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A metodologia não-diretiva de Carl Rogers diz que não é o psicólogo que vai dirigir tudo, Rogers acredita que o psicólogo vai ser só um mediador, o incentivador, enquanto é o cliente que vai buscar o seu processo de cura. Então, é uma metodologia centrada no cliente, e coloca a pessoa como centro. Então, cabe ao cliente a condução e o sucesso do seu tratamento, o psicólogo vai ser um facilitador desse processo, e esse método também se aplica nas práticas pedagógicas, onde, o mesmo deve ocorrer com o processo de ensino- aprendizagem. Existem projetos escolares que trabalham com essa linha de pensamento, usando uma pedagogia não-diretiva, onde os alunos que dizem o que querem aprender, e confiam no para um professor para que ele seja uma espécie de tutor, alguém que vai orientar essa busca pelo conhecimento. Ele vai dar destaque a relação de confiança que deve existir entre o aluno e o professor, e vai dizer que isso é fundamental nas práticas pedagógicas. A Corrente Humanista foi desenvolvida por Carl Rogers, e ela possui uma visão otimista do ser humano, enquanto se considera que na psicanálise há uma visão pessimista pela ideia de se estar fadado às neuroses e psicoses. Para Rogers, a sanidade mental e o desenvolvimento pleno das potencialidades pessoais são as tendências naturais da evolução humana, para ele, o que é natural no humano é ser saudável. Removidos eventuais obstáculos nesse processo, as pessoas retomam a progressão construtiva. Se há algo impedindo a pessoa ser saudável, como questões sociais, ao retirar esses obstáculos, a pessoa volta a ter um desenvolvimento pleno e saudável, porque o natural do ser humano é isso. Ele chama a atenção para a formação da pessoa, a importância de viver em busca de uma harmonia consigo mesma e com entorno social, então, o ser humano tem uma tendência à saúde e ao bem- estar. O Conceito de Atualização de Rogers vai dizer que o ser humano se sente estimulado em direção à alguma coisa. Roger considera que existe uma força motriz no ser humano, que o leva a essa atualização, a uma renovação, a um processo de criação, é justamente por existir essa tendência a atualização, a criação, a renovação, que o ser humano criou a cultura e a sociedade. Entretanto, a cultura e a sociedade ganham vida própria e acabam agindo contra o próprio ser humano, como por exemplo, construções sociais sobre o que eu devo ser, que cria conflito com aquilo que eu realmente sou. A Consideração Positiva são atitudes de cuidado de carinho, de atenção e proteção, e aqui, Rogers vai dizer que as pessoas buscam por relações harmoniosas e que vão envolver essas Considerações Positivas dentro dessas relações. Ou seja, buscamos nas nossas relações aquilo que nos faz bem, as Considerações Positivas de um outro nos fazem bem. Porém, Rogers vai dizer que a sociedade e a cultura, ao ganharem vida própria, agem na contramão das Considerações Positivas. Essa contramão seriam mecanismos que a sociedade a cultura criam que são contrários as relações harmoniosas A Valorização Condicional entra nos mecanismos contrários à Consideração Positiva, criadas pela cultura e sociedade, e essa Valorização Condicional é uma atitude de valorizar o indivíduo se ele merecer, e daqui, surgem mais dois conceitos: Consideração Positiva Condicional: Por conta desse mecanismo de valorização condicional, vai ser criado a Consideração Positiva Condicional, que por sua vez, o sujeito só vai receber aquele carinho e cuidado da Consideração Positiva se ele tiver um bom comportamento, onde acaba funcionando como uma espécie de recompensa. Aqui, apresenta uma crítica de Rogers ao Behaviorismo, por conta da sociedade criar esses mecanismos de recompensa, e ele vai tratar isso como algo negativo, que produz consequências negativas. Autoconsideração Positiva Condicional: A Autoconsideração Positiva Condicional tem a ver com a valorização que damos a nós mesmos, entretanto, isso se dá de acordo com o valor que vem do outro, e a partir disso a gente começa a desenvolver cobranças internas em detrimento daquilo que o outro pensa de mim, então, aparecem visões negativas que temos de nós mesmos por conta de imposições que são do outro, ou seja, as imposições sociais. Esses valores são extremamente prejudiciais pois negam a subjetividade de cada indivíduo por conta dessas cobranças colocadas pela sociedade. Esses mecanismos que a cultura e a sociedade criam vai gerar um entre aquilo que eu sou e aquilo que eu devo ser para a sociedade, e Rogers vai dizer que é esse conflito, essa incongruência entre eu sou e aquilo que eu deveria ser, que vai gerar o processo de neurose. Para Rogers, essa neurose não é normal, pois é um conflito que vai existir por causa da pressão do meio externo que exige do sujeito que ele seja algo que não é para cumprir as exigências sociais, que gera defesas psicológicas (neuroses) no desequilíbrio da relação harmônica com si mesmo. A Escola Diretiva, para Rogers seria uma escola que é tradicional, que não se importam sobre o que o aluno tem de interesse, de vontade de aprender, e que impõe a ela o tempo todo, pode tirar desse sujeito a vontade de aprender e de criar, e pode trazer, então, esse sentimento de incapacidade de aprender. No ensino direcionado, o aluno é obrigado a aprender aquilo que a escola decide que é importante para ele aprender, e isso desconsidera a subjetividade do aluno. Já na escola não-diretiva, o papel do professor é ser um facilitador desse processo de busca do interesse do aluno, e interferir o menos possível. E, aqui, o mais importante vai ser a relação horizontal, sem hierarquia, permeada de confiança, entre o aluno e o professo, onde o professor deve valorizar ao aluno por aquilo que ele é, dar atenção, ter cuidado, fornecer as orientações necessárias e atendendo as preocupações e necessidades daquele aluno, possibilitando o seu desenvolvimento pleno de uma maneira saudável, respeitando suas características, seus interesses e o seu tempo de aprendizagem. Para Rogers, uma escola tradicional que impõe, que nega a subjetividade do sujeito, os seus interesses e aquilo que ele quer aprender, não está favorecendo o desenvolvimento funcional pleno dessas pessoas, e está indo no caminho contrário do desenvolvimento saudável. Esse tipo de ensino tradicional, que gera o desinteresse do aluno não é o natural, e ele acontece por conta das imposições da sociedade, e os resultados desse tipo de ensino ou não tem importância ou são perniciosos Para Rogers, as pessoas só aprendem o que querem ou o que necessitam, e as características de uma pessoa saudável e as principais marcas desse estado de funcionalidade são: abertura a novas experiências, capacidade de viver o presente, confiança nos próprios desejos e intuições, liberdade e responsabilidade de agir e disponibilidade para criar. Rogers diz que alunos que estão aberto as aprendizagens e criam, que desejam aprender, estão no estado de funcionalidade plena, que é saudável.
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