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Neuro Demência: Causas e Diagnóstico

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NEURO 
DEMÊNCIA 
É uma síndrome resultante de deterioração da atividade 
mental que compromete a capacidade profissional e altera o 
relacionamento social do indivíduo. Independe de redução do 
nível de consciência e é secundária a distúrbio orgânico do 
SNC. 
A síndrome demencial caracteriza-se por distúrbios de 
memória associados a comprometimento do raciocínio lógico, 
da orientação espacial, da afetividade, da linguagem, das 
habilidades construtivas e de outras funções cognitivas. 
Demência resulta de deterioração ou perda de funções 
adquiridas. 
FISIOPATOLOGIA 
Em algumas das mais frequentes formas de demência existem 
lesões difusas que afetam principalmente as áreas de 
associação do córtex cerebral, interferindo em inúmeros 
sistemas funcionais envolvidos nas atividades cognitivas. 
Lesões focais do SNC também podem condicionar demência. 
CLASSIFICAÇÃO 
As causas mais frequentes incluem doenças degenerativas 
primárias e vasculares, síndromes depressivas, intoxicações, 
distúrbios metabólicos, doenças infecciosas, traumáticas e 
neoplásicas. 
Doenças Degenerativas Primárias: 
Apresentam alterações anatomopatológicas de caráter 
degenerativo e para as quais não há tratamento específico. 
 O complexo Alzheimer-demência senil: é responsável 
por cerca de 80 a 90% das demências degenerativas 
primárias. Existe história familiar significativo. O 
quadro clínico inicia-se insidioso caracterizando-se por 
distúrbios de memória para fatores recentes e 
desorientação espacial. De modo progressivo, vão se 
evidenciando distúrbios de raciocínio lógico, 
desinteresse por atividades habituais, perda de 
habilidades motoras e apatia. Na faixa pré-senil, 
distúrbios afásicos e agnosias podem predominar, 
enquanto agitação e ideias de perseguição são mais 
comuns nos doentes mais idosos. Alterações de 
equilíbrio, marcha e força muscular estão ausentes. O 
diagnóstico baseia-se em quadro clínico compatível e 
em exames complementares para excluir outras 
etiologias. Não há exame específico para o 
diagnóstico. 
 Doença de Pick: ocorre na faixa pré-senil e caracteriza-
se por síndrome demencial em que predominam 
apatia, alterações da afetividade e do comportamento 
social com redução do senso moral. Predomínio 
frontal da atrofia cerebral. 
 Coréia de Huntington: associação de síndrome coreica 
a demência do tipo frontal. Mais comumente na faixa 
etária pré-senil e é autossômica dominante. 
 Cerca de 20% dos pacientes com doença de Parkinson 
apresentam síndrome demencial. Nas formas de 
parkinsonismo-plus associam distúrbios 
neurovegetativos, cerebelares, dos neurônios motores 
ou da motricidade ocular extrínseca, demência é 
manifestação mais frequente na doença de Parkinson. 
Doenças Vasculares: 
A demência vascular resulta da sucessão de infartos cerebrais 
que determinam a demência por múltiplos infartos. O quadro 
clínico é marcado por episódios agudos parcialmente 
reversíveis que produzem deterioração mental gradativa. A 
arteriosclerose é a principal doença responsável por demência 
vascular. Controle da hipertensão arterial, emprego de 
antiagregantes plaquetários ou tratamento das vasculites 
inflamatórias pode bloquear a progressão da demência. 
Depressão: 
Quando indivíduos idosos apresentem depressão, ocorre 
redução de seu desempenho intelectual. Esta condição é 
denominada pseudodemência ou demência da depressão. 
Intoxicações: alcoolismo e medicamentos 
Hidrocefalia a pressão normal: 
Deve-se ao bloqueio parcial no deslocamento do LCR que causa 
seu acúmulo no interior dos ventrículos. O quadro clínico 
caracteriza-se por síndrome demencial, alterações da marcha e 
incontinência urinária. Predominam apatia e lentidão 
psicomotora. O bloqueio ao deslocamento do LCR é devido à 
aracnoidite que ocorre como complicação tardia de 
hemorragias meníngeas espontâneas ou pós-traumáticas e de 
meningites agudas ou crônicas. O tratamento consiste na 
instalação de sistemas de derivação ventriculoatrial ou 
ventriculoperitoneal. 
Distúrbios metabólicos: demências que resultam de disfunção 
de outros órgãos além do SNC, carências nutricionais e 
vitamínicas. 
Neoplasias 
Traumatismos crâniencefálicos 
Doenças infeciosas 
DIAGNÓSTICO DA DEMÊNCIA 
 Exame físico: permite a detecção de sinais relevantes 
para o diagnóstico etiológico ou de sinais que indicam 
 NEURO 
a presença de doenças associadas que agravem o 
quadro clínico. 
 Exame neurológico: o mini exame do estado mental é 
bastante útil. Características clínicas comuns são 
déficit de memória para fatos recentes e redução da 
capacidade de abstração. A avaliação dos distúrbios 
de memória pode ser realizada através do exame da 
memória imediata, da memória de fixação e da 
memória para fatos antigos. Os reflexos axiais da face 
são representados pelos reflexos orbicular das 
pálpebras, orbicular dos lábios e mandibular. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
O diagnóstico da demência é clínico. Como cerca de 10 a 30% 
das demências são potencialmente reversíveis, existe a 
necessidade de estabelecer precocemente o diagnóstico 
etiológico. 
Exames gerais: hemograma, velocidade de 
hemossedimentação, eletroforese de proteínas séricas, 
glicemia, creatinina, bilirrubinas, transaminases, gamaglutamil 
transferase, sódio e potássio, cálcio e fósforo, T3, T4 e TSH, 
reações para sífilis, vitamina B12 sérica, ECG, Rx tórax. 
Exames especializados: TC crânio, EEG, LCR e avaliação 
psicológica 
Em casos especiais: cobre sérico, ceruloplasmina, células LE, 
fator antinuclear, pesquisa de infecção por HIV, pesquisa de 
intoxicação, ressonância magnética e biópsia cerebral.

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