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Mecanismos de defesa imunológica

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Imunologia Bárbara Rebeca Hoffmann, TXIX 
 
 
AULA 07, 24/09/20 
Encerrando a imunidade celular/mediada por células, que é um dos braços da resposta imune adaptativa, e é aquela resposta 
que utiliza os linfócitos T – TCD4 ou TCD8. Na P2 já foram cobrados os TH1 e TH2, duas células efetoras que se diferenciam 
a partir do perfil de TCD4, TH0, que dependendo do tipo de citocinas polarizam para um desses perfis. 
- TH1: IL-12 e interferon gama são as citocinas indutoras e interferon gama é a citocina efetora. 
- TH2: IL-4 é a citocina indutora e IL-4, IL-5 e IL-13 são as efetoras. 
- TH17: IL-1, IL-6 e IL-23 são as citocinas indutoras e algumas efetoras que já foram descobertas como IL-17 e IL-22 (*IL-17 
mais importante para a prova por já tem um papel mais bem estabelecido na literatura). 
Para as funções de TH17, principalmente, recrutamento de leucócitos (o neutrófilo é o principal poque é o mais abundante 
na corrente sanguínea) para o sítio da infecção. Então, a resposta do TH17 colabora para melhorar todas as funções que 
acontecem no vaso sanguíneo: vasodilatação e permeabilidade do endotélio vascular. 
Como função de TH1 vimos que era aumentar a atividade microbicida do macrófago para melhorar o combate a infecções 
intracelulares, tanto por bactérias quanto por fungos. 
A função da TH2 é a ativação do eosinófilo, principalmente, para o combate a infecções por helmintos. Na TH17 como a 
principal célula atuante é o neutrófilo, a função mais efetiva dessas células é o combate a infecções fúngicas e bacterianas, 
diferentemente do TH1 que são infecções extracelulares, ou seja, microrganismos que ainda não entraram na célula, vou ter 
como função a ativação de uma TH17 para aumentar o recrutamento de leucócitos para o local da infecção. 
De forma simples, a TH17, uma vez efetora, produz duas citocinas: IL-17 e IL-22. Resumindo, a TH17 sai do órgão linfoide 
periférico, cai na corrente sanguínea e chega no tecido da infecção. Quando isso acontece, ela se fixa ao tecido e começa a 
produzir essas citocinas. 
✓ IL-17: estimula no local da infecção os macrófagos a produzirem mais 
quimiocinas, TNF-α, IL-1, IL-6 e Fator estimulador de colônia (CSFs) 
que auxilia no processo da diferenciação de neutrófilos na medula 
óssea. Enfim, vai melhorar o ambiente pró-inflamatório para ter mais 
vasodilatação, expressão de E e P – selectina (para facilitar o 
rolamento), facilitar a adesão dessas células no endotélio via integrina, 
já que tem a produção de quimiocinas, e, ainda, auxiliar no 
direcionamento, pois quando elas atravessam o vaso sanguíneo, 
chegam no ponto da infecção (essas quimiocinas dão o sentido de 
orientação para as células). Lembrando que, nesse caso a inflamação 
vai ser rica em neutrófilos. 
 
✓ IL-22: ainda tem um papel contrário na literatura porque alguns 
autores mostram que ela está relacionada com a imunidade de 
barreira, ou seja, melhora as junções de oclusão entre as células 
epiteliais para não deixar espaço livre para o microrganismo penetrar 
no tecido. Dependendo se for uma região de mucosa, já tem alguns 
trabalhos que mostram que a IL-22 auxilia na produção de muco, e 
isso funciona como uma resistência, como uma imunidade de barreira 
assim como a TH2. No entanto, outros autores dizem que ela está 
relacionada com o dano tecidual (ninguém ainda descreveu o porquê 
disso, mas já foi visto que em um lugar que tem TH17 e IL-22 há muito 
mais células que sofrem dano, e aí preciso do macrófago M2 auxiliando 
no processo de reparo via IL-10 e TGF-β. 
Tanto IL-22 e IL-17 fazem isso, ou seja, induzem as células epiteliais a produzirem peptídeos antimicrobianos: defensinas 
e catelicidinas (principais), que junto com essa função de oclusão, auxiliam na função de barreira, porque melhora a 
proteção para que não tenha a invasão de microrganismos em nossos tecidos. *(Para a prova é importante focar na IL-17)* 
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O último perfil efetor das células T é o TCD8, em que não há o terceiro sinal para a ativação porque só tem um perfil efetor, 
que é o T citotóxico. Então, as células TCD8 quando se tornam efetoras vão se diferenciar, obrigatoriamente, em um CTL 
(linfócito T citotóxico). E aí, esse T citotóxico tem uma função muito semelhante ao TH1, que é para infecções intracelulares. 
Assim: 
T citotóxicos: eliminam microrganismos intracelulares com a morte da célula infectada. 
Basicamente, a diferença entre uma TH1, que é uma infecção intracelular por bactéria e fungo e T citotóxica que também é 
uma infecção intracelular é que esse último está muito mais relacionado com a eliminação de infecções intracelulares 
naquela células que não têm mecanismo de defesa, aquela célula qualquer que não faz parte da resposta imune e que ela por 
si própria não conseguiria eliminar aquele microrganismo. Por isso, essa célula precisa ser eliminada por inteiro pra ela 
conseguir eliminar esse processo de infecção. Assim, o T citotóxico diferente do TH1 que aumenta a atividade microbicida 
do macrófago, está relacionado com a eliminação de um reservatório da infecção. 
Além dessas células que são o principal alvo do T citotóxico. Quando é que o T citotóxico também é importante? Na 
fagocitose, sabemos que o macrófago, neutrófilo ou a dendrítica englobam o patógeno e formam uma vesícula, primeiro o 
fagossomo e depois o fagolisossomo, onde terão os 3 mecanismos para a morte daquilo que foi fagocitado. Então, um 
mecanismo de defesa de um fagócito está restrito ao fagolisossomo. Se o microrganismo escapar e for para o citosol, aquela 
célula não é mais capaz de matar esse patógeno. 
Existem algumas bactérias que tem esse mecanismo de escape 
ativo, em que produzem toxinas que furam a membrana do 
fagolisossomo, e saem da vesícula escapando para o citoplasma. 
La, ela terá vida livre e vai se multiplicar, usando a célula como 
um reservatório. Dessa forma, esses fagócitos também 
precisam ser alvos do T citotóxico para que sejam eliminados e 
não continuem contribuindo com o processo de reprodução do 
microrganismo. Isso é comum em infecções bacterianas. 
Na ativação dos linfócitos TCD8, no órgão linfoide periférico tem a dendrítica que apresenta o antígeno (primeiro sinal). 
Depois, as TCD4 – T auxiliares – vão fazer o segundo sinal, capacitando a dendrítica a produzir citocinas direta ou 
indiretamente. 
O TCD8 se diferencia em T citotóxico e cai na corrente sanguínea para circular, até chegar em um ponto em que tenha 
vasodilatação – ambiente pró-inflamatório que colabora para que ele saia do sangue e chegue em um tecido extravascular. 
Quando isso acontece, ele não vai sair matando qualquer célula, mas sim vai fazer uma conferência. 
Ele vai olhar para as células presentes 
naquele tecido, para ver se há alguma 
daquelas células via MHC de classe I está 
apresentando o mesmo peptídeo que ele 
reconheceu via a célula dendrítica. 
Por isso é importante que todas as células 
nucleadas apresentem MHC de classe I. 
Assim, o TCD8, no órgão linfoide, 
reconhece o peptídeo para ser efetor, e o 
T citotóxico via o MHC de classe I também 
vai reconhecer de novo exatamente o 
mesmo peptídeo anteriormente 
apresentado pela dendrítica para ele 
saber se vai ou não matar aquela célula 
naquele momento. Então essa 
identificação é necessária, já que estamos 
falando de uma resposta imune 
adaptativa. 
 
Esse é o primeiro ponto importante, o T citotóxico sai a procura de células que tenham no seu MHC de classe I o mesmo 
peptídeo que ele já reconheceu, apresentado via célula dendrítica. Uma vez que ele reconhece, ele tem o tal do TCD8, é um T 
citotóxico diferenciado de um TCD8. A molécula CD8 vai interagir com a região não polimórfica do MHC de classe I estabelece 
o 1° contato. Essa região de aproximação física entre T citotóxico e a célula alvo é chamada de Sinapse Imunológica. Isso 
garante que o alvo seja certeiro, só vai atingir a célula em comunicação com o citotóxico. 
Resumindo:1°: células desprovidas de mecanismo de defesa. 
2°: fagócitos que têm escape do fagolisossomo e 
contribuem para a proliferação do patógeno. 
 
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LFA-1 e ICAM-1 são as integrinas que ficam na região de pSMAC (periférica da sinapse imunológica) que tem a função de 
estabilizar a interação entre as duas células, uma adesão estável, em que dá tempo de elas interagirem, apresentarem e 
reconhecer o peptídeo para então iniciar a degranulação via o linfócito T citotóxico. 
Segundo ponto, então o T citotóxico via MHC1 viu o mesmo antígeno, idêntico. Agora ele entende que aquela célula é o alvo 
e deve degranular. Na imagem, tem uma imunoflorescência com CTL de um lado e célula alvo do outro. Em verde, na região 
periférica, são as integrinas que estabilizam, e o T citotóxico, ao reconhecer o peptídeo via citoesqueleto, pega todos os seus 
grânulos (representados em azul) e direciona para a região de sinapse imunológica. Então ele não vai simplesmente 
degranular por exocitose de forma descoordenada, mas sim, concentra todos na região do contato da integrina com o ligante 
de integrina na célula alvo. Essa degranulação é chamada de tiro letal ou tiro da morte. 
Esses grânulos têm granzimas e perforinas. As perforinas formam o poro que facilita a entrada das granzimas, as quais vão 
ativar a caspase e começar toda a via apoptótica para que a célula alvo seja morta. Depois desse processo de degranulação, 
o linfócito T citotóxico sai de perto da célula (desacopla) e de duas a seis horas a célula-alvo morre completamente. 
*lembrando: é processo de apoptose! Vem o macrófago elimina os restos dos corpos apoptóticos não tem geração da 
resposta inflamatória. 
 IMPORTANTE: Qual a grande importância da sinapse imunológica? Ter direcionamento. Então, quando o linfócito for 
degranular, vai ser concentrado em tal ponto, de forma que nem ele e nem as células vizinhas se tornem alvo desses grânulos. 
Então o linfócito tem uma enzima que, se por um acaso algum granulo se ligar na membrana do linfócito T citotóxico, degrada 
esses grânulos não deixando eles sofrerem atuação de morte mediada nem por perforina e nem por grnazima, e as células 
vizinhas também estão distantes a ponto de não ter a atuação dos grânulos em sua membrana plasmática = RESPOSTA 
DIRECIONADA. 
Dúvida: O T citotóxico pode reconhecer mais de uma célula por vez. Por exemplo, se ele tiver 3 TCR, os três vão reconhecer 
o mesmo peptídeo (representado na imagem) de células diferentes, só que todas as células em comunicação estão 
apresentando mesmo. Estamos falando de uma célula que tem um receptor antígeno – específico, então esse reconhecimento 
e especificidade passam para todos os TCRs, podendo degranular em várias células ao mesmo tempo, mas o antígeno que 
ele reconheceu é idêntico nessas várias células, conseguindo liminar. Isso ocorre muito em tumores, em que ele consegue 
fazer a eliminação de várias células ao mesmo tempo. 
➢ RECEPTOR DE MORTE (RM,Fas): exclusivo de 
T citotóxica. No lado de cima é uma T citotóxica 
e embaixo a célula -alvo. Temos que imaginar 
que a T citotóxica via TCR já reconheceu o 
mesmo peptídeo apresentado pela dendrítica 
no órgão linfoide periférico. Esse 
reconhecimento é primordial, ela nunca induz 
a morte de uma célula se não reconhecer o 
peptídeo. Mas aqui, a forma como vai induzir a 
morte da célula-alvo é diferente. Ela reconhece 
o antígeno e induz a trimerização do receptor 
de morte, ao invés de realizar logo a 
degranulação. Então, o T citotóxico tem o FasL 
(ligante) e a célula-alvo tem o Fas, o receptor. 
Não são todas as células do nosso corpo que 
tem o receptor de morte. 
 
Uma célula sem comunicação com o T 
citotóxico, o receptor de morte (em verde) está 
separado. Vamos imaginar, ele é trimérico 
(tem 3 partes) digamos que o pedaço está na 
extremidade e uma parte do rcptor está no 
meio, e a 3° parte na outra ponta, ou seja, essas 
3 partes estão separadas. Para que eu ative o 
receptor de morte nessas células, eu preciso 
trimerizar, juntar as 3 partes para ativar uma 
cascata intracelular. 
Quem faz essa junção é o FasL. A ativação da cascata ocorre semelhante aos grânulos, tem a granzima que ativa a caspase e 
essa, a apoptose, a diferernça é a via de como ativei a apoptose. Quando tenho a degranulação, tenho a granzima que vai 
ativar a caspse e induzir a apoptose. Já quando tenho um receptor de morte, há a trimerização do recepotor para ativar a 
caspase e aí a apoptose. Esse mecanismo é independente dos grânulos. 
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Por exemplo, ele reconheceu o antígeno e degranulou em 3 células ao mesmo tempo, e todas elas morreram, o que significa 
que foi eficiente. Até o T citotóxico produzir novos grânulos, vai um tempo, então ele tem esse 2° mecanismo para também 
já ir eliminando essas células-alvo, que aí esse mecanismo de morte é independente dos grânulos, também é de apoptose, 
mas sem precisar degranular pra indução, pois vai ocorrer a trimerização. Esse é um mecanismo adicional do T citotóxico. 
 
As células que são desprovidas dos receptores de morte ficam confinadas a serem mortas pelo grânulo. Já as que tem 
receptor de morte podem ser eliminadas por qualquer uma das formas. 
 
Para encerrar imunidade celular, falamos que a resposta é 
ativada no nosso corpo quando tem o patógeno. Já na 
adaptativa, falamos da hipótese dos dois sinais, o 1° que é o 
antígeno garante a especificidade e 2° são os 
coestimuladores que garantem que só vou ter a resposta 
adaptativa quando tiver uma infecção potencial. 
 
Então, o que fez a resposta imune ser desencadeada no corpo 
foi a presença do patógeno, e o que faz a resposta voltar ao 
equilíbrio, na homeostasia é a ausência do patógeno. Quando 
tem a resposta ativada, ela vai eliminar o microrganismo, e à 
medida que vai o eliminando, vai ocorrer a eliminação do 
antígeno. Dessa forma, é preciso parar com o primeiro sinal, 
pois sem ele é impossível ter a ativação de novos linfócitos 
em nosso corpo. 
 
 
Uma outra coisa que é importante, quando se elimina o antígeno, é porque se eliminou o patógeno. Se isso acontece, elimina 
também a coestimulação, já que os níveis de B7 (nas células T) só aumentam quando tenho a presença do patógeno, que são 
os PAMPs que se ligam nos receptores de reconhecimento padrão, que fazem a dendrítica aumentar os níveis de B7. 
 
Quando tudo isso vai diminuindo, obrigatoriamente, eu também diminuo a produção da cauda IL-2. A função da IL-2 é 
linfoproliferação, ou seja, estimula o linfócito a entrar na expansão clonal, porque IL-2 está relacionada com a Bcl-2 e a Bcl-
xL (duas proteínas antiapoptóticas). Se eu diminuo IL-2, estou diminuindo proteínas que são antiapoptóticas e, 
consequentemente, aumento a BIM (proteína pró-apoptótica), então o linfócito que estava na linfoproliferação, ativando 
maquinaria para não morrer, vai passar a fazer o contrário, diminuir a antiapoptose a aumentar a pró-apoptose, o que já são 
sinais de que ele vai caminhando para o processo de morte natural. 
 
Quando essas células entram em apoptose, o que não gera inflamação no nosso corpo porque as células vão formando os 
corpos apoptóticos temos a fagocitose, o macrófago vai ter a função do clearance – limpeza do tecido para não ativar a 
resposta inflamatória. Além disso, as nossas moléculas pré-inflamatórias (TNF- α, IL-1, IL-6, interferon, IL-12) tem uma 
meia-vida muito curta, pois rapidamente são hidrolisadas e param de ser funcionais. Mas então como é que a gente consegue 
sustentar o perfil pró-inflamatório? Porque a gente tem o patógeno que sempre está estimulando a célula a produzir 
novas moléculas pró-inflamatórias. Se eu eliminei o patógeno, estou eliminando também o estímulo para produzir novas 
moléculas pro-inflamatórias, pois aquelas que foram produzidas inicialmente já forma hidrolisadas, e precisaria de novas 
pra manter o ambiente inflamatório sustentado. O que fez a resposta subir que foi a presençado patógeno, é o que vai fazer 
a resposta descer, que é a eliminação do patógeno. 
 
Por que isso é tão importante? Imagina se a cada infecção ou a cada presença de patógeno a gente não matasse esses 
linfócitos, ía chegar uma hora em que eles não seriam mais produzidos e nem teria mais espaço para todos, então é 
necessário gerar células efetoras para o combate à infecção, e quando a infecção for eliminada, essas células também serão, 
para que possamos renovar o estoque e, posteriormente, utilizados caso haja uma nova infecção. Nesse caso de declínio de 
resposta a professora se refere às células efetoras, porque sabemos que as células de memória não vão morrer com todo 
esse processo, justamente pelo fato de elas já estarem lá, ou de forma central no órgão periférico ou como memória periférica 
RESUMINDO... 
Se não tem patógeno > não tem antígeno e nem primeiro sinal, muito menos segundo sinal > para de ativar a maquinaria 
antiapoptótica > ativa a maquinaria pró-apoptótica e todas as moléculas pró-inflamatória tem a meia-vida curta, e por 
isso, vão sendo hidrolisadas e precisaria de novas para repor. Porém, se não tem o estímulo do patógeno, não tem a 
produção de novas moléculas pró-inflamatórias. Com tudo isso, volta-se ao estado de homeostase. 
Isso só funciona em células efetoras, ativas no combate à infecção. 
 
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nos tecidos periféricos, produzindo suas citocinas para ter autorrenovação, as quais ligam a maquinaria antiapoptose. No 
interior do órgão linfoide periférico, as células de memória não sofrem ação da Bim. 
 
 
 
 
Anticorpos 
 
 
É o segundo braço efetor da resposta imune adaptativa, que são os linfócitos B. Existem dois braços, inata e adaptativa, e 
dentro da adaptativa, celular e humoral, que é resposta mediada por anticorpos – produzidos pelo linfócito B. 
 
A imunidade celular, mediada por células, é ocorre para infecções intracelulares, embora a TH2 é para helmintos (extra), 
TH17 é para fungos e bactérias (extra), mas ela é nomeada na literatura como uma resposta imune para patógenos 
intracelulares. Já a imunidade humoral que é mediada pelos anticorpos, ocorre para infecções extracelulares, porque nela 
quem faz o papel é o próprio anticorpo e não o linfócito B (ele realmente só produz). Outra coisa comum de ouvir é que o 
anticorpo mata o patógeno, mas ele não faz isso, somente sinaliza a presença da célula estranha, outra célula vai fazer a 
eliminação. Dessa forma, os anticorpos só colaboram para que mecanismos de morte sejam ativados. 
 
 
DÚVIDAS: 
• Depois que o T citotóxico degranula, continua vivo e a célula-alvo sofre apoptose. O que vai fazer ele morrer é a célula 
de memória, pois ele está no tecido e não encontra antígenos que são identificados pelo ser PCR, e isso faz ele entender 
que foi produzido, a infecção já foi eliminada e por isso também pode ser morto. 
 
• Esse mecanismo de declínio de respostas de células T está presente somente na resposta adaptativa, porque a inata 
está pronta sempre, então as células morrem e são renovadas sem esse “estímulo”, por exemplo, o macrófago do tecido 
está sempre ali. É claro que em uma infecção com TNF- α, IL-1, IL-6 a gente vai lá na medula e aumenta a produção dos 
leucócito de uma forma geral, para aumentar as células do sistema imune e melhorar a resposta. Mas a produção das 
células é independente do patógeno, você pode aumentar, mas a célula está sendo produzida da mesma forma, nesse 
caso que estamos falando é de ativar a célula, ou seja fazer o linfócito sair do estado naive para o efetor, e aí não se 
pode manter essa célula ativa no corpo o tempo todo. É preciso down-regular essa resposta, o que é feito pela 
eliminação do patógeno. 
Pensando na inata, o que faz ela desligar? O neutrófilo chega e morre rápido pois degranula. O macrófago tem meia-
vida X e depois que trabalhou, também morre. Então, as células da inata tem a produção contÍnua, independente de 
microrganismo. Enquanto as da adaptativa a produção também é independente do patógeno, mas a ativação precisa 
do patógeno e depois para diminuir é através da ausência do patógeno (exclusivo da célula T). 
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Dentro das moléculas da resposta adaptativa, a primeira que falamos foi o MHC 1 e 2, que tem como característica a 
apresentação de antígenos que tem natureza química proteica, ou seja, peptídeos, e outra característica é que esses 
peptídeos estão em sua configuração linear. Por consequência a segunda molécula da adaptativa é o TCR, tanto na CD4 
quanto na CD8, e como já foi dito, linfócitos T são restritos ao MHC, então o TCR da mesma forma vai reconhecer antígeno 
de natureza química proteica (peptídeos) apresentados pelo MHC. Se o MHC apresenta peptídeos lineares, a natureza 
química e a conformação desses peptídeos que o TCR reconhece também é linear > CARACTERÍSTICA DA RESPOSTA 
CELULAR. 
 
Quando se trata do anticorpo, 3° molécula da imunidade adaptativa, o que muda é que a célula T responde a antígenos 
proteicos, e linfócito B proteicos e não proteicos. Isso porque a gente tem o TCR na célula T e o BCR que é o receptor da célula 
B, e esse último é um anticorpo, o que faz a gente entender que esse anticorpo que está na superfície do linfócito B formando 
o BCR também reconhece antígenos de natureza proteica e não proteica (proteínas, lipídeos, polissacarídeos, pequenas 
substâncias – haptenos – para ativar o sistema imune, mas que o anticorpo consegue reconhecer). 
 
Ainda, outra característica dos anticorpos é que, além de reconhecer estruturas em se estado linear, que é a única coisa que 
a célula T consegue reconhecer, é que que eles também reconhecem antígenos conformacionais. Isso significa que a nossa 
célula T, por ser restrita ao MHC, só conseguia reconhecer um peptídeo (pedaço do antígeno) depois de uma digestão. O 
anticorpo consegue reconhecer o pedaço do antígeno antes e após a digestão, porque antes as estruturas estão em estado 
conformacional (proteína por exemplo em estrutura terciária ou quaternária) e ele já é capaz de reconhecer. Se essa proteína 
for desnaturada/digerida vai gerar peptídeos – estruturas lineares, e, também, tem outros anticorpos capazes de reconhecer 
essas estruturas. 
 
Dessa forma, se o anticorpo é eficiente para infecções extracelulares, significa dizer que o patógeno ainda permanece vivo 
do lado de fora da célula, ele não passou por nenhum processo d digestão. Assim, é importante se ter moléculas que 
reconhecem estruturas em sua forma ativa, em sua forma funcional. Isso garante que esses anticorpos tenham essa segunda 
diferença em relação à célula T: reconhece digerido ou não. 
 
O anticorpo reconhece algo 
conformacional ou linear. Na resposta 
humoral, tem o epítopo ou 
determinante antigênico, que é aquela 
porção do antígeno que de fato tem 
interação física e química com o 
anticorpo. 
 
Vamos imaginar assim, nós temos o nosso 
corpo inteiro, que é o patógeno. Existem 
várias partes desse corpo, e cada uma 
dela é um antígeno (pedaço do patógeno). 
Mas quando o anticorpo se liga em uma 
parte desse corpo, ele não vai ligar 
inteiramente, mas sim em um ponto 
específico, vai interagir com um pedaço 
do antígeno. 
 
Epítopo = região de contato entre 
antígeno e anticorpo. 
 
 
❖ Determinante conformacional: 
A proteína está ali, enovelada, em sua configuração ativa. O que esse anticorpo reconhece são essas três voltas juntas (em 
amarelo) que forma a proteína, formadas por sequências de aminoácidos. Se essa proteína for esticada por meio de uma 
desnaturação, e colocá-la em seu estado primário, na configuração linear, os três pedaços vão se distanciar entre si, 
fazendo com que o anticorpo não consiga se ligar porque ele é estático. A corda enrolada e esticada na mão é um exemplo 
prático, pois enrolada ela cabe na mão e esticada não. 
 
❖ Determinante linear: 
A sequência toda em azul. A proteína está enovelada, na configuração terciária, em estado ativoe funcional. Se ela for 
desnaturada, o anticorpo que interage quando ela está conformacional vai continuar interagindo quando ela sofre 
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desnaturação, porque a parte que ele se liga não precisa estar enovelada para ocorrer a ligação. A sequência de 
aminoácidos (representada em azul) é uma sequência “um do lado do outro” e se a proteína estiver dobrada ou esticada, 
a sequência vai estar ali e não depende se a proteína está enovelada ou não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa é a estrutura básica de uma molécula de anticorpo que vai funcionar para todos os isotipos que serão estudados, mas 
existem algumas variações que são mais por curiosidade. 
 
A parte azul é a cadeia pesada. Então, qualquer estrutura monomérica de um anticorpo tem duas cadeias pesadas que m 
geral são representadas pelo H, que vem do inglês Heavy. Além disso, tem duas cadeias leves (parte de fora) que é 
representada pelo L. qualquer estrutura monomérica tem isso como estrutura básica doa anticorpo: 2 cadeias pesadas e 2 
leves. 
 
Ainda, tem a região dos braços, chamada de região Fab (fragmento de ligação ao antígeno). São duas porções de braços que 
se liga ao antígeno, ou seja, podem se ligar dois antígenos ao mesmo tempo. Porém, se estou falando de um anticorpo 
produzido no meu corpo, o que um braço reconhece é idêntico ao que o outro reconhece, já que é uma única molécula que 
tem 2 pontos de ligação, e a especificidade é a mesma. Por último, tem também a porção estrutural da molécula, Fc 
(fragmento cristalizável). 
 
Dentro da estrutura, tanto da cedia pesada quanto da leve, tem uma distinção. Nas duas porções em amarelo (nos braços), 
na região mais externa do anticorpo tem domínios que são variáveis, a Vh (variável) de cadeia pesada e a Vl de cadeia leve. 
Para fazer uma analogia com o que já foi dito, no MHC a região que eu trocava entre uma molécula e outra para garantir uma 
nova apresentação de antígeno é a fenda de ligação do peptídeo, para não gastar energia trocando a molécula toda, somente 
a região que interage com o peptídeo. No TCR, a porção que sofria variabilidade para obter um novo reconhecimento 
antigênico é a parte mais apical (domínio variável) porque todo o resto é um domínio constante, que é estrutural. 
 
No anticorpo é como no MHC, não tem necessidade de trocar toda a estrutura dele sendo que só tem dois domínios variáveis 
que interagem com o antígeno. Então eu tenho: tanto o domínio de variável de cadeia pesada quanto de leve, dois domínios 
constantes leves e outros dois pesados. Dessa forma, somente nos domínios variáveis a sequência de aminoácidos é trocada 
para que ele reconheça um novo epítopo, e para isso há menor gasto energético. 
 
A região interna (na parte sombreada de amarelo) é diferente entre os anticorpos pra ter um novo reconhecimento 
antigênico. Esses “dedos” estão dentro do domínio variável, porque fazem parte dele. Então, dentro do domínio variável de 
cadeia leve e dentro do domínio variável de cadeia pesada, não se troca toda esse alça em azul e verde, mas somente três 
pontos, que já é suficiente para se ter um novo reconhecimento antigênico. Esses três pontos são os CDRs (regiões 
determinantes de complementariedade). Na porção leve tem 3 CDRs: CDR1, CDR2 e CDR3 e no domínio variável de cadeia 
pesada também tem 3 CDRS: CDR1, CDR2 e CDR3. Tudo o que tem de um lado, é exatamente igual ao outro. São esses CDRs 
que vão interagir com o antígeno. 
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Por curiosidade, a variável 3 é a que mais sofre variação. Um anticorpo que tem a variável 1 e 2 igual, e o 3 diferente; e um 
segundo anticorpo com 1 e 2 iguais e o 3 diferente já vai dar para ele um novo reconhecimento antigênico. Dessa forma, há 
uma variedade imensa de reconhecimento pelos anticorpos. 
 
A célula que reconhece o padrão conformacional morre produzindo anticorpos que reconhecem conformacional, enquanto 
células que reconhecem linear, morrem produzindo anticorpos que reconhecem linear. Então a mesma célula já é 
diferenciada para tal tipo de situação, mas você não vai produzir uma célula, vai ter várias células produzindo anticorpos ao 
mesmo tempo que o teu patógeno vai se desmembrar e gerar vários antígenos simultaneamente. 
 
Aproveitando a imagem da estrutura do anticorpo, quantos isotipos a gente já havia comentado que conseguimos produzir? 
5 – IgG, IgE, IgA, IgM e IgD. O que vai ser diferente entre uma IgG e uma IgE? Os domínios constantes da porção Fc. Então, 
a IgE (não é necessário saber isso) tem domínios constantes que são diferentes dos domínios constantes da IgG. A IgG tem 
domínios constantes que são diferentes da IgM, e assim sucessivamente. O que faz nós termos isotipos diferentes é o fato de 
nós termos porões Fcs diferentes. A porção Fc é estrutural. A IgG conseguia se ligar ao receptor Fc - γ que estava no 
macrófago, o que esse receptor reconhece é a porção Fc – exclusivamente produzida nas IgGs. Nos falamos da IgE, que tem 
a porção Fc – reconhecida pelo receptor Fc – ε, presente no eosinófilo. 
 
Assim, o que faz a gente ter os 5 isotipos diferentes é a presença das 5 porções Fcs diferentes. Por exemplo, duas IgGs, 
elas têm especificidades diferentes entre si, tendo o Fc igual em ambas, justamente porque são IgGs. As diferenças estão no 
Fab porque é onde tem os CDRs dentro dos domínios ariáveis para ter reconhecimentos diferentes. No caso de uma IgG que 
se liga a um antígeno azul e de uma IgE que se liga ao mesmo antígeno azul, o que é igual entre elas? Fab. O que é diferente? 
Fc. O que faz eu ter reconhecimento antigênico diferente é a presença de regiões Fab diferentes (domínios variáveis 
e CDRs). 
 
A porção Fc é estrutural e tem função efetora tanto para IgG que se liga para receptor de macrófago, e prende para a 
fagocitose, quanto para IgE que se liga ao receptor de eosinófilo e induz a degranulação dessa célula, portanto, além de 
estrutural tem função efetora associada a essa moléculas. 
 
Outra parte da estrutura, a região de dobradiça (Hinge region) tem como função permitir a abertura e o fechamento dos 
braços da molécula. Nessa imagem, temos a mesma molécula de anticorpo, que está associado ao antígeno. O que de fato o 
anticorpo reconhece dentro desse antígeno é a porção que está representada em marrom. Dessa forma, a flexibilidade do 
anticorpo é importante pois se os epítopos estiverem a uma distância tal (claro que existe um limite), ele consegue ajustar a 
abertura de suas regiões Fab para conseguir interagir nos determinantes de complementariedade pra interagir com o 
epítopo do antígeno. Logo, o anticorpo não é uma molécula estática, pois tem um movimentos limitado. 
 
Isso garante que um antígeno passe despercebido pelo 
anticorpo, porque ele consegue, de certa forma, se moldar 
a fim de encaixar nos epítopos presentes nesse antígeno. 
Mas isso não é o mesmo que selecionar!! (isso está 
relacionado aos CDRs) 
 
 
 
 
 
 
Cauda que atravessa a membrana: significa que nosso corpo 
pode produzir as duas estruturas na imagem à direita. 
 
IgG de membrana: está numa região hidrofóbica para ficar 
presa na membrana plasmática. A célula em ele que está 
presente é o linfócito B, pois o anticorpo forma o BCR 
(receptor de célula B) que possibilita ele a reconhecer o 
antígeno e ser ativado, então o linfócito B tem um receptor e o 
anticorpo tem que ficar ancorado na membrana plasmática, 
sem conseguir se soltar. Quando o linfócito B é ativado, ele vai 
produzir e secretar anticorpos, porque agora ele sabe que 
esses anticorpos são importantes para reconhecerem 
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antígenos e marcarem os patógenos, e preciso de uma imunoglobulina que saia de dentro da célula. Para essa 
imunoglobulina ser produzida no interior da célula e conseguir sair, ela não pode ter o domínio transmembrana, porque 
ficaria retida no momento de passagem. 
 
IgG de sereção: tem o domínio curto porque não tem região hidrofóbica. Sua funçãoé ser produzida no interior da célula e 
passar livremente pela membrana, porque precisam ir para o meio externo. O BCR que é um anticorpo/imunoglobulina 
presente na superfície do linfócito B, tem que ter uma região transmembrana pra ancorar o anticorpo para que ele fique 
exposto externamente à membrana, dando a chance do linfócito B reconhecer este antígeno e ativar essa célula. 
 
Quando a gente fala de imunoglobulinas de secreção, IgG e IgE são monoméricas, e IgM e IgA formam complexos 
multiméricos, ou seja, se eu tiver falando de uma IgM de membrana, ou de um IgA de uma IgA de membrana, tem que ser 
monomérica, pois não tem como elas formarem um complexo multimérico. Mas se eu estiver falando desses dois isotipos 
sendo secretados por um linfócito B, eles não são secretados de forma monomérica, mas sim, formam complexos que são 
liberados pelo linfócito B. 
 
 Neste caso, essas imunoglobulinas (imagem)são 
de secreção ou de membrana? De secreção, a 
IgM e a IgA porque estão complexadas. 
 
Qual poderia ser de membrana ou secretada? A 
IgG, IgE e IgD, porque se elas são de membrana, 
todas são monoméricas. Quem é secretado como 
monomérico é a IgE e a IgG. IgD é uma 
imunoglobulina de membrana, e quando é 
secretada é de forma diferente, não como uma 
estrutura inteira e completa 
 
RESUMINDO: 
De secreção monomérico: IgG e IgE 
De membrana: todas são monoméricas 
De secreção formando complexos: IgM e IgA 
 
IgM forma o complexo pentamérico e IgA 
forma o complexo dimérico. Isso é formado 
dentro da célula, antes de ser secretado, então eu preciso junta duas ou cinco estruturas básicas e jogo para o lado de fora. 
Essa junção é feita pela cadeia J (cadeia de junção) em ambos os isotipos. Essa cadeia é uma ponte de sulfeto que faz a 
conexão via as porções Fcs das moléculas de anticorpo e deixa livre a região Fab. 
 
Eu tenho 5 estruturas básicas que fromam um IgM, poruq ela é pentamerica. Quantos antígenos ao mesmo tempo e posso 
reconhecer através de uma IgM? 10 antígenos iguais, pois a carga genética permite que você produza uma região Fab que 
reconhece azul, então todas as regiões Fabs vão reconhecer o azul. Se eu quiser uma IgM que reconheça o verde, vou ter 
outra célula que tenha a carga genética para produzir uma região Fab que reconhece o verde. Assim, todas essas 10 porções 
Fabs (os braços) reconhecem exatamente a mesma coisa. O mesmo vale para IgA, em que tenho 4 pontos de ligação. Os 4 são 
idênticos entre si. 
A ligação entre antígeno e anticorpo se deve ao termo de 
valência, ou seja, quantas ligações o anticorpo está 
fazendo com o antígeno. 
 
Os anticorpos reconhecem os determinantes 
antigênicos (em marrom). Então, eles poderiam 
estabelecer uma ligação com os dois braços, mas ele faz 
somente com um braço nesse caso. Por que eles não 
estão conseguindo fazer os dois pontos de contato ao 
mesmo tempo? Por conta da distância entre os epítopos. 
A região de dobradiça é boa porque abre e fecha, mas 
tem um limite e pode ser que ela não consiga atingir 
para abraçar os dois ao mesmo tempo. E não tem 
problema, porque ela consegue pelo menos abraçar um. 
 
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Nesse tipo de interação, eu tenho uma interação fraca, porque ela é monovalente, em que tem somente um ponto de contato 
do anticorpo com o epítopo. Quando falamos dessa monovalência, tem-se outro termo importante: avidez. A avidez é como 
um termo de força ou velocidade de interação, segundo alguns autores. Mas neste caso vamos usar como força. Uma ligação 
monovalente tem uma baixa avidez, o que significa que a força de interação dela com o antígeno é pequena, o que torna mais 
fácil desgrudar esse anticorpo da superfície. 
 
Na interação bivalente, o anticorpo está com as duas regiões Fab interagindo ao mesmo tempo com dois epítopos. Essa 
interação é de alta avidez, o que torna difícil o desgrudamento do anticorpo. Se um braço é “puxado”, o outro fica preso, e 
esse que estava solto passa a grudar novamente e assim por diante, sempre vai ter alguém que vai prender. 
 
Quando pensamos em uma IgM que tem 10 pontos/epítopos de valência = polivalente/multivalente, temos uma interação 
de avidez muito alta, e nunca vai se desgrudar. Dessa forma, a valência tem relação direta com a avidez. Quanto mais pontos 
de interação, maior é a avidez. 
 
A IgG está ligando na superfície de um patógeno. A gente disse que ao se ligar na superfície de um patógeno, a IgG faz a 
opsonização, ou seja, pega essa porção Fc, que fica externa, e liga ao receptor Fc-γ de um macrófago. As duas moléculas 
estão fazendo opsonização da mesma forma? Sim, porque a opsonização é dependente da Fc (exposta), independente se eu 
tenho um ponto ou dois pontos de contato via Fab. 
 
 
❖ Tipos de anticorpos 
 
Quando falamos de clone, se trata de célula (expansão clonal). 
• Monoclonal: uma célula que gera várias outras iguais. Em contexto de anticorpo, é um anticorpo produzido por vários 
clones, mas que são idênticos entre si. 
• Policlonal: várias células que produzem vários clones de várias células 
Em uma situação fisiológica normal, com indivíduos saudáveis que entram em contato com uma bactéria ou patógeno 
qualquer. Seria melhor produzir um anticorpo monoclonal ou policlonal? Policlonal para que tenham maiores chances de 
ter os anticorpos para tal bactéria, com diversas especificidades, que reconhece tudo o que está presente no patógeno, 
porque tem o envolvimento de várias células, em que cada uma produz a sua parte. 
Se eu produzisse um anticorpo monoclonal, e o patógeno simplesmente resolveu não produzir mais aquele antígeno. O que 
eu faço com esse anticorpo monoclonal? Nada, porque ele vai ficar procurando e não vai achar o patógeno porque aquilo 
que ele reconheceria foi perdido. Por isso, em situações saudáveis nós produzimos anticorpo policlonal. 
 
 
Nessa imagem, temos somente uma célula, portanto, 
tem só uma especificidade, e ela reconhece antígenos 
de cor vermelha, produzindo anticorpos de cor 
vermelha. Tudo isso ocorre de forma bem específica. 
Esse exemplo é monoclonal, porque só tem um clone 
que é específico para vermelho. 
 
 
 
Nesse outro caso, temos anticorpo policlonal, e 3 células 
diferentes em termos de especificidade. A azul produz 
anticorpos azuis, a verde anticorpos verde e assim por diante. 
Os anticorpos que foram produzidos e secretados são 
monoclonais, porque eles são secretados só pela azul. Isso 
significa que temos apenas uma especificidade para o 
anticorpo. Para ele ser policlonal, teria que colocar pelo menos 
mais uma cor (verde ou laranja). 
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Nessa imagem, o que está em vermelho é o antígeno, e dentro do antígeno, a porção que de fato interage com o anticorpo é 
o epítopo. Nesse antígeno ali, quantos epítopos diferentes nós temos? 3, pois o tem o triângulo, o quadrado e o círculo. De 
que lado nós temos um anticorpo monoclonal? O da direita, porque ele só faz a conexão com um epítopo (triângulo). Quantas 
células (em termo de especificidade) estão produzindo esse anticorpo? Podem ter várias iguais, e iguais em especificidade. 
O da esquerda é anticorpo policlonal, com 2 células em termos de especificidade (verde e vermelha). Então, foram 
produzidos por duas células diferentes, uma para o verde e outra para o vermelho. 
 
 
 
 
 
Temos uma anticorpo mono ou policlonal? Policlonal. 
Quantas células diferentes em especificidade? 3 (vermelho, 
amarelo e verde). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qual é o tipo de anticorpo? Monoclonal. 
Qual é o epítopo que está sendo reconhecido por esse 
anticorpo? O triângulo rosa. 
Se quiséssemos transformar em policlonal, teríamos que fazer 
anticorpos para o epítopo de outras cores também, verde por 
exemplo. Sempre no mínimo duas diferentes. 
 
 
 
 
 
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O antígeno e o rosa, e tem os epítopos (formas geométricas) em branco. Nesse caso, tenho uma célula amarelaque produz 
anticorpo amarelo e que reconhece o epítopo triângulo. A célula azul, amarela, verde e roxa, cada uma e específica para 
um epítopo, o que significa que tenho um anticorpo policlonal. 
Se esse patógeno perdesse o epítopo triângulo do antígeno. Se nós produzíssemos um anticorpo monoclonal, o 
reconhecimento seria nulo, porque esse anticorpo não acharia esse epítopo. Enquanto se fosse policlonal o 
reconhecimento seria perfeito. 
Em uma situação saudável, nós temos a produção de anticorpos policlonais, já que vamos ter vários epítopos sendo 
reconhecidos. E se algum desses epítopos for perdido, não tem problema, pois os outros garantem que o antígeno 
seja de fato sinalizado.

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