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Maria Beatriz Valença Terapêutica 3 INTRODUÇÃO: Os consensos atuais são unânimes: benefícios máximos quando iniciada na perimenopausa, ou seja, antes de entrar na menopausa; Grupo alvo: mulheres de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa (período pós-menopausa). Obs.: Em casos de menopausa precoce, estas mulheres precisam de reposição, até mesmo por conta da idade. Além desses casos, há também o caso da mulheres que precisam fazer histerectomia ainda jovem (30-35 anos), e com isso também vão precisar fazer a reposição hormonal. Existem algumas condições e complicações pós cirúrgicas onde a paciente pode apresentar íleo paralítico, e esse íleo paralítico pode se estender para uma complicação no aparelho genital feminino, e por conta da cirurgia que é o tratamento do íleo paralítico pode ocasionar uma histerectomia total ou parcial, então tem que ter muito cuidado, principalmente com a idade da mulher. Benefícios: - Osteoporose: diminui a chance ou a severidade; - Sintomas vasomotores: controle do fogacho (calor). Risco: - Problema cardiovascular; - Câncer. ESTRÓGENOS: Apresentações disponíveis no mercado: orais, injetáveis, implantes, vaginal, transdérmico e percutâneo. Os adesivos transdérmicos são muito utilizados, pois evita- se de fazer o uso oral, sendo a mesma vantagem do anticoncepcional, e também quanto a questão da preparação, o tipo de hormônio, pois o estradiol vai sofrer um efeito de 1º passagem muito extenso, então eles fazem uma alteração do estradiol, acrescentam grupamentos OL, que é um álcool, para poder evitar esse efeito de primeira passagem; Esses hormônios sintéticos são feitos a partir de fitormônios, que são como se fosse estrógenos isolados de plantas e são modificados e preparados para a administração; O grande problema do injetável é que existem mulheres não preferem fazer essa opção (injeção); Anel vaginal: O anel vaginal também tem apresentação para a mulher usar por três meses, a mulher não vai menstruar e essa reposição é conjugada de estrógeno e progesterona. Em outros casos ele pode ser feito de forma CÍCLICA(a mulher menstrua, faz a pausa e tem o sangramento por sete dias) ou de forma CONTÍNUA(a mulher não menstrua). O primeiro ponto é que a mulher não quer ter os sintomas da menopausa, mas ela quer deixar de menstruar. A reposição cíclica faz com que a mulher continue menstruando, pois é aquela que faz menos hormônios, se você tem uma pausa a quantidade de hormônios é menor (riscos menores). Se você faz uso contínuo, a concentração de hormônios é maior e por mais tempo, podendo ter mais efeitos. A melhor dose é a menor dose efetiva para cada mulher (dose individualizada). Por isso, devemos começar com uma quantidade “X” e observar o quadro, se houver a redução dos sintomas, se estão ocorrendo outros sintomas e o que está acontecendo. Baixas doses de estradiol isoladamente ou estradiol associado ao progestágeno são mais bem toleradas. Reposição Hormonal na Menopausa Maria Beatriz Valença Terapêutica 3 Mais utilizados: - Estrogênios conjugados; - Estradiol transdérmico; - Valerianato de estradiol; É um sal de estradiol que tem uma alteração para evitar o efeito de primeira passagem. - Estradiol micronizado. É uma preparação farmacêutica onde a forma de liberação evita que tenha picos de concentração. A liberação é prolongada, então, aumenta a área de absorção e evita que tenha picos de concentração. PROGESTAGÊNOS: A associação do progestágeno ao estrógeno é obrigatória em pcts com útero intacto ou em pcts com histerectomia parcial em que existe resíduo de cavidade endometrial; O estrógeno está envolvido com a questão da osteoporose e a progesterona faz uma proteção endometrial, assim, a indicação primária da adição de progestágeno à estrogenoterapia refere-se à proteção endometrial; Essa associação não esta´recomendada quando baixas doses de estrógeno são administradas por via vaginal. PRINCIPAIS EFEITOS E SINTOMAS (DIMINUÍDOS) DA REPOSIÇÃO HORMONAL: Sintomas vasomotores: - Fogacho e sudorese noturna; - Tratamento: o Estradiol oral ou adesivo; o Redução de 75% na frequência e 87% na severidade. - Tratamento alternativo à reposição hormonal: o Antidepressivos e Gabapentina; o Diminui o metabolismo provoca a vasodilatação e reduz a vasoconstrição alívio dos sintomas; o Quando usar: quando ela não puder fazer associação de uma progesterona e tem indicação de usar o estrógeno. Pode-se usar o estrógeno ou, para não fazer uso dele, faz-se essa outra associação (antidepressivo ou gabapentina). Sintomas Urogenitais: - Bexiga hiperativa, incontinência urinária, infecção recorrente do TU e atrofia vaginal; - Tratamento: o Estrógeno local ou sistêmico; O ideal seria até injetável. o Associado à progesterona. Promove a proteção endometrial e reduz o número de infecções do TU. - Contraindicação: pcts com antecedentes de CA de mama. Obs.: Pacientes com antecedentes de câncer de mama (o tipo de estrógeno que é usado é aquele que está associado ao aumento maior de mulheres com câncer de mama, principalmente, com receptores para estrógeno positivo. Existem algumas classificações para o câncer de mama e uma delas é positivo ou não para receptores de estrógeno. Se a mulher tiver tido câncer de mama para receptor de estrógeno positivo, é contraindicado qualquer tipo de reposição hormonal a base de estrógeno. Osteoporose pós-menopausa: - Tratamento: o Estrógeno isolado ou associado à progesterona; o Reduz a incidência de fratura (principalmente punho e tornozelo, mas não age bem em fraturas de quadril); o Efeito protetor: diminui com a retirada da THM (reposição). - Alternativa: o Raloxifeno: Usado para reposição hormonal e tratamento da osteoporose. Aumenta massa óssea, incidência da fratura de quadril. Se, por ex., o principal sintoma da menopausa é a osteoporose, ela faz uso do raloxifeno ao invés do estrógeno. Essas medicações vão agir no receptor, porém não vão ter os efeitos totais que o estrógeno tem, por ex., ele não vai induzir aumento do tecido, o risco de câncer é mínimo. Então, eles aumentam a circulação de gonadotrofina, estão envolvidos com o remodelamento ósseo. Além disso, aqui ele vai agir como um antagonista parcial do receptor, então quando ele está ligado o estrógeno não vai se ligar. Obs.: Tamoxifeno: Usado com terapia antineoplásica. Mulheres que tiveram câncer de mama, depois da quimioterapia, vão passar 5 anos tomando tamoxifeno. No entanto novos estudos dizem que quanto mais tempo a mulher passar usando, menor a chance de um novo câncer (O SUS fornece por 5 anos). Maria Beatriz Valença Terapêutica 3 Ciclofeno: Usado em mulheres que querem engravidar, pois aumenta a circulação de gonadotrofina, aumenta a chance de gravidez gemelar. RISCOS DA REPOSIÇÃO HORMONAL NA MENOPAUSA: Tromboembolismo venoso: - Risco 2 vezes aumentado; - Fatores de risco: obesidade, idade superior a 60 anos, trombofilia, mulheres que passarm por cirurgia ou imobilização; - Podem aumentar os riscos: o Via de administração; o Dose; o Tipo de progesterona. Progesterona micronizada ou diidrigesterona: menos risco. CA de endométrio: chance aumentada em mulheres que estão fazendo a reposição hormonal. - Estrógeno: aumenta o risco; - Progesterona: efeito protetor diminui o risco. CA de mama: chance aumentada em mulheres que estão fazendo a reposição hormonal. - Estrógeno isolado ou associado à progesterona aumenta a % de densidade mamária; - Raloxifeno diminui o risco de CA, pois só está envolvido com a osteoporose. Assim, para mulheres com algum fator de risco, a opção de reposição hormonal seria o raloxifeno. CA de cólon: redução do riscocom reposição de estrógeno. - Estrógeno: diminui a concentração de ácidos biliares; - Progesterona: efeito antiproliferativo. Obs.: A reposição hormonal também diminui colesterol total e LDL. Mas não mexe no HDL nos primeiros meses de tratamento apenas. AVC: - Aumento de 1 caso em mulheres antes dos 50 anos; - Aumento 2 casos entre 55 e 60 anos; - Aumento 12 casos acima de 65 anos. Cognição: - Mulheres na perimenopausa: diminui o risco de Alzheimer (há controvérsias acerca disso); - Um dos sintomas associados à menopausa é o lapso de memória e a reposição hormonal melhora a cognição e reduz as chances de demência. Mortalidade: - Redução da mortalidade em pcts que iniciam o uso entre 50 – 59 anos. ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: Indicação: - Alívio dos sintomas; Quando começa a fazer uso, terá que ser para o resto da vida. Uma vez suspensa a medicação, a sintomatologia irá voltar. - Proteção endometrial quando associamos a progesterona ao estrógeno. Cíclicos: - Estrógeno é dado de forma contínua e o progestágeno é dado 10-12 dias por mês; - A mulher apresenta sangramento ao final de cada ciclo de progesterona. Ela para o uso dos dois juntos e é nesse momento que menstrua. Contínuo: - Ambos são administrados conjuntamente de forma ininterrupta; - Tem a opção de tomar ele isolado ou conjugado todos os dias, nesse caso, a mulher não irá menstruar, pois não haverá pausa entre as cartelas; - A grande maioria entra em amenorreia. TERAPIAS ALTERNATIVAS: Tibolona: - Metabolizado em compostos com atividade estrogênica isômeros; - Afinidade com receptores de progesterona e androgênio; - Efeito: o Reduz os níveis circulantes de SHBG; o Aumenta a testosterona livre; o Alivia os sintomas vasomotores; o Melhora a atrofia urogenital; o Previne a perda de massa óssea; o Aumento da densidade óssea; o Devido ao seu perfil androgênico, aumenta a libido e eleva os níveis de LDL circulantes. - Indicação e uso: o Prevenção da osteoporose; o Uso contínuo: pode provocar a atrofia endometrial e amenorreia. Chá de amora; Maria Beatriz Valença Terapêutica 3 Soja: - Fitoestrógenos: isoflavonas; - Efeito: o Proteção contra estresse oxidativo; o Produção de fatores de proteção endotelial: NO, PGI2 e endotelina. Fitohormônios: - São encontrados em diversas plantas (folhas, frutos, raízes e sementes), como: cimicífuga racemosa, o yam mexicano, o alcaçuz, a linhaça, o trevo vermelho, mas a fonte mais conhecida é a soja. Obs.: Alimentação rica e variada ajuda nos sintomas pós- menopausa. Cranberry: diminui o risco de desenvolvimento de doenças durante a menopausa. Aumenta o estado imunológico da mulher e evitar doenças associadas a essa faixa etária. Ou seja, faz a proteção do corpo da mulher. Erva dong quai: Tem sido utilizado para ajudar a uma grande variedade de desordens do sexo feminino, principalmente, problemas geniturinários. Redução de cólicas menstruais e pode agir como um laxante suave. Acredita-se para ajudar a aliviar as queixas gerais da menopausa. Acidophilus: É uma bactéria que vive naturalmente no TGI e na vagina. INTRODUÇÃO: No mundo: - 200 milhões de mulheres no mundo; - 2/3 acima de 80 anos. No Brasil: - 33% de mulheres > 65 anos têm osteoporose; - 16% dos homens > 65 anos tem osteoporose. MASSA ÓSSEA: Dos primeiros anos de vida até os 30 anos (tanto em homens como em mulheres), a massa óssea vai estar no mesmo nível; Com a velhice, sendo na mulher mais evidente, há a queda do estrógeno, e assim ocorre a osteoporose. Osteoporose Maria Beatriz Valença Terapêutica 3 TIPOS DE OSTEOPOROSE: Primária (tipo 1 e 2): - Tipo 1: acontece na pós-menopausa, devido a uma perda óssea acelerada, principalmente no osso trabecular. Fraturas: vertebras e punho. - Tipo 2: acomete tanto homens quanto mulheres acima de 70 anos, devido a uma perda lenta, atingem os ossos trabecular e cortical. Fraturas: vertebra e quadril. Secundária: Pode ter causas: - Endócrinas: controlando a doença endócrina, pode-se controlar a perda óssea; - Nutricionais: fazer reposição nutricional; - Medicamentosa: Devendo tratar os efeitos adversos causados por aquele medicamento, o ideal é que suspenda a medicação, mas se não pode suspender então se deve aumentar a reposição nutricional para tentar minimizar os problemas associados. Ex.: corticoide. ORIENTAÇÕES DE PREVENÇÃO: Alimentação (cálcio); Vit. D; Exercício físico; Prevenção de fraturas; Perda de peso; Parar de fumar. TRATAMENTO: Calcitonina; relacionada a tireoide. Bisfosfonatos: principal classe de medicamentos usados. São análogos sintéticos do pirofosfato inorgânico, e ligam- se aos cristais de hidroxiapatita nos sítios de remodelação e inibem a atividade de reabsorção dos osteoclastos. - Alendronato (via oral); - Risedronato (via oral); - Ibandronato (via oral); - Ácido Zoledrônico (endovenoso); - Ibandronato injetável (endovenoso); - São recomendadas doses semanais. O paciente pode fazer uso duas vezes na semana, três vezes na semana, vai depender da necessidade dele e do medicamento; - Muitos deles podem ser manipulados para evitar cápsulas grandes; - Outro problema associado a esses medicamentos por via oral, é que ele causa esofagite. Então, as pessoas tomam e têm refluxo, assim, precisam ficar meia hora em pé ou no máximo sentadas e não beber ou comer nada. Toma o remédio com água e, posteriormente, passa meia hora sem tomar ou comer nada e sem deitar-se, para evitar o refluxo, pois ele vai causar essa esofagite. Isso também dificulta a adesão do tratamento; - O injetável é bom pois, por exemplo, você vai fazer o uso aqui de 5 mg ao ano, então, o protocolo pode fazer 3 administrações ao ano, geralmente são feitas 5 administrações ao ano, cada uma de 1 mg; - Baixa disponibilidade VO; - Pela manhã com estômago vazio. Reposição hormonal – Raloxifeno (modulador de receptor de estrógeno); Análogos do PTH; para causa endócrina. Ranelato de Estrôncio.
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