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Psicomotricidade, Jogos e Recreação

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Prévia do material em texto

MÓDULO DE: 
 
PSICOMOTRICIDADE, JOGOS E RECREAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
Rita de Cássia Martins Barbosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
 
Módulo de: Psicomotricidade, Jogos e Recreação 
 
Autoria: Rita de Cássia Martins Barbosa 
 
 
Primeira edição: 2008 
Primeira revisão: 2010 
Segunda revisão: 2014 
 
 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
 
http://www.esab.edu.br 
 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
 
CEP: 29102-040 
 
 
 
2 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
Apresentação 
 
Este módulo explora temas relacionados à Psicomotricidade, introduzindo conceitos, 
informações e procedimentos básicos que favorecem o estudo da Psicomotricidade, como, a 
aspectos da formação do ―Eu‖, percepção dos seus membros, recreação, jogos, localização 
espacial, orientação temporal e a consciência do corpo. 
 
Primeiramente, busca uma visão histórica e teórica da Psicomotricidade priorizando-se uma 
explicação que incorpora tanto a Psicologia quanto a Fisiologia, ou seja, uma fundamentação 
que contemple uma dimensão pluridisciplinar da Psicomotricidade. 
 
Desejo, a partir do estudo que faremos até ao final do módulo, oferecer uma contribuição 
prática da Psicomotricidade educativa. Assim, trazer ao professor os meios práticos de 
seguir orientações da Psicomotricidade. 
 
É importante assinalar que o módulo apresenta fontes adicionais e sugere leituras em várias 
unidades.Portanto, pesquise outras fontes, na Internet ou em livros e textos adicionais, para 
aprimorar sua aprendizagem sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
Objetivo 
 
Introduzir o estudo da Psicomotricidade, recreação e jogos e o desenvolvimento da 
psicomotricidade. 
 
Compreender a importância de se trabalhar as áreas psicomotoras infantis, visando a 
melhoria das aptidões sensoriomotores para um adequado desenvolvimento psicomotor 
social e intelectual. 
 
 
 
 
Ementa 
 
Definição de psicomotricidade, objetivos, condutas psicomotoras infantis ,recreação , jogos, 
aspectos da formação do ―Eu‖, percepção do esquema corporal, localização espacial, 
orientação temporal, consciência do corpo e formação da personalidade. 
 
Sobre o Autor 
 
Rita de Cássia Martins Barbosa: 
 
 
 Mestra em Educação pelo Instituto Pedagógico Latino Americano e Caribenho –IPLAC 
– CUBA;

 Especialista em Educação Infantil;

 Graduada em Geografia – UFES.
 
 
 
 
4 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 ................................................................................................................................................................... 8 
 
Estudo da Psicomotricidade ....................................................................................................................... 8 
 
UNIDADE 2 ................................................................................................................................................................ 12 
 
Desenvolvimento Motor ............................................................................................................................... 12 
Motricidade infantil ........................................................................................................................................... 13 
 
UNIDADE 3 ................................................................................................................................................................ 17 
 
O Que Vem a Ser Psicomotricidade? .............................................................................................. 17 
 
UNIDADE 4 ................................................................................................................................................................ 20 
 
Elementos Básicos da Psicomotricidade - Esquema Corporal ................................... 20 
 
UNIDADE 5 ................................................................................................................................................................ 24 
 
Etapas do Esquema Corporal ................................................................................................................ 24 
 
UNIDADE 6 ................................................................................................................................................................ 26 
 
Psicomotricidade - área de recreação e esportiva ................................................................ 26 
 
UNIDADE 7 ................................................................................................................................................................ 34 
 
Perturbações do Esquema Corporal................................................................................................. 34 
 
UNIDADE 8 ................................................................................................................................................................ 39 
 
Histórico dos Jogos ......................................................................................................................................... 39 
 
UNIDADE 9 ................................................................................................................................................................ 45 
 
Educação do Movimento ............................................................................................................................ 45 
 
UNIDADE 10 ............................................................................................................................................................. 51 
 
Psicomotricidade e Afetividade ............................................................................................................. 51 
 
UNIDADE 11 ............................................................................................................................................................. 56 
 
A Educação Física Através da Educação Psicomotora na Formação da 
Criança em Idade Escolar ......................................................................................................................... 56 
 
UNIDADE 12 ............................................................................................................................................................. 59 
 
5 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
Educação Psicomotora ................................................................................................................................59 
 
UNIDADE 13 ............................................................................................................................................................. 64 
 
A Relação do Brincar e da Psicomotricidade ............................................................................ 64 
 
UNIDADE 14 ............................................................................................................................................................. 67 
 
O Brincar e a Escola ...................................................................................................................................... 67 
 
UNIDADE 15 ............................................................................................................................................................. 73 
 
A Importância do Brincar ............................................................................................................................ 73 
Quebra-potes ....................................................................................................................................................... 82 
 
UNIDADE 16 ............................................................................................................................................................. 84 
 
A Importância da Vivência Motora nos Esportes .................................................................... 84 
 
UNIDADE 17 ............................................................................................................................................................. 87 
 
Fundamentos Teóricos e Práticos da Psicomotricidade Vivenciada ...................... 87 
 
UNIDADE 18 ............................................................................................................................................................. 90 
 
A Educação Psicomotora como Estratégia de Intervenção Pedagógica ............ 90 
 
UNIDADE 19 ............................................................................................................................................................. 94 
 
A Importância do Brincar no Desenvolvimento Psicomotor ........................................... 94 
 
UNIDADE 20 ............................................................................................................................................................. 99 
 
Psicomotricidade e a Música na Educação Pré-escolar................................................... 99 
 
UNIDADE 21 .......................................................................................................................................................... 107 
 
A Música como Meio de Desenvolver a Inteligência e a Integração do Ser 107 
 
UNIDADE 22 .......................................................................................................................................................... 110 
 
O Que É Musicalização? ......................................................................................................................... 110 
 
UNIDADE 23 .......................................................................................................................................................... 115 
 
O Papel da Música na Educação ..................................................................................................... 115 
 
UNIDADE 24 .......................................................................................................................................................... 119 
 
A Música como Meio de Integração do Ser ............................................................................. 119 
 
UNIDADE 25 .......................................................................................................................................................... 125 
 
O Jogo e Educação Infantil ................................................................................................................... 125 
 
6 
 
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UNIDADE 26 .......................................................................................................................................................... 130 
 
Coordenação Dinâmica Geral e Aprendizagem Motora ................................................ 130 
 
UNIDADE 27 .......................................................................................................................................................... 146 
 
O Jogo no Processo Ensino-aprendizagem ............................................................................ 146 
 
UNIDADE 28 .......................................................................................................................................................... 149 
 
Classificação dos Jogos........................................................................................................................... 149 
 
UNIDADE 29 .......................................................................................................................................................... 152 
 
Relações entre Imagem Corporal e Qualidades de Movimento .............................. 152 
 
UNIDADE 30 .......................................................................................................................................................... 160 
 
Ludicidade e Expressão Corporal Através da Psicomotricidade ............................ 160 
 
GLOSSÁRIO .......................................................................................................................................................... 167 
 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 172 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 
 
Objetivos: Introduzir o módulo e o estudo da Psicomotricidade: recreação e jogos 
desenvolvimento da Psicomotricidade; compreender a importância de se trabalhar as áreas 
psicomotoras infantis, visando à melhoria das aptidões sensoriomotores para um adequado 
desenvolvimento psicomotor social e intelectual. 
 
Estudo da Psicomotricidade 
 
―A Educação psicomotora deve ser considerada como uma educação básica para as séries 
iniciais do Ensino Fundamental. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e 
escolares: estas não podem ser conduzidas a bom termo se a criança não tiver conseguido 
tomar consciência de seu corpo, lateralizar-se, situar-se no espaço, dominar o tempo; se não 
tiver adquirido habilidade suficiente e coordenação de seus gestos e movimentos. A 
educação psicomotora deve constituir privilégio desde a mais tenra infância; conduzida com 
perseverança, permite prevenir certas inadaptações sempre difíceis de melhorar quando já 
estruturadas...‖ (Le Boulch, 1987). 
 
 
 
 
Desenvolvimento da Psicomotricidade 
 
 
O estudo da psicomotricidade permite compreender a forma como a criança toma 
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, 
localizando-se no tempo e no espaço. 
 
Historicamente, a Educação Física tem priorizado e enfatizado a dimensão biofisiológica. 
 
 
Entretanto, a partir da metade do século entra em cena a Psicomotricidade, de forma muito 
atuante e com uma visão científica e técnica. Novas questões, advindas da percepção da 
complexidade das ações humanas, têm sido trazidas por esse outro campo científico. Passa-
se a observar a Educação Física a partir de uma visão mais ampla, em que o homem,cada 
 
8 
 
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vez mais, deixa de ser percebido como um ser essencialmente biológico para ser concebido 
segundo uma visão mais abrangente, na qual se considera o processo social, histórico e 
cultural. 
 
Os temas sobre a Psicomotricidade eram abordados excepcionalmente em pesquisas 
teóricas fixadas no desenvolvimento motor da criança. Com o tempo, as pesquisas passaram 
a abranger a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o intelecto da criança. 
Seguiram-se outros estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e da aptidão 
motora em função da idade. Nos dias atuais, os estudos ultrapassam os problemas motores. 
Pesquisam-se as ligações com estruturação espacial, orientação temporal, lateralidade, 
dificuldades escolares enfrentadas por crianças com inteligência normal. 
 
O ser humano é um complexo de emoções e ações, propiciadas por meio do contato 
corporal nas atividades psicomotoras, que também favorecem o desenvolvimento afetivo 
entre as pessoas, o contato físico, as emoções e ações. 
 
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do 
esquema corporal, o que facilitará a orientação espacial. A Educação Física e a 
Psicomotricidade estão baseadas nas necessidades das crianças. Com a educação 
psicomotora, a Educação Física passa a ter como objetivo principal incentivar a prática do 
movimento em todas as etapas da vida de uma criança. 
 
O Desenvolvimento Psicomotor 
 
 
Faz-se necessário compreender a ação da Pré-Escola na estimulação do desenvolvimento 
psicomotor da criança, não como um trabalho estanque no currículo pré-escolar, mas sim 
com um cuidado especial da professora em oferecer, através das atividades livres e 
criadoras do dia a dia da Pré-Escola, estímulos ao desenvolvimento das percepções e dos 
movimentos, não se perdendo de vista o ser como um todo, único e essencialmente 
psicológico e social. Isto é, as atividades planejadas para propiciar o desenvolvimento 
psicomotor não podem ignorar o fato de que no momento em que são realizadas, a criança 
 
9 
 
 
 
 
está viva, em estado de alerta e susceptível de incorporar atitudes positivas ou negativas em 
relação a elas e formar pontos de vista a respeito do seu desempenho. Ou seja, se a 
atividade realizada for de sua escolha e permitir a livre expressão, ela estará desenvolvendo 
atitudes de iniciativa, responsabilidade, direção da própria atividade e criatividade, mas se o 
trabalho proposto se resumir a fazer a criança seguir linhas, cobrir pontinhos ou áreas 
predeterminadas, a criança estará aprendendo a executar tarefas sem considerar se os 
motivos que as originam sejam verdadeiros como provenientes de necessidades sua, ou 
não; estará limitando-se a riscar uma linha qualquer, numa direção determinada, em vez de 
estar fazendo desenhos, com várias diferentes linhas, em muitas direções, comandadas pelo 
seu próprio pensamento e com a finalidade de lazer e registro de ideias; estará 
possivelmente, comparando os padrões do desenho do adulto com o seu e formando uma 
barreira de defesa que não a permitirá mais arriscar-se em suas garatujas com medo de 
sentir-se ridicularizada; estará desperdiçando tempo de crescimento para o 
desabrochamento de sua personalidade integral; estará se transformando num autômato 
inconsciente que executa risquinhos, cobre e recorta pedacinhos de papel obedecendo 
ordens de tarefas iguais para toda a turma. 
 
O nosso convite é de aceitar esse desafio em conjunto. Suas leituras do módulo, eventuais 
consultas à Internet, livros didáticos e outras fontes recomendadas vão depender do seu 
empenho pessoal e uma ruptura com um estilo passivo de aprendizagem. Antes de buscar 
respostas com o tutor que está sempre disponível para suas dúvidas acadêmicas, lembre-se 
da possibilidade de construir sua aprendizagem de forma ativa, superando lacunas da 
graduação e retomando o caminho de autonomia e autodependência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes iniciais para a leitura aprofundada sobre Psicomotricidade: 
 
LE BOUCH, J. Educação psicomotora na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas,1987. 
MELLO, A.M. Psicomotricidade, Educação Física e jogos infantis. São Paulo: Ibrasa, 1989. 
 
THIERS, Solange. Sociopsicomotricidade Raman-Thiers. Uma leitura emocional, corporal e 
social.ed.2São Paulo: Casa do Psicólogo,1998. 
 
VALDÉ S. Marcelo. Psicomotricidade vivenciada: uma proposta metodológica para trabalhar 
em aula. 2ed.Blumenau:Edifurb,2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
UNIDADE 2 
 
Objetivo: Perceber a importância do desenvolvimento motor na Educação Infantil. 
 
Desenvolvimento Motor 
 
É principalmente por meio do seu desenvolvimento motor que a criança 
deixa de ser a criatura frágil da primeira infância e se transforma numa 
pessoa livre e independente do auxílio alheio. As atividades motoras 
desempenham também um papel importantíssimo em muitas das suas 
primeiras iniciativas intelectuais, enquanto explora o mundo que a rodeia, 
com os olhos e com as mãos, fornecendo-lhe também os meios pelos 
quais fará grande parte dos seus contatos sociais com outras crianças. 
Durante a vida inteira, a visão de uma pessoa tem de si mesma é 
influenciada pela sua percepção do próprio corpo e suas propriedades, da 
própria força e liberdade no desempenho de atividades físicas (JERSILD, 1902, P. 108). 
Características do desenvolvimento motor 
Quando a criança já adquiriu a capacidade de andar sozinha, o progresso de suas habilidades 
motoras específicas depende, mais do que antes, de oportunidades especiais. Entretanto, 
dentro de amplos limites, as crianças educadas em ambientes semelhantes apresentam 
bastante uniformidade na passagem de um nível de desempenho a outro na aquisição de 
novas habilidades para seu repertório. Estudos demonstram que as crianças que não tiveram 
a oportunidade de adquirir determinada habilidade tenderão a passar por etapas semelhantes 
às atravessadas pelas crianças que adquiriram mais cedo a mesma habilidade. Entretanto, 
quando a criança mais velha tem oportunidade para isso, é provável que atravesse mais 
rapidamente as etapas preliminares. 
Andar, correr e saltar resume o progresso das crianças em certas habilidades 
locomotoras, após ter aprendido a andar. 
A Psicomotricidade é uma ciência que possui uma importância cada vez maior no 
desenvolvimento global do indivíduo em todas suas fases, principalmente por estar articulada 
com outros campos científicos como a Neurologia, a Psicologia e Pedagogia. Isso acontece 
porque a Psicomotricidade, se preocupando com a relação entre o homem e o seu corpo, 
considera não só aspectos psicomotores, mas os aspectos cognitivos e sócio afetivos que 
constituem o sujeito. 
 
 
Em 1982, a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, atual Sociedade Brasileira de 
Psicomotricidade, propôs uma definição bastante abrangente do que vem a ser 
Psicomotricidade: 
―Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu 
corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo‖. 
Portanto, Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento. Mas não podemos 
esquecer que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos que o sujeito tem para 
expressar conhecimentos, ideias, sentimentos e emoções. É ele que une o indivíduo com o 
mundo que lhe dá as marcas necessárias para que se constitua como sujeito. 
Motricidade infantil 
O desenvolvimento infantilé, sem dúvida, um assunto apaixonante, que tem despertado a 
atenção de profissionais de diferentes áreas. Especificamente, no que se refere à Educação 
Física, as características motoras da criança tornaram-se o principal foco de estudo, e têm 
recebido diferentes denominações por parte dos autores que escrevem sobre esse assunto. 
Talvez o termo que maior popularidade tenha alcançado seja o da Psicomotricidade. A 
utilização desse termo foi tão intensa nos anos oitenta que ele passou a significar um sinônimo 
para a Educação Física infantil. Alguns autores começaram a preferir outra denominação 
Desenvolvimento e Motricidade Humana. Este termo tem sido usado com bastante frequência 
na literatura específica da Educação Física. 
Janet Teeple (Apud KREBS, 1994), no seu modelo de Desenvolvimento e Motor, descreveu 
dois fenômenos de desenvolvimento que explicam as diferenças e semelhanças entre as 
crianças: fenômeno mudança, relacionado aos aspectos universais do desenvolvimento 
humano, e fenômeno status, que descreve as características que uma pessoa possui em 
função de sua hereditariedade e dos fatores ambientais que tenha vivenciado. 
Capacidades físico-motoras 
O desenvolvimento motor na 1ª infância é bastante acelerado. Através de estímulos biológicos 
e do meio em que vive, a criança passa de uma situação de dependência total, na realização 
de suas ações, a um estágio em que consegue movimentar seu corpo por si só; a postura 
ereta e a locomoção de suas ações, a um estágio em que consegue movimentar seu corpo 
por si só. A postura ereta e a locomoção são aquisições fundamentais dessa fase da vida. 
Durante a idade escolar, o crescimento físico é mais lento do que em fases anteriores, mas o 
desenvolvimento motor é de natureza sequencial: pode variar de acordo com as diferenças 
individuais de cada criança, porém a ordem é constante para todos os indivíduos. 
Para se compreender melhor o Desenvolvimento Motor, é preciso entender o modelo 
apresentado por Gallahue (1998), para quem a aprendizagem de uma destreza motora é 
 
 
independente da idade. A criança da 1ª Infância caminha de um estágio inicial para o estágio 
maduro na aquisição de habilidades fundamentais por meio da estimulação motora. Ao 
explicarmos as seis fases a seguir, o maior enfoque será dado a terceira, pois é nela que se 
encontram as crianças da Educação Infantil. 
A 1ª fase Movimento Reflexo: Como o próprio nome diz, é caracterizada pelos movimentos 
reflexos e involuntários do bebê, desde o seu desenvolvimento no útero até os 4 meses de 
vida aproximadamente. Possui dois estágios: o da Informação Codificada, que é responsável 
por respostas involuntárias para suprir às suas necessidades de nutrição e proteção; e o da 
informação. Decodificada, que inicia o controle dos movimentos trocando as atividades 
sensório-motoras pelo comportamento perceptivo-motor. 
A 2ª fase Movimentos Rudimentares: As primeiras formas de movimentos voluntários são os 
movimentos rudimentares, observados nos bebés até aproximadamente os 2 anos de idade. 
São movimentos básicos que garantem a sobrevivência da criança, como controlar a cabeça, 
o pescoço e a musculatura do tronco, assim como tarefas manipulativas de agarrar, soltar e 
alcançar. Também é característica dessa fase os movimentos locomotores como arrastar-se, 
gatinhar e caminhar. 
A 3ª fase de movimentos fundamentais: Aparecem na primeira infância (3 a 6 anos, 
aproximadamente) e são consequência da fase de movimentos rudimentares do período 
neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa um período no qual as crianças 
pequenas estão ativamente envolvidas na exploração e na experimentação das capacidades 
motoras dos seus corpos. É um período para descobrir uma variedade de movimentos 
estabilizadores, locomotores e manipulativos. As crianças estão a aprender, nessa fase, a 
responder os estímulos com competência e controlo motor. 
Atividades a serem trabalhadas nessa faixa etária: Atividades de manipulação (arremessar e 
apanhar), estabilizadoras (andar com firmeza e o equilíbrio em um pé só) e locomotoras 
(correr e pular). 
A 4ª fase de Movimento Especializado: Ocorre por volta dos 7 aos 10 anos. Nessa etapa, os 
movimentos fundamentais, já em um estágio maduro, auxiliam no desenvolvimento de 
atividades motoras complexas, como em aulas desportivas. As habilidades estabilizadoras, 
locomotoras e manipulativas fundamentais são refinadas, combinadas e elaboradas para uso 
em situações crescentemente exigentes. O movimento fundamental de pular ou saltar com um 
pé só podem ser aplicados, agora, em atividades como pular corda ou triplo salto no atletismo. 
O objetivo dos pais, professores e treinadores, nesse estágio, deve ser o de ajudar as crianças 
a aumentar o controlo motor e a competência motora em inúmeras atividades. Deve-se tomar 
cuidado para que a criança não restrinja seu envolvimento em certas atividades, 
especializando-se em outras. Um enfoque restrito das habilidades, neste estágio, 
 
 
provavelmente provocará efeitos indesejáveis nos últimos dois estágios da fase de 
movimentos especializados (GALLAHUE, 2003, p.62). 
A 5ª fase Estágio de aplicação: Aproximadamente dos 11 aos 13 anos, ocorre a sofisticação 
cognitiva crescente capaz de tomar numerosas decisões de aprendizado e de participação 
baseadas em muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais. Por exemplo: um indivíduo de 
12 anos com 1,80m de altura e que goste de trabalho em equipa escolhe por jogar 
basquetebol, por exemplo. Caso esse indivíduo não goste de estratégias e jogo coletivo, pode 
escolher uma modalidade do atletismo. Nesse estágio, portanto, os indivíduos começam a 
buscar ou a evitar a participação em atividades específicas. Há uma ênfase crescente na 
forma, habilidade, precisão e nos aspectos quantitativos do desempenho motor. Esta é a 
época propícia para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos avançados, 
atividades de liderança e em desportos escolhidos. 
A 6ª fase Estágio de utilização permanente: A fase especializada do desenvolvimento motor 
começa por volta dos 14 anos de idade e continua por toda a vida adulta. É o auge do 
processo de desenvolvimento motor e é caracterizado pelo uso do repertório de movimentos 
adquiridos pelo indivíduo por toda a vida. Interesses, competências e escolhas feitas durante a 
fase anterior são adquiridos e, mais tarde, refinados e aplicados a atividades quotidianas, 
recreativas e desportivas ao longo da vida. Fatores como tempo, dinheiro, equipamentos e 
instalações disponíveis, assim como limitações físicas e mentais afetam este estágio. O nível 
de participação de um indivíduo em certas atividades dependerá de talento, oportunidades, 
condições físicas e motivação pessoal. 
Cada estágio é sensível a determinados estímulos e o desenvolvimento do indivíduo é 
multilateral. Sendo o professor de Educação Física e Desporto responsável por proporcionar 
vivências motoras, sociais, afetivas e cognitivas às crianças, compreender as fases 
supracitadas e considerá-las na montagem das aulas ou treinos significa não negligenciar o 
desenvolvimento, possibilitando o emergir de talentos e potencialidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Copyright © 2014, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
 
UNIDADE 3 
 
Objetivos: Perceber através deste estudo os fundamentos da Psicomotricidade e sua 
correlação com o ato de se orientar no espaço onde está inserido. Ensinar e aprender. 
 
O Que Vem a Ser Psicomotricidade? 
 
Conceitos de Psicomotricidade 
 
 
A Psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo 
nos seus aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, 
coordenando-se esincronizando-se no espaço e no tempo, para 
emitir e receber significados. Hoje, a Psicomotricidade é o 
 
relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser 
corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade. 
 
A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza 
seu corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa com problemas motores passa a 
apresentar problemas de expressão. A Psicomotricidade conquistou, assim, uma expressão 
significativa, já que se traduz em solidariedade profunda e original entre o pensamento e a 
atividade motora. 
 
Vitor da Fonseca (1988) comenta que a Psicomotricidade é atualmente concebida como a 
integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o 
meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa. 
 
O conceito de Psicomotricidade é recente e inicialmente debruçou-se apenas sobre o 
desenvolvimento motor da criança (De Meur e Staes, 1989). 
 
Segundo Núñes e Vidal (1994) a Psicomotricidade é a técnica ou conjunto de técnicas que 
tendem a interferir no ato intencional significativo, para estimular ou modificar, usando 
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como mediadores a atividade corporal e sua expressão simbólica, com o objetivo, de 
aumentar a capacidade de interação do sujeito com o ambiente. 
 
Segundo Núñes e Vidal (1994) : a Psicomotricidade é a técnica ou grupo de técnicas que 
tendem a interferir no ato intencional significativo, para estimular ou modificá-lo, usando 
como mediadores a atividade corporal e sua expressão simbólica. O objetivo, por 
conseguinte, é aumentar a capacidade de interação do sujeito com o ambiente. 
 
Para Berruezo (1995, citado por Pantiga, 2002):a Psicomotricidade é um foco da intervenção 
educacional ou terapia cujo objetivo é o desenvolvimento da capacidade motriz, expressivas 
e criativas a partir do corpo, o que o leva centrar sua atividade e se interessar pelo 
movimento e o ato, que é derivado da: disfunções, patologias, excitação (estímulos), 
aprendizagem, etc. 
 
Para Muniáin (1997, citado por Pantiga, 2002) :a Psicomotricidade é uma disciplina 
educativa/reeducativa/terapêutica. Concebeu como diálogo que considera o ser humano 
como uma unidade psicossomática e que atua sobre a sua totalidade por meio do corpo e do 
movimento no ambiente, por meio de métodos ativos de mediação principalmente corporal, 
com o propósito de contribuir para o seu desenvolvimento integrante. 
 
De Lièvre e Staes (1989, citados por Núñes e Vidal, 1994) : a Psicomotricidade é a posição 
global do sujeito. Pode ser entendido como a função de ser humano que sintetiza psiquismo 
e motricidade com o propósito de permitir ao indivíduo adaptar-se de maneira flexível e 
harmoniosa ao meio que o cerca. Pode ser entendido como um olhar globalizado que 
percebe a relação entre a motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo global e o 
mundo externo. Pode ser entendido como uma técnica cuja organização de atividades 
possibilite à pessoa conhecer de uma maneira concreta seu ser e seu ambiente de imediato 
para atuar de maneira adaptada. 
 
A Psicomotricidade destaca a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade 
e procura facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica. 
 
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Nesse sentido, De Meur e Staes (1989) afirmam que a Psicomotricidade foi evoluindo. 
Começou por estudar o desenvolvimento motor, depois a relação entre o atraso no 
desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança, mais tarde o desenvolvimento da 
habilidade manual e aptidões em função da idade, para atualmente, estudar também as 
ligações com a lateralidade, com a estruturação espacial e a orientação temporal e as 
relações das dificuldades de aprendizagem escolares de crianças de inteligência normal. Os 
autores alertam também para a tomada de consciência das relações existentes entre o gesto 
e a afetividade, como por exemplo, o fato de uma criança segura de si caminhar de forma 
muito diferente de uma criança tímida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 
 
Objetivo: Adquirir conhecimentos específicos sobre os elementos básicos da 
Psicomotricidade e a sua relação com a formação da personalidade da criança. 
 
Elementos Básicos da Psicomotricidade - Esquema Corporal 
 
A educação psicomotora é sobretudo educar a criança através de seu próprio corpo e seu 
movimento. Visualizamos a criança como um ser total com potenciais a serem trabalhados e 
de acordo com os interesses da idade. 
 
De uma fase para outra a mudança é gradativa e imperceptível. A Psicobiológico da criança, 
na medida em que amadurece o sistema nervoso através da mielinização(amadurecimento 
das células nervosas). 
 
A base é preparar e capacitar a criança ao aprendizado de todas as 
matérias melhorando a atenção e concentração e coordenação motora. 
 
Qualquer que seja a atividade , a Psicomotricidade estará presente, 
 
 cabendo ao educador explorar a situação, ajudando a criança a 
conseguir a consciência de si mesma, sua realidade corporal: suas relações entre espaço, 
tempo, forma, objetos. 
 
Nesta perspectiva pedagógica não é possível separar a função motora, psicomotora das 
funções cognitivas. O intelecto se constrói a partir do exercício físico, com importância 
fundamental no corpo , mente, emotividade. 
 
O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se e percebe as 
coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto significa que, conhecendo-o, terá 
maior habilidade para se diferenciar, para sentir diferenças. Ela passa a distingui-lo em 
relação aos objetos circundantes, observando-os, manejando-os. 
 
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O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos 
de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações 
afetivas e emocionais. 
 
O corpo deve ser estendido não somente como algo biológico e orgânico que possibilita a 
visão, a audição, o movimento, mas é também um lugar que permite expressar emoções e 
estados interiores. A este Vayer (1984, p.30) afirma : todas as experiências da criança (o 
prazer e a dor, o sucesso ou o fracasso) são sempre vividas corporalmente. 
 
Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, 
cognitivos e sociais, precisa ter um corpo ―organizado‖. Esta organização de si mesma é o 
ponto de partida para que descubra suas diversas possibilidades de ação e, portanto, precisa 
levar em consideração os aspectos neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos, locomotores. 
 
A expressão esquema corporal nasceu em 1911 com o neurologista Henry Head, tendo um 
cunho essencialmente neurológico. Segundo ele (Head, in Quiros e Della Cella, 1973), o 
córtex cerebral recebe informações das vísceras, das sensações e percepções táteis, 
térmicas, visuais, auditivas e de imagens motrizes, o que facilitaria a obtenção de uma 
noção, um modelo e um esquema de seu corpo e de suas posturas. Head ainda afirma que o 
esquema corporal armazena não só as impressões presentes como também as passadas. 
 
Já Schilder ( 1958, p.15) parte da ideias de Head para desenvolver as suas. 
 
 
Após Heade Schilder, as ideias sobre esquema e imagem corporal foram evoluindo. Vayer 
(1984, p.73) reconhece que são noções muito complexas, e que são compostas de dados 
biológicos, interacionais, inter-relacionais, sociais... ´´ 
 
Tanto Morais (1986) quanto Santos (1987) explicam, de maneira esclarecedora, para nós, 
os conceitos de imagem, e conceito de corpo. Definem imagem do corpo como uma 
impressão que se tem de si mesmo, subjetivamente, baseada em percepções internas e 
externas (exemplo: altura, peso, força muscular) e no confronto com outras pessoas do 
 
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próprio meio social. O conceito de corpo envolve um conhecimento intelectual e consciente 
do corpo e também da função de seus órgãos. 
 
A criança aprende os conceitos e as palavras correspondentes aos diferentes segmentos e 
as diferentes regiões do corpo bem com suas funções. A este respeito, Vayer (1982, p.31) 
afirma: estes conceitos não fazem parte da experiência propriamente dita, são entidades 
abstratas mais do que processo perceptivo ou afetivo. Mas a existência de tais conceitos 
influencia, certamente, a experiência corporal. 
 
A nominação das partes do corpo, como diz Ajuriaguerra (1980, p.343), confirma o que é 
percebido, reafirma o que é conhecido e permite verbalizar (por um mecanismo de redução) 
aquilo que é vivenciado. 
 
Na realidade, a criança tem uma representação gráfica da imagem de si. Pode-se inferir esta 
imagem através de seu desenho da figura humana. Por esta razão, quando se quer conhecer a 
visão da criança sobre si mesmo, pedimos que ela realize um desenho da figura humana. 
 
Morais e Santos também conceituam o esquema corporal dizendo que resulta das 
experiências que possuímos provenientes do corpo e das sensações que experimentamos. 
Por exemplo: andar, sentar-se, segurar o lápis ou a caneta de modo correto, com equilíbrio e 
com movimentos coordenados, depende de uma noção adequada do esquema corporal. O 
esquema corporal, portanto, regula a postura e o equilíbrio. 
 
Defontaine (1980, vol.3) compara a imagem corporal a um conhecimento que uma criança 
possa ter. Através da interiorização, a criança torna-se capaz de se situar. O esquema 
corporal, para ele, é um conhecimento imediato do corpo estático ou em movimento, e suas 
relações com as partes do corpo para apreender os elementos do corpo, com o espaço e 
com os objetivos circundantes. 
 
 
 
 
 
 
 
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Uma grande preocupação para todos aqueles que lidam com crianças deveria ser ajudá-las 
a usar seu corpo para apreender os elementos do mundo que as envolve e estabelecer 
relações entre eles, isto é, auxiliar a desenvolver a inteligência. 
 
É necessário, também, que o educador auxilie seus alunos no sentido de fazê-lo centrarem 
sua atenção sobre si mesma para uma maior interiorização do corpo. A interiorização é um 
fator muito importante para que a criança possa tomar consciência de seu esquema corporal. 
Pela interiorização, a criança volta-se para si mesma, possibilitando uma automatização das 
primeiras aquisições motoras. A criança que não consegue interiorizar seu corpo pode ter 
problemas tanto no plano gnosiológico, como no práxico. 
 
Le Boulch (1984) afirma que esta interiorização torna possível uma dissociação de 
movimentos que permite um maior controle das praxias. No plano gnosiológico, percebe-se 
que a interiorização garante uma representação mental do seu corpo, dos objetos e do 
mundo em que vive. 
 
Esta representação mental é responsável pelo aparecimento do membro fantasma. O 
membro fantasma é a ilusão de que um membro amputado ainda está presente com suas 
sensações de presença, de volume, de movimento. No lugar do membro, a pessoa sente 
dor, frio, enfim, sente sua ligação com o resto do corpo. 
 
Um esquema corporal organizado, portanto, permite a uma criança se sentir bem, na medida 
em que seu corpo lhe obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, em 
que pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo. Ela deve ter o domínio do gesto e 
do instrumento que implica em equilíbrio entre as forças musculares, domínio de 
coordenação global, boa coordenação óculo-manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 
 
Objetivo: conhecer as três etapas do esquema corporal propostas por Le Boulch a qual, 
traduzem o cerne da teoria psicomotora. 
 
Etapas do Esquema Corporal 
 
Etapas do esquema corporal (segundo Le Boulch,1984) 
 
 
1ª etapa: Corpo vivido(até 3 anos). 
 
 
Corresponde a fase da inteligência sensório-motora de Jean 
Piaget. A criança, a partir do amadurecimento do seu sistema 
nervoso, passa pouco a pouco, a se diferenciar de seu meio 
 
ambiente. Esta etapa, é dominada pela experiência vivida. Ela precisa ter suas próprias 
experiências, pois é pela sua prática pessoal, pela sua exploração, que se ajusta, descobre e 
compreende o meio. Este ajuste significa que a criança, mesmo sem utilizar a reflexão de 
seus atos, adequa suas ações às situações novas, isto é, desenvolve a ―função de 
ajustamento‖. A eficácia dos ajustamentos posteriores, é resultado da memória e imagem do 
corpo no final desta etapa. 
 
 
 
 
2ª etapa: Corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos). 
 
 
Nesta etapa, ocorre a organização do esquema corporal, devido a maturação da função de 
interiorização, que auxilia a criança a desenvolver a percepção centrada em seu próprio 
corpo. Segundo Le Boulch (1984),a possibilidade de deslocar a atenção do meio ambiente 
para o seu corpo, leva à tomada de consciência. A função de interiorização, permite um 
ajustamento controlado, que propicia maior domínio do corpo e maior dissociação dos 
movimentos voluntários, o que faz com que a criança passe a aperfeiçoar e refinar seus 
 
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movimentos. O seu corpo então, passa a ser ponto de referência, para se situar e situar os 
objetos em seu espaço e tempo. Inicia nesta etapa, a estruturação espaço-temporal. No final 
desta fase, o nível de comportamento motor e intelectual pode ser caracterizado como pré-
operatório. 
 
 
 
 
3ª etapa: Corpo representado (7 a 12 anos) 
 
 
Nesta etapa observa-se a estruturação do esquema corporal. Até este momento, a criança já 
adquiriu as noções do todo e das partes do seu corpo (percebido através da verbalização e 
do desenho da figura humana), já possui maior controle e domínio corporal. A partir daí, 
amplia e organiza seu esquema corporal. 
 
No início desta fase, a representação mental da imagem do corpo, consiste numa imagem 
reprodutora: é uma imagem do corpo estática. E a partir de 10 a 12 anos a criança então dispõe 
da imagem do corpo em movimento, significando que atingiu uma ―representação mental de uma 
sucessão motora‖, com a introdução do fator temporal(Le Boulch,1984.p.20).Sua imagem do 
corpo, passa a ser antecipatória, devido a evolução das funções cognitivas correspondentes ao 
estágio das operações concretas. A imagem de corpo operatório, permite efetuar e programar 
mentalmente suas ações em pensamento. Os pontos de referência, não estão mais centrados no 
próprio corpo, mas são exteriores ao sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 6 
 
Objetivo: Estimular o desenvolvimento psicomotor da criança, despertar nela durante a 
Educação Infantil o raciocínio, a criatividadee iniciativa. 
 
Psicomotricidade - área de recreação e esportiva 
 
A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de 
tudo uma experiência ativa de confrontação com o meio. A 
ajuda educativa proveniente dos pais e do meio escolar tem a 
finalidade não de ensinar a criança comportamentos motores, 
mas sim de permitir-lhe exercer sua função de ajustamento, 
 
individualmente ou com outras crianças. 
 
 
Na pré-escola o papel do professor não é alfabetizar, mas estimular funções psicomotoras 
necessárias ao aprendizado formal. Através do seu conhecimento e sensibilidade, ele pode 
dosar teoria e prática de maneira gradual, combinando os estímulos adequados para cada 
tipo de aluno. 
 
O espaço temporal é muito importante para o desenvolvimento infantil, até os dois anos e 
meio, o espaço da criança é um espaço vivido dentro do qual ela se ajusta desenvolvendo 
seus movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido. Entre os 3 e os 6 
anos, a criança chega à representação dos elementos do espaço, descobrindo formas e 
dimensões. No final do período pré-escolar, a evolução da relação corpo-espaço resulta 
numa organização egocêntrica do universo. A criança descobriu sua dominância verbalizou-a 
e chega assim a um corpo orientado que lhe servirá de padrão para situar os objetos 
colocados no espaço circundante. A orientação dos objetos faz-se, então, em função da 
posição atual do corpo da criança. Esta estabilização possibilita a interiorização, que é um 
trampolim indispensável sem o qual a estruturação do espaço não se pode efetuar 
 
 
 
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Exemplos de atividades de orientação espaço temporal: 
 
 
 andar devagar até o fim da sala.

 andar livremente e parar a um sinal.

 andar depressa e voltar ao ponto de partida.

 andar devagar e depois correr uma mesma distância demarcada na quadra. Fazer os 
alunos perceberem o tempo despendido numa e na outra forma.

 bater bola e pular corda, devagar e depressa.

 bater palmas diante de sinais:apito ou tambor (ouvir e depois repeti-los com as 
palmas).

 correr, trepar, bater palmas com ritmo, dentro de um espaço de tempo, em situações 
relacionadas com:

 deslocamentos de materiais: cadeiras, bancos, mesas, bolas, etc; 

o lançamentos de bolas, pequenas e grandes, em caixas de diversos tamanhos, 
cesta de basquete ou círculos desenhados no chão; 

 saltos e transposição de obstáculos; 

 marchas em equilíbrio (em barras, bancos, linhas, etc.); 

 andar em cima da linha reta, parar e beter palmas antes ou depois de um 
determinado ponto. 
 
 
 
 
Quanto a Percepção Corporal, a criança toma consciência do próprio corpo, de suas partes, 
com movimentos corporais, das posturas e das atitudes. Habilidade de evocar e localizar as 
partes do corpo. Exemplo: localizar o ombro do coleguinha. É a comunicação consigo 
mesmo e com o meio. Uma boa formação corporal pressupõe boa evolução da motricidade, 
das percepções espaciais e temporais, bem como da afetividade. 
 
 
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A construção do esquema corporal (imagem, uso e controle do seu próprio corpo) se realiza 
normalmente de uma forma global no transcurso do desenvolvimento da criança, graças a 
seus movimentos, deslocamentos, ações, jogos, etc. 
 
 
Atividades de percepção corporal: 
 
 
 Pular com os pés juntos;

 Pular alternando os pés;

 Mover a cabeça;

 Mostrar os olhos, nariz, testa bochechas, boca, queixo;

 Separar os braços, as pernas, os dedos;

 saltar de um bambolê para outro;

 pular sobre folhas de papel, distanciadas;

 andar com um saquinho de areia na cabeça, nos pés, no ombro...
 
 
 
 
 
Equilíbrio 
 
 
É o cerebelo que ajusta permanentemente o tônus postural em combinação com o 
desenvolvimento do ato. Ele fixa estas reações sob forma de automatismos posturais 
inconscientes, tradução das experiências vividas individualmente. Estas atitudes de 
referência estabilizadas, verdadeiros esquemas posturais inconscientes. São, no entanto, 
constantemente adaptadas às condições atuais de desenvolvimento da ação, graças à 
atuação das reações de equilibração. O desempenho normal da função de equilibração pode 
ser perturbado por causas psicológicas. Todo medo ocasiona reações de enrijecimento que 
comprometem as reações reflexas de equilibração. Manutenção do corpo em uma mesma 
posição durante um tempo determinado. Pode ser estático ou dinâmico. 
 
 
 
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Exemplo: brinquedo de estátua marcha nos calcanhares, permanência em pé, sentada ou 
deitada. 
 
Os exercícios a seguir, graças a uma atitude compreensiva e de ajuda por parte do 
educador, devem levar a criança a adquirir confiança e segurança, essenciais ao 
desempenho eficaz dos mecanismos inconscientes. 
 
 Manter-se em equilíbrio sobre uma bola de tamanho grande;

 Conservar a mesma postura;

 Variar de postura;

 Variar de postura sobre dois pés ou apenas um;

 Manter-se em equilíbrio sobre a metade de um tronco;

 Variar de postura sobre dois pés ou apenas um apoiado na parte plana;

 Variar de postura sobre dois pés ou apenas um apoiado na parte convexa, etc.
 
 
 
Lateralidade 
 
 
A predominância do uso de todos os órgãos pares, pode ser direita ou esquerda, deve ser 
observado o pé, a mão e o olho. No primeiro ano de vida não há preferência por nenhum 
lado. No segundo ano de vida ela continua usando ambas as mãos, mas gradativamente fixa 
a preferência por uma delas. Com dois anos completos quase todas as crianças já definiram 
sua lateralidade, mesmo que depois apareçam breves períodos de uso da outra mão. 
Finalmente, com seis anos está completa a definição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de lateralidade 
 
 
 Com a mão dominante pedir que a criança pegue um objeto qualquer. Observar a mão 
que ela irá usar.

 Com o pé dominante solicitar que a criança chute uma bola. Observar qual a 
lateralidade do pé usado.

 Com o olho dominante solicitar que a criança espie em um binóculo. Observar o olho 
dominante.

 Andar pela sala jogando uma bola ou bexiga, de uma mão para a outra.

 Colocar uma criança no centro. Pedir a outra criança que fique à direita dela; outra 
atrás; outra à frente e outra à esquerda. Propor para que bata palmas, mude de 
posição e verbalize a sua nova posição.
 
 
 
O ritmo diz respeito à movimentação própria de cada um. O ritmo pode ser : lento, moderado, 
acelerado, cadenciado. 
 
Noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta 
de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação 
inadequadas. 
 
Na parte gráfica, as dificuldades de ritmo contribuem para que a criança escreva duas ou 
mais palavras unidas, adicione letras nas palavras ou omita letras e sílabas. 
 
 
Exercícios de rItmo 
 
 
 Permanecer na ponta dos pés, enquanto se conta até dez;

 Levantar e baixar na ponta dos pés;
 
 Andar sobre linhas marcadas no chão: retas, quebradas, curvas, sinuosas, círculos, 
mistas;

 Bater palmas no ritmo do professor (rápido, lento, forte, fraco) ;

 Bater bola com a mão seguindo o ritmo marcado pelo professor.



 
 

É de fundamental importância a Coordenação óculo-manual, o arremesso tem um interesseeducativo considerável, sob o ponto de vista do desenvolvimento global da coordenação. O 
que vai nos interessar, principalmente no curso preparatório e no curso elementar, é o papel 
que esta atividade pode desempenhar na ligação entre o campo visual e a motricidade fina 
da mão e dos dedos: coordenação óculo-manual. 
 
O parentesco com o mecanismo que atuam no grafismo não pode escapar ao professor. Na 
mira, a operação que consiste em traçar uma linha de um ponto a outro envolve a entrada 
em jogo das regulações proprioceptivas ao nível dos membros superiores, de mesmo tipo 
das que atuam no exercício de mira que consiste em agarrar uma bola no espaço. Na 
coordenação entre espaço sinestésica e espaço visual, o arremessar e o apanhar são 
atividades maiores, de grande alcance educativo. 
 
 
 
 
Exercícios de coordenação óculo-manual e coordenação motora fina. 
 
 
Coordenação óculo-manual: Capacidade do sujeito para usar a vista e as mãos ao mesmo 
tempo com a finalidade de realizar uma tarefa. 
 
Um esquema corporal organizado, portanto, permite a uma criança se sentir bem, na medida 
em que seu corpo lhe obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, em 
que pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo. 
 
 
 
 
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A criança deve ter o domínio do gesto e do instrumento que implica em equilíbrio entre as 
forças musculares, domínio de coordenação global, boa coordenação óculo-manual. 
 
A coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui um aspecto 
particular da coordenação global. Só possuir uma coordenação fina não é suficiente. É 
necessário que haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da 
mão. Chamamos isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora. 
 
Os alunos trabalham em dupla e têm à sua disposição um bambolê para cada um e um 
quadrado, uma bola grande, uma bolinha leve e uma bola pesada para dois. 
 
Posicionar os alunos dentro dos bambolês colocados no chão a pequena distância. Eles 
trocam passes com bolas, de todas as maneiras possíveis, sem deixá-las cair. Se, numa 
duração determinada, as bolas tiverem caído apenas 3 vezes, os alunos têm o direito de 
trabalhar em distâncias maiores. 
 
Dois a dois, um ao lado do outro, caminhando ou correndo ao redor da quadra, as crianças 
devem passar a bola umas às outras. Efetuar o exercício primeiro em um sentido; a seguir, 
invertê-lo. Eles devem encontrar os diferentes modos de arremesso que já foram feitos sem 
sair do lugar. 
 
Jogar a bola com uma das mãos; pegá-la de volta com a outra. Passá-la para a mão de 
arremesso e executar um circuito contínuo e regular. 
 
Passes em toque de vôlei. Os alunos ficam frente a frente e passam a bola um ao outro sem 
controle, apenas por toque. 
 
Para realização de movimentos específicos da coordenação motora fina, realiza movimentos 
específicos , usando os pequenos músculos, a fim de atingir a execução bem-sucedida da 
habilidade. Requer um ato de grande precisão no movimento. Movimentos manuais em que 
coordenação e a precisão são essenciais ,como exemplo, cantar músicas gesticuladas, 
atividades de modelagem, atividades de encaixe de jogos pedagógicos, alinhavos,etc. A 
 
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Agilidade são todas as atividades que exigem movimentos rápidos e precisos. Já a 
tonicidade é o ato de tonificar-se. É a força muscular que o aluno/criança vai adquirindo 
devido a atividades realizadas no dia a dia. 
 
A Coordenação global (grossa), corresponde à realização de grandes movimentos com todo 
o corpo, envolvendo as grandes massas musculares, havendo harmonia nos deslocamentos. 
Não a precisão nos movimentos, embora seja importante à coordenação perfeita dos 
movimentos. 
 
A coordenação global diz respeito à grandes movimentos com todo o corpo, depende da 
capacidade de equilíbrio postural do indivíduo. . 
 
A coordenação global e a experimentação levam a criança a adquirir a dissociação de 
movimentos. Isto significa que ela deve ter condições de realizar múltiplos movimentos ao 
mesmo tempo, cada membros realizando uma atividade diferente, havendo uma 
conservação de unidade de gesto. 
 
Exemplos: Quando uma pessoa toca uma bateria, a mão direita executa simultaneamente 
com a mão esquerda a melodia tocando nos instrumentos manuais, e o pé direito e o 
esquerdo à sustentação. São três movimentos diferentes que trabalham juntos para 
conseguir uma mesma tarefa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 7 
 
Objetivos: Aperfeiçoar ou normalizar o comportamento geral da criança e favorecer a sua 
integração social através da consciência do próprio corpo. 
 
Perturbações do Esquema Corporal 
 
De acordo com De Meur(1984),exceto os problemas motores e intelectuais, as perturbações 
 
de esquema corporal são de origem afetiva, e manifestam normalmente os comportamentos 
 
a seguir em: 
 
 
 Dificuldade em localizar as partes de seu corpo e posicionar seus membros;

 Lentidão nos gestos e falta de domínio na ação;

 Impossibilidade de utilizar os esquemas dinâmicos, que correspondem ao hábito viso-
motor que intervém também na leitura e na escrita;

 Podem apresentar ainda, insuficiência de percepção ou de controle respiratório, 
dificuldade de equilíbrio e de coordenação;

 Dificuldade na orientação espaço- temporal, confundindo coordenadas de espaço (em 
cima, em baixo, vertical ,horizontal), e sentido de direção;

 Pode interferir nas relações interpessoais e levar a um mau desenvolvimento da 
linguagem.





É frequente encontrarmos crianças com um conhecimento pobre de seu corpo. Não 
percebem a posição de seus membros e consequentemente seu desenho da figura humana 
torna-se pobre. 
 
 
 
 
 
 
 
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Elas podem também, apresentar dificuldades em se locomover em um espaço 
predeterminado e em situar-se em um tempo, pois o esquema corporal está intimamente 
ligada à orientação espaço-temporal. 
 
Uma criança com grandes problemas de esquema corporal manifesta normalmente 
dificuldade de coordenação dos movimentos, apresentando certa lentidão que dificulta a 
realização de gestos harmoniosos simples – abotoar uma roupa, andar de bicicleta, jogar 
bola – por falta de domínio de seu corpo em ação. 
 
 
 
 
Educação Psicomotora 
 
 
A Psicomotricidade pode definir-se como sendo uma área que procura entender e investigar 
as relações e as influências entre o campo motor. Tendo como principal objetivo desenvolver 
a capacidade de atuar num contexto psicossocial. 
 
Podemos considerar a Educação Psicomotora uma ação de caráter pedagógico e 
psicológico que utiliza os meios de Educação Físicacom o objetivo de normalizar ou melhorar 
o comportamento da criança. 
 
É ainda utilizada para promover a regulação e harmonização tônica centrada sobre a 
maneira de ―estar‖ no seu corpo (atitude, postura, esquema corporal, descontração neuro-
muscular); impulsionar movimentos funcionais e expressivos centrados sobre a maneira de 
―agir‖ com o seu corpo (praxias, coordenações, dissociações); compensar uma problemática 
situada na convergência do psiquismo e do somático, intervindo sobre as competências de 
autonomia ao longo de todas as fases da vida; possibilitar a vivência da relação tônico-
emocional através dos corpos e das ações.35 
 
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A Psicomotricidade poderá ser utilizada no auxílio de problemáticas de caráter: 
 
 
Físico: dispraxia, perturbações do esquema corporal, de lateralidade, de estruturação 
temporal e espacial, problemas psicossomáticos, perturbações da imagem corporal, 
desarmonias tônico-emocionais, instabilidade postural, etc.; 
 
Cognitivo: deficits de atenção, de memória, de organização perceptiva, simbólica e 
conceptual, etc. 
 
Socioafetivo. inibição, hiperatividade, agressividade, dificuldades de comunicação, etc. 
 
 
A Psicomotricidade intervém sobre expressões motoras inadequadas ou inadaptadas, em 
situações ligadas a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora, de 
comportamento, de aprendizagem e de âmbito sócio-afetivo, utilizando: Técnicas de 
Relaxamento e de Consciencialização Corporal (através da reelaboração do esquema e da 
imagem corporal, da consciencialização tônico-emocional, com intencionalidade 
psicoterapêutica, etc.).Educação Gestual e Postural (reeducação da atitude, equilibração e 
controle tônico). 
 
Atividades Expressivas (criação e transformação ao serviço da identidade, da capacidade de 
comunicação e da exteriorização tônico-emocional das problemáticas); Atividades Lúdicas (a 
intervenção psicomotora desenvolve-se no contexto lúdico em grupo ou individual). 
 
 
 
Os modelos de intervenção são: 
 
 
Preventivo (promoção e estimulação do movimento, incluindo a melhoria e a manutenção de 
competências de autonomia ao longo de todas as fases da vida); 
 
Educativo (estimulação do desenvolvimento psicomotor e o potencial de aprendizagem) 
 
 
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Reeducativo ou Terapêutico (quando a dinâmica do desenvolvimento e da aprendizagem 
está comprometida, ou quando é necessário ultrapassar problemas psicoafetivos, de base 
relacional, que comprometem a adaptabilidade da pessoa). 
 
 
 
 
Lateralidade 
 
 
A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um 
lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um 
predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados. O lado dominante 
apresenta mais força muscular, mais precisão mais rapidez. É ele que inicia e executa a 
ação principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na realidade os dois 
não funcionam isoladamente, mas de forma complementar. 
 
Pode-se citar como exemplo de dominância dos membros superiores como enfiar uma linha 
em uma agulha, bordar, riscar uma folha com régua, atirar em um alvo, dar cartas de 
baralho, pentear-se, recorta com tesoura e diversas outras ações da vida quotidiana. 
 
A dominância ocular pode ser percebida quando perfuramos um cartão e pedimos para a 
criança observar um objeto qualquer a sua frente através do buraco; quando pedimos que 
olhe por um caleidoscópio ou um buraco da fechadura. É preciso tomar muito cuidado ao 
afirmamos qual é a dominância ocular, pois, às vezes, um problema na vista pode mascarar 
essa percepção; 
 
Pode-se observar a dominância dos membros inferiores, quando pede-se a criança que 
brinque de amarelinha com um pé e depois com o outro. Verifica-se então, qual que teve 
mais facilidade, isto é, qual apresentou mais precisão, mais força, mais rapidez e também 
mais equilíbrio. Pode-se pedir, também, que chute uma bola em um determinado alvo, que 
faça um desenho na areia com os dedos do pé, que arraste com um pé um objeto até um 
lugar preestabelecido. 
 
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Os dentistas afirmam que se pode ver, também, a lateralidade do indivíduo pela observação 
de seus dentes, pela mastigação. O lado dominante fica mais gasto. Mas, para nós, leigos no 
assunto, é muito difícil constatar essa dominância. 
 
Se uma pessoa tiver a mesma dominância nos três níveis - mão, olho e pé – do lado direito, 
diremos que é destra homogênea; e a canhota ou sinistra homogênea, se for o lado 
esquerdo. Se ela possuir dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é, executar os 
mesmos movimentos tanto com um lado como com outro, o que não é muito comum, é 
chamada de ambidestra. 
 
São diversos os motivos que ocasionam um desvio da lateralidade. Por exemplo: um 
acidente que provoque uma amputação ou uma paralisia no lado dominante faz com que a 
pessoa passe a usar o outro lado. É chamado de falsa sinistralidade ou falsa destralidade, 
conforme caso. 
 
Este assunto de lateralidade, desvio da escolha da mão, mudança de prevalência remete a 
um outro que tem causado muita polêmica entre os diversos pesquisadores do assunto. É o 
problema das teorias e hipóteses que explicam o porquê da preferência, pelo o indivíduo, de 
um lado do corpo em relação ao outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 8 
 
Objetivo: Adquirir conhecimentos necessários para a compreensão do histórico dos jogos. 
 
Histórico dos Jogos 
 
O jogo advém do século XVI, e os primeiros estudos foram realizados em Roma e Grécia, 
destinados ao aprendizado das letras. Esse interesse decresceu com o advento do 
cristianismo, que visava uma educação disciplinadora, com memorização e obediência. A 
partir daí, os jogos passaram a serem vistos como delituosos que levam à prostituição e à 
embriaguez. 
 
Só no Renascimento que o jogo perdeu esse caráter de reprovação e entrou no cotidiano 
dos jovens como diversão. 
 
A palavra jogo, do latim ―incus‖ quer dizer diversão, brincadeira. As definições mais gerais 
que encontramos nos dicionários de Língua Portuguesa são: ―divertimento, distração, 
passatempo‖. Assim, a palavra jogo tanto é usada, por exemplo, para definir a atividade 
individual da criança na construção com blocos, como atividades em grupo de canto ou 
dança. 
 
A introdução à brincadeira em seu contexto infantil inicia-se, timidamente, com a criação de 
Jardins de Infância, fruto da proposta de Froebel (1782-1852 - primeiro filósofo a ver o uso 
de jogos para educar crianças em idade pré-escolar) que considera que a criança desperta 
suas faculdades próprias mediante estímulos. Esta proposta influenciou a Educação Infantil 
de todos os países. 
 
Com o aparecimento da Companhia de Jesus (uma organização religiosa inspirada em 
moldes militares, decididos a lutar em prol do Catolicismo e que utilizando o processo 
 
 
 
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educacional como arma), o jogo educativo passou a ser um recurso auxiliar de ensino, vindo 
a expandir-se a partir de então. 
 
Kishimoto (apud Spodek e Saracho, 1990) comenta que os Estados Unidos serviram como 
modelo inicial para a grande maioria dos países. Missionários cristãos protestantes 
disseminavam o Jardim froebeliano em muitos países asiáticos e latino-americanos. 
 
Nos Estados Unidos, na virada do século, a literatura sugeria que os programas froebelianos 
buscavam enfatizar o brincar supervisionado, encorajando a uniformidade e o controle nos 
estabelecimentos destinados a imigrantes pobres, e o brincar livre pôde prevalecer nas 
escolas particulares de elite. A presença do brincar supervisionado nas creches foi indicada 
por Bloch e Choe durante o século XIX. Nessa época, a Guerra Civil era estimulada pelo 
movimento de assentamento das famílias, pelo crescente aumento de pobres urbanos, fruto 
de deslocamentos sociais causados pela industrialização,urbanização e intensa imigração. 
Também a América estava sendo uma sociedade relativamente homogênea, buscando 
ideais como liberdade individual, ordem social e unidade nacional. Com a penetração dos 
imigrantes e o crescimento da pobreza urbana, buscavam-se meios para americanizarem 
imigrantes a partir da Educação. 
 
Predominaram crenças acerca da diferença de necessidades de crianças pobres e de elite, 
de que as crianças aprendem melhor por meio do brincar, mas rejeita-se a noção do brincar 
não supervisionado como Educação. Essa interpretação fortalece a perspectiva do jogo 
educativo, do brincar orientado, visando à aquisição de conteúdos escolares. 
 
 
 
 
Teorias sobre o jogo 
 
 
Muitas teorias surgiram para explicar o significado dos jogos, as razões para essas 
permanências culturais, mostrando que aquilo que aparentemente é apenas uma forma de 
preencher o tempo de lazer, tem raízes profundas no que diz respeito à vida e ao saber. 
 
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Para ilustrar, resumiremos apenas duas teorias, dentre as várias existentes. 
 
 
1. “A teoria psicanalítica de Freud” (1856-1939). O autor utilizou o jogo em seus 
processos para tratamento de crianças. Em suas pesquisas, o pai da psicanálise observou 
que o desejo da criança é que determina o comportamento dela frente aos brinquedos: cria 
um mundo próprio, repete experiências que ainda não dominou, busca identificações, exerce 
autoridade sobre os seus brinquedos, projetam em outras pessoas ou em objetos 
sentimentos reprimidos, tenta superar insucessos anteriores, de maneira lúdica vivencia 
situações constrangedoras, procurando resolver os problemas, encontrar soluções, enfim, 
realiza ações que no mundo real não lhe são permitidas. Essa teoria ocupou-se 
essencialmente do jogo imaginativo em função das emoções. 
 
2. “A teoria de Jean Piaget” (1896-1980) estudando sobre o desenvolvimento da 
inteligência, colocou os jogos como atividades indispensáveis na busca do conhecimento 
pelo indivíduo. Ele dividiu o desenvolvimento intelectual da criança em etapas caracterizadas 
pela ―sucessiva complexidade e maior integração dos modelos de pensamento‖, ou seja: até 
os dois anos de idade – sensório-motor; de dois a quatro anos – pré-operacional; de quatro a 
sete anos – intuitivo; de sete aos 14 anos – operacional concreto; e, a partir dessa idade – 
operacional abstrato. Quando Piaget descobriu que não é o estímulo que move o indivíduo 
ao aprendizado, revolucionou a pedagogia da época. Para ele, a inteligência só se 
desenvolve para preencher uma necessidade. A Educação, concebida a partir desse 
pressuposto, deve estimular a inteligência e preparar os jovens para descobrir e inventar; o 
professor deve provocar na criança a necessidade daquilo que ele quer transmitir. Nesse 
sentido, os jogos são buscados espontaneamente pelas crianças como meio de chegar à 
descoberta, inventar estratégias, pensar o novo, construir, agir sobre as coisas, reconstruir, 
produzir (apud Garcia, 1981, p.17-21). 
 
Para Piaget apud Martinelli (1997) existe o brincar quando há o predomínio da assimilação 
 
sobre o esforço e atenção da acomodação. 
 
 
 
 
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Piaget ao realizar o estudo sobre a evolução do jogo para o desenvolvimento, percebeu uma 
tendência lúdica nos primeiros meses de vida do bebê, na forma do chamado jogo de 
exercício sensório-motor, onde do segundo ao sexto ano de vida predomina o jogo simbólico 
e a etapa seguinte é o jogo de regras praticado pela criança. 
 
 
 
 
Três atividades lúdicas caracterizam-se na evolução do jogo na criança, de acordo 
 
com a fase de seu desenvolvimento, conforme descrito a seguir. 
 
 
1. Jogos de exercícios – Inicialmente surgem na forma de exercícios motores com a 
finalidade prazerosa, com o objetivo de explorar e exercitar os movimentos do seu próprio 
corpo. 
 
2. Jogos simbólicos – Esse jogo é de faz de conta, em que o objetivo é usado para 
simbolizar ou representar situações não percebidas no momento. Ocorre de dois a seis 
anos, onde a tendência lúdica é voltada para o jogo de ficção ou imaginação e de 
imitação. O jogo simbólico se desenvolve com a interiorização dos esquemas sensório - 
motores. 
 
3. Jogos de regras – Essa atividade lúdica implica o uso de regras onde há relações 
sociais ou individuais em que deve aparecer a cooperação, começa a se desenvolver dos 
quatro aos sete anos e se intensifica durante toda a vida da pessoa. 
 
 
 
 
O lúdico e a construção do conhecimento 
 
 
Para Kishimoto apud Santos (1997), a descoberta da infância se dá a partir da associação da 
criança ao ato de brincar. Termos como brinquedos e brincadeiras conotam crianças. 
 
A dimensão da criança está sempre presente quando se analisam os brinquedos e as 
brincadeiras. 
 
 
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O brinquedo, como objeto suporte da brincadeira, supõe relação íntima com a criança e 
implica a ausência de um sistema de regras que organize sua utilização. 
 
O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da 
realidade. Ao contrário, jogos, como xadrez, construção, etc., exigem, de modo explícito ou 
implícito, o desempenho de habilidades definidos pela estrutura do próprio objeto e suas 
regras. 
 
O brinquedo representa certas realidades, isto é, algo presente no lugar de algo. Pode-se 
dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais para 
que possa manipulá-los. 
 
O vocábulo ―brinquedo‖ não pode ser reproduzido à pluralidade de sentido do jogo, pois 
conota criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Como objeto é sempre 
suporte de brincadeira. É o estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil, tendo 
relação estreita com o nível de seu desenvolvimento. 
 
A ―brincadeira‖ é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo ao 
mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma, brinquedo e 
brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo. 
 
Segundo Almeida (1992), é necessário que o educador se conscientize de que ao 
desenvolver o conteúdo programático, por intermédio do ato de brincar, não significa que 
está ocorrendo um descaso ou desleixo com a aprendizagem do conteúdo formal. 
 
Ao contrário de desenvolver o conteúdo mediante a proposição de atividades lúdicas, o 
educador está trabalhando com o processo de construção do conhecimento, respeitando o 
estágio do desenvolvimento no qual a criança se encontra, de uma forma agradável e 
significativa para o educador. 
 
Muitas vezes a criança necessita de orientação para seu desenvolvimento. Dessa forma, a 
teoria froebeliana proporciona subsídios para a compreensão da brincadeira como ação livre 
 
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da criança e os brinquedos aparecem como suporte da ação docente destinado à 
apropriação de habilidades e conhecimentos. 
 
Como dito anteriormente houve uma grande evolução nos acessórios para brincadeiras de 
criança. Essa evolução dos materiais cria a necessidade de adequar os materiais e o espaço 
da brincadeira para que contribuam para o seu desenvolvimento cognitivo, físico, emocional, 
social e moral, sem que se perca a característica do brincar como ação livre, iniciada e 
mantida pela criança.

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