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PEDIATRIA 2 – SEMIOLOGIA DO TÓRAX E DO APARELHO RESPIRATÓRIO - Foco nas vias aéreas inferiores. - INSPEÇÃO: já se inicia quando a criança entra na sala de consulta, seja bebê, criança pré-escolar e escolar. Observar se está chorosa, se está gemente, se está dispneica, se está com batimento de asa de nariz, olhos encovados, se está apática, se não está respondendo aos estímulos ambientais. · Exame do tegumento: tem que despir a criança para fazer diagnóstico correto. · Observando a pele do tórax. · Presença de pêlos. Aparecimento de pêlos pubianos, na região do tórax, na região axilar. · Presença de cicatrizes. Na linha hemiclavicular que indica que a criança provavelmente teve alguma drenagem de tórax, presença de fistulas de crianças com patologias crônicas. · Presença de mamas tanto no sexo feminino quanto masculino. · Distribuição do sistema venoso. · Forma do tórax: · Normal ou atípico. · Típico. · Tórax achatado · Tórax cifótico · Tórax peito de pombo/cariniforme: com esterno proeminente. Raquitismo e asma grave que compromete a caixa torácica. · Tórax em sino que pode ocorrer um raquitismo. Porção superior é um diâmetro menor e chegando na base tem um alargamento. · Tórax em barril/em tonel: espaçamento dos ápices e alargamento das bases. Doenças obstrutivas crônicas, mucoviscidose e asma de difícil controle. · Tórax pectus excavatum/em funil: estreitamento nos ápices e alargamento nas bases, com a porção esternal aprofundada. · Assimetria: · Tórax assimétrico. Diferenças entre o hemitórax direito e o hemitórax esquerdo. · Tórax rosário raquítico: articulações condrocostais começam a formar nódulos, porque tem um processo de formação óssea totalmente alterado, devido a carência de vitamina D, esses nódulos se alinham e por isso fala que é um rosário. Não é comum na região sudeste, depende da desnutrição (déficit de crescimento e de alterações ósseas). · Rosário de escorbuto infantil. Deficiência de vitamina C. · Tórax abaulado: devido derrame pleural e enfisema obstrutivo. · Retrações. Atelectasias. OBS: Na imagem tem um paciente extremamente desnutrido, com pouca massa muscular, uma acentuação da trama óssea e formando o rosário raquítico que já é diagnóstico 99% pela anamnese e exame físico de raquitismo. · Tipos respiratórios: · Respiração nasal ou oral. · Recém-nascido é respirador bucal. Por isso que o nariz não pode ficar obstruído (em alterações climáticas eles ficam obstruídos, sendo importante lavar com soro fisiológico), e também quando o bebê está mamando tem que manter o nariz longe da mama para que ele não engasgue. · Lactente respiração abdominal. · Terceiro ano respiração torácica. · Terceiro ao sétimo ano: combinação tipo abdominal e torácico. · Sétimo ano: tipo torácico adulto. OBS: Por isso que observa mais batimento de asa de nariz, tiragem e gemência em crianças menores do que crianças maiores, sendo justificado pelos padrões respiratórios da criança e dos escolares. · Ritmos respiratórios: · Dispneia suspirosa: é uma dispneia profunda onde tem um estridor (ruído laríngeo). · Ritmo de Cantani: aumento da amplitude da inspiração e expiração, sem períodos de apneia. · Ritmo Cheyne-Stockes: fase de apneia e hiperpneia crescente e decrescente. · Ristmo de Kussmaul: fases de apneias inspiratórias e expiratórias. · Ritmo de Biot: irregularidades no intervalo, na amplitude e nas apneias. Então está tendo apneia, não é a cada 10 segundos, ela as vezes passa mais tempo. · Crises de apneia: pode ocorrer em qualquer criança sem um padrão de ritmo respiratório. · Frequência Respiratória · Contagem da frequência respiratória. · Eupnéia · Movimentos respiratórios e pulsação 1:4 · Recém-nascido: 40 a 45 IRPM · Lactentes: 25 a 35 IRPM · Pré-escolar: 20 a 25 IRPM · Escolar: 18 a 20 IRPM OBS: Verificar se está ou com taquipneia ou bradipneia ou dispneia. · Amplitude Respiratória · Observar se há: · Respiração profunda. · Respiração Superficial. · Presença de tiragem. · Dispneia e chiado. · Dispneia e estridor. · Observar as características da tosse · Se é seca, produtiva, improdutiva e úmida. · Tosse rouca, estrudulosa, acessos ou quintas, emetizante. · Hemoptise. - DIAGNÓSTIVO DIFERENCIAL DE TOSSE E DISPNEIA Tosse Presença de Infecção Sinais e Sintomas Tipos Sim Não Tosse de caráter agudo Seca (irritante) Viroses respiratórias Alergia respiratória psicogênica Úmida Pneumonia aguda Laringotraqueobronquite Tosse crônica (mais de 15/20 dias) Bronquiectasias; Tuberculose; Sinusite; Fibrose cística. Maior das tosses crônicascausa é a rinossinusite. Tosse típica Quintosa (em quintas quem dizer que tosse mais que 5 vezes). Coqueluche; Viroses respiratórias; Pneumonia atípica. Rouca/afônica ou bitonal Laringites; Compressões; Traqueobrônquicas (adenomegalias mediastinicas, tumores, aneurisma de aorta); Aspiração de corpo estranho. Dispneia Quadro Infeccioso Com sibilância recorrente Sim Não Asma; Hiper-reatividade brônquica; Doença de refluxo Gastroesofágico; Cardiopatia congênitas. Com estridor Laringites; Laringotraqueobronquite; Corpo estranho intratraqueal. Com piora progressiva; as vezes com sibilo Pneumonia; Pneumonia interstisciais idiopáticas. - PALPAÇÃO · Objetivos: · Exame de sensibilidade. · Expansão. · Elasticidade do tórax. · Vibrações ou frêmitos. · Lesões brônquicas, pulmonares e pleurais. · Exame da mama tanto no sexo feminino quanto no sexo masculino. - PERCUSSÃO · Limites inferiores dos pulmões. Pode encontrar: · Submacicez. Consolidação parenquimatosa pulmonar. · Macicez: · Derrame pleural. · Pneumotórax hipertensivo. · Atelectasias. · Hipersonoridade. Enfisema pulmonar. · Limites Superiores dos pulmões. Pode encontrar: · Timpanismo. Pneumotórax não hipertensivo. · Ruído de panela rachada. Quando a criança grita (chora muito). - AUSCULTA · Compreende a audição de ruídos normais e anormais do aparelhp respiratório durante as fases respiratórias e expiratórias da respiração, articulação das palavras e a tosse. · Ruídos Normais. Murmúrio vesicular. · Ruídos Anormais: · Sopro tubário · Ruído intenso inspiratório e expiratório. · Condensações e cavidades. · Ruídos Adventícios: · Origem Pleura: Atrito. Superfície das pleuras é áspera e rugosa (ranger de couro). · Brônquica. Estertores secos. · Bronquiolar e pulmonar. Estertores úmidos (podem ser crepitantes e subcrepitantes que subsidiam o diagnóstico de processo inflamatório). · Creptantes: deslocamento das paredes alveolares a inspiração, determinado pelo líquido neles existente. · Subcreptantes: ar nestes condutos em mistura com líquidos. · Estertores secos: são roncos e sibilos que são provocados por estenose ou obstrução parcial da luz brônquica por edema, secreção, compressão. · Roncos: são estenose ou secreções aderidas aos brônquios de grande calibre. · Sibilos: são produzidos por edema nas mucosas, secreção espessa aderida à parede ou espasmo da musculatura brônquica. · Ruídos traqueais e nasais. Bilaterais e simétricos. · Estertores de bolhas grossas e médias. Não modificam com a tosse (Bronquiectasia). · Ressonância vocal: transmissão de palavras, choro e tosse. · Broncofonia: percepção da voz auscultada (escuta a voz quando tem transmissão sonora). Existem alterações de ausculta que vamos encontrar em algumas patologias: · Pecterilóquia: percepção da voz aumentada, ouvindo-se de maneira nítida as sílabas pronunciadas em voz alta, como emitidas próxima a orelha. · Egofonia: voz anasalada, fanhosa, semelhante à de ventríloquo. · Gemidos ou gemência. · Estridor ou cornagem. OBS: Em 90% das consultas será encontrado sibilos inspiratórios e expiratórios, roncos, estertores creptantes e subcreptantes.
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