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Técnicas Operatórias - Fases Fundamentais

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Fases fundamentais da técnica 
operatória
As fases fundamentais da cirurgia são: 
Diérese (abertura), hemostasia (controle) e 
síntese (união). Para sua realização de 
maneira correta, deve-se seguir os princípios 
de Halsted, que são: 
- Assepsia estrita durante a preparação e o 
ato operatório; 
- Boa hemostasia, para melhorar a visibilidade 
e limitar a infecção e o espaço morto; 
- Minimização do trauma tecidual, ou seja, 
manipulação tecidual delicada; 
- Aproximação sem tensão dos planos 
anatômicos, ou seja, não apertar ou afrouxar 
demais os pontos, a fim de evitar necroses 
teciduais ou abertura da cavidade. 
- Eliminação do espaço morto e remoção 
adequada do material, para não gerar 
acúmulo de seroma e consequente demora 
na cicatrização; 
- Minimização do tempo cirúrgico pelo 
conhecimento da anatomia e da técnica 
operatória em questão; 
- Uso correto dos instrumentos e materiais 
 
 
1. Diérese 
- Conjunto de manobras (manuais ou 
instrumentais) com objetivo de dividir tecidos, 
criando uma via de acesso adequada para a 
manipulação de órgãos ou estruturas através 
dos tecidos. 
- Instrumentos utilizados: Bisturi, bisturi 
elétrico, tesoura, material especial (curetas, 
serras, osteótomos, cisalhas, etc.) 
- Classificação: Cruenta (alto sangramento) e 
incruenta (baixo sangramento) 
1.1) Diérese Cruenta: 
- Consiste na divisão dos tecidos 
acompanhada de perda significativa de 
sangue 
* Incisão: Consiste na segmentação dos 
tecidos com o uso de instrumento cortante, 
como bisturi e tesoura. Deve seguir os 
seguintes princípios: 
a) Evitar corte biselado (lâmina do bisturi deve 
estar perpendicular ao corte) 
b) Evitar incisão em tecidos fora do plano 
cirúrgico 
c) Incisão em um só tempo (única e magistral) 
sempre atento à pressão no local, para não 
adentrar outras superfícies 
d) Não trocar a direção do corte 
d) O bisturi deve ser utilizado apenas para 
incisão da pele. Depois, deve-se utilizar a 
tesoura 
- Técnicas para realização de Diérese 
cruenta: 
* Arrancamento: Manobra manual, visando o 
rompimento dos tecidos, vasos, nervos etc. 
Um benefício desta técnica, é que ela facilita 
a fixação do coágulo, agindo como um meio de 
hemostasia. (ex: mastectomia – 
arrancamento das mamas) 
* Curetagem: Raspagem de superfícies 
orgânicas com o auxílio de curetas, que são 
instrumentais com formato de concha nas 
pontas. 
* Desbridamento: Manobra realizada com 
auxílio de tesoura ou bisturi, visando eliminar 
bridas (pontes fibrosas unindo pontos que 
deveriam estar desunidos), reavivando o 
tecido para que seja possível a cicatrização 
dele. 
* Deslocamento: Separação dos tecidos 
unidos por tecido conjuntivo. Respeita a 
normalidade anatômica e funcional dos 
tecidos. Realizada com tesoura romba ou 
dedos. 
* Escarificação: Raspagem de superfícies 
orgânicas, com auxílio de curetas ou bisturi. É 
mais superficial que a curetagem. 
* Exérese ou ressecção: Eliminação de uma 
estrutura indesejável, quer por sua natureza 
ou condição 
* Divulsão: Separação das fibras dos tecidos, 
geralmente, com ruptura dos elementos 
interfasciculares (tesoura romba 
metzembahlm) 
* Punço-incisão ou punção-incisão: Pequena 
incisão introduzindo a ponta do bisturi (na 
vertical). Muito utilizada em drenagens e 
retiradas de abscessos. 
1.2) Diérese incruenta: 
- Consiste na divisão dos tecidos sem perda 
significativa de sangue. Os instrumentos mais 
comumente utilizados são o bisturi elétrico 
(realiza o corte e cauteriza), criobisturi e o 
raio laser – agilizam o tempo cirúrgico, 
porém atrapalha a cicatrização da pele (gera 
necrose local do tecido cauterizado) 
 
2. Hemostasia 
- Conjunto de manobras, manuais e 
instrumentais, que tem por objetivo deter ou 
prevenir uma hemorragia, ou impedir a 
circulação do sangue em uma determinada 
área por tempo limitado. 
- Funções: Evitar risco de óbito por choque 
hipovolêmico, evitar hipóxia tecidual (cérebro, 
coração e rins), facilitar visualização de 
estrutura anatômica e tecidos, não afastar 
as bordas da ferida pela hemorragia (que irá 
retardar a cicatrização), evitar crescimento 
de microorganismos que favoreceriam um 
processo infeccioso (pois o sangue é um meio 
de cultivo). 
2.1) Tipos de Hemorragias: 
a) Quanto à localização: 
* Internas: Perda de sangue para o interior 
do corpo, geralmente se acumulando em 
cavidades (torácica ou abdominal) 
* Externas: Perda de sangue para fora do 
corpo 
b) Quanto ao vaso que sangra: 
* Arterial: Vermelho vivo, com fluxo rápido e 
forte, sincronizado com o pulso 
* Venoso: Vermelho escuro, com fluxo baixo, 
lento e contínuo 
* Capilar: Lenta e superficial 
* Parenquimatosa: Não é possível determinar 
o vaso sangrante ou sua natureza – 
sangramento difuso pelo órgão 
c) Quanto ao tempo em que ocorre: 
* Imediata: Imediatamente após a ruptura do 
vaso 
* Retardada: Depois de algum tempo 
decorrido após o ferimento do vaso 
* Recorrente: Ocorre em até 24h após o 
ato cirúrgico devido à hemostasia deficiente 
* Secundária: Ocorre depois de 24h do ato 
cirúrgico, devido à eliminação do trombo ou 
queda da ligadura 
2.2) Tipos de hemostasias: 
a) Preventiva: Previne uma hemorragia que 
ainda irá ocorrer – utilização de pinças 
hemostáticas aplicadas no vaso que será 
seccionado ou aplicação de um torniquete 
antes da incisão, a fim de impedir a 
passagem de sangue temporariamente. 
b) Temporária: Pode ser realizada por 
tamponamento com gaze, compressão 
digital/instrumental ou com pinças 
hemostáticas. Muito utilizada em cirurgias 
cardíacas ou cardiovasculares 
c) Definitiva: Ligadura ou transfixação com 
fios de sutura – são deixadas definitivamente 
no vaso 
2.3) Métodos de hemostasia: 
2.3.1) Métodos físicos 
a) Compressão circular: Promovem a 
hemostasia temporária e preventiva, e é 
utilizado em extremidades do corpo 
(membros, cauda) 
* Material utilizado: faixas, torniquetes, 
manguitos e bandas 
* Aplicação: Sentido distal-proximal 
* Desvantagem: Restrição do uso em regiões 
infectadas e tempo de uso 
b) Compressão digital: Promove a hemostasia 
temporária. 
*Utilizado em vasos pequenos 
* Consiste em fazer pressão no dedo sobre 
o vaso 
* Método mais simples de estancamento do 
sangue 
*Desvantagem: Atrapalha a visualização do 
campo operatório. 
c) Compressão indireta: Promove a 
hemostasia temporária 
* Pressão realizada com gaze, algodão ou 
compressa sobre um foco hemorrágico 
* Desvantagem: Atrapalha a visualização do 
campo operatório 
d) Pinças Hemostáticas: Pode ser realizado 
por enrolamento do vaso, ou como pré-
ligadura 
e) Ligadura: Após o pinçamento dos vasos, o 
fio será usado para ligar o vaso 
definitivamente 
f) Transfixação: Feito com uma agulha 
atraumática (não cortante), passando-a por 
dentro do vaso – Uma primeira ligadura é 
feita abrangendo um lado do vaso, a seguir 
leva-se os cabos do fio para o outro lado do 
vaso, buscando passá-lo por baixo do ponto 
onde a agulha passou, para em seguida 
completar a transfixação. 
 
* Usado em vasos mais calibrosos 
* Impede que haja deslizamento ou perda da 
ligadura. 
g) Eletrocoagulação – bisturi elétrico: 
Passagem de corrente elétrica de alta 
frequência, onde se consegue promover a 
hemostasia ao mesmo tempo em que se faz 
a incisão. 
* É preciso tomar cuidado, pois estes 
aparelhos não conseguem atuar em grandes 
vasos. Além disso, não deve ser utilizado 
álcool imediatamente antes do bisturi, pois 
corre o risco de queimar o paciente 
2.3.2) Métodos químicos 
a) Esponja de fibrina absorvível: Utilizada para 
hemorragia em órgãos parenquimatosos, é 
absorvida em poucas semanas – também 
atua como método físico, fazendo 
compressão no local. 
b) Adrenalina: Uso local, gera vasoconstrição. 
Utilizada em sangramentos 
superficiais/periféricos, juntamente com o 
uso de gaze para compressão. 
c) Vitamina K: Injetável – Participa na síntese 
da protrombina (cicatrização). Utilizada para 
pós-operatório. 
 
 
 
 
3. Síntese- Conjunto de manobras manuais e 
instrumentais, através do uso de fios e 
outros materiais, que visa reestabelecer a 
condição anatômica funcional dos tecidos – 
reconstruir, recompor e restituir a 
integridade de estruturas, órgãos e tecidos 
que foram explorados. 
- A síntese definitiva é um processo biológico 
(cicatrização), porém, até que ele ocorra, é 
necessário que os tecidos permaneçam 
permanentemente justapostos 
- Evita herniações, eventrações, 
eviscerações e minimiza as infecções pós-
operatórias. Por isso, é um ato obrigatório na 
maioria dos procedimentos cirúrgicos. 
- Técnicas: Sutura (união de bordas de uma 
ferida) 
- Condições para se estabelecer uma boa 
síntese/cicatrização: Anti-sepsia e assepsia 
adequadas, hemostasia perfeita, abolição do 
espaço morto (não se deve deixar espaços 
sobrando por acumular secreções 
consequentemente deslocando a pele e 
gerando desconforto), bordas das feridas 
limpas e regulares, ausência de corpo 
estranho e tecido morto, posição anatômica 
correta (síntese na mesma direção da 
diérese), tração moderada dos nós, escolha 
correta dos instrumentais e materiais de 
sutura. 
- Classificação: 
3.1) Síntese sem sutura 
* Adesivos cirúrgicos, podendo ser biológicos 
ou sintéticos 
* Vantagem: Diminui o tempo cirúrgico 
* Desvantagem: Não possuem força 
tensional suficiente (utilizados na pele, em 
cortes superficiais). 
3.2) Síntese com prótese 
* Para reforçar os tecidos ou estruturas 
envolvidas no processo cirúrgico, ou quando 
se faz necessária a reconstrução tecidual. 
* Enxertos ou implantes, podendo ser 
biológicos (membranas biológicas - pericárdio, 
peritôneo, fascia lata) ou sintéticos (malhas 
sintéticas de polipropileno, teflon e dacron) 
* Cirurgias de hérnias ou traumáticas com 
perda de parede. 
 
3.3) Síntese com sutura 
- Etapa importante do ato cirúrgico, que tem 
função de manter os tecidos vem coaptados, 
favorecendo e agilizando a recuperação da 
região incisada. 
- A escolha do material é de suma 
importância para o sucesso do pós-
operatório. Deve-se escolher fios que 
resistam à tração e tensão do local incisado, 
sempre priorizando o menor fio possível de 
acordo com o tecido. 
- Características dos fios de sutura ideal: 
Fácil manuseio, reação mínima no tecido, 
inibição do crescimento bacteriano, 
resistência à tração e torção, não alergênica, 
não carcinogênica e não magnética, de calibre 
uniforme, firme e regular, não ser cortante, 
baixo índice de fricção, preço acessível ao 
procedimento 
- Outras características: 
*Capilaridade: É a capacidade de um fio 
absorver líquido, dependendo do nível de 
capilaridade pode ajudar na síntese 
*Memória: É a capacidade de um fio em 
voltar à sua forma original. A alta memória 
dificulta o manuseio do fio. 
*Força do nó: É a força necessária para que 
um nó escorregue. Está relacionado com o 
coeficiente de atrito, que é a capacidade do 
fio em deslizar pelos tecidos (quanto maior o 
coef. De atrito, maior o deslizamento, porém, 
a possibilidade em desfazer o nó também 
aumenta) 
*Reação tecidual: Capacidade de um fio em 
induzir reação, ocasionada pelo tipo de 
material utilizado no fio, pelo trauma da 
passagem da agulha e pela isquemia 
provocada pela confecção da sutura e do nó. 
*Elasticidade: Capacidade de distensão de um 
fio com retorno à sua forma original. 
*Plasticidade: Capacidade do fio em se moldar 
à sua nova forma após ser tracionado. 
 
3.3.1) Classificação dos fios de sutura: 
Orgânicos ou sintética, podendo ser 
absorvíveis, não absorvíveis, mono ou 
multifilamentar (torcido, trançado simples, 
trançado revestido – cromado)
 
a- Monofilamentar 
b- Multifilamentar torcido 
c- Multifilamentar trançado simples 
d- Multifilamentar trançado revestido 
3.3.2) Reação tecidual: 
*Quanto maior o fio, maior será sua reação. 
*Se inicia com a passagem da agulha no 
tecido, porém sua aparição ocorre entre o 
2º e 7º dia após a sutura. 
*Reações intensas e prolongadas provocam 
infecção e deiscência 
*Fios multifilamentares geram maior reação 
tecidual e agregação bacteriana 
*Fios orgânicos causam maior reação aguda, 
enquanto os sintéticos provocam reações 
crônicas (granulomas de corpo estranho, 
onde o fio é envolto por tecido fibroso) 
 
- Em locais de cicatrização lenta, deve-se 
optar por fios não absorvíveis 
- Fios absorvíveis sintéticos: Por serem 
degradados por hidrólise, não são afetados 
pelo suco gástrico ou entérico 
- Quando a sutura puder trazer 
complicações, deve-se optar por fios 
absorvíveis pelo seu curto prazo de 
permanência. 
- Infecções no local da sutura: Tecidos mais 
moles que o habitual, colágeno degenerado – 
Pode causar deiscência ou defeitos na 
cicatrização com mais facilidade, gerando 
queloides ou até mesmo abrindo a ferida pela 
deiscência. 
 
Principais fios de 
sutura 
3.3.2) Fios Absorvíveis: 
a) Categute / Catgut: 
*Fio orgânico de origem animal – Não é 
necessário retirar os pontos – produzido a 
partir do intestino de ovinos e bovinos 
*Monofilamentar torcido 
*Pode ser simples (absorção de 5 a 7 dias) 
ou cromado (revestido – absorção de 15 a 
20 dias) 
*Absorção: Fagocitose por neutrófilos e 
macrófagos. É uma absorção que depende da 
reação do organismo, portanto é irregular. 
*REAÇÃO TECIDUAL: 
-Simples: Exsudativa mais intensa – células 
polimorfonucleares, que irão fagocitar e 
absorver o fio; 
-Cromado: Proliferativa – células 
polimorfonucleares e células gigantes. 
*Baixa força tênsil (principalmente se estiver 
ressecado), baixa força do nó e baixa 
memória 
*Alta capilaridade 
*Indicado para locais com baixa resistência, 
como ligadura de vasos sanguíneos e alguns 
procedimentos nas vias urinárias. 
*Contraindicado para locais com tensão, 
procedimentos neurológicos e 
cardiovasculares, aponeuroses e tecidos 
contaminados ou edemaciados. 
b) Ácido poliglicólico – Dexon ou Polycryl 
*Fio sintético multifilamentar trançado 
*Absorção: Ocorre por hidrólise, em 40 a 
70 dias, com perda de grande parte de sua 
força tênsil em torno de 28 dias. 
*Sua reação inflamatória é menor que o 
catgut, portanto é mais estável, porém 
sensivelmente maior que a do poligalactina 
910. 
*Ocorre pouca aderência bacteriana apesar 
da configuração física. 
*Indicado para fechamentos em geral 
(exceto aponeuroses, por causa da perda de 
força tênsil) 
*Contraindicado para cirurgias neurológicas, 
cardiovasculares e pancreáticas (sofre ação 
de enzimas como lipase e amilase) 
c) Poligalactina 910 – Vicryl 
* Fio sintético multifilamentar 
*Absorção: Hidrólise, entre 30 e 40 dias 
* Força tênsil superior à do ác. Poliglicólico 
devido à ação do ácido lático, que aumenta 
sua força. 
* Mesmas indicações do ác. Poliglicólico 
*Contraindicado para oftalmologia, neurologia 
e cirurgias cardiovasculares 
*Desfaz o nó com facilidade. 
d) Poliglecaprone – Monocryl / Caprofyl 
*Fio sintético monofilamentar 
*Muito utilizado atualmente pelo manuseio 
facilitado – utilizado para suturas internas 
*Absorção: Hidrólise, entre 90 a 120 dias 
(tempo longo) 
* Força tênsil e deslizamento adequados 
*Indicações iguais ao ácido poliglicólico, sendo 
muito utilizado nos tratos gastrointestinal, 
urinário e em fechamentos de pele. 
*Contraindicado para aponeurose, 
oftalmologia (córnea ou mucosa), neurologia e 
cirurgias cardiovasculares. 
e) Polidioxanona – PDS II 
*Fio sintético monofilamentar 
*Absorção: em torno de 180 dias 
* Pouca reação tecidual, baixa memória 
* Boa força tênsil e pliabilidade (manuseio) 
razoável 
*Pode ser utilizado em cirurgias pancreáticas 
e em tecidos infectados 
* Contraindicado para neurologia e próteses 
em geral. 
f) Poligliconato – Maxon 
* Fio sintético monofilamentar 
* Absorção: Hidrólise, entre120 e 160 dias 
* Pouca reação tecidual, boa força tênsil e 
baixo arrasto tecidual 
*Indicações e contraindicações iguais à 
polidioxanona 
3.3.3) Fios não absorvíveis: 
a) Seda: 
*Fio orgânico, de origem animal (bicho-da-seda), multifilamentar trançado 
*Utilizado atualmente na odontologia e em 
cirurgias gastrointestinais 
*Baixo custo, boa pliabilidade e pouca 
memória 
*Boa força tênsil (decai em meses), 
biodegradado em aprox. 2 anos 
*Possui alta reação tecidual, podendo 
potencializar processos infecciosos 
 
b) Algodão 
*Fio orgânico, de origem vegetal, 
multifilamentar torcido 
*Utilizado atualmente em cirurgias de 
grandes animais 
*Produz intensa reação inflamatória e é 
altamente capilar 
*Boa força do nó, menor resistência e baixa 
memória 
*Indicado para ligaduras 
*Contraindicado para cirurgias do trato 
urinário, pacientes com hipersensibilidades ou 
tecidos infectados 
c) Nylon / Nailón / Mononylon: 
*Fio sintético, podendo ser mono ou 
multifilamentar trançado 
*Baixa reação inflamatória – considerado 
inerte, alta memória e boa força tênsil 
*Baixo arrasto tecidual, força do nó e 
capilaridade. 
*Marca de confiança: Shalon 
*Indicado para fechamentos em geral, 
proncipalmente pele, podendo ser usado 
também em anastomoses intestinais, vias 
biliares, cirurgias cardiovasculares e 
neurocirurgias. 
*Contraindicado para cirurgias no trato 
urinário – pode ter precipitação de sais 
próximo ao fio, que levarão à formação de 
cristais. 
*Os nós podem incitar uma reação de corpo 
estranho a longo prazo. 
d) Polipropileno - Prolene 
*Fio sintético, monofilamentar 
*Características, indicaçõese 
contraindicações semelhantes ao nylon 
*Utilizado em cirurgias cardiovasculares por 
não induzir trombos 
*Mais caro que o nylon 
e) Poliéster – Dacron 
*Fio sintético, multifilamentar trançado 
*Alta força tênsil e força do nó 
*Baixa memória 
*Alta reação tecidual 
*Indicado para locais com alta resistência – 
aponeuroses. 
*Pouco utilizado em cirurgias de pequenos 
animais 
f) Aço 
*Fio sintético, podendo ser mono ou 
multifilamentar, torcido ou trançado 
*Alta força tênsil e baixa reação tecidual 
*Baixa pliabilidade, pouco flexível 
*A confecção do nó requer material especial 
(porta-agulha para fio de cerclagem) 
*Deve ser torcido para a confecção do nó 
*Indicado para locais que necessitam de alta 
força tênsil, como tecidos ósseos, e 
contraindicado para tecidos moles, podendo 
causar lesões e/ou necrose 
*Reação tecidual: Formação de uma cápsula 
fibrosa revestindo o fio 
Agulha 
Podem variar sua 
conformação de 
acordo com as 
necessidades dos 
tecidos a serem 
suturados, do tipo de 
fio a ser conduzido 
- Podem ser retas, curvas (1/2, 1/4, 3/8 ou 
5/8 de círculo) ou mistas (extremidade com 
1/4 de círculo) 
 
 
 
 
 
 
 
* Corpo: 
- Cilíndrico: Pouca resistência, atraumática, 
má fixação para o porta-agulha. 
- Achatado: Pouca resistência, atraumática, 
boa fixação para o porta-agulha 
- Trapézio: Cortante, utilizada em tecidos de 
maior resistência, boa fixação para o porta-
agulha. 
- Triangular: Mais cortante, utilizada em 
tecidos de maior resistência 
* Ponta: 
- Cilíndrica: atraumática, símbolo 
 
 
- Romba: Atraumática, símbolo 
 
 
- Cortante: Traumática, símbolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Suturas 
* Classificação quanto à continuidade: 
1. INTERROMPIDAS / DESCONTÍNUAS: 
- A cada ponto é feito um nó e o fio é 
cortado. 
- Vantagens: Maior segurança na sutura, 
menor quantidade de fio na ferida, contribui 
para a drenagem de seroma (espaço entre 
pontos) 
- Desvantagens: Maior tempo para execução, 
maior reação inflamatória (pela maior 
quantidade de nós), maior gasto de fios 
1.1 – Ponto simples interrompido: 
- A agulha entra por uma borda e sai pela 
outra, dando um nó por cima na lateral, para 
evitar a reação tecidual 
- Boa acomodação dos tecidos 
- Rápida e de simples execução 
- Indicação: Pele, fáscia muscular, vaso 
sanguíneo, intestino, cápsula renal, ureter, 
uretra, córnea, linha média, traqueia, nervo e 
diafragma. 
 
 
 
 
1.2 – Wolff / ponto em U horizontal / 
Colchoeiro horizontal: 
- Os fios não passam sobre as bordas da 
ferida – 2 passagens paralelas e 
equidistantes através da ferida 
- Boa sustentação da ferida, sem comprimir 
as bordas 
- Como o nó fica por baixo das bordas, o fio 
formará uma protuberância da pele por cima 
- Indicações: Pele, suturas de hérnias, 
aponeuroses 
 
1.3 – Donatti / Ponto em U vertical / 
Colchoeiro vertical: 
- Os fios não passam sobre as bordas da 
ferida 
- Boa sustentação, sem comprimir as bordas 
 
 
 
 
1.4 – Wolff e Donatti captonadas: 
- Utilizados cáptons (equipos/sondas uretrais 
cortadas) para diminuir a tensão da sutura, 
para que não haja o rompimento dos fios 
- Os nós são dados por cima deles. 
 
1.5 – Swift: 
- Semelhante à sutura simples, porém o nó 
fica para o interior da ferida 
- Indicação: esôfago cervical – para que a 
ponta do nó não atrapalhe o nervo 
 
1.6 – Sultan / Ponto em X: 
- Ajuda a espalhar a tensão localizada 
- Indicada para locais com tensão 
 
1.7 – Perto-longe-longe-perto 
- Utilizado em locais de muita tensão 
- Dois pontos em um 
- Auxilia na diminuição da tensão da pele 
- Utilizado em cirurgias oncológicas, com 
retirada de parte da pele 
1.8 – Lembert interrompido 
- Invaginação das bordas da sutura 
1.9- Jaquetão ou sobreposição 
- Sobreposição das bordas 
- Utilizado em cirurgias articulares (suturação 
da cápsula articular, para deixá-la mais justa 
e não luxar a patela) 
2. CONTÍNUAS: 
- Feitas com apenas um fio, sem interrupção 
- Todas iniciam com um ponto simples 
- Vantagem: Menor tempo cirúrgico 
- Desvantagem: Quando um ponto sofre 
ruptura, toda a sutura é desfeita. Além disso, 
maior quantidade de fio na ferida 
 
2.1 – Simples contínua: 
- A agulha sempre entra pela mesma borda 
da ferida e sai pelo lado oposto 
- Boa acomodação para tecidos elásticos 
- Boa vedação 
- Rápida execução 
- Utilizado em mastectomia 
 
2.2 Festonada / Reverdin / Entrelaçada: 
- Semelhante à simples contínua, porém a 
medida que a linha de sutura progride, a 
extremidade da agulha é colocada através do 
laço oposto, resultando no entrelaçamento do 
laço 
- Indicada para locais de maior resistência 
- Maior gasto de fio 
- Promove a hemostasia unilateral (comprime 
mais um lado que o outro) 
 
2.3 – Cushing: 
- Invaginante 
- Não contaminante – trabalha apenas a 
camada seromuscular 
- Agulha penetra paralela à ferida 
- Boa vedação da ferida, inverte suas bordas 
- Cirurgia de bexiga, TGI, cesárea. 
 
2.4 – Connell: 
- Semelhante à de Cushing, porém este tipo 
pega todas as camadas, inclusive a mucosa – 
padrão seromucosa 
- Mesma tensão que a Cushing, não sendo 
utilizada para locais com alta tensão 
2.5 – Lembert: 
- Invaginante 
- Não contaminante - seromuscular 
- Agulha perpendicular à ferida 
- Pode ser realizada como sutura separada 
ou contínua 
- utilizada em vísceras ocas ou em 
pregueamento de tecidos 
 
 
 
 
2.6 – Bolsa de tabaco/bolsa de fumo: 
- Sutura realizada em círculo, utilizada em 
orifícios, órgãos ocos e fixação de sondas 
percutâneas 
- Entradas iguais da agulha são realizadas ao 
redor do orifício, até que a agulha termine a 
volta 
- Pode ser utilizada em fechamento de 
orifícios naturais, como o ânus, evitando a 
contaminação ou saída de líquidos 
 
Nós 
Primeiro seminó: Contenção 
Segundo seminó: Fixação 
Terceiro seminó: Segurança

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