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ACUE Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Apendicite Aguda: ➔ Incidência: 1 a cada 6 indivíduos; ➔ Idade: ○ Rara antes dos 2 anos; ○ Pouco frequente em idosos; ○ Mais comum em adolescentes e adultos jovens. ➔ Mortalidade < 1% (maioria por diagnóstico tardio). ➔ Apêndice tem variação de posições anatômicas (nem sempre está no Ponto de McBurney). ○ Outra possibilidade é a base do apêndice se encontrar na posição habitual porém o corpo não. Ex.: Apêndice retrocecal (relativamente comum, diagnóstico dificultado); ○ Pode confundir diagnósticos, como com colecistite aguda quando o apêndice for próximo da VB - Dor em HD; ○ Gestantes tem deslocamento superior do apêndice; Ponto de McBurney: ➔ Traçar linha imaginária entre a espinha ilíaca ântero-superior e a cicatriz umbilical. Dividir em 3. O ponto de McBurney se encontra na junção entre o terço médio com o terço distal. ★ Localização usual do apêndice vermiforme; ★ Sinal de Blumberg; ★ Incisão de McBurney. Causas: ● Apendicite ocorre devido à obstrução do lúmen apendicular. ○ Hiperplasia dos folículos linfóides → 60%; ✓ Apêndice possui grande quantidade de tecido linfóide, o qual aumenta durante a adolescência, sendo esse um dos motivos da prevalência ser em adolescentes e adultos jovens. ○ Fecalitos (corpos estranhos) → 35%; ○ Estenoses inflamatórias (ex.: Doença de Crohn), parasitas (ex.: Ascaris) e outras causas (ex.: Tumor de apêndice) → 5%. Sequência de Eventos: 1. Secreção mucosa estagnada na luz; 2. Proliferação bacteriana; 3. Secreção de toxinas (pela proliferação bacteriana); 4. Dano epitelial e ulceração da mucosa; 5. Invasão bacteriana e estabelecimento do processo inflamatório; 1 ACUE Gabriela Teixeira ATM 2024/2 6. Aumento da pressão intra-luminal e intersticial; 7. Isquemia; 8. Infarto e gangrena; 9. Perfuração do apêndice; 10. Plastrão (Massa resistente palpável na FID) e abscesso localizado ou peritonite difusa. Quadro Clínico Característico: ● Dor com início periumbilical (visceral) e migração para FID (parietal); ● Pode apresentar, inicialmente, anorexia, náuseas e vômitos (decorrente da presença de toxinas na circulação); ● Febre pode estar presente: ○ Baixa: Até 38ºC. 24 a 36h após o início dos sintomas. Início do quadro, sem complicações; ○ Alta: Indicativo de complicações (ex.: perfuração). ● Leucocitose (leve desvio à esquerda): ○ Em idosos pode haver contagem normal. ● EQU: Hematúria, se houver irritação do ureter ou bexiga (cuidar para não confundir com cálculo renal); ● Taquicardia (pela dor ou por toxinas bacterianas). Exame Físico: ➢ Dor à palpação: Normalmente ausente no quadro inicial; ➢ Dor à palpação do ponto de McBurney é precoce; ➢ Dor à percussão da FID; ➢ Dor ao toque retal e/ou vaginal: Apêndice de localização pélvica; ➢ Sinal de Blumberg; ➢ Sinal de Rovsing; ➢ Sinal do músculo psoas (Dor à extensão do MID); ➢ Sinal do músculo obturador (Dor à rotação externa do MID fletido); ➢ Percussão plantar, etc. ❖ Rigidez muscular na FID (percebida na palpação ou nos movimentos respiratórios); ❖ Rigidez do psoas e do quadrado lombar → Localização posterior do apêndice; ❖ Distensão abdominal (por íleo adinâmico); ❖ Dor e/ou retração testicular (inervação comum de ambas as estruturas - T10). Ecografia: ● Distensão do apêndice (aumento da luz) (> 6mm); ● Evidência maior das paredes; ● Não compressibilidade da luz; ● Alterações inflamatórias circundantes (líquido inflamatório) (áreas hiperecogênicas). 2 ACUE Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Bactérias em Apendicites Perfuradas: ❖ Quando ocorre perfuração, normalmente presença de flora multi bacteriana; ❖ Uso de ATB de amplo espectro! ❖ Apendicite não perfurada (fase inicial) → ATB de forma profilática; ❖ Aeróbios e facultativos: ○ Escherichia coli; ○ Streptococcus víridans; ○ Pseudomonas aeruginosa; ○ Streptococcus do grupo D; ○ Enterococcus. ❖ Anaeróbios: ○ Bacteroides fragilis; ○ Peptostreptococcus micros; ○ Biophilia (lactobacilos, Fusobacterium). Tratamento: ➔ Cirurgia é o tratamento padrão, porém, logo na confirmação ou suspeita do quadro, deve-se iniciar demais cuidados; ➔ Alguns casos podem regredir apenas com o uso de ATB, porém apresenta maiores riscos de complicações, sendo assim mais indicado o tratamento cirúrgico; ➔ Reposição volêmica; ➔ ATB com espectro para anaeróbios e aeróbios (especialmente gram-negativos): ○ Cefoxitina, clindamicina ou metronidazol + aminoglicosídeo, ceftriaxona + metronidazol); ○ Após a realização da cirurgia, decidir se o ATB será utilizado de forma terapêutica ou profilática; ○ Se não houver perfuração → Suspender ATB em 24h. 3 ACUE Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Cirurgia: ➢ Convencional: ○ Opções de incisão: Varia conforme a suspeita e o exame físico (ex.: localização do apêndice). Incisão de McBurney, Incisão de Davis, etc; ○ Drenagem de abcessos localizados (só se utiliza drenos em apendicites no caso de presença de abcessos); ○ Apêndice normal (caso o quadro tenha levado a suspeitar de apendicite, levando o paciente à cirurgia, porém, acabou se verificando que o apêndice não era o problema, ou seja, estava saudável, deve-se retirá-lo mesmo assim) . ➢ Acesso laparoscópico: ○ Especialmente quando o diagnóstico é incerto e em pacientes obesos; ○ Peritonite difusa. Atenção: ● Idosos: Apendicite simulando neoplasia: ○ Idosos apresentam quadro mais lento de apendicite, podendo ter menos sinais de irritação peritoneal, isso pode causar adensamento em torno do apêndice, e nos exames de imagem se verá um adensamento em torno do ceco, podendo ser confundido com tumor de ceco (tumores de intestino são muito comuns na população idosa). ● Jovens: Neoplasia manifesta por apendicite. ○ Origem da apendicite pode ser uma neoplasia; ○ Neoplasia endócrina do apêndice ou adenocarcinoma de apêndice, por exemplo. 4
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