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Aula 9 - Carl Rogers

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A metodologia não-diretiva de Carl 
Rogers diz que não é o psicólogo que vai 
dirigir tudo, Rogers acredita que o 
psicólogo vai ser só um mediador, o 
incentivador, enquanto é o cliente que vai 
buscar o seu processo de cura. Então, é 
uma metodologia centrada no cliente, e 
coloca a pessoa como centro. 
Então, cabe ao cliente a condução e o 
sucesso do seu tratamento, o psicólogo vai 
ser um facilitador desse processo, e esse 
método também se aplica nas práticas 
pedagógicas, onde, o mesmo deve 
ocorrer com o processo de ensino-
aprendizagem. 
Existem projetos escolares que 
trabalham com essa linha de pensamento, 
usando uma pedagogia não-diretiva, onde 
os alunos que dizem o que querem 
aprender, e confiam no para um professor 
para que ele seja uma espécie de tutor, 
alguém que vai orientar essa busca pelo 
conhecimento. 
Ele vai dar destaque a relação de 
confiança que deve existir entre o aluno e 
o professor, e vai dizer que isso é 
fundamental nas práticas pedagógicas. 
A Corrente Humanista foi desenvolvida 
por Carl Rogers, e ela possui uma visão 
otimista do ser humano, enquanto se 
considera que na psicanálise há uma visão 
pessimista pela ideia de se estar fadado às 
neuroses e psicoses. 
Para Rogers, a sanidade mental e o 
desenvolvimento pleno das potencialidades 
pessoais são as tendências naturais da 
evolução humana, para ele, o que é natural 
no humano é ser saudável. Removidos 
eventuais obstáculos nesse processo, as 
pessoas retomam a progressão 
construtiva. Se há algo impedindo a pessoa 
ser saudável, como questões sociais, ao 
retirar esses obstáculos, a pessoa volta a 
ter um desenvolvimento pleno e saudável, 
porque o natural do ser humano é isso. 
Ele chama a atenção para a formação 
da pessoa, a importância de viver em 
busca de uma harmonia consigo mesma e 
com entorno social, então, o ser humano 
tem uma tendência à saúde e ao bem-
estar. 
O Conceito de Atualização de Rogers 
vai dizer que o ser humano se sente 
estimulado em direção à alguma coisa. 
Roger considera que existe uma força 
motriz no ser humano, que o leva a essa 
atualização, a uma renovação, a um 
processo de criação, é justamente por 
existir essa tendência a atualização, a 
criação, a renovação, que o ser humano 
criou a cultura e a sociedade. 
Entretanto, a cultura e a sociedade 
ganham vida própria e acabam agindo 
contra o próprio ser humano, como por 
exemplo, construções sociais sobre o que 
eu devo ser, que cria conflito com aquilo 
que eu realmente sou. 
A Consideração Positiva são atitudes de 
cuidado de carinho, de atenção e 
proteção, e aqui, Rogers vai dizer que as 
pessoas buscam por relações harmoniosas 
e que vão envolver essas Considerações 
Positivas dentro dessas relações. 
Ou seja, buscamos nas nossas relações 
aquilo que nos faz bem, as Considerações 
Positivas de um outro nos fazem bem. 
Porém, Rogers vai dizer que a sociedade e 
a cultura, ao ganharem vida própria, agem 
na contramão das Considerações Positivas. 
Essa contramão seriam mecanismos que a 
sociedade a cultura criam que são 
contrários as relações harmoniosas 
A Valorização Condicional entra nos 
mecanismos contrários à Consideração 
Positiva, criadas pela cultura e sociedade, e 
essa Valorização Condicional é uma atitude 
de valorizar o indivíduo se ele merecer, e 
daqui, surgem mais dois conceitos: 
 Consideração Positiva Condicional: 
Por conta desse mecanismo de 
valorização condicional, vai ser criado a 
Consideração Positiva Condicional, que por 
sua vez, o sujeito só vai receber aquele 
carinho e cuidado da Consideração Positiva 
se ele tiver um bom comportamento, 
onde acaba funcionando como uma 
espécie de recompensa. Aqui, apresenta 
uma crítica de Rogers ao Behaviorismo, 
por conta da sociedade criar esses 
mecanismos de recompensa, e ele vai 
tratar isso como algo negativo, que produz 
consequências negativas. 
 Autoconsideração Positiva Condicional: 
A Autoconsideração Positiva 
Condicional tem a ver com a valorização 
que damos a nós mesmos, entretanto, isso 
se dá de acordo com o valor que vem do 
outro, e a partir disso a gente começa a 
desenvolver cobranças internas em 
detrimento daquilo que o outro pensa de 
mim, então, aparecem visões negativas 
que temos de nós mesmos por conta de 
imposições que são do outro, ou seja, as 
imposições sociais. 
Esses valores são extremamente 
prejudiciais pois negam a subjetividade de 
cada indivíduo por conta dessas cobranças 
colocadas pela sociedade. 
Esses mecanismos que a cultura e a 
sociedade criam vai gerar um entre aquilo 
que eu sou e aquilo que eu devo ser para 
a sociedade, e Rogers vai dizer que é esse 
conflito, essa incongruência entre eu sou e 
aquilo que eu deveria ser, que vai gerar o 
processo de neurose. Para Rogers, essa 
neurose não é normal, pois é um conflito 
que vai existir por causa da pressão do 
meio externo que exige do sujeito que ele 
seja algo que não é para cumprir as 
exigências sociais, que gera defesas 
psicológicas (neuroses) no desequilíbrio da 
relação harmônica com si mesmo. 
A Escola Diretiva, para Rogers seria uma 
escola que é tradicional, que não se 
importam sobre o que o aluno tem de 
interesse, de vontade de aprender, e que 
impõe a ela o tempo todo, pode tirar desse 
sujeito a vontade de aprender e de criar, 
e pode trazer, então, esse sentimento de 
incapacidade de aprender. No ensino 
direcionado, o aluno é obrigado a aprender 
aquilo que a escola decide que é 
importante para ele aprender, e isso 
desconsidera a subjetividade do aluno. 
Já na escola não-diretiva, o papel do 
professor é ser um facilitador desse 
processo de busca do interesse do aluno, 
e interferir o menos possível. E, aqui, o 
mais importante vai ser a relação 
horizontal, sem hierarquia, permeada de 
confiança, entre o aluno e o professo, 
onde o professor deve valorizar ao aluno 
por aquilo que ele é, dar atenção, ter 
cuidado, fornecer as orientações 
necessárias e atendendo as preocupações 
e necessidades daquele aluno, 
possibilitando o seu desenvolvimento pleno 
de uma maneira saudável, respeitando 
suas características, seus interesses e o 
seu tempo de aprendizagem. 
Para Rogers, uma escola tradicional que 
impõe, que nega a subjetividade do sujeito, 
os seus interesses e aquilo que ele quer 
aprender, não está favorecendo o 
desenvolvimento funcional pleno dessas 
pessoas, e está indo no caminho contrário 
do desenvolvimento saudável. 
Esse tipo de ensino tradicional, que gera 
o desinteresse do aluno não é o natural, e 
ele acontece por conta das imposições da 
sociedade, e os resultados desse tipo de 
ensino ou não tem importância ou são 
perniciosos 
Para Rogers, as pessoas só aprendem o 
que querem ou o que necessitam, e as 
características de uma pessoa saudável e 
as principais marcas desse estado de 
funcionalidade são: abertura a novas 
experiências, capacidade de viver o 
presente, confiança nos próprios desejos 
e intuições, liberdade e responsabilidade de 
agir e disponibilidade para criar. 
Rogers diz que alunos que estão aberto 
as aprendizagens e criam, que desejam 
aprender, estão no estado de 
funcionalidade plena, que é saudável.

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