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Resumo - Livro: Conversando sobre economia com a minha filha (cap 1)

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Economia e Administração 
 
Aluno: Launita Eloísa Rodrigues de Souza – 174250023. 
Turma: Engenharia de Bioprocessos. 
Livro: Varoufakis, Yanis. Conversando sobre economia com minha filha. 1.ed. – São 
Paulo: Planeta, 2015. 
Capítulo: 1. Por que tanta desigualdade? 
 
Sem nenhum tipo de cerimônia, o primeiro capítulo do livro inicia com um forte 
questionamento, em que dependendo da posição econômica que o leitor se encontra 
ela pode proporcionar diferentes reflexões sobre a maneira como se vive, desde o 
sentimento de vergonha e tristeza por grande parte da população ter tão pouco, até o 
sentimento de conformismo por acreditar que desde que o mundo é mundo, as coisas 
são assim. Com o intuito de explicar o porquê dessa discrepância que assombra a 
estrutura social, o autor do livro volta aos primórdios da história, analisando os 
acontecimentos para entender como certas noções surgiram e consequentemente, 
como se originou a estrutura socioeconômica que vivenciamos. 
O conceito básico que grande parte da população possui sobre economia demonstra de 
forma clara o poder de controle do pilares econômicos e sociais. Um exemplo disso é o 
fato de acreditarmos que economia é a mesma coisa que mercado, negligenciando 
todas as complexidades e estratégias que existem por trás de uma sólida economia. 
Ao analisar o conceito de mercado, chegamos à conclusão de que o mercado é uma 
esfera de trocas, e essa concepção é antiga e muito similar como a forma que viviam 
nossos antepassados. Em que os mesmos sobreviviam por meio da matéria prima 
obtida na natureza, caçando animais, pescando, colhendo frutos, e os trocando sempre 
que necessário. Porém com o passar dos anos a escassez dos bens naturais se tornou 
um grande problema, já que nossos antepassados caçavam e se reproduziam de 
maneira exagerada, perdendo o controle daquilo que os permitiam ficar vivos. E através 
dessa necessidade os seres humanos deram o Segundo Grande Salto, aprendendo a 
cultivar a terra, e apontando esse evento como a criação da economia, já que milênios 
atrás tinham desenvolvido a fala, sendo essa a responsável pelo Primeiro Grande Salto 
tecnológico da humanidade. 
É possível notar que as revoluções tecnológicas não foram uma escolha e que elas são 
responsáveis por grandes mudanças na sociedade humana. A partir desse ponto novos 
conceitos surgiram, estruturando melhor a economia que havia sido consolidada. O 
primeiro elemento básico da economia criado através da produção agrícola foi o 
superávit (é quando um produto da terra não só é suficiente para nos alimentar e para 
substituir as sementes utilizadas durante o ano, mas também sobra, permitindo ser 
acumulado para utilizar no futuro), o qual originou os “milagres” da sociedade, sendo 
eles: a escrita, a dívida, o dinheiro, os Estados, os exércitos, o clero, a burocracia, a 
tecnologia e até a guerra bioquímica. 
O autor do livro disserta sobre cada um desses elementos, começando pela escrita. 
Historicamente, a escrita surgiu na Mesopotâmia, com o objetivo de registrar a 
quantidade de cereais que cada agricultor depositava no celeiro comum e manter um 
controle desse depósito. Através do registro da quantidade desses cereais/produtos, 
temos a criação da dívida e do dinheiro. Uma vez que, o aumento da produção e 
comercialização do superávit levou a necessidade de se criar uma moeda (dinheiro), 
para que os trabalhadores pudessem cobrar dos senhores de terra pelos serviços 
prestados (dívidas). Esse processo foi a peça chave para a implementação do Estado, 
já que para essas transações e trocas acontecerem elas exigiam uma unidade de 
confiança, para que ao final o contribuinte tivesse a segurança e notaria que valia a pena 
trabalhar, honrando os compromissos e valorizando a moeda. Porém a realidade 
requeria ser mais estruturada, pois o Estado só existiria em meio a uma burocracia que 
possuísse burocratas (para administrarem os assuntos públicos), policiais (para 
defender os direitos de propriedade), governantes (para governar) e um exército 
organizado (com intuito de garantir e impor o poder). E para complementar todo esse 
sistema afim de evitar grandes conflitos e garantir que os governantes se mantivessem 
no poder, foi preciso que coexistisse uma ideologia legitimadora, nesse caso, o clero. 
 Como foi citado alguns parágrafos acima, as revoluções tecnológicas foram um grande 
destaque para a história da humanidade, em que a inteligência humana foi se adequado 
e se moldando as necessidades e mudanças que a sociedade vivia, como a criação de 
ferramentas, arados, sistemas de irrigação, a produção de adornos e joias para os 
soberanos; visando o poder, as armas e as aldeias e cidades nos entornos das regiões 
de produção. E todo esse avanço teve consequências, ocasionadas pelo contato das 
pessoas com microrganismos patogênicos, causando a morte de milhares. Entretanto, 
mais uma vez a sociedade se reinventou e os sobreviventes a essas crises passaram a 
desenvolver certa tolerância as doenças causadas (como a cólera), e criaram uma 
relação de simbiose com os microrganismos. A partir daí a sagacidade dos indivíduos 
permitiram com que surgissem as guerras bioquímicas, em que conquistas de território 
aconteciam com um simples aperto de mão. 
Ao retornar a pergunta feita no início do capítulo, o autor consegue deixar claro, através 
de toda análise dos dados apresentados, que a origem de tudo se encontra no superávit. 
Ele também conclui que e a Austrália sempre foi um território rico em recursos. Dessa 
forma, não foram necessárias as buscas por outros meios de sobrevivência, garantindo 
aos europeus uma vantagem tecnológica, armamentista e bioquímica com relação aos 
aborígenes australianos. O mesmo cenário também pode ser visto na África e América. 
Portanto, é possível concluir que a desigualdade em que vivemos é fruto do 
desenvolvimento da produção e da estruturação desfavorável da sociedade, em que 
existe uma grande concentração de poder nas mãos de uma minoria. 
Consequentemente, por ser legitimada, esse grupo se mantem dessa forma, 
reproduzindo a desigualdade insigne durante anos de existência.

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