais indicadas. Treinamento em sala de aula estruturada em combinação 
com métodos comportamentais é o mais efetivo para muitas crianças autistas. 
Não há medicamentos específicos para tratar os sintomas centrais do 
autista, entretanto, a psicofarmacoterapia é um tratamento adjunto valioso para 
melhorar sintomas comportamentais associados. 
Foi relatado que ela atenua sintomas como agressividade, acesso de 
raiva grave, comportamentos automutiladores, hiperatividade, comportamento 
obsessivo compulsivo e esteriotipias. A administração de medicamentos 
antipsicoticos pode reduzir o comportamento agressivo e automutilador. 
 
 
HISTÓRICO DA EXCLUSÃO 
 
 
 
Fonte: www.apape.com.br 
 
 
Nos anos 60 e 70, a marginalidade era vista como pobreza, uma 
consequência das migrações internas que esvaziavam o campo da região 
nordeste, do norte e “incharam” as cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. 
Entendia-se na época, que os problemas urbanos de moradia (favelas), 
mendicância, delinquência etc., poderiam ter suas raízes nesses processos 
migratórios. 
Inicia-se aí a exclusão, onde competidores teriam a mesma chance na 
luta pelo espaço, sendo que os mais aptos ganhariam melhores posições nesse 
ambiente construído e disso resultariam zonas segregadas, onde os mais pobres 
excluíam-se dos anéis urbanos e imediatamente passariam para o próximo e 
gradativamente, os melhores lugares estariam ocupados pelos “vencedores”. 
Nos anos 70, existia o dualismo: atrasado x moderno, não integrado x 
integrado, rural x urbanos e os estudiosos passaram a ver as relações 
econômicas e sociológicas inerentes ao capitalismo como constitutivas do 
sistema produtivo. As populações marginais aparecem, nesse contexto, como 
 
 
consequência da acumulação capitalista, um exercício industrial de reserva 
singular. 
Nos anos 80, na chamada “década perdida”, ao contrário dos anos 60 e 
70, quando se chamava a atenção para os favelados e para a migração como 
figura emblemática dos excluídos na cidade, pelo aumento da pobreza e da 
recessão econômica, ao mesmo tempo em que se vivia a chamada “transição 
democrática”, chama-se a atenção para a questão da democracia, da 
segregação urbana (efeitos perversos da legislação urbanística), a importância 
do território para a cidadania, a falência das ditas políticas sociais, os 
movimentos sociais, as lutas sociais. 
 
 
Fonte: www.saude.umcomo.com.br 
 
 
O componente territorial implica não só que seus habitantes devem ter 
acesso aos bens e serviços indispensáveis, mas que haja uma adequada gestão 
deles, assegurando indispensáveis, mas que haja uma adequada gestão deles, 
assegurando tais benefícios à coletividade. Aponta que o terceiro mundo tem 
“não cidadãos” (contraste entre massa de pobres e a concentração de riqueza), 
porque se funda na sociedade do consumo, da mercantilização e na 
monetarização. Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito, em 
alienação, em cidadania mutilada. 
A cidadania é também o direito de permanecer no lugar, no seu território, 
o direito a espaço de memória. O capitalismo predatório e as políticas urbanas 
que privilegiam interesses privados e o sistema de circulação acabaram por 
descaracterizar bairros, expulsar moradores como favelados (remoção por obra 
pública, reintegração de posse), encortiçados (despejos, remoção, demolições), 
moradores de loteamento irregulares, sem teto, num nomadismo sem direito às 
raízes. 
 
 
Fonte: www.fiocruz.br 
 
 
Pedro Jacobi desenvolve seus trabalhos sobre a questão dos movimentos 
sociais urbanos e as carências de habitação, equipamentos de saúde, escolas, 
 
 
lazer, enfim, dos serviços urbanos. Assim a exclusão aparece como não acesso 
aos benefícios da urbanização. 
Nos anos 90 reeditam o conceito de exclusão como não cidadania, 
principalmente a ideia de processo abrangente dinâmico e multidimensional. 
O rótulo que parece empurrar as pessoas, os pobres,os fracos, para fora 
da sociedade, para fora de suas melhores e mais justas corretas relações 
sociais, privando-os dos direitos que dão sentido a essas relações. Quando, de 
fato, esse movimento as está empurrando para dentro, para condição subalterna 
de reprodutores mecânicos do sistema econômico, reprodutores que não 
reivindicam nem protestam em face das privações, injustiças e carências. 
 
 
Fonte: www.deficenter.blog.br 
 
 
Neste caso o termo exclusão é concebido como expressão das 
contradições do sistema capitalista e não como estado de fatalidade. Através do 
consumismo dirigido, gera-se uma sociedade dupla, de duas partes que se 
excluem reciprocamente, mas parecidas por conterem as mesmas mercadorias 
e as mesmas ideias individualistas e competitivas, só que as oportunidades não 
 
 
são iguais, o valor dos bens é diferente, a ascensão social é bloqueada. Apesar 
disso, um bloco de ideias falso, enganador e mercantilizado acena para o homem 
“moderno colonizado”, que passa a imitar, mimetizar os ricos e a pensar que 
nisso reside à igualdade. 
“É a sociedade da imitação, da reprodutividade e da vulgarização, no lugar 
da criação e do sonho”. SAWAIA (2009) 
Atribui-se a René Lenoir, em 1974, a concepção da exclusão como um 
fenômeno de ordem individual, mas social, cuja origem deveria ser buscada nos 
princípios mesmos do funcionamento das sociedades modernas. Dentre suas 
caudas destacava o rápido e desordenado processo de urbanização, a 
inadaptação e uniformização do sistema escolar, o desenraizamento causado 
pela mobilidade profissional, as desigualdades de renda e de acesso aos 
serviços. Não se trata apenas de um fenômeno marginal, mas de um processo 
em curso que atinge cada vez mais todas as camadas sociais. 
“E os pobres passam a desconfiar de si próprios, numa culpabilidade 
popular: caminhando sobre o chão pavimentado pelo preconceito dos 
pobres contra os pobres, as classes dominantes no Brasil começam a 
extravasar uma subjetividade antipública que segrega, elabora pela 
comunicação imediática uma ideologiantiestatal, fundada no grande 
desenvolvimento capitalista, na desindustrialização, na terceirização 
superior, da dilapidação financeira do estado e da imagem de um 
Estado devedor”. SAWAIA (2009) 
 
 
CONCEITO DE EXCLUSÃO 
 
 
 
Fonte: www.clubematerno.net 
 
 
O tema exclusão está presente na mídia, no discurso político e nos planos 
e programas governamentais, a noção de exclusão social tornou-se familiar no 
cotidiano das mais diferentes sociedades. Não é apenas um fenômeno que 
atinge os países pobres. 
A concepção de exclusão continua ainda fluida como categoria analítica, 
difusa, apesar dos estudos existentes, e provocadora de intensos debates. 
Muitas situações são descritas como exclusão, que representam as mais 
variadas formas e sentidos advindos da relação inclusão/ exclusão. Sob esse 
rótulo estão contidos inúmeros processos e categorias, uma série de 
manifestações que aparecem como fraturas e rupturas do vínculo social 
(pessoas idosas, deficientes, desadaptados sociais, minorias étnicas ou de cor, 
desempregados de longa duração, jovens impossibilitados de aceder ao 
mercado de trabalho, etc.). Assim os estudiosos da questão concluem que do 
ponto de vista epistemológico, o fenômeno da exclusão é tão vasto que é quase 
impossível delimitá-lo. 
 
 
... “Excluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados 
materiais ou simbólicos, de nossos valores” SAWAIA (2009). 
 
 
Fonte: www.tuasaude.com 
 
 
A ruptura de carência, de precariedade, pode-se afirmar que toda situação 
de pobreza leva a formas de ruptura do vínculo social e representa, na maioria 
das vezes, um acúmulo de déficit e precariedade. A pobreza não significa 
necessariamente exclusão, ainda que possa ela conduzir. 
A pobreza e a exclusão no Brasil são faces de uma mesma moeda. As 
altas taxas de concentração de renda e desigualdade persistentes em nosso país 
convivem como os efeitos perversos do fenômeno do desemprego estrutural. Se, 
de um lado cresce cada vez mais a distância entre os excluídos e os incluídos, 
de outro, essa distância nunca foi tão pequena, uma vez que os incluídos estão 
ameaçados de perder direitos adquiridos. 
 
 
 
Fonte: www.lagartavirapupa.com.br 
 
 
A consolidação do processo de democratização, em nosso país, terá que 
passar necessariamente pela desnaturalização das formas com que são 
encaradas as práticas discriminatórias, portanto, geradoras de processo de 
exclusão. 
De acordo com SAWAIA (2009), no livro as Artimanhas da Exclusão, a 
inclusão é contraditória, onde a qualidade de conter em si a sua negação e não 
existir sem ela, isto é, ser idêntico à inclusão (inserção social perversa). A 
sociedade exclui para incluir e está transmutação é condição da ordem social 
desigual, o que implica o caráter ilusório da inclusão. Todos estamos inseridos 
de algum modo, nem sempre decente e digno, no circuito reprodutivo das 
atividades econômicas, sendo a grande maioria da humanidade inserida através 
da insuficiência e das privações, que se desdobram para fora do econômico. 
Portanto, em lugar da exclusão, o que se tem é a “dialética exclusão/ inclusão”. 
 
 
 
Fonte: www.enfrentandooautismo.com 
 
 
A dialética inclusão/exclusão gesta subjetividade especificas que vão 
desde o sentir-se incluído até o sentir-se discriminado ou revoltado. Essas 
subjetividades não podem ser explicadas unicamente pela discriminação 
econômica, elas determinam e são determinadas por formas diferenciadas de 
legitimação social e individual, e manifestam-se no cotidiano como identidade, 
sociabilidade, afetividade, consciência e inconsciência. 
“Em síntese, a exclusão é processo e multifacetado, uma configuração 
de dimensões materiais, políticas, relacionais e subjetivas. É processo 
sutil e dialético, pois só existe em relação à inclusão como parte 
constitutiva dela. Não é uma coisa ou um estado, é processo que 
envolve o homem por inteiro e suas relações com os outros. Não tem 
uma única forma e não é uma falha do sistema, devendo ser combatida 
como algo que perturba a ordem social, ao contrário, ele é produto do 
funcionamento do sistema” (SAWAIA, 2009) 
SAWAIA (2009) aponta vários estudos acerca da exclusão e todos eles 
reforçam a tese de que o excluído não está à margem da sociedade, mas repõe 
e sustenta a ordem social, sofrendo muito neste processo de inclusão social, pois 
a sociedade opera sobre o homem (social e o psicológico), de forma que o papel 
de excluído engole o homem. 
 
 
INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA 
 
 
Muito se tem falado sobre o processo de inclusão, e quase sempre com a 
conotação de que inclusão e integração escolar seriam sinônimas. Na verdade, 
a integração insere o sujeito na escola esperando uma adaptação deste ao 
ambiente escolar já estruturado, enquanto que a inclusão escolar implica em 
redimensionamento de estruturas físicas da escola, de atitudes e percepções 
dos educadores, adaptações curriculares, dentre outros. 
A inclusão num sentido mais amplo significa o direito ao exercício da 
cidadania, sendo a inclusão escolar apenas uma pequena parcela do processo 
que precisamos percorrer. 
 
 
Fonte: www.revistavivasaude.uol.com.br 
 
 
Um processo de inclusão escolar consciente e responsável não acontece 
somente no âmbito escolar e deve seguir alguns critérios. A família do indivíduo 
portador de autismo possui um papel decisivo no sucesso da inclusão. Sabemos 
que se trata de famílias que experimentam dores psíquicas em diversas fases 
 
 
da vida, desde o momento da notícia da deficiência e durante as fases do 
desenvolvimento, quando a comparação com demais crianças é frequente. 
O ambiente para o desenvolvimento da criança, tanto "normal" quanto 
"deficiente", no que tange à organização de suas atividades de vida diária e ao 
processo de estimulação, torna-se fundamental compreender comoo ambiente 
influencia o desenvolvimento das crianças, principalmente daquelas que 
apresentam algum tipo de deficiência. Vygotsky (1994) afirma “que a influência 
do ambiente sobre o desenvolvimento infantil, ao lado de outros tipos de 
influências, também deve ser avaliada levando em consideração o grau de 
entendimento, a consciência e o insight do que está acontecendo no ambiente 
em questão”. 
O microssistema da família não é o único que precisa ser estudado. Há 
também o ambiente da escola, que constitui mais um espaço de socialização 
para a criança com autismo. Em relação a isso, muito se tem discutido a respeito 
da inclusão da criança autista em ambiente coletivo, mostrando a sua 
importância e necessidade. 
 
 
Fonte: www.tempodecreche.com.br 
 
 
É importante ressaltar a necessidade de mais orientação para as famílias 
de crianças autistas, as quais devem ser mais bem informadas sobre este tipo 
transtorno e suas consequências para o desenvolvimento da criança, bem como 
dos recursos necessários para favorecê-lo. Nesse contexto, as políticas públicas 
têm um papel muito importante, especialmente para as famílias de baixa renda, 
 
 
uma vez que o gasto com profissionais e com atendimento especializado se 
torna necessário. 
O nascimento de um filho com algum tipo de deficiência ou doença, ou o 
aparecimento de alguma condição excepcional, significa uma destruição de 
todos os sonhos e expectativas que haviam sido gerados em função dele. 
Durante a gravidez, e mesmo antes, os pais sonham com aquele “filho ideal” que 
será bonito, saudável, inteligente, forte e superará todos os limites; aquele filho 
que realizará tudo que eles não conseguiram alcançar em suas próprias vidas. 
Além da decepção, o nascimento de um filho portador de deficiência implica em 
reajustamento de expectativas, planos para o futuro e a vivência de situações 
críticas e sentimentos difíceis de enfrentar. 
 
 
Fonte: www.todo-dia-aprendo-uma-licao-com-ele-diz-mae-de-crianca-autista.com 
 
 
Passado o período de luto simbólico, a forma como a família se posiciona 
frente à deficiência pode ser determinante para o desenvolvimento do filho. 
 
 
Muitos pais, porque não acreditam que seus filhos possuam potencialidades, 
deixam de ensinar coisas elementares para o autocuidado e para o 
desenvolvimento da independência. Alguns optam pelo isolamento e outros por 
infantilizarem seus filhos por toda a vida, esquecendo que eles não são eternos 
e que o portador de necessidades especiais deve se tornar o mais autônomo 
possível. 
Quando se propõe a inclusão de crianças autistas devem-se respeitar as 
características de sua natureza, visando à aquisição de comportamentos sociais 
aceitáveis, porém, respeitando as necessidades especiais de cada educando, e, 
sobretudo, trazendo os pais para um comportamento mais realístico possível, 
evitando a fantasia da cura, tão presente em pais de crianças especiais. 
 
 
Fonte: www.ensinoinfantilnumclique.com.br 
 
 
A escola também pode colaborar dando sugestões aos familiares de como 
estes podem agir em casa, de maneira que se tornem coautores do processo de 
inclusão de seus filhos. Sendo assim, quando uma criança portadora de autismo 
é incluída na escola regular, sua família também o é. Com efeito, é provável que 
 
 
antes da inclusão escolar a convivência com os pais de outras crianças, o 
planejamento de visitas de coleguinhas na casa da criança e a frequência a 
festinhas de aniversário dos colegas de sala eram possibilidades muito distantes 
para essas famílias. O objetivo da educação especial é o de reduzir os 
obstáculos que impedem o indivíduo de desempenhar completas atividades e 
participação plena na sociedade. 
Promover a inclusão significa, sobretudo, uma mudança de postura e de 
olhar acerca do transtorno. Implica em quebra de paradigmas, em reformulação 
do nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de qualidade, 
na qual, o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam garantidos 
a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades. A 
concepção da Educação Especial como serviço segrega e cria dois sistemas 
separados de educação: o regular e o especial, eliminando todas as vantagens 
que a convivência com a diversidade pode nos oferecer. 
 
 
Fonte: www.comportese.com.br 
 
 
É preciso ter claro que para a conquista do processo de inclusão de 
qualidade, algumas reformulações no sistema educacional se fazem necessário. 
Seriam elas: adaptações curriculares, metodológicas e dos recursos 
 
 
tecnológicos, a racionalização da terminalidade do ensino para aqueles que não 
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em 
virtude das necessidades especiais, a especialização dos professores e a 
preparação para o trabalho, visando à efetivação da cidadania do portador de 
necessidades especiais. 
 
 
 
Fonte: www.autismoediversidade.blogspot.com 
 
 
A escola, por sua vez, para promover a inclusão deve eliminar barreiras 
que vão além das arquitetônicas, mas principalmente as atitudinais. São 
necessárias algumas adaptações de grandes e pequenos portes, tais como a 
adaptação curricular, a adaptação do sistema de avaliação da aprendizagem, de 
materiais e equipamentos, a preparação dos recursos humanos e a preparação 
dos alunos e pais de alunos que receberão o portador de necessidades 
especiais. 
Sem as devidas adaptações, um processo de inclusão pode ser mais 
segregador que a exclusão declarada, pois entendemos que a inclusão não pode 
se restringir à convivência social, mas deve zelar pela aprendizagem da criança 
com necessidades especiais. O atendimento educacional a crianças e jovens 
portadoras de autismo tem sido realizado, em nosso país, em escolas especiais 
ou ainda em clínicas-escolas, provavelmente porque educar uma criança autista 
ainda se constitui em um grande desafio em função das características desta 
 
 
população. Uma desordem aguda do desenvolvimento requer tratamento 
especializado para o autista por toda a sua vida. 
É fato que a inclusão deve ser avaliada em seu custo-benefício para o 
aluno em questão. Não podemos perder de vista que “a inclusão é um processo 
permanente e contínuo, pois a inclusão sempre deve visar a aprendizagem dos 
alunos com necessidades especiais e não simplesmente o convívio social, 
habilidade que a criança pode adquirir em muitos espaços e não 
necessariamente na escola. 
 
 
Fonte: www.aliexpress.com 
 
 
O desenvolvimento fantástico das novas tecnologias, a maneira de se 
produzir as coisas e a maneira de se executar os serviços sofreram uma 
transformação profunda. Surge o fenômeno da automação, isto é, as novas 
tecnologias criam instrumentos que substituem a mão-de-obra humana. Com 
isso multidões de pessoas foram dispensadas de seus empregos, e as novas 
gerações nem chegam a conseguir um local de trabalho. As relações centrais 
que definem nossa sociedade não são mais apenas a dominação e a exploração, 
 
 
como no modo de produção capitalista, pois são bem menos agora os que 
podem ser dominados ou explorados. 
A consequência do capitalismo é a competitividade, a qual exige a 
exclusão. É o confronto, o choque entre interesses diferentes ou contrários, que 
vai fazer com que as pessoas lutem, trabalhem, se esforcem para conseguir 
melhorar seu bem-estar, sua qualidade de vida, sua ascensão. Podemos tomar 
como exemplo o filme exibido em sala de aula - “Como as estrelas na terra, toda 
criança é especial”, onde Ishaan era rotulado de burro, preguiçoso e 
desinteressado, pois não conseguia acompanhar as exigências do pai, que era 
muito rígido. Ishaan não conseguia acompanhar os demais porque era disléxico 
e por isso era excluído pela sociedade e pela própria família. Assim também 
acontece com a criança autista. 
 
 
Fonte: www.sitiodaeducacao.blogspot.com.br 
 
 
Mas essa competitividadevai além da disputa de mercado, trata-se de 
uma competitividade que se estabelece entre os seres humanos. O ser humano, 
 
 
como ser isolado e egoísta, tem de competir para sobreviver, de um lado e de 
outro lado, para trazer progresso. 
“Mas essa competitividade entre os desiguais acaba por excluir os mais 
fracos e manter a dominação dos mais fortes” (SAWAIA, 2009). 
A educação de uma criança portadora de autismo representa, sem dúvida, 
um desafio para todos os profissionais da Educação. A singularidade e a 
insuficiência de conhecimento sobre a síndrome nos fazem percorrer caminhos 
ainda desconhecidos e incertos sobre a melhor forma de ajudar essas crianças 
e sobre o que podemos esperar de nossas intervenções. É necessário ter 
humildade e cautela diante do tema, pois para compreender o autismo, é preciso 
uma constante aprendizagem, uma contínua revisão sobre nossas crenças, 
valores e conhecimento sobre o mundo, e, sobretudo, sobre nós mesmos. 
 
ADAPTAÇÃO CURRICULAR PARA ALUNOS COM AUTISMO 
 
 
 
 
Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br 
 
À medida que vamos estudando e compreendendo o mundo dessas 
crianças percebemos o quanto devemos nos preparar para ajudá-las a atingir 
seus potenciais. Para isso algumas modificações no currículo devem ser 
realizadas, como também adaptações em áreas específicas que as crianças 
apresentem maior dificuldade. Isto é bastante desafiador, principalmente para os 
professores que não possuem experiência com alunos autistas. 
 
 
A modificação implica alterar o conteúdo ensinado, mesmo que isso 
signifique omitir nem acrescentar ao currículo ou alterar os padrões de avaliação 
e de avaliação com base nas necessidades e limitações do aluno. Adaptação 
mantém a integridade do conteúdo no currículo, mas pode apresentá-lo em um 
formato diferente ou alterar o ambiente no qual o aluno aprende com base nas 
necessidades e limitações. Ele também usa a mesma escala de avaliação como 
o currículo padrão. Em outras palavras, modificação altera o que é ensinado e 
como o progresso é medido, enquanto a adaptação muda a forma como o 
conteúdo é apresentado e /ou acessado, mas não como o progresso é avaliado. 
Há alunos com autismo que conseguem obter bom desempenho em um 
ambiente de ensino tradicional com poucas adaptações ou nenhuma. Já outros 
de acordo com suas necessidades específicas e gatilhos de aprendizagem mais 
difíceis podem exigir uma modificação quase por completo do currículo adotado. 
É importante destacar que as necessidades de modificações a adaptações 
dependem de fatores como: a idade, nível de aprendizagem e assunto abordado 
em classe. 
 
 
Fonte: www.ludovica.opopular.com.br 
 
Seguem algumas dicas essenciais para modificações e adaptações 
curriculares para alunos autistas: 
É importante conhecer o nível de funcionamento do seu aluno e 
principalmente não realizar adaptações baseadas no rótulo de autismo, ou seja, 
não buscar no diagnóstico uma justificativa para não aprendizagem. Ao invés 
disso busque o apoio dos profissionais que acompanham a criança e juntamente 
 
 
com o pais proporcionem o apoio necessário para que ela possa progredir junto 
com seus colegas, alcançando seu pleno potencial. 
Baseie-se nas necessidades do seu aluno e depois de observar quais 
áreas ele necessita de apoio busque se concentrar nelas. Adaptações 
curriculares podem incluir: modificação na instrução das atividades, alteração no 
formato da aula, planejamento com objetivos individualizados, utilização de 
materiais específicos, exploração de ambientes e uso de estratégias de ensino 
diferenciadas. 
 
Fonte: www.slideplayer.com.br 
 
 
A idade e o nível de aprendizagem desempenham um papel importante 
na identificação da necessidade de apoio nas atividades em classe. Lembrando 
que, é comum utilizar estratégias diversas até encontrar uma que se adeque as 
necessidades do aluno, ou até mesmo ajustá-las antes de elaborar um plano 
individual. O único jeito de saber se as estratégias estão funcionando é observar 
o avanço do seu aluno e identificar quais as áreas as modificações e/ou 
adaptações curriculares estão surtindo efeito e aquelas nas quais as dificuldades 
persistem. 
Outra dica importante é a necessidade constante de feedback com outros 
profissionais que acompanham a criança para que todos estejam cientes das 
dificuldades do aluno, como também saber o que ele consegue com o mínimo 
ou nenhum apoio. Isto facilita os profissionais da equipe educacional como 
também os terapeutas a compreenderem quais áreas devem ser melhor 
 
 
trabalhadas, além de destacar os pontos fortes para serem canalizados para 
superar as dificuldades em outras áreas de ensino. 
Diante disso é imprescindível que os professores saibam diferenciar 
modificações de adaptações curriculares, assim como compreender as 
necessidades específicas dos seus alunos e poder realizar rapidamente as 
modificações e/ou adaptações necessárias para atingirem um bom 
desempenho. 
A escola, instituição social configurada como espaço por excelência da 
educação e da mediação social sujeito-sociedade, detém a função social 
irrevogável e fundamental de oferecer condições potenciais para que os 
conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade sejam devidamente 
democratizados, apropriados e objetivados pelos alunos, independentemente de 
suas condições físicas, intelectuais, socioeconômicas e culturais. 
 
 
Fonte: www.images.slideplayer.com.br 
 
 
Nessa perspectiva, a educação é concebida como um conjunto de 
recursos, estratégias, metodologias, conteúdos e recursos humanos que, ao 
estarem organizados e dispostos nas diversas instâncias do universo escolar, 
devem produzir valores, condutas e processos que visem à valorização e ao 
respeito à diversidade humana, à apropriação de conhecimentos, à formação 
cidadã, aos novos olhares, práticas sobre o ensinar e o aprender. 
 
 
Com fundamento nessa concepção, declara-se uma finalidade clara e 
única da educação: oferecer as condições necessárias e suficientes para o 
acesso, a permanência e o êxito acadêmico de todos os alunos, sem distinção, 
nas múltiplas dimensões (domínio de conhecimentos, socialização, dentre outras 
competências humanas) que o envolvem. 
Garantir o processo de aprendizagem dos conhecimentos produzidos 
historicamente e construir as habilidades necessárias para o exercício pleno da 
cidadania do indivíduo são os objetivos primários de toda ação educacional. 
Dessa forma, faz-se necessário refletir sobre o como, o porquê e o para 
que/quem os conhecimentos científicos elaborados pela humanidade são 
oferecidos (e garantidos) pelo atual sistema educacional, bem como de que 
maneira esses saberes são sistematizados nos currículos do ensino formal. 
 
 
Fonte: www. images.slideplayer.com.br 
 
 
Do ponto de vista etimológico, a palavra currículo (do latim curriculum) 
remete à ideia de percurso a ser realizado. Esse termo evoluiu no decorrer do 
tempo, sendo atualmente definido pelo dicionário Michaelis, como um conjunto 
de disciplinas de um curso escolar, ou seja, documento que estabelece seleção, 
sequência, maneira e tempo de apresentação dos conteúdos e as respectivas 
avaliações da aprendizagem. 
 
 
A abordagem curricular é objeto de atenção do Ministério da Educação e 
Cultura (MEC), em cumprimento ao art. 210 da Constituição Federal de 1988, 
que determina como dever do Estado para com a educação estabelecer 
conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, visando à formação básica 
comum e respeito aos valores culturais, artísticos, nacionais e regionais. Assim 
sendo, foram elaborados e distribuídos pelo MEC, a partir de 1995, os 
Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI), os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental e os 
Referenciais Curriculares para o Ensino Médio (RCNEM). 
 
 
Fonte: www.gazetadopovo.com.brSomente a posteriori, o Conselho Nacional de Educação definiu as 
Diretrizes Curriculares para a Educação Básica por meio da Resolução 
CNE/CEB n° 04/2010. 
Considerando as disposições instituídas pelos documentos oficiais do MEC, o 
currículo passa a ser compreendido como um processo integrado que deve ser 
cuidadosamente sistematizado, levando-se em conta conteúdos científicos 
previamente definidos, estratégias pedagógicas, as situações de ensino e formas 
de avaliação da aprendizagem. 
 
 
Portanto, para além de um conjunto de atividades nucleares, o currículo é 
a própria expressão das intenções da escola. Muito mais que um projeto de 
escola, essas intenções refletem ou deveriam refletir um projeto de sociedade. 
O currículo, na perspectiva da instituição escolar, constitui-se no 
documento que norteia todas as ações pedagógicas da escola e tem a 
responsabilidade planificada de atenção às necessidades educacionais de todos 
os alunos. Desse modo, não deve ser assimilado enquanto um documento 
imutável, ao contrário, este deve admitir modalidades de ajustes que se 
justifiquem como necessárias para garantir que os alunos tenham acesso aos 
objetivos preconizados pelo plano de ensino. 
 
Fonte: www.gazetadopovo.com.br 
 
 
Cabe à escola organizar o currículo e prever modificações, empregando 
os ajustes curriculares necessários, quer seja nas práticas educativas, nas 
estratégias de ensino, nos recursos ou mesmo nos procedimentos, desse modo, 
procura-se garantir que todos os alunos tenham uma aprendizagem significativa 
dos conteúdos estabelecidos para o ano e/ou para o ciclo escolar. 
Os ajustes curriculares — preconizados com a LDB 9.394/1996 (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação) e os Parâmetros Curriculares Nacionais de 
adaptações curriculares — têm sido evidenciados na literatura como elementos 
importantes de acesso e garantia de aprendizagem dos conhecimentos 
formulados pelo currículo comum, todavia ainda requerem uma adequada 
delimitação conceitual das modalidades que os integram. 
 
 
Nessa direção, salientou as diferenças nas modalidades dos ajustes 
curriculares que poderiam (e deveriam) ser aplicadas a alunos com ou sem 
deficiência, classificando-as em flexibilização, adequação e adaptação, as quais 
objetivam oferecer condições favoráveis de ensino de determinados conteúdos 
curriculares, bem como atender às peculiaridades do alunado. 
A flexibilização consiste na programação das atividades elaboradas para 
sala de aula e diz respeito às mudanças nas estratégias pedagógicas, sem que 
sejam necessárias alterações dos conteúdos curriculares previstos. A 
adequação curricular, por sua vez, compreende atividades individualizadas que 
permitem o acesso ao currículo, no qual o professor atende, especificamente, às 
necessidades educacionais de cada aluno, prevendo, assim, adequações no 
planejamento curricular de ensino, tais como mudanças nos objetivos, 
conteúdos, recursos e práticas pedagógicas. 
 
 
Fonte: www.comportamentoinfantil.com 
 
 
Assim, o currículo adaptado decorre diretamente das ações de 
flexibilização e adequação curricular, nas quais a matriz curricular é mantida e 
são modificadas as condições de ensino, as estratégias pedagógicas, os 
materiais didáticos, os recursos de ensino, a forma de apresentação dos 
conteúdos e a temporalidade dos objetivos, dentre outros elementos 
educacionais que permitam aos alunos (com ou sem deficiência) que não se 
 
 
beneficiam do modelo convencional de ensino as devidas oportunidades de 
acessar e aprender os conteúdos organizados no currículo. 
 
 
Fonte: www.ceducaprofissional.com.br 
 
 
Desenvolver trabalhos por meio de grupos produtivos, dar mais tempo ao 
aluno para concluir a atividade, modificar a organização didática, fornecendo 
exemplos concretos, expor os alunos a vivências e experiências para formulação 
de conceitos são claros exemplos de ações de flexibilização e adequação 
curricular. 
Diferentemente, a adaptação curricular focaliza a organização escolar e 
os serviços de apoio, os quais proporcionam condições estruturais que possam 
favorecer o planejamento curricular da sala de aula, implicando mudança 
significativa no próprio plano curricular e na proposta de currículo, pautado em 
planejamento educacional diferenciado dos demais alunos. 
Essa modalidade de ajuste curricular é implementada quando as ações 
de flexibilização e adequação não atendem às necessidades educacionais de 
pessoas com graves comprometimentos e/ou com severas limitações 
decorrentes da condição da deficiência e/ou do transtorno (as quais inviabilizam, 
por sua vez, o acesso ao currículo), exigindo a proposição de um currículo 
especialmente planejado para esse aluno. As formulações de currículos 
específicos para quadros de deficiência intelectual grave e de autismo típico 
podem ser consideradas adaptações, na medida em que toda a estruturação 
curricular produzida se dá em função das especificidades do aluno. 
 
 
 
 
 
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br 
 
 
Nesse contexto, observa-se que poucas investigações retrataram de fato 
as dimensões curriculares e o processo de escolarização formal de pessoas com 
autismo, as quais se configuraram majoritariamente como estudos de casos, 
apresentando apontamentos gerais dos ajustes curriculares implementados e 
que não poderiam ser tomados como parâmetro para avaliação das estratégias 
e políticas educacionais adotadas em larga escala (para essa população). 
Apesar da escassez de literatura sobre a temática, defende-se aqui uma 
perspectiva de educação inclusiva que preconiza a inclusão desse alunado no 
contexto escolar comum e o respectivo acesso ao currículo, na medida em que 
se ofereçam respostas educacionais diferenciadas e efetivas frente às limitações 
impostas pelo autismo, as quais devem incidir nas diversas esferas do contexto 
escolar, desde aspectos estruturais da sala de aula até mudanças no currículo. 
Ainda, em alguns casos de autismo, advoga-se pela adaptação curricular, que 
deve apontar para reformulações substanciais nos conteúdos dos currículos, 
com vistas a favorecer as máximas condições educacionais para a 
aprendizagem acadêmica do aluno, a autonomia e o exercício da cidadania. 
Devido ao fato de as políticas de inclusão educacional garantirem, 
democraticamente, o acesso de alunos com diferentes características e 
demandas educacionais aos espaços e conteúdos escolares ditos comuns, a 
questão dos ajustes curriculares torna-se elemento crucial para o aluno, 
independentemente de suas características. 
 
 
 
 
 
Fonte: www.lagartavirapupa.com.br 
 
Nessa condição, a apropriação dos conhecimentos científicos pode 
ocorrer por meio de ajustes de acesso ao currículo (no qual são 
providos/modificados recursos espaciais, materiais, pessoais ou de 
comunicação, para que o aluno entre em contato com o currículo formal), ou de 
adaptações individualizadas de currículo (abarcam quaisquer ajustes nos 
diferentes elementos da proposta educativa, almejando atender 
satisfatoriamente às necessidades educativas). 
Essa proposta educacional sobre as dimensões curriculares tem garantido 
o acesso e o sucesso acadêmico a diversos alunos, especialmente àqueles que 
apresentam limitações sensoriais, motoras, intelectuais, comunicacionais, 
transtornos globais do desenvolvimento e problemas de comportamento, 
considerados, em sua maioria, incapazes de aprender e dominar conteúdos 
escolares. Assim sendo, o currículo destitui-se de uma condição de barreira 
educacional, constituindo-se, nesse processo, como elemento facilitador da 
aprendizagem. 
 
 
 
 
Fonte: www.image.isu.pub 
 
 
Contudo, a escolarização formal (bem como a aprendizagem dos 
conteúdos acadêmicos) de alguns alunos com transtornos globais do 
desenvolvimento, especificamente com autismo típico, tem sido um desafio atual 
e recorrente para a área da educação.A inserção desse público no contexto escolar regular, preconizada em 
diversas políticas públicas e decretos — com ênfase na Lei nº 12.764 de 27 de 
dezembro de 2012, que definiu as políticas nacionais para proteção dos direitos 
da pessoa com transtorno do espectro autista e abrangeu diversos segmentos 
sociais (inclusive a educação) — suscitou problematizações importantes sobre o 
fazer docente e a implementação de um currículo frente aos prejuízos globais do 
desenvolvimento que decorrem do autismo, os quais comprometem diversas 
áreas (tais como linguagem, comunicação e cognição), logo, dificultando que 
esse aluno fique atento, 
comunique-se, abstraia e aprenda muitos dos conteúdos previstos no currículo 
formal. 
Investigado inicialmente por Kanner (1943), o autismo típico sofreu 
reformulações terminológicas e de critérios diagnósticos ao longo dos anos, 
sendo definido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) pela quarta 
versão revisada do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 
(DSM-IV-TR) (Associação Americana de Psiquiatria, 2002) e recentemente 
reformulado pela Associação Americana de Psiquiatria como Transtorno do 
 
 
Espectro Autista (TEA). O autismo típico é caracterizado por manifestações 
comportamentais que incluem déficits qualitativos na interação social e na 
comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e 
repertório restrito de interesses e atividades, sendo identificados tais 
comprometimentos antes dos três anos de idade. 
 
 
Fonte: www.mirandalibrassemfronteiras.weebly.com 
 
 
No domínio social, as dificuldades na interação interpessoal podem 
manifestar-se como isolamento, comportamento social impróprio, pobre contato 
visual, dificuldade em participar de atividades em grupo, indiferença afetiva, ou 
demonstrações inapropriadas de afeto e falta de empatia. Na área da linguagem 
e comunicação, observa-se que os padrões de comunicação (tanto verbal como 
não verbal) diferem significativamente dos padrões habituais, com predomínio 
de desvios semânticos e pragmáticos (tais como ecolalia e afasia nominal). 
No que tange à cognição e ao comportamento, pessoas com autismo 
podem apresentar as seguintes características: rigidez de pensamento e de 
comportamento, reduzida abstração, comportamentos ritualísticos e obsessivos, 
dependência de rotinas, déficits intelectuais, ausência de jogo imaginativo, 
inflexibilidade à mudança no ambiente habitual e comportamentos agressivos e 
auto lesivos. 
Dado que as políticas de inclusão educacional implicaram grandes 
desafios à educação, nas diversas dimensões (inclusive no currículo), múltiplas 
 
 
produções acadêmicas em teses e dissertações foram fomentadas nessa 
direção, as quais possibilitaram articulação — em âmbito teórico, reflexivo e 
pragmático — sobre os processos que abarcam a escolarização formal de 
diferentes tipos de aluno, com foco especial em alunos com deficiência e TGD 
(como no caso do autismo). 
 
 
Fonte: www.atividadeparaeducacaoespecial.com 
 
 
A produção científica sobre os processos educacionais inclusivos 
envolveu a organização de grandes grupos de pesquisadores entre 
universidades, o incentive financeiro e político às pesquisas que explorassem 
aspectos educacionais para os alunos ditos "especiais", a criação de periódicos 
nacionais voltados à Educação Especial e a abertura de programas de pós- 
graduação na área da Educação Especial, sendo, em 1978, aberto o primeiro 
programa de pós-graduação, sediado na Universidade Federal de São Carlos, 
em resposta a implementação de um sistema de educação especial pelo governo 
do Estado de São Paulo, o qual requeria a capacitação de recursos humanos e 
agentes multiplicadores nos cursos de Pedagogia habilitados para Educação 
Especial. 
 
 
 
Fonte: wwww.nova-escola-producao.s3.amazonaws.com 
 
 
Uma parte do resultado desses esforços acadêmicos encontra-se nos 
3.834 estudos (aproximadamente) do banco de teses e dissertações da 
Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (BTD-CAPES), os quais 
discorrem sobre múltiplas temáticas da inclusão educacional com diferentes 
populações de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, 
dentre outros. 
Considerando as peculiaridades do aluno com autismo típico, a proposta 
de inclusão educacional no contexto escolar comum e o currículo, este estudo 
teve como objetivo mapear a produção acadêmica nacional, disponível no BTD- 
CAPES, sobre o processo de escolarização formal do aluno com autismo, 
especialmente no que se refere às suas dimensões curriculares. Pretende-se, 
assim, oferecer visão panorâmica das investigações sobre tal temática e sinalizar 
os caminhos possíveis para a produção do conhecimento científico nessa área 
tão desafiadora, que é a educação formal, e do acesso ao currículo para alunos 
com autismo. 
 
 
ADEQUAÇÃO CURRICULAR NOS CASOS DE AUTISMO 
 
 
 
Fonte: www.i1.wp.com 
 
 
 
 
Falar em Autismo é algo muito difícil, pois o Autismo é um espectro muito 
diversificado de comportamentos e sintomas, portanto com diferentes quadros 
de potencialidades e dificuldades. 
Todos os dias nos surpreendemos com avanços e conquistas de Meninos 
e Meninas Autistas. 
Então não podemos pensar em receitas, mas sim em Acreditar nas 
Possibilidades Pedagógicas de Ações que venham nortear o Plano Educacional 
Individualizado de Alunos e Alunas Autistas. 
O primeiro passo do processo de inclusão consiste na avaliação, que tem 
como objetivo avaliar e medir comportamentos-alvos na escola, identificando os 
antecedentes e consequentes que evocam e mantêm cada um deles, o que é 
feito por meio da Análise Funcional (descrita no artigo “Autismo: Lidando com 
comportamentos socialmente inadequados” desta coluna). Nesta avaliação 
também visamos avaliar o desempenho da criança nas atividades rotineiras e 
acadêmicas. 
 
 
A avaliação consiste na observação (ao vivo ou em vídeo) e registro de 
comportamentos em diferentes aulas, com diferentes professores, em diferentes 
contextos. Também é importante analisar os materiais acadêmicos do aluno de 
inclusão e o currículo pedagógico proposto pela escola. Durante este primeiro 
passo, o analista do comportamento também faz reuniões com a equipe da 
escola e os familiares para levantamento de queixas, exposição dos dados 
analisados e definição das modificações ambientais necessárias. 
 
 
Fonte: www.cdn.slidesharecdn.com 
 
 
Como resultado da avaliação no ambiente escolar, o analista do 
comportamento deve ter definidos os comportamentos e habilidades que estão 
deficitários ou ausentes no repertório e, portanto, devem ser maximizados ou 
instalados, bem como os comportamentos e habilidades que estão em excesso 
e estão prejudicando o desenvolvimento e aproveitamento escolar e, portanto, 
devem ser minimizados ou extintos. 
O segundo passo da inclusão deve começar antes mesmo de se pensar 
em inclusão ou, pelo menos, paralelamente ao processo de inserção da criança 
na escola. Este passo consiste na intervenção individualizada, ou seja, 
intervenção em um ambiente de ensino planejado, com controle total de variáveis 
ambientais, onde podemos apresentar um estímulo por vez e garantir o 
aprendizado de cada habilidade. 
 
 
Para esta intervenção o analista do comportamento treina um profissional 
ou estudante de psicologia, pedagogia ou áreas afins, para aplicar os 
procedimentos de ensino de habilidades pré-requisitos e novos repertórios e, 
também, procedimentos para minimização de comportamentos destrutivos. 
 
 
Fonte: www.image.isu.pub 
 
 
Dentre os comportamentos a serem maximizados ou instalados no 
contexto individual estão: o comportamento de aluno, ou seja, sentar, esperar, 
manter contato visual, seguir comandos, etc. A comunicação funcional vocal ou 
por pistas visuais, as habilidades sociais, como brincar, interagir, comunicar-se. 
As habilidadespré-acadêmicas, dentre elas estão contato visual, imitação, 
seguir instruções, discriminações visuais e auditivas, etc., as 
habilidades acadêmicas como alfabetização, noções matemáticas, etc. O 
repertório de brincar, isto é, o uso do brinquedo com a função correta, 
compartilhar a vez, brincar junto, etc. e a independência nas atividades de vida 
diária (banho, vestir-se, alimentar-se, escovar os dentes, uso do banheiro, etc.). 
Os comportamentos a serem minimizados ou extintos na intervenção 
individualizada consistem nas estereotipias, ou seja, respostas repetitivas com 
função auto-estimulatória e os comportamentos de difícil manejo como: 
 
 
 Birras (choros, gritos, se jogar no chão, etc.); 
 Autolesão (machucar a si mesmo); 
 Agressão (machucar outras pessoas). 
 
 
 
 
 
Fonte: www.image.slidesharecdn.com 
 
 
Os detalhes dos procedimentos utilizados pela análise do comportamento 
no ensino de novas habilidades e controle de comportamentos inadequados 
estão descritos em outros artigos desta coluna. 
O terceiro passo da inclusão consiste em levar toda esta tecnologia 
comportamental para dentro dos muros da escola. Para isso, precisamos de um 
Acompanhante Terapêutico (AT), isto é, um profissional ou estudante da área da 
saúde (psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem, etc.) ou 
educação (pedagogia), ou ainda um para profissional (cuidadores, pais, 
parentes, etc.). 
O objetivo da inserção de um AT para acompanhar a criança na escola é 
maximizar o número de horas de estimulação específica no ambiente natural, 
com valores mais acessíveis para a família, isto é, não precisa ter um analista 
do comportamento, com mestrado e doutorado, executando este serviço. 
Podemos ter outro profissional ou estudante, com menos formação, mas bem 
treinado e orientado pelo analista do comportamento. 
 
 
 
Fonte: www.atenacursos.com.br 
 
 
O analista do comportamento indica a presença deste aplicador porque a 
criança com autismo apresenta dificuldades na generalização dos 
comportamentos aprendidos no contexto individualizado para o contexto natural 
(escola). Por isso, a criança precisa de um ensino mais individualizado dentro de 
sala de aula e nós não podemos exigir que o professor ou o auxiliar de classe 
exerçam estas funções, pois isto significaria a retirada destes profissionais da 
posição de referência para a turma. 
O treinamento teórico do AT consiste na apresentação dos conceitos 
básicos da Análise do Comportamento aplicados à educação em supervisões 
individualizadas ou em workshops. O treinamento prático envolve a observação 
de um terapeuta experiente atuando na escola; atuação direta com a criança 
com supervisão ao vivo do terapeuta experiente; e auto avaliação, ou seja, o AT 
deve assistir a vídeos de sua própria atuação para identificar falhas e mudanças 
necessárias. 
Este treinamento é contínuo e mantido em consultorias sucessivas feitas 
pela equipe de analistas do comportamento que coordenam a intervenção. 
Paralelamente, a escola também deve fazer um treinamento específico com o 
AT, focado nas regras e princípios educacionais da escola, afinal o AT atuará 
neste espaço. 
Uma das funções do acompanhante terapêutico é aplicar, na escola, 
procedimentos de ensino individualizado e de controle de comportamentos- 
 
 
problema orientados pelo analista do comportamento. O AT também deve 
estimular a interação da criança com seus pares, usando procedimentos 
planejados junto com o analista do comportamento. Quando necessário, o AT 
adapta os materiais acadêmicos e apresenta estes materiais adaptados em sala 
de aula. 
 
 
 
 
 
Fonte: www.i2.wp.com 
 
 
Desta forma, o AT acompanha a criança em todos os contextos escolares, 
nas diferentes atividades, disciplinas e ambientes, garantindo a máxima 
participação dela nas atividades propostas utilizando, se necessário, técnicas de 
motivação e facilitação da tarefa orientadas pelo analista do comportamento. A 
função do AT não é criar e nem propor atividades, mas sim garantir que a criança 
participe das atividades criadas e propostas pelos professores com as 
adaptações necessárias. 
A equipe de analistas do comportamento acompanha a evolução do caso 
por meio de registros e gráficos correspondentes a cada procedimento aplicado. 
Estes registros são feitos pelo AT com orientação do analista do comportamento. 
Também se espera que o AT faça a troca de informações entre os profissionais 
da escola (professores, coordenadores, etc.) e os familiares e membros da 
equipe que atuam em outros contextos, garantindo a coesão da intervenção. 
Com o desenvolvimento da criança e maior adaptação desta ao contexto 
escolar, o analista do comportamento pode decidir começar o processo de 
retirada do AT do ambiente escolar. Para isso, começamos afastando o AT dos 
 
 
momentos em que a criança já se comporta de forma correta e independente. 
Então, designamos outras tarefas para o AT executar durante o período de aula 
que não sejam diretamente com a criança (Ex: registros, análises, adaptação de 
material, etc.). 
 
 
Fonte: www.3.bp.blogspot.com 
 
 
Em um determinado momento realizamos um delineamento de 
intervenções específicas, isto é, orientamos que o AT atue somente nas 
situações em que a criança ainda não consegue se comportar de forma correta 
e independente. Em um estágio mais avançado, podemos inserir um AT 
camuflado na função de auxiliar de classe sem que a criança saiba que essa 
pessoa é sua AT, visando gerar mais autonomia. 
O quarto passo do processo de inclusão escolar refere-se às adaptações 
necessárias para que a criança consiga acompanhar as aulas e atividades. Estas 
adaptações são preparadas antecipadamente e aplicadas pelo acompanhante 
terapêutico (AT), sob orientação do analista do comportamento. As adaptações 
consistem em alterações de contingências delineadas para a escola (relações 
específicas aluno-ambiente) em todos os contextos (diferentes espaços e 
disciplinas). Estas adaptações devem envolver tanto os eventos antecedentes 
(que evocam as respostas do aluno) quanto os eventos consequentes (que 
fortalecem e mantêm as respostas do aluno). 
 
 
Dentre as modificações de eventos antecedentes necessários para a 
inclusão de uma criança com autismo na escola regular, está a adaptação do 
material que será utilizado (livros, apostilas, provas, etc.). Neste material deve- 
se, por exemplo: reduzir enunciados, deixando somente 1 instrução em cada 
enunciado; usar frases objetivas e apenas com palavras-chave; manter menos 
exercícios por página; usar letras maiores e, preferência, letras de forma 
(bastão); deixar mais espaço para escrever, desenhar ou colar; substituir as 
questões dissertativas (que exigem só a escrita) por atividades para ligar, 
recortar, colar, pintar, circular, etc.; e incluir temas do interesse da criança e de 
situações de seu cotidiano em todas as atividades. 
 
 
 
 
 
Fonte: www.4.bp.blogspot.com 
 
 
Fora está preparação antecipada do material, durante as aulas o AT 
também deverá usar dicas verbais, visuais ou motoras para que o aluno realize 
as atividades propostas ou atividades adaptadas e obedeça aos comandos 
individuais e coletivos dos professores. 
Outra modificação antecedente importante é a fragmentação de tarefas. 
Deve-se apresentar menos demandas por vez, quebrar as atividades longas em 
partes menores e intercalar a resposta a cada demanda com reforçadores e 
pequenos intervalos. 
Algumas manipulações de variáveis antecedentes envolvem modificar o 
próprio ambiente físico de sala de aula, por exemplo, acomodar a criança 
 
 
próximo a um colega que possa dar apoio (este colega deve variar, para que não 
fique custoso demais para as crianças). 
Alterar a disposição física da criança na sala de aula (sentar mais na frente 
para se concentrar melhor, ou sentar mais atrás se precisar sair de sala muitas

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