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Resenha Crítica Hobbes o medo e a esperança

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Resenha crítica
 Hobbes: O medo e a esperança
 Renato Janine Ribeiro
 Thomas Hobbes, filósofo inglês, autor de Leviatã, é um contratualista, e afirma que a origem do Estado e sociedade, formou-se a partir do contrato, logo o poder e a organização social, surgiram por meio desse contrato, sendo firmado por um pacto entre os homens, os quais naturalmente não tinham poder, criando as regras para que haja um bom convívio entre eles, e também criou-se assim, uma subordinação política. Sendo assim, quem governasse teria a necessidade de saber ler e entender todos os homens que seriam governados, para melhor compreende-los. 
 
 Sir Henry Maine faz uma crítica, onde diz ser impossível que selvagens pudessem ser capazes de se reunir para fazer um pacto, por não terem noção sobre o conhecimento jurídica; contradizendo Hobbes, pois segundo ele, o homem natural não é um selvagem e sim o mesmo homem que vive em sociedade, e sua natureza não muda com o passar do tempo. E diz também que a natureza do homem seria tão igual, que um não poderia levar vantagem de forma total sobre o outro. Porém, por existir um objetivo em comum entre eles, isso acabaria se tornando um conflito entre as partes, surgindo assim, a guerra. E sem o Estado para manter a ordem, agindo por sua própria razão, o tempo de vida que seria natural diminuiria gradativamente. 
 Na teoria de Hobbes, pelo fato do indivíduo não saber o que o outro estaria pensando, isso faria com que um atacasse ao outro, por terem um instinto natural de defesa.
 Hobbes cita três motivações principais que levaria o homem ao conflito: 
“De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória. 
 A primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; e a terceira, reputação”. (Leviatã, cap. XIII. Pag. 74-6) 
 Para Hobbes, o direito de natureza permite que o homem possa fazer aquilo que ele julgar ser melhor para a defesa de sua vida. E a lei de natureza, seria uma regra para todos, a qual o homem é proibido de destruir a própria vida. Lei é a obrigação, e direito é a liberdade. 
“[...] que todo homem deve esforça-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra”. (Ibidem cap. XIV, pag. 78-9).
 Ao perceber que poderia ser compreendido de forma errada, Hobbes explica que por causa das paixões que existe dentro do homem, os levam a cometer atos inapropriados aos olhos da sociedade, e assim, a sociedade em si por não terem plena confiança, estão sempre em busca de uma proteção.
“[...] que quando vai dormir fecha suas portas; que mesmo quando está em casa tranca seus cofres; e isto mesmo sabendo que existem leis e funcionários públicos armados, prontos a vingar qualquer injúria que lhe possa ser feito”. (Leviatã, cap. XIII, pag. 76) 
 Segundo Hobbes, os homens deveriam abrir mão de seus direitos, cedendo-os a um único homem o qual governaria a todos, criando assim, a união dos homens que seria uma assembleia onde se criariam as regras gerais, no sentido de promover a paz e a segurança para todos. E esse governo teria que ser absoluto, para que não continuasse a existir esses conflitos que levam à guerra. Feito esse pacto, os súditos teriam que obedecer obrigatoriamente somente a esse pacto, não podendo celebrar um novo pacto, nem mesmo um pacto feito com Deus, sem a mediação de um representante oficial de Deus, porque essa atitude seria injusta; e qualquer ato que resultasse em um castigo do súdito, á ele seria considerado o próprio autor do castigo. 
 No meu ponto de vista, mesmo o homem não sendo um completo selvagem, ainda assim, já nascem com esse conflito interno, por esse ser de sua natureza humana. Mesmo estando em conformidade com a sociedade, e mesmo que haja sobre todos o dever de serem justos, quando existe a oportunidade, muitos acabam cometendo atos inapropriados que vão contra os princípios da sociedade, mesmo sabendo que isso resultará em punições. Desse modo, a sociedade em si, mesmo tendo em vista que existem as leis, ainda assim ficam com medo de tal violência. E isso acontece porque mesmo havendo normas, sempre existirá alguém para descumpri-las. Acredito também, que o homem possa mudar sim com o passar do tempo, pois é nítido a mudança que existem hoje em dia nas pessoas, em relação a tudo. Todos devem buscar a paz, e fazer o melhor para poder alcança-la. 
 
O pacto pessoal com Deus, não pode ser visto como injusto, pois não se trata de uma quebra de contrato, e nem uma afronta com a figura de Deus, mas sim um direito a fé que todos tem sobre aquilo que acredita. 
Naila laiziane Damaceno Evangelista, “aluna do 1° Período da faculdade de Direito Doctum”. 
Bibliografia:
Renato Janine Ribeiro.
Hobbes: o medo e a esperança.
Os clássicos da Política.
Organizados Francisco Weffort.
Ano 2001
Editora Ática- São Paulo.

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