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759 Capítulo 22 | 22.4 Síndrome respiratória aguda grave (SARS) Tuba Milstein Kuschnaroff // Silas Pereira Barbosa Jr. // Melissa Mascheretti A síndrome respiratória aguda grave (SARS), também conhecida pela sigla SARS (do inglês severe acute respiratory syndrome), foi reconhecida em março de 2003 quando a Or- ganização Mundial de Saúde (OMS) decretou alerta global. Os primeiros casos em humanos foram descritos na provín- cia de Guangdong, China, em novembro de 2002, como uma doença respiratória aguda de causa desconhecida. Em feve- reiro do mesmo ano, foi detectada em Hong Kong e, subse- quentemente, em outros locais do mundo, até atingir 26 paí- ses em 32 regiões, totalizando 8.096 casos e 774 mortes (Tabela 22.4.1 e Figura 22.4.1). O último caso da doença ocorreu em julho de 2003 e, a partir de outubro do mesmo ano, a OMS definiu o período como interepidêmico. Após esta data foi relatada a ocorrência de SARS predominantemente relacionada à exposição labo- ratorial ao vírus, com alguns casos em Cingapura, Taipei, Beijing e Guangdong. A epidemia foi responsável por significativo compro- metimento social e econômico nas áreas com transmissão sustentada, na indústria do turismo internacional, e impacto direto nos serviços de saúde. Segundo o Banco Asiático de Desenvolvimento, a SARS foi responsável pela queda de 4% da renda per capita em Hong Kong (> 6 bilhões de dólares americanos). A emergência de uma nova doença infecciosa de rápida disseminação global só pode ser contida por meio do alto comprometimento e pela colaboração de órgãos mundiais da saúde. A cooperação entre as diversas instituições e especia- listas como veterinários, médicos, epidemiologistas, micro- biologistas, imunologistas, entre outros, representou possi- velmente a mais extensa e coordenada ação em saúde pública que permitiu o rápido reconhecimento da epidemiologia e do agente etiológico, bem como o efetivo controle da transmis- são da doença em poucos meses. Em apenas duas semanas, o grupo de pesquisadores da Universidade de Hong Kong, chefiado por Malik Peiris, iso- lou e identificou o agente causador dessa doença, reconheci- do como um rus de alta infectividade e letalidade (Figura 22.4.2). Amostras do vírus isoladas de secreções respiratórias e tecido pulmonar de pacientes foram enviadas ao Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, e ao Ontario Cancer Institute da Universidade de Toronto, Canadá. Após dois meses, o vírus foi, ao mesmo tempo, se- quenciado geneticamente e denominado Coronavirus urbani (pelo CDC) e Coronavirus tor (por Toronto). O coronavírus foi identificado pela primeira vez na dé- cada de 1960 como agente causador de doença respiratória e entérica em humanos e animais domésticos (Tabela 22.4.2). A análise filogenética demonstrou que esse novo vírus constitui um quarto grupo de coronavírus – SARS-CoV, apresentando proteínas estruturais e enzimáticas diferentes (Tabela 22.4.3) dos outros três grupos já estabelecidos, que causam diarreia, hepatite e encefalite em animais, e doença respiratória leve em humanos. Inicialmente, aventou-se a possibilidade de mutação de um coronavírus humano de baixa virulência, ou coronavírus oriundo de espécie animal não identificada. Hoje, sabe-se tratar-se de um novo coronavírus de origem animal que, a partir de alterações ecológicas e comportamentais humanas, cruzou a barreira entre espécies, permitindo a transmissão para humanos. O reservatório natural do vírus ainda não foi identifica- do, entretanto, o SARS-CoV já foi identificado em diversas espécies de animais silvestres como o palm civet mascarado do Himalaia (Paguma larvata), o ferret chinês (Melogale mos- chata) e o guaxinim (Nyctereutes procyonoides) – consumi- dos como iguarias da culinária no sul da China. Também já foi encontrado em gatos de apartamento em Hong Kong. Mais recentemente, ferrets (Mustela furo) e gatos do- mésticos (Felis domesticus) infectados experimentalmente foram capazes de transmitir o SARS-CoV de modo eficaz a outros animais não infectados antes. Esses achados indicam que o reservatório do vírus pode envolver diversas espécies animais. O palm civet mascarado do Himalaia parece ser a espécie silvestre mais associada à transmissão animal-ho- mem, embora ainda não esteja comprovado. Apesar do atual conhecimento da epidemiologia e da ecologia da SARS, as vias de transmissão da doença entre as espécies animais e o homem ainda precisam ser mais investigadas. Em investigação epidemiológica dos primeiros casos da doença em humanos, evidenciou-se que os primeiros casos ocorreram em indivíduos que trabalhavam com animais na indústria alimentícia. A avaliação sorológica de trabalhado- res de mercado de animais vivos na província de Guangdong, na China, mostrou positividade em 13 a 40% deles. A principal via de transmissão do SARS-CoV é por meio de contato íntimo, em particular, exposição a gotículas respiratórias de indivíduos infectados. Em Cingapura de- monstrou-se que a infecção foi mais frequente em enfermei- ras e visitantes que tiveram contato com secreções de pacien- tes quando comparados aos médicos. O período de incubação é de dois a sete dias, e a evolução para a cura ou insuficiência respiratória ocorre após o décimo dia de doença, quando a possibilidade de transmissão é também maior. A taxa de leta- lidade variou entre os países de zero a 100% (Tabela 22.4.1). O quadro clínico foi de febre alta (> 38°C), mialgia, tos- se seca e dispneia no sexto dia, com alterações mínimas à aus- culta pulmonar, e sintomas de resfriado. Os pacientes com evolução grave apresentaram insuficiência respiratória em 22.4 Síndrome respiratória aguda grave (SARS) 760 Parte II | Vírus TABELA 22.4.1 Resumo dos casos prováveis de SARS com início de sintomas de 1° de novembro de 2002 a 31 de julho de 2003 Áreas N. de casos cumulativo Mediana de idade (intervalo) N. de mortesa Letalidade (%) N. de casos importados (%) N. de profissionais de saúde afetados (%) Data do primeiro caso provável Data do último caso provável Austrália 6 15 (1-45) 0 0 6 (100) 0 (0) 26/2/2003 1/4/2003 Canadá 251 49 (1-98) 43 17 5 (2) 109 (43) 23/2/2003 12/6/2003 China 5.327 Não disponível 349 7 Não se aplica 1.002 (19) 16/11/2002 3/6/2003 China, Hong Kong (região administrativa) 1.755 40 (0-100) 299 17 Não se aplica 386 (22) 15/02/2003 31/5/2003 China, Macao (região administrativa) 1 28 0 0 1 (100) 0 (0) 5/5/2003 5/5/2003 China, Taiwan 346 b 42 (0-93) 37 11 21 (6) 68 (20) 25/2/2003 15/6/2003 França 7 49 (26-61) 1 14 7 (100) 2 (29)c 21/3/2003 3/5/2003 Alemanha 9 44 (4-73) 0 0 9 (100) 1 (11) 9/3/2003 6/5/2003 Índia 3 25 (25-30) 0 0 3 (100) 0 (0) 25/4/2003 6/5/2003 Indonésia 2 56 (47-65) 0 0 2 (100) 0 (0) 6/4/2003 17/4/2003 Itália 4 30,5 (25-54) 0 0 4 (100) 0 (0) 12/3/2003 20/4/2003 Kuait 1 50 0 0 1 (100) 0 (0) 9/4/2003 9/4/2003 Malásia 5 30 (26-84) 2 40 5 (100) 0 (0) 14/3/2003 22/4/2003 Mongólia 9 32 (17-63) 0 0 8 (89) 0 (0) 31/3/2003 6/5/2003 Nova Zelândia 1 67 0 0 1 (100) 0 (0) 20/4/2003 20/4/2003 Filipinas 14 41 (29-73) 2 14 7 (50) 4 (29) 25/2/2003 5/5/2003 Irlanda 1 56 0 0 1 (100) 0 (0) 27/2/2003 27/2/2003 Coreia 3 40 (20-80) 0 0 3 (100) 0 (0) 25/4/2003 03/5/2003 România 1 52 0 0 1 (100) 0 (0) 19/3/2003 19/3/2003 Rússia 1 25 0 0 Não disponível 0 (0) 5/5/2003 5/5/2003 Cingapura 238 35 (1-90) 33 14 8 (3) 97 (41) 25/2/2003 5/5/2003 África do Sul 1 62 1 100 1 (100) 0 (0) 3/4/2003 3/4/2003 Espanha 1 33 0 0 1 (100) 0 (0) 26/3/2003 26/3/2003 Suécia 5 43 (33-55) 0 0 5 (100) 0 (0) 28/3/2003 23/4/2003 Suíça 1 35 0 0 1 (100) 0 (0) 9/3/2003 9/3/2003 Tailândia 9 42 (2-79) 2 22 9 (100) 1 (11)c 11/3/2003 27/5/2003 Reino Unido 4 59 (28-74) 0 0 4 (100) 0 (0) 1/3/2003 1/4/2003 Estados Unidosd 27 36 (0-83) 0 0 27 (100) 0 (0) 24/2/2003 13/7/2003 Vietnã 63 43 (20-76) 5 8 1 (2) 36 (57) 23/2/2003 14/4/2003 Total 8.096 774 9,6 142 1.706 a Inclui apenas os casos de morte atribuídos à SARS; b Desde11 de julho de 2003, 325 casos foram descartados em Taiwan, China. Informação laboratorial insu!ciente ou incompleta em 135 casos, com 101 mortes; c Inclui pro!ssionais da saúde que adquiriram a doença em outras áreas; d Em razão dos diferenças na de!nição de caso suspeito, os Estados Unidos reportaram casos prováveis de SARS com início de sintomas após 5 de julho de 2003. Fonte: Organização Mundial da Saúde. Dados atualizados em 31 de dezembro de 2003. 761 Capítulo 22 | 22.4 Síndrome respiratória aguda grave (SARS) ! Um ou mais sintomas de infecção do trato respirató- rio (tosse, taquipneia ou di"culdade respiratória). ! Radiogra"a de tórax com presença de in"ltrado su- gestivo de pneumonia ou síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA), ou autópsia com achado patológico com- patível com pneumonia ou SARA, sem causa de"nida. ! Ausência de outro diagnóstico que justi"que a doença. O diagnóstico etiológico foi feito por meio do isolamen- to viral em secreções respiratórias, sangue e fezes, em cultu- ras, microscopia eletrônica e sorologias utilizando métodos de enzimaimunoensaio (ELISA) e imunofluorescência. O diagnóstico por reação em cadeia da polimerase (PCR) está em desenvolvimento. Não havendo tratamento comprovadamente eficaz, os pacientes receberam medidas de suporte, ventilação mecânica, corticosteroides e antibioticoterapia para pneumonia atípica. Procurou-se oferecer tratamento viral específico antiviral com ribavirina (20 mg/kg/dia) ou oseltamivir (75 mg/kg/2 x/dia), porém sem bons resultados. A epidemia foi contida utilizando-se, principalmente, medidas de vigilância epidemiológica e quarentena de viajan- tes em aeroportos, hospitais e regiões afetadas. A ocorrência desta pandemia propiciou várias lições para a epidemiologia e a medicina clínica atuais. O tempo para a identificação do agente foi pequeno em comparação ao estu- Canadá: 142 Swedon: 3 Finlândia: 1 Germânia: 9 România: 1 Bulgaria: 1 Kwait: 1 Vietnã: 63 Índia: 3 Tailândia: 5 Singapura: 205 Indonésia: 2 Austrália: 6 Nova Zelândia:1 Malásia: 7 Filipinas: 12 China SAR:1 China, Taiwan SAR:264 China, Hong Kong SAR: L 703 República da Coreia: 3 China: 5163 Reino Unido: 4 Itália: 9 Suíça: 1 Espanha: 1 França: 7 Irlanda: 1 Mongólia: 9 Estados Unidos: 64 Colômbia: 1 Brasil: 2 1 101-1000 1001-10000 2-10 11-100 Cumulativo do número de casos noti!cados de 1 de novembro a 15 de maio de 2003 SARS: cumulativo do número de casos prováveis noti!cados Total de casos: 7.699 até 15 de maio de 2003 FIGURA 22.4.1 Cumulativo do número de casos prováveis de síndrome respiratória aguda grave notificados. Total de casos: 7.699, atualizados em 15 de maio de 2003. Fonte: Organização Mundial de Saúde. FIGURA 22.4.2 Microscopia eletrônica do coronavírus da SARS. Fonte: Centers for Disease and Prevetion Control (CDC). torno do décimo dia. As alterações laboratoriais mais fre- quentes foram leucopenia, linfopenia, trombocitopenia, ele- vação da desidrogenase láctica (DHL), hiponatremia, hipo- potassemia e elevação das transaminases. As radiografias do tórax mostraram alterações intersticiais (Figura 22.4.3). Atualmente, a OMS define como caso suspeito de SARS o indivíduo que apresenta: ! História de febre ou febre aferida # 38°C. 762 Parte II | Vírus TABELA 22.4.2 Coronavírus humanos e animais Grupo Vírus Nome Doença 1 HCoV-229E HCoV-NL TGEV Coronavírus humano 229 E Coronavírus humano – Holanda Gastroenterite viral em porcos Resfriado comum Infecção respiratória/pneumonia Gastroenterite 2 HCoV-OC43 BCoV MHV Coronavírus humano OC 43 Coronavírus bovino Vírus da hepatite de ratos Resfriado comum Infecção respiratória/entérica Infecção respiratória/entérica/neurológica 3 IBV Bronquite viral em frangos Infecção respiratória/entérica 4 SARS-CoV Síndrome respiratória aguda grave SARS Fonte: Adaptada de Baker SC. Coronaviruses: from common colds to severe acute respiratory syndrome. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(11):1049-50. TABELA 22.4.3 Estudo dos aminoácidos que compõem as diferentes proteínas do núcleo, membrana e enzimas do coronavírus da SARS (SARS-CoV) Grupo Vírus Identificação dos aminoácidos pareados 3CLPRO POL HEL S E M N G1 HCoV-229E 40,1 58,8 597 23,9 22,7 28,8 23,0 PEDV 44,4 59,5 61,7 21,7 11,6 31,8 22,6 TGEV 44,0 59,4 61,2 20,6 22,4 30,0 25,6 G2 BCoV 48,8 66,3 68,3 27,1 20,0 39,7 31,9 MHV 49,2 66,5 67,3 26,5 21,1 39,0 33,0 G3 IBV 41,3 62,5 58,6 21,8 18,4 27,2 24,0 Vírus Estimativa de comprimento da proteína (aa) SARS-CoV 306 932 601 1.255 76 221 422 CoV Range 302-307 923-940 506-600 1.173-1.452 76-108 225-262 377-454 Fonte: Sciencepress; 1 maio, 2003. FIGURA 22.4.3 Radiografia do tórax de pacientes com SARS e síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA), em Cingapura. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC). do do retrovírus HIV causador da síndrome da imunodeficiên- cia adquirida (aids), que foi isolado e estudado em dois anos. Contudo, após o incidente terrorista de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, a rede mundial de laboratórios da OMS, que trabalha em cooperação com os laboratórios regio- nais, foi reforçada para a vigilância do bioterrorismo e de do- enças emergentes e reemergentes. Deste modo, a identificação por microscopia eletrônica desse novo coronavírus foi feita em um período de apenas duas semanas pelo grupo de Hong Kong, já engajado na pesquisa do vírus influenza A (H5N1), causador de gripe aviária com transmissão humana e de alta letalidade. Da mesma maneira, em um período de dois meses foi feito o sequenciamento genético do novo coronavírus. A instabilidade genotípica e fenotípica dos vírus favore- ce as modificações e adaptações que condicionam sua perpe- tuação nos reservatórios vegetais e animais. Mecanismos de mutação e reorganização genética e a existência de complexos reservatórios naturais, como mamíferos marinhos e pássaros migratórios, propiciam a perpetuação em outras espécies, re- velando a grande inteligência biológica dos vírus. O homem, muitas vezes, representa o elo final dessa cadeia epidemioló- gica. Mais uma vez, vírus observados em animais são trans- mitidos a humanos e iniciam uma nova pandemia. Na atualidade, essas infecções virais associam-se a ou- tros fatores ambientais e socioeconômicos que possibilitam a rápida disseminação das doenças. A globalização da econo- mia, que utiliza meios de transporte rápidos, a superpopula- ção e a falta de infraestrutura de saneamento, a invasão dos 763 Capítulo 22 | 22.5 Infecções traqueobrônquicas santuários ecológicos e o convívio direto do homem com ani- mais utilizados para sua alimentação favorecem a passagem dos vírus entre as espécies. Essas infecções não se restringem às fronteiras políticas, e sua repercussão econômica e social é marcante e de âmbito mundial. Os métodos de controle de vigilância sanitária parecem ter sido eficientes na contenção da expansão da epidemia atual de SARS. Contudo, a alta contagiosidade do vírus, alia- da à inadequação dos métodos de biossegurança utilizados nos hospitais levou à contaminação de profissionais da saúde e seus contatantes em grande escala. Desde outubro de 2004, a OMS considera a transmissão de SARS no período interepidêmico, e as fontes mais prová- veis de infecção do SARS-CoV seriam a exposição laborato- rial onde o vírus estaria armazenado para utilização diagnós- tica ou para pesquisa, e, ainda, reservatórios animais pouco conhecidos. Prever quando e onde a doença reemergirá de forma epidêmica é ainda um desafio. Por esta razão, a OMS recomenda fortemente que os países estejam vigilantes e aler- tas e mantenham a capacidade de detecção e resposta preco- ce, caso isso ocorra. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Baker SC. Coronaviruses: from common colds to severe acute respiratory syndrome. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(11):1049-50. Bloom BR. Lessons from SARS. [Editorial] Science. 2003;300(5620):701. Chen YC, Chang SC, Tsai KS, Lin FY. Certaintiesand uncertainties facing emerging respiratory infectious diseases: lessons from SARS. J Formos Med Assoc. 2008;107 (6):432-42. Consensus Document on the Epidemiology of Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) – Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS) Epidemiology Working Group and the Participants at the Global Meeting on the Epidemiology of SARS, 16-17 May 2003. Enserink M. Infectious diseases. Calling all coronavirologists. Science 2003;300(5618):413-4. Hsu L-Y, Lee C-C, Green JA, Ang B, Paton NI, Lee L et al. Severe acute respiratory syndrome (SARS) in Singapore: clinical features of index patient and initial contacts. Emerg Infect Dis. 2003;9(6):713-7. Marra MA, Jones SJ, Astell CR et al. The genome sequence of the SARS-associated coronavirus. Science. 2003;300(5624):1399-404. Normile D. Infectious diseases. Up close and personal with SARS. Science. 2003;300(5621):886-7. Rota PA, Oberste MS, Monroe SS et al. Characterization of a novel coronavirus associated with severe acute respiratory syndrome. Science. 2003;300(5624):1394-9. Department of Communicable Disease Surveillance and Response. World Health Organization 2004. WHO/CDS/CSR/ ARO/2004.1. WHO guidelines for the global surveillance of severe acute respiratory syndrome (SARS), updated recommendations October 2004. Disponível em: <http://www.who.int/csr/resources/ publications/WHO_CDS_CSR_ARO_2004_1/en/index.html>. Acesso em: fev. 2009. SITES DE INTERESSE Science Magazine. Sciencepress: <http://www. sciencexpress.org> The Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS): <http://www. cdc.gov> World Health Organization: (http://www.who.int). <http:// www.who.int/csr/SARS/en/> 22.5 Infecções traqueobrônquicas Renato Eugênio Macchione // Eduardo Algranti INTRODUÇÃO As infecções traqueobrônquicas são doenças de alta prevalência, em todas as faixas etárias, constituindo-se em tema de grande interesse para várias especialidades clínicas. Neste capítulo, abordaremos as infecções traqueobrônquicas, enquanto as demais afecções respiratórias serão abordadas em outras seções deste livro. Especificamente, nos países de baixa renda, as infecções respiratórias inferiores ocupam o primeiro lugar entre as principais condições médicas com maior morbidade, segun- do o ranking do DALY (Disability-Adjusted Life Year). Além de alta morbidade, estas doenças associam-se à mortalidade precoce, quando combinada com outros fatores de risco, como baixa condição socioeconômica da população, exposi- ção pré-natal ao tabaco, infecções na infância, cobertura va- cinal precária, desnutrição, epidemias, poluição domiciliar, atmosférica, ocupacional e idade avançada. Dados do município de São Paulo sobre internações hos- pitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) e mortalidade reve- lam que as doenças do sistema respiratório foram responsáveis por 10% das internações hospitalares no período de janeiro de 2003 a janeiro de 2005. As afecções respiratórias agudas foram responsáveis por 0,5% dos diagnósticos de internação, similar a 0,57% das internações devido a doenças crônicas das vias aéreas. No período de 2001 a 2004, 11,4% dos óbitos no muni- cípio foram devido a doenças do aparelho respiratório. Do to- tal de óbitos, as afecções agudas de vias aéreas responderam por 0,05% e as doenças crônicas de vias aéreas, 3,8%. Em ou-
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