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Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 1 Aula 01 - Manejo da Doença Oncológica Dr. Miguel Angelo de Marchi O Manejo • O manejo é a forma de condução, ou seja, a forma que vou conduzir essa doença, seja a doença que for. Toda doença é constituída de sinais e sintomas, caracterizando uma síndrome, para conhecer essa doença, você precisa saber: o A definição dela (“o que ela é”); o A etiologia (“as causas”); o A etiopatogenia (“como ela se manifesta”); o A fisiopatologia (“como ela determina as lesões”, ou seja, esse agente causador da lesão provoca que tipo de lesão? Como é essa lesão? Quais as consequências dessa lesão? Será que vai ter cura? Será que vai ter tratamento? Será que vai ter sequelas? Tudo isso faz parte da fisiopatologia e você reúne tudo isso fazendo a semiologia, a qual está ligada ao estudo de sinais e sintomas, que é fundamental você ter uma boa identificação, principalmente no paciente oncológico, que é altamente sensível, podendo até exagerar um pouco nos sinais e sintomas dele. Então, precisa ficar bem atento ao que ele vai mostrar para você. • Depois estabelece-se o diagnóstico, os exames complementares e o tratamento. • Então isso que significa manejo, toda vez que colocar para vocês manejo, é a forma de conduzir a doença. Objetivo da Terapêutica Oncológica • O objetivo é reduzir ou desacelerar o processo todo de formação neoplásica; ou, ainda, de bloquear o processo neoplásico. • Reduzindo, desacelerando ou bloqueando o processo de formação neoplásica, eu vou atuar naquele ciclo de divisão celular, naquelas fases onde ocorre a mitose e também na fase em que vou ter as divisões celulares controladas pelo DNA. • Todo o tratamento oncológico visa reduzir a replicação do DNA daquela célula e desacelerar a multiplicação celular. Isso também é feito no tratamento de algumas doenças como, por exemplo, a psoríase, na qual você reduz ou desacelera o processo mitótico dessas células; outro exemplo, é o tratamento das doenças das colagenoses, no qual você reduz a produção de autoanticorpos como ocorre no lúpus, na dermatomiosite, na esclerodermia, enfim, nas doenças reumatoides. • Então, todo o objetivo do tratamento oncológico também tem a ver com reduzir, desacelerar ou bloquear o processo. Opções de tratamento • Quando o médico vai fazer parte da escolha da terapêutica oncológica, ele precisa levar em conta: o Estágio ou estadiamento da doença; o Estado geral do paciente - Se esse paciente tem condições de passar por esse processo de tratamento, que vamos ver que as substâncias causam lesões tanto no DNA que está replicando de forma anormal, quanto naquelas células que o DNA está replicando de forma normal; o Preferência da equipe médica - A equipe médica, as vezes, pode ter uma forma de abordagem mais radical como a cirurgia; ou mais conservadora como a radioterapia; ou até mesmo uma forma intermediaria como realizar uma quimioterapia e/ou uma radioterapia e então realizar-se a cirurgia ou logo após a cirurgia realiza-se a quimioterapia/radioterapia; Hoje também existem as imunoterapias, as hormonioterapias. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 2 • Logo, tudo é em cima dos riscos e benefícios que aquele tratamento vai determinar ao paciente. E o médico precisa estar atento a essas 3 situações acima. RELEMBRANDO O ESTADIAMENTO CLASSIFICAÇÃO DE TUMORES MALIGNOS (TNM) • Quando nós temos uma lesão neoplásica, nós temos que ter 3 situações de classificação: o T - Tamanho → Varia de T1 (0,5 a 1 cm) à T4 (grandes volumes); o N - Presença de gânglios ou nódulos (gânglios linfáticos alterados), que vão ser uma defesa em relação à aquela lesão → Varia entre N0 (zero gânglios linfáticos alterados) à N3 (três gânglios linfáticos); o M – Metástase → Varia entre M0 (nenhuma metástase) à M1(qualquer tipo de metástase, podendo ser metástases locais, regionais ou a distâncias); • Devemos lembrar sempre, que vamos sempre estar vendo um paciente que está em tratamento pelo estadiamento triplo TNM (tamanho, gânglios linfáticos e metástase). • Exemplo: Lesão no TGI de 1 cm seria T1, com gânglios linfáticos regionais que seriam em torno de N2, com ausência de metástase então seria M0. • Essa classificação é o patologista que faz, é o oncologista quem faz, porém você - como clínico numa atenção básica, no seu consultório ou mesmo no ambulatório - vai receber uma situação como essa e vai ter que entender o porquê do paciente estar tomando uma medicação que está comprometendo o estado geral dele, talvez porque ele esteja numa fase T4N3M1. Então, essa é a importância de saber o estadiamento clínico. ESTADIAMENTO CLÍNICO • O estadiamento clínico: o É uma linguagem para o oncologista, ele vai ter uma ideia de como está esse tumor do ponto de vista de comprimir alguma estrutura (artéria, veia), pelo tamanho, pelos gânglios que podem ser localizados, regionais ou metastizados e pelas próprias metástases. o Além de ser linguagem para o oncologista, ele define condutas. o Troca conhecimentos, ou seja, no caso de alguma dúvida, você liga pro patologista ou “Ah, eu sou clínico não estou entendendo nada do que está acontecendo”, você liga pro oncologista. Porque o que na maioria das vezes acontece é que os pacientes vão para esses locais de tratamento radioterápico ou quimioterápico e no final das contas eles passam a ser acompanhados por nós, seja na atenção básica, seja no nosso consultório. o Portanto, nós temos sempre que estar associados ao estadiamento clínico, ao exame físico e aos exames complementares, que poderão ser dos mais diversos como nós vimos na nossa última aula de exames complementares. ESTADIAMENTO GERAL • Uma classificação mais geral, um estadiamento mais geral, isto está mais ligado aos carcinomas, aos melanomas também funcionam ou adenocarcinomas. Nós vamos encontrar o seguinte: o 0 – Carcinoma “in situ → É aquela lesão que em primeiro lugar ele não está em uma situação ainda de anaplasia, não está em uma situação de muitas divisões nucleares. Ele está mostrando que vai se transformar em um câncer, em um carcinoma, em um melanoma, em um adenocarcinoma. Esse carcinoma em “situ” está localizado, mas ainda não está definido muito como um carcinoma, ele está acabando de ser um carcinoma. E aí ele pode depois de uma certa fase e que fase é essa? Quando começam as divisões nucleares, quando começam as múltiplas divisões celulares de forma totalmente desorganizada, ele já passa a ser carcinoma e aí ele pode ter classificação I, II, III ou IV. o I – Invasão local inicial; o II – Tumor primário ou invasão linfática regional mínima → Está invadindo apenas as proximidades. Em geral os tumores gástricos ou do trato gastrointestinal tem muito invasão linfática regional mínima, bem próxima ao tumor. o III – Tumor local extenso ou invasão linfática regional extensa → Esse tumor não fica, não permanece essa metástase apenas na região, ele vai se estender para outras regiões do mesmo local que ele surgiu. o IV – Tumor localmente avançado ou presença de metástases → Ele é localmente avançado, já cresceu demais, um T4 por exemplo, pode estar comprimindo alguma víscera, algum vaso sanguíneo ou nervo e ele já determinou metástase a distância. Os principais locais para ocorrência de metástase a distância, dependem muito da localização do tumor, mas em geral são: 1. Pulmão; 2. Fígado; 3. Cérebro; 4. Ossos. Além desses, a pele também pode ser um local de metástase e ela pode até mostrar pela lesão da pele, qual a localização interna desse tumor no nosso corpo. • Então, sobre o estadiamento nós temos que ter mais ou menos uma ideia do Carcinoma in Situ, Invasão inicial, Invasão Regional Mínima, Invasão Regional Extensa e Metástase. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 3 Manejo da doença oncológica Características • Existe tratamento para muitos tiposde câncer; • Depende de cada situação particular; • Pode ocorrer único tratamento, como também pode ocorrer combinação de tratamentos. Mas sempre busca-se fazer o tratamento dependendo do estadiamento, da situação geral do paciente e da preferência da equipe médica. Tipos mais frequentes de tratamento com relação a doença oncológica • Cirurgia – É o mais radical; • Radioterapia; • Quimioterapia; • Imunoterapia; • Hormonioterapia. • Nós temos também os transplantes de medula óssea, que nós podemos colocar aqui. Nós temos os criotratamentos (tratamento com gelo). Nós temos a ablasão, que é um tratamento, no qual você curetra, você raspa, você fricciona a lesão. Esses são tratamentos que nós temos além do cirúrgico, da radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e hormonioterapia. Tratamento primário • Objetivos: o Remover por completo, é óbvio. A ideia é remover por completo, é você tentar tirar com margem de segurança e cada tumor obedece a uma margem de segurança. Por exemplo, os carcinomas de pele você teria que ter no mínimo uma margem que pode variar de 1, 2 ou 4 cm, já os melanomas você teria que ter uma margem muito mais extensa, muito mais de 2 cm, podendo atingir até 5 ou 6 cm. Então você tem que remover por completo e além de tudo não determinar nenhum tipo de lesão satélite que possa fazer com que o tumor se replique ou se divida. o Destruir/matar todas as células cancerígenas. • Como você faz? Quais são os 3 tipos de terapêutica com as quais você consegue remover por completo? Cirurgia, radioterapia e quimioterapia. E quais são os tratamentos, com os quais você consegue destruir as lesões cancerígenas? Cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Principalmente, radioterapia e quimioterapia matam as células cancerígenas, mas também destroem o que está ao redor em geral. • Portanto, se eu quiser remover algo, eu vou procurar ver se há condições de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia e se eu quiser destruição é mais radioterapia e quimioterapia. Tratamento adjuvante • O que é um tratamento adjuvante? É aquele tratamento em que eu vou procurar destruir as células neoplásicas que sobraram, que não foram removidas após o tratamento primário. • Então foi feito uma cirurgia, uma quimioterapia ou uma radioterapia e você faz uma biopsia daquele local ou observa por um exame de imagem, que alguma célula neoplásica foi crescendo e se desenvolvendo no local e você precisa destruir para que ela não faça tudo novamente. • Você vai destruir as células neoplásicas remanescentes com o objetivo de impedir e evitar o retorno. • Nesse momento podem ser utilizados 3 tipos de tratamentos: o Quimioterapia; Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 4 o Radioterapia; o Terapia hormonal; • Então, toda vez que eu tiver que colaborar com o tratamento primário, eu chamo de tratamento adjuvante ou coadjuvante. Terapia neoadjuvante • O que é o tratamento neoadjuvante? Quer dizer um novo tratamento. Quando você tem um tumor, uma lesão muito extensa e você observa que o melhor seria cirurgia, porém você vai lesar muito mais o local e vai retirar ou lesar muitas células ou tecidos normais, você vai optar por um tratamento muito mais efetivo inicialmente. • Ele vem antes do tratamento primário. Quais são os tratamento primários? Cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Tudo bem, mas eu preciso reduzir o tamanho, facilitar a cirurgia, transformar isso em mais efetivo, portanto, eu vou fazer um tratamento prévio (neoadjuvante) e imediatamente na sequência faço o tratamento primário. • O que vou usar como tratamento neoadjuvante? Os mesmos tratamentos dos adjuvantes: o Quimioterapia para reduzir o tamanho; o Radioterapia para reduzir o tamanho; ou o Terapia hormonal para reduzir tamanho. • O exemplo mais comum da utilização de terapia hormonal no sexo masculino é no caso do câncer de próstata, através da qual você reduz o tamanho desse tumor, facilita a parte urinaria desse paciente, facilita com que ele tenha um conforto, para verificar se é necessário a cirurgia ou não. • Então o tratamento neoadjuvante é um tratamento com o objetivo de facilitar ou tornar mais efetivo o tratamento primário. Tratamento paliativo • O que é um tratamento paliativo? Em geral, é um tratamento para duas situações importantes: o Situações improváveis de cura, ou seja, quando você percebe que o paciente está em T4N2M1, por exemplo, ele está com metástase regional, linfáticos regionais acometidos, faz-se um ultrassom e observa-se lesão no fígado, no pulmão e no cérebro pela tomografia. Portanto, o tratamento paliativo, já está dizendo, vai manter as condições de saúde desse paciente para que ele não sofra, não tenha dor, para que ele não tenha dispneia ou dificuldades respiratórias, para que ele não tenha alterações de compressão por um vaso sanguíneo importante ou um nervo importante, onde ele pode apresentar essas alterações. o Devido aos próprios efeitos adversos do tratamento. As vezes você precisa, pós radioterapia ou quimioterapia, interromper esse tratamento por um tempo e fazer algum tratamento paliativo, de manutenção ou curativo como: Tratamento para dor, tratamentos com cremes ou pomadas para aquela região; ou se for um órgão mais interno o tratamento é mais com medicações intravenosas, para melhorar a hidratação, melhorar dor e melhorar sinais e sintomas que possam levar a esses efeitos adversos. Quando você quer tratar antes ou logo após para facilitar o tratamento primário é adjuvante ou neoadjuvante. Quando você tem uma situação improvável de cura e quer reduzir os efeitos desagradáveis desse tumor é tratamento paliativo. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 5 Opções de Tratamento Cirurgia • Cirurgia é a opção de tratamento que remove o maior volume possível da lesão e com margem de segurança e se você conseguir remover o volume total melhor ainda. • Então, o procedimento cirúrgico visa remoção do maior volume ou do volume total daquela lesão. Quimioterapia • Existem mais de 100 quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer, os quais são agrupados em grupos. Nós vamos ver quais são esses grupos. Obs.: Não é obrigatório guardar esses nomes dos componentes de cada grupo, porém é fundamental saber o nome dos principais grupos para que se algum paciente chegar para nós em qualquer situação, independente da especialidade que exercermos no futuro, nós possamos o porquê que esta havendo aquele efeito, daquele medicamento. Portanto, é importante que eu grave os nomes dos grupos. • O tratamento da quimioterapia pode ser feito de forma isolada ou pode combinar com outros medicamentos/tratamentos como a radioterapia, a cirurgia. • A quimioterapia tem como objetivo 2 situações: o Procurar fazer o equilíbrio entre destruir as células cancerígenas, para curar ou controlar a doenças; o E, ao mesmo tempo, poupar as células normais para diminuir os efeitos colaterais. • Nós vamos ver um pouco mais para frente que tem algumas quimioterapias e até mesmo radioterapias, que hoje são feitos intralesão (dentro da lesão) ou perilesional (ao redor da lesão) para você atacar especificamente o tumor, reduzir aquele tamanho e facilitar a cirurgia. Então sempre ao fazer esse equilíbrio de destruir células cancerígenas e poupar células normais. • Existem diferentes compostos químicos e diferentes formas de administração como via oral, via parenteral e, hoje, a mais utilizada é a via endovenosa. Existe a quimioterapia, a hormonioterapia que é intradérmica, existem outras que são subcutâneas ou intralesional, isso é chamado intratecal, na qual você vai na membrana basal, na divisão entre uma célula e outra, coloca-se um quimioterápico para entrar na célula. Efeitos Colaterais • A quimioterapia tem ação específica contra o câncer, mas ela tem seus efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais importantes são: o Náuseas (enjoo); o Vômito; o Desidratação;o Sinais de hipopotassemia, hipocalcemia e hiponatremia. • Os efeitos colaterais ocorrem de forma imediata ou até 24 horas após o efeito da quimioterapia e, às vezes, é necessário parar, fazer um tratamento paliativo e retornar. Hoje, com esses tratamento mais localizados, estão havendo menos efeitos colaterais, mas ainda ocorrem, como a destruição de células que não deveriam ser destruídas, comprometendo o estado geral do paciente. Medicamentos Quimioterápicos • Os medicamentos quimioterápicos têm como alvo as células em diferentes fases do processo de formação denominado ciclo celular. O ciclo celular tem aquelas 4 fases dele de diferenciação e o quimioterápico age no ciclo celular, portanto, ele age no DNA das células. Por isso, o cálculo das doses e das frequências são feitos em cima dessa possibilidade, do processo de neoformação neoplásica desse ciclo celular. • As células cancerígenas tendem a formar novas células mais rapidamente do que as células normais, o que as torna um alvo ideal para os medicamentos quimioterápicos. Então a divisão Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 6 celular é tão proliferativa, que as células se tornam tão frágeis, tornando-se alvos para os quimioterápicos. • Porém, o grande problema está aqui: A quimioterapia geral não diferencia as células saudáveis das células cancerígenas, causando danos inclusive às células normais o que leva aos efeitos colaterais. Tipos de Quimioterapias • Os quimioterápicos podem ser agrupados de acordo com sua estrutura química e como interagem com os outros medicamentos. • Alguns medicamentos atuam de mais de uma maneira e podem pertencer a mais de um grupo. Inclusive, nós vamos ter alguns quimioterápicos que são utilizados para o tratamento da psoríase, de lúpus, da artrite reumatoide e de doenças reumáticas. • Então, os quimioterápicos vão agir de forma a impedir o processo de divisão celular, atuando nas 4 fases dessa divisão. Nós temos quimioterápicos endovenosos, orais, tópicos e que poderão ser utilizados de acordo com a preferência e o estadiamento de cada tumor. • Grupos de quimioterápicos: o AGENTES ALQUILANTES ▪ São aqueles que causam dano intenso no DNA, porque ele age em todas as fases do ciclo celular. ▪ São os agentes mais utilizados, praticamente em todos os tipos de câncer. ▪ Tem como função destruir todo o ciclo celular e não apenas uma fase do ciclo. O que deu pra ver com o nome dos nossos agentes quimioterápicos é que eles, às vezes, fazem parte de uma só situação do ciclo celular. ▪ Tem que guardar: Agente alquilante lesa toda a fase celular, levando um dano ao DNA. ▪ O que é grave nos agentes alquilantes? Que eles lesam medula óssea e podem provocar leucemia. ▪ GUARDAR: Não precisa gravar o nome de todos os alquilantes que vão ser passados. Mas precisa guardar que o agente alquilante age no ciclo celular como um todo e a sua gravidade, que ele atinge células normais com facilidade, provocando lesão em medula óssea e leucemia. ▪ Exemplos: • Altretamina; • Busulfan; • Carboplatina; • Carmustine; • Clorambucil*; • Cisplatina; • Ciclofosfamida**; • Dacarbazina; • Lomustina; • Melfalano; • Oxaliplatina; • Temozolomida; • Tiotepa. o ANTIMETABÓLITOS ▪ Os Antimetabólicos interferem na fase de duplicação desse DNA e na fase da produção do RNA. Então eles vão destruir as copias de DNA e RNA das células cancerígenas. ▪ Interferem no DNA e do RNA substituindo os blocos de construção normais de RNA e DNA. Desses Agentes Alquilantes, quais que talvez eu vou ter uma afinidade de ouvir mais? Talvez eu vou ouvir esses agentes em outras doenças que não são oncológicas. A Ciclofosfamida** é o principal, é um medicamento muito usado no tratamento de lúpus eritematoso ou de colagenosas ou de proliferações celulares que não respondem a corticoides e que visam a destruição da produção de novas células. Então, esse nome é interessante pelo menos a gente ter na nossa memória. Outro também que talvez a gente vá ouvir com uma certa frequência é o Clorambucil*. Mas fica o mais importante de todos esses agentes é saber qual é o efeito deles e qual lesão eles causam, principalmente a de medula óssea. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 7 ▪ Aqui já está agindo na fase de duplicação, na fase de divisão desse DNA e da produção da síntese proteica na hora em que irá produzir o RNA. ▪ Ele causa, então, um dano as células durante a em que os cromossomos da células são copiados. ▪ Também são utilizados em vários tipo de cânceres como leucemia, câncer de mama, câncer de ovário, cânceres de TGI. ▪ GUARDAR: Antimetabólicos agem na duplicação do DNA e agem na copia desse DNA e RNA. ▪ Exemplos: • 5-fluorouracil (5-FU)*; • 6-mercaptopurina***; • Capecitabina; • Citarabina; • Floxuridine; • Fludarabina; • Gemcitabina; • Hidroxiureia; • Metotrexato**; • Pemetrexede. o ANTIBIÓTICOS ANTITUMORAIS ▪ Eles não são antibióticos que vão atuar como antibióticos. Na realidade, como todo antibiótico visa o não crescimento e a não multiplicação, esse quimioterápico também vai evitar o crescimento e a multiplicação do DNA. ▪ Alteram o DNA dentro das células cancerígenas para evitar que elas cresçam e se multipliquem ▪ Nós temos 2 grandes grupos de antibióticos antitumorais: • ANTIBIÓTICOS ANTITUMORAIS ANTRACICLINAS o As antraciclinas também interferem na cópia do DNA. o São antibióticos antitumorais que interferem nas enzimas envolvidas na cópia do DNA durante o ciclo celular. Elas são amplamente usadas para diversos tipos de câncer. o Exemplos: ▪ Daunorrubicina; Os mais comuns que vou ouvir: 5-fluorouracil (5-FU)* hoje é usado em tratamento de câncer de pele. Existe 5-fluorouracil injetável, mas existe o tópico, que se aplica nos tumores de pele, principalmente nos carcinomas sejam basocelulares, sejam espirocelulares. Outro nome que eu tenho que guardar é o Metotrexato**, ele é um quimioterápico muito utilizado em artrite reumatoide, em psoríase e em artrite psoriasica. Ele vai estar ligado à destruição das copias de DNA e da produção de RNA. Esses 2 nomes nós vamos ouvir muito, por exemplo, na Dermatologia, nós não vamos fazer uma cirurgia, mas vamos usar 5-fluorouracil tópico; ou não tem como fazer tratamento em artrite reumatoide com corticoide nesse paciente então vamos fazer o uso de Metotrexato. E outro medicamento é 6-mercaptopurina***, só como um nome para ficar mais ou menos visualizado, que talvez na nossa vida vamos ouvir algumas vezes dela. Obs.: Não falou sobre a Hidroxiureia. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 8 ▪ Doxorrubicina; ▪ Epirrubicina; ▪ Idarubicina o Podem provocar danos permanentes ao coração se administrados em altas doses. Quando ouvimos falar: “Paciente teve um infarto agudo ou morreu durante/logo após a quimioterapia” com certeza a dose desse antibiótico antitumoral chamado Antraciclina foi excessiva e houve esse óbito. O óbito por esses medicamentos pode ocorrer até alguns dias após o uso dessa quimioterapia. o GUARDAR: Antibiótico antitumoral Antraciclina evita o crescimento e a multiplicação interferindo na cópia do DNA, evita copiar o DNA errado. E eles causam danos permanentes ao coração, se administrados em altas doses. • ANTIBIÓTICOS ANTITUMORAIS NÃO ANTRACICLINAS o Exemplos: ▪ Actinomicina-D*; ▪ Bleomicina**; ▪ Mitomicina-C; ▪ Mitoxantrona. o A não ser a lesão tópica, não se tem uma lesão muito grave com relação aos Antibióticos Antitumorais Não Antraciclinas. o INIBIDORES DA TOPOISOMERASE ▪ O que é a Topoisomerase? A topoisomerase está ligada a separação dos filamentos de DNA. Quando você vai duplicar esse DNA, essa enzima que estimula essa duplicação. ▪ Então, existem medicamentos que vão impedir que essa enzima haja e esses inibidores vão impedir que os filamentos de DNA passem pela sua replicação e duplicação.▪ São utilizados em vários cânceres, principalmente as leucemias, mas também no câncer de pulmão, câncer de ovário, nos tumores gastointestinais. ▪ Nós temos 2 subgrupos: • INIBIDORES DA TOPOISOMERASE I o Exemplos: ▪ Topotecano; ▪ Irinotecano. • INIBIDORES DA TOPOISOMERASE II o Exemplos: ▪ Etoposido. ▪ Teniposido. ▪ Mitoxantrona. Nós talvez vamos ouvir Daunorrubicina ou Doxorrubicina, os outros dois são muito mais difíceis da gente ouvir, mas são Antraciclinas, ou seja, agem na cópia do DNA. Nós vamos ouvir com frequência na nossa vida o nome da Actinomicina-D* e da Bleomicina**. Bleomicina é um medicamento que foi muito tempo utilizado para o tratamento dos tumores de HPV independentes e também para os tratamentos de lesões cancerígenas de pele. Como ele causa muito efeito tópico local, ele já deixou de ser muito utilizado, mas para aqqueles famosos condilomas vindos do HPV a Bleomicina foi muito utilizada anos atrás. Obs.: Não especificou mais nada sobre a Actinomicina-D. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 9 o Não vamos ficar muito atentos aos nomes desses produtos, mas é interessante saber que o próprio inibidor da Topoisomerase II pode induzir ou gerar risco de desenvolvimento de câncer no futuro (em 2 a 3 anos), provocando leucemias. o INIBIDORES MITÓTICOS ▪ Em geral, são derivados de produtos naturais, como plantas. ▪ Eles impedem as divisões celulares para formação de novas células, podem danificar as células em todas as fases do ciclo celular e também podem impedir a produção de proteínas, ou seja, interferem também na produção celular das enzimas necessárias para que ocorram essa reprodução celular. ▪ Exemplos: • Docetaxel; • Estramustina; • Ixabepilona; • Paclitaxel; • Vinblastina*; • Vincristina**; • Vinorelbine. o CORTICOSTEROIDES ▪ Exemplos: • Prednisona; • Metilprednisolona; • Dexametasona. ▪ Tem ação quimioterápica. ▪ Por que será que o corticosteroide tem ação anti-tumoral? Qual será a razão? Qual a função do corticosteroide? Ele é um medicamento que tem a função de agir na infecção ou na inflamação? Corticosteroide é um medicamento utilizado em inflamações, desde as mais leves até as reumáticas e as colagenosas. Corticosteroide até 1mg/kg ele é anti- inflamatório e de 1 a 2 mg/kg ele é imunossupressor. Estão aí, os 2 efeitos dos corticosteroides, ele reduz a ação inflamatória do tumor e ao mesmo tempo ele tem a sua ação imunossupressora. ▪ Então quando eu quero tratar a dor de uma artrite reumatoide eu utilizo no máximo até 1 mg/kg e quando eu quero um efeito imunossupressor como lúpus eritematoso sistêmico grave ou nos pênfigos, eu vou utilizar doses imunossupressoras, ou em algum câncer como os linfomas, nos quais ele é muito utilizado, principalmente nos linfomas crônicos, eles vão provocar essa resposta imunossupressora na dose acima de 1 a 2 mg/kg. ▪ Outras ações: • Quimioterápicas • Prevenção de náuseas e vômitos; • Prevenção de reações alérgicas. Os mais comuns de ouvir são a Vinblastina* e a Vincristina**, as quais agem em todo o mecanismo da divisão celular. São causadores de problemas neurológicos. São muito utilizados nos melanomas, nos sarcomas, nos canceres mais graves, podendo acarretar problemas neurológicos como convulsões, que são os efeitos colaterais mais comuns desses inibidores mitóticos. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 10 Terapia Alvo • Quando a quimioterapia é feita próximo ou no local desse tumor ou desse tumor, dessa lesão. • Atacam as células cancerígenas mais especificamente do que os medicamentos quimioterápicos convencionais. • Parte do tratamento principal ou após o tratamento para manter a doença sob controle ou evitar a recidiva. Agentes de Diferenciação • Atuam nas células cancerígenas para torná-las maduras em células normais. • Exemplos: o Retinoides – Derivados de Vitamina A; o Tretinoina o Bexaroteno o Trióxido de arsênio. • Obs.: Se citou os retinoides, mas nem chegou a explicar esse tópico. Hormonioterapia • Retarda o crescimento do câncer de mama, próstata e endométrio, que normalmente crescem em resposta a hormônios naturais no corpo. RESUMO RÁPIDO DOS AGENTES QUIMIOTERÁPICOS AGENTES ALQUILANTES o Agem em todas as fases do ciclo. o Efeito adverso importante: Lesão na medula óssea, causando leucemia. ANTIMETABÓLITOS o Agem na construção do DNA e no RNA e nas suas copias. o Causam efeitos mais locais e efeitos mais em sintomas gerais. ANTIBIOTICOS ANTITUMORAIS o Também agem na estrutura do DNA apenas. o Tipos: ▪ Antraciclinas • Causam lesões no coração em altas doses. ▪ Não antraciclinas INIBIDORES DE TOPOISOMERASE o Atuam em cima dos filamentos de DNA. o Tipos: ▪ Topo I; ▪ Topo II. • Podem causar câncer cerca de 2 a 3 anos depois. INIBIDORES MITÓTICOS o Agem em todos os ciclos da célula, principalmente em paralisar as mitoses, a produção desse DNA interno. o Podem provocar lesões neurológicas graves. CORTICOSTEROIDES o Doses acima de 1 a 2 mg/kg são imunossupressoras e abaixo de 1 mg/kg são anti-inflamatórias. Aula 01 – Oncologia 2º Bimestre – 29/09 11 • Impedem que as células cancerígenas usem o hormônio necessário, da própria glândula, para crescer ou impedem que o corpo produza hormônio. • Existe uma substância chamada finasterida, a qual inibe os hormônios produzidos pela próstata e reduz o efeito de produção celular na próstata. Ao mesmo tempo foi descoberto um efeito colateral importantíssimo da finasterida que é o aumento de pelo/cabelo. • Nos canceres de mama nós temos aquelas terapias anti-estrógeno, que vão reduzir também a produção do estrógeno local. • Então, hormonioterapia é utilizada, principalmente, para tratar câncer de próstata, mama e endométrio. Imunoterapia • Ela vai agir no sistema imunológico. O imunoterapico é injetado, ele vai para o sistema imunológico daquela região da célula cancerígena, vai reconhecer e vai atacar as células cancerígenas. • É um tratamento mais moderno, mais seguro, porém também é um tratamento que ainda requer estudos para verificar a sua qualidade, se realmente é eficaz. Outras terapias • Radioterapia - É a emissão de ondas do raio-x que pode ser: o Por feixe. É por onda, localizada; o Colocado no eletrodo próximo a lesão ou dentro da lesão e então você emite o raio e destrói a lesão, isso é denominado de braquioterapia. É intratumoral ou peritumoral. • Transplante de medula óssea - Ocorre principalmente nas leucemias. A medula óssea envolvida aí é a marrom, na qual você tira as células pluripotenciais para injetar na outra medula doente. • Crioterapia - Destruição da lesão por gelo. • Ablação - Destruição da lesão por calor, como o bisturi elétrico por exemplo. Isabelle Leme Portanto, essa é uma visão geral do manejo da cultura terapêutica em oncologia. O óbvio é que o mais importante é a gente saber os parâmetros básicos ali: • Identificar o estadiamento; • Saber o estadiamento; • Saber/Verificar o estado geral do paciente; • E que equipe médica que vai escolher qual desses agente eles vão querer, talvez eles vão misturar os agente e quanto maior a mistura, maior serão os efeitos colaterais. E quanto mais localizado, menor os efeitos colaterais, porém precisa saber se realmente foi erradicado, se não as células voltem a crescer.
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