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1 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 Saúde do lactente Puericultura Esse conteúdo tem por si o foco na criança como um todo, não é só pesar e medir a criança, mas sim avaliar hábitos, desenvolvimento em todos os âmbitos. Tem como principal objetivo criar adultos saldáveis, tomar medidas que faça com que ao crescer patologias comuns não venham trazer problemas maiores. EX: infecção urinaria. No século XIX os primeiros estudos levantaram a hipótese de que a saúde do adulto era influenciada pelas condições de saúde da infância. Em 1987 Barker divulgou um famoso estudo que destaca a origem na vida fetal e na infância das doenças dos adultos. O pediatra tem por missão a promoção da saúde da criança em toda sua plenitude. A meta é a saúde, um processo de preservação com qualidade. Ajudar a criança e sua família em todas as fases de seu desenvolvimento de modo a atingir a fase adulta apta a exercer plenamente seu potencial. Faixas etárias: • Lactente (referindo-se ao uso do leite): do nascimento aos 2 anos. • Pré-escolar: 2 a 6 anos. • Escolar: 7 a 10 anos. • Adolescente: 11 a 20 anos. Rotinas nas consultas: Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. No entanto, mesmo que isso seja prescrito, na pratica existem tempos, entre 6 e 9 meses por exemplo, que pela introdução dos alimentos, vacinas importantes, hábitos, acaba sendo muita informação no tempo e por consequência fatos acabam deixando ser passados para trás. Logo, cabe ao pediatra analisar isso e muitas vezes aumentar ou reduzir o número de consultas. As consultas de puericulturas acabam sendo descritas por uma tríade: PEDIATRA – CRIANÇA – MÃE (ou substituta – em casos de baba ou outro parente próximo). Saber escutar: • Não é só um ato mecânico de ouvir. • Cabe ao médico dirigir o diálogo: tempo curto com dados objetivos. • É a valorização do discurso da mãe e da criança. • Compreender a dinâmica da mãe em relação à doença. Como a paciente e a mãe ou o pai lidam com as situações, com os hábitos, como é a rotina e a dinâmica da casa/família. • Fazer a leitura de suas necessidades, inseguranças, medos, fantasias e expectativas em relação a criança. • Detectar situações estressantes pelas quais a família pode estar passando. O puericultor atua na prevenção, age mais para evitar, afastar ou controlar os fatores de risco do que propriamente nas doenças. Listar os problemas detectados: alimentação, estado nutricional, imunização (carteira de vacinação em dia, em que rede está fazendo as vacinas – pública ou privada), crescimento (usar tabelas demonstrativas), desenvolvimento neuropsicomotor e pubertario (nesse último usar a tabela de Tanner e pedir em que estado que a criança diria que está) e comportamento. Consultas: • Condições econômicas e sociais da família, se possui alguma espécie de risco social. • Condições de moradia, risco de insalubridade. • Creche/escola: se vai, como é a relação com os colegas. • Alimentação detalhada, ênfase no aleitamento materno. 2 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 • Funcionamento intestinal. • Habilidades conforme a etapa de desenvolvimento. • Temperamento e personalidade. • Linguagem. • Acuidade visual e auditiva. • Sono – a partir dos 6 meses não tem mais necessidade de a criança acordar para mamar, essa deve dormir à noite toda – ver aonde a criança dorme. • Disciplina/atividades lúdicas e sociais. • Escolaridade. • Vacinação. A partir das respostas ir “pescando” como é o ambiente em que a criança vive, como é a relação com os pais e como esses se comportam com as situações do dia a dia, como se fazem presentes com a criança, se observam e convivem. Diagnóstico: Deve ser comunicado sem jargão medico: informar a evolução da doença e explicar os sinais de alerta que indicam uma evolução não satisfatória da doença. Deve colocar à disposição da família algum meio de comunicação pessoal ou de serviço. Instruções para casos de emergências – ir para hospitais e procurar ajuda além do pediatra muitas vezes, dar dicas de quando ir viajar sempre saber o hospital e onde é referência para qualquer imprevisto. Ter sempre um plano B para situações inesperadas. A perigosa cultura do pronto socorro: Há muito tempo não existia pronto socorro pediátricos, eram consultas em domicilio em algumas situações. Com o surgimento do pronto socorro os pais acabam fazendo uma perigosa distorção do seu uso. O que é para atender apenas consultas de emergências está sendo utilizado como recurso para consultas pediátricas comuns. Exemplos: plantonista de PA atender quadro de tosse há 2 semanas, resfriados, faringites. Se não melhora retorna ao PA e é atendido por outro plantonista. Qual o problema dessas consultas em pronto atendimento? • Mesmo sendo um excelente medico plantonista, ele nunca viu esse paciente, não tem seu histórico e nem sabe suas características. • Vai receitar a medicação e possivelmente não fará o acompanhamento da evolução da doença. Puericultura – dúvidas!! • Doutor o peso do meu filho está bom? E a altura? Ele não é muito pequeno? • Posso dar chá de camomila? Posso pintar meu cabelo? • Ele tá fazendo cocô toda hora.... posso mandar a foto das fezes? • É melhor dormir de qual lado? • Por que ele dorme tanto? • Nossa!!!! Acho que meu leite tá fraco.... posso dar leite de vaca? Crescimento: Não é constate, pode evoluir em pequenos surtos, alterando fases de aceleração e desaceleração. Canal de crescimento ➔ Criança mantém o a mesma curvatura Peso: No período neonatal a criança tende a perder cerca de 10% do peso. A partir do primeiro trimestre a criança deve começar a ganhar peso. Normalmente a criança duplica o peso do nascimento, ao final do quarto mês e triplica o peso ao final de um ano. Altura: aumento de 15 cm no primeiro semestre e mais 10cm no segundo. Durante todo o segundo ano de vida este ganho deverá ser de 10cm-15cm. Perímetro cefálico: até um ano e meio é importante medir o perímetro cefálico e comparar com as curvas das tabelas, ate um ano de vida é o período que mais 3 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 ocorre crescimento. Sinal de alerta para um crescimento maior e menor que o esperado. Nutrição até 2 anos: Dar somente leite materno ate os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos. A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno, ate os dois anos de idade ou mais. Após os 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno e cinco vezes se estiver desmamada. A alimentação complementar devera ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança. A alimentação complementar deverá ser espessa desde o inicio e ser oferecida om colher: começar com consistência pastosa (papas e purês) e gradativamente, aumentar a consistência ate chegar à alimentação da família por volta de um ano. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. uma alimentação variada é também uma alimentação colorida. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, garantir o seu armazenamento e conservação adequados. Estimular a criança doente ou convalescente a se alimentar a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. São esses os 10 passos do ministério da saúde. OBS: não se preconiza atualmente usar muito o suco de frutas por sermuito calórico. Papel do pediatra: • Orientação alimentar para cada faixa etária. • Conhecer as necessidades nutricionais especificas por período. • Individualizar a prescrição. • Recém-nascido necessita cerca de 125cal/kg/dia, essa quantidade decresce para 100cal/kg/dia por volta do sexto mês de vida. • Até 2 anos necessidade mantém-se 95- 100cal/kg/dia. Frutas: • Horário da tarde ou da manhã. • As frutas mais usadas são: banana, maçã, pera, mamão e abacate oferecidos amassadas e raspadas. • Inicia-se com pequenas porções ao dia na primeira semana e depois aumenta-se gradativamente até atingir 100g/refeição. • Potencialmente alergênicas: morango, abacaxi e tomate. Papa salgada: A papa deve conter um tubérculo ou cereal, uma leguminosa, uma proteína e uma hortaliça (verduras e lumes). A papa deve ser amassada, sem peneirar ou liquefazer. A alimentação complementar deve ser espessa, com consistência de papas ou purês, gradativamente aumentar a consistência até chegar à consistência da alimentação da família. 4 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 Usar apenas uma “pequena “pitada de sal”. A carne não deve ser retirada, mas sim picada e oferecida a criança. A criança amamentada deverá receber 2 papas salgadas e 1 papa de frutas. ❖ Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, soja. ❖ Cereal: milho, arroz, aveia, centeio ❖ Raízes e tubérculos: mandioca, mandioquinha, batata doce e inglesa. ❖ Hortaliças: Verduras e Legumes ➔ alface, couve- flor, cenoura, beterraba, espinafre, chuchu, abóbora, brócolis, berinjela. ❖ Carne: Alimento com grande quantidade de proteína de alto valor biológico, é também fonte de gordura, ferro, fósforo e vitaminas ➔ frango ou gado. ❖ Ovos: fonte de fosfolipídios e lipoproteínas que são fundamentais para a constituição do sistema nervoso. OBS: a carne é muito mais rica do que o feijão, então sempre preconizar a carne. Além disso cuidar o uso de muita beterraba, cenoura, porque a criança pode ficar com hipercarotenismo. IMPORTANTE: No primeiro ano de vida não usar mel, devido aos esporos do Clostridium botulinum: capazes de produzir toxinas na luz intestinal e consequentemente causar botulismo (é uma doença rara e potencialmente fatal. A doença começa com fraqueza, visão turva, sensação de cansaço e dificuldade para falar). Vitamina D e ferro: A recomendação vigente da Sociedade Brasileira de Pediatria orienta a suplementação profilática com dose de 1mg de ferro elementar/kg ao dia dos 3 aos 24 meses de idade, independentemente do regime de aleitamento. O Departamento Científico de Nutrologia da SBP recomenda a suplementação profilática de 400 UI/dia a partir da primeira semana de vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para as crianças em aleitamento materno exclusivo, independentemente da região do país. Vacinas: OBS: Quando a família dispõe de recursos, o pediatra deve orientá-la quanto as vacinas úteis, porém ainda não disponíveis na rede pública. OBS: Estimular a participação em todas campanhas da rede pública, para que todos recebam a vacinação no mesmo dia e com isso a imunização se dá em uma linha horizontal, todos desenvolvem juntos e irradia muito mais a doença, a imunidade é feita na “mesma hora”. OBS: a meningocócica B e a meningocócica conjugada não estão presentes na rede pública. Higiene: Alertar os pais sobre os higienes mais básicos e que esses devem sim ser muito cuidados, entre eles estão: banho adequado, escovação dos dentes, a limpeza da chupeta e das mamadeiras, a maneira correta de trocar as fraldas, como limpar toda região e analisar como esta o estado do peito da mãe (relação com o sapinho). Inteligência emocional: • AMOR é essencial, mas não é suficiente! É necessário sentar, conversar, os pais devem ter autoridade, mas não devem ser autoritários. • Empatia; • Ajudar os filhos a verbalizar seus sentimentos; • Ouvir e compreender; • Dar e repetir explicações; • Estabelecer limites ➔ fundamental; • Forma e qualidade da relação: modelo para a criança; • Tentam manipular e colocar os pais em contradição. Puericultura – consultas de seguimento: 5 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 A assistência global à criança deve ser feita de maneira evolutiva para acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do paciente. Cada consulta: anamnese (dados do desenvolvimento, possíveis queixas ou dificuldades), exame físico (comprovar os progressos do desenvolvimento e registrar os parâmetros de crescimento) e toda consulta pediátrica, independente da queixa, deve incluir puericultura. Consulta do 1 mês: • 1ª consulta: 3 a 7 dias da alta da maternidade; • Detectar crianças com risco físico / famílias em risco social; • Avaliar icterícia; • Controlar peso; • Revisar técnica de amamentação (assistir a uma mamada): boa pega, corrigir falhas; • Advertir quanto ao uso de chupetas; • Orientar quanto a posição da criança dormir: decúbito dorsal; • Estabelecer empatia; • Proporcionar apoio e estímulo; • Garantir disponibilidade as dúvidas e os problemas, fumo, cólicas. Desenvolvimento: Desenvolvimento normal não é garantia contra uma deterioração mental no futuro. Pelo desenvolvimento não é possível predizer a futura inteligência ou sucesso. Desenvolvimento motor acelerado não indica superioridade mental. A idade gestacional deve estar sempre corrigida, caso ele tenha nascido de maneira prematura o desenvolvimento na maioria das vezes não acompanha a idade de vida, porque ele possui essa prematuridade. 1 mês: • Quando de bruços é capaz de erguer a cabeça, permanece com as mãos fechadas perto do rosto; • Fixa o rosto da mãe quando ela fala; • Sorri para os pais; • Reflexos primitivos: preensão palmar e plantar, reflexo cutâneo plantar, reflexo de moro, reflexo tônico-cervical, marcha reflexa, procura ou voracidade; • Contato visual 20-30 cm; • Reação ao som: chocalho ➔ observar expressão facial e corporal; • Reflexos primitivos. 2 meses: • Sorriso social (recíproco); • Vocaliza sons semelhantes a vogais; • Já identifica objeto (contrastado) e segue com o olhar ➔ reposta visual presente, mas isso dentro da área do campo visual da criança; • Mãos abertas 50% do tempo. 3 meses: • Acompanha o olhar com um objeto em movimento; • Mantém as mãos abertas. 4 meses: • Segura objetos e brinca com as mãos; • Quando em decúbito ventral, levanta a cabeça de forma firme apoiando-se nos antebraços; • Postura simétrica; • Reflexo palmar praticamente ausente: mãos abertas, arranha e agarra; • Ao puxar a criança pelas 2 mãos, ela acompanha o movimento sem ficar com a cabeça pendente; • Sorri e vocaliza socialmente ➔ conversa durante a consulta e ela responde com sons/sorriso. 6 meses: • Senta-se projetando para frente e apoiando as mãos; • Agarra cubos com as mãos, tenta alcançar o objeto com a mão; • Coloca as mãos na mamadeira; • Reconhece o cuidador visualmente; • Brinca com os pés; • Já reconhece quando chamada pelo seu nome; • Vocaliza para brinquedos (chame a atenção na hora da consulta), expressa raiva! 6 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 Avaliação dos reflexos primitivos 4-6 meses: Preensão palmar: a partir dos 4 meses desaparece e os movimentos tornam-se voluntários; Reflexo de Moro: desaparece até os 6 meses; Reflexo tônico-cervical: se persistente nessa fase ➔ possível lesão cerebral grave; Reflexo da busca ou voracidade: desaparece por volta dos 4 meses. 7 meses: • Senta sem apoio; • Transfere objetos de uma mão para outra; • Balbucia. 8 meses: • Estranha pessoas; • Participa do jogo (esconde-achou). 9 meses: • Avaliar com muita atenção o desenvolvimento atingido até essa fase; • Mantém-se de pé ou apoiado nosmóveis; • Engatinha: não obrigatório; • Pega em pinça polegar-indicador; • Fala sílabas: ma-ma, da-da; • Ansiedade de separação dos pais; • Recupera um objeto escondido por uma pessoa. 11 – 12 meses: • Anda apoiado pelas duas mãos ou em móveis ou segura por uma das mãos; • Localiza sons produzidos abaixo ou acima da cabeça; • Obedece a comando dado junto com um gesto ➔ “me dá”; • Olha para um objeto que cai ou foi jogado. 15 meses: • É capaz de andar sozinha; • Consegue comunicar seus desejos apontando e emitindo sons; • É capaz de construir uma torre de 3 blocos; • Fala 3 palavras. 24 meses: • É capaz de correr; • Consegue abrir e descer escadas segurando-se no corrimão; • Frase de 2 palavras. Sinais de alerta no fim do 1ᵒ trimestre: ausência de sorriso social, olhar vago, pouco interesse, o menor ruído causa muito susto, nenhuma reação a ruídos fortes (surdez?), mãos persistentemente fechadas. Sinais de alarme no fim do 2ᵒ trimestre: não vira a cabeça para localizar sons (4 meses), hipertonia (rigidez) dos membros inferiores, hipotonia do eixo do corpo: controle deficiente da cabeça, criança exageradamente lenta e sem interesse, movimentos bruscos, não dá risada, falta de reação aos sons (surdez?). Sinais de alarme aos 9 meses (OBRIGATÓRIO TOMAR PROVIDÊNCIA!!): não senta com apoio ➔ hipotonia do tronco, pernas duras, em tesoura ➔ espasticidade, pernas moles em posição de rã ➔ hipotonia, mãos persistentemente fechadas, não tem preensão em pinça, incapacidade de localizar um som, ausência de balbucio, sorriso social pobre, não tem interesse em jogar: esconde-achou. Sinais de alarme no 1ᵒ aniversário: ausência de sinergia pés-mãos, criança parada ou mumificada, movimentos anormais, psiquicamente inerte ou irritada, sorriso social pobre, não fala sílabas e nem balbucio. Orientações aos pais: estímulos auditivos e visuais ➔ conversar!!!, banhos de sol e passeios ao ar livre, transporte no carro/ carrinho de bebê em assento adequado e com cinto de segurança. Orientações aos pais: • Estimular o uso do copo e reduzir a mamadeira; • Deixar a criança comer com as próprias mãos e estimular o uso da colher; • Estimular o desenvolvimento da linguagem ➔ conversar e ler; • Brincar ao ar livre; • Pés aparentemente chatos, membros inferiores em arco. 7 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 Saúde do Pré-escolar e Escolar: Pré-escolar: • Idade: 3 a 5 anos. • Crescimento: fase de crescimento em desaceleração ➔ estatura predomina sobre o peso ➔ criança espigada. • Apetite diminui ➔ anorexia fisiológica. • Interações sociais mais complexas. • Ganho de peso: 1,5 – 2,5 kg/ano • Observar a curva. Desenvolvimento: 30 meses: Consegue pular erguendo os 2 pés do chão e aponta as partes do corpo quando solicitada. 3 anos: A criança consegue pedalar com rodinha, sabe seu primeiro nome, tem uma linguagem inteligível, controla evacuação e controla a micção diurna. Logo, nessa fase seria o ideal de se tirar as fraldas. Testar acuidade visual com os cartões de Teller: Vários cartões com listras cinzas e pretas são mostradas a criança. O examinador irá observar o movimento da fixação dos olhos em direção as listras. Isso se repetirá, até a criança não conseguir fixar mais nas listras, então a acuidade visual é determinada pela menor listra vista. Estes cartões são feitos com rigor técnico onde o contraste é sempre o mesmo. As listras brancas e pretas obedecem a um cálculo matemático denominado “ciclo por centímetro”. O teste baseia-se na observação das crianças que tendem a olhar mais para uma tela com listras pretas e brancas do que para uma superfície homogênea. O exame é realizado, ocluindo um olho de cada vez. Para quem é indicado? Bebês, crianças que ainda não desenvolveram a fala e pacientes que apresentaram limitações na realização de outros testes que estudam a quantificação da acuidade visual. 4 anos: Consegue se manter sobre um pé só, sabe seu nome inteiro e consegue controlar a micção noturna (isso tem que se desenvolver até os 5 anos de idade). Testar acuidade visual com o Quadro dos E: fazer para ver se apresentou melhora, sempre acompanhar e revisar e ver se tem necessidade da interferência de um oftalmologista. 5 anos: São capazes de executar 3 ordens, três tarefas que devem ser feitas em sequência. Desenham uma pessoa 8 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 com cabeça, corpo, braços e pernas, conseguem saltar e controlam oficialmente a micção noturna. O desenho é capaz de mostrar muitas coisas sobre a criança, o lar que ela vive e como está seu desenvolvimento. Orientações aos pais do pré-escolar: • Estimular a independência; • Economizar os “não pode”; • Estabelecer limites; • Brincar com outras crianças; • Retirada da chupeta: até os 4 anos seria o limite de uso da chupeta; • Parque infantil, escolinha, educação infantil; • Limite de telas; • Prevenção de acidentes: uso de capacetes, travas nas portas; • Ensinar a nadar. Teste de Denver: Histórico: foi desenvolvido em 1967 e em 1992 passou por uma revisão. Ele está amplamente utilizado e padronizado em dezenas de países. Apresentação: é um teste designado para o uso em crianças aparentemente saudáveis do nascimento aos seis anos. Objetivo: avaliar a performance com testes próprios da faixa etária. É composto de 125 itens, distribuídos na avaliação de quatro áreas distintas do desenvolvimento neuropsicomotor: motricidade ampla, motricidade fina-adaptativa, comportamento pessoal-social e linguagem. OBS: ele está presente na caderneta da criança. Ordem de aplicação: 1. Pessoal-Social, Habilidades Finas, Linguagem, habilidades grossas; 2. Tarefas que a criança possa executar facilmente devem ser administradas primeiro; 3. Tarefas que usem os mesmos materiais como blocos, devem ser administrados consecutivamente; 4. Recomenda-se que apenas os materiais para uso específico na tarefa sejam deixados sobre a mesa; 5. Independentemente da idade, cada setor deve ser testado iniciando-se pelos itens a esquerda da linha; 6. Comportamento: o quadro inferior deve ser preenchido ao fim do teste Ao ir fazendo se estabelece uma pontuação: P (passou), F (falhou), NO (não teve oportunidade) e R (recusa) para cada tarefa. 9 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 O teste de Denver é de fácil treinamento e rápida administração, porém apresenta algumas limitações, como: não tem validação no Brasil, oferece resultados com pouco valor prognóstico, parece insuficiente para avaliar mudanças qualitativas ao longo do tempo e detectar precocemente alterações psicomotoras sutis. Muitas são as variáveis para uma boa avaliação através de instrumentos, sendo que o tempo da aplicação de um questionário pode ser variável dependendo da idade da criança e competência do avaliador. É indicado aplicar o instrumento em ambiente tranquilo, iluminado, ventilado e com espaço suficiente para a criança poder mostrar suas habilidades. O teste de DENVER não é um teste de avaliação dos coeficientes de inteligência e de desenvolvimento, mas permite avaliar a condição atual do desenvolvimento maturacional da criança, não devendo ser utilizado como um instrumento diagnóstico. Devido a sua praticidade, o teste pode ser utilizado em unidades básicas de Saúde, ambulatórios, consultórios, clínicas, unidades pediátricas em hospitais, creches, pré-escolas e serviços especializados em distúrbios do desenvolvimento infantil. Escolar: • Idade: 6 a 10 anos. Caracteriza-se por ser um período de crescimento estável, quando o sistema nervoso central está se completando e pronto para receber alfabetização e realizar operações concretas. Nesta fase, a criança sofre muitas influencias externas e é insuficiente e inadequadamente vigiadapelos adultos. • Problemas familiares e sociais; • Problemas escolares e de comportamento; • Violência e maus-tratos; • Injúrias físicas; • Risco de suicídio; • Obesidade; • Influências da mídia; • Abuso de drogas; • Riscos da atividade sexual; • Crescimento físico lento e de preparo para puberdade; • Alimentação: maior consumo calórico, dieta semelhante ao adulto, riscos de obesidade e lanches escolares. • Avaliar o desenvolvimento escolar. Teste de acuidade visual – Teste do Quadro dos E: Devem ser encaminhadas ao oftalmologista as crianças de 3 a 5 anos que tenham acuidade inferior a 20/40 ou diferença de duas linhas entre os olhos e as crianças de 6 anos ou mais que tenham acuidade inferior a 20/30 ou diferença de duas linhas entre os olhos. Orientações aos pais: • Dieta prudente para evitar obesidade; • Estimular atividade física; • Estimular a leitura; • Mostrar interesse pelas atividades das crianças; • Reforçar a independência e auto responsabilidade; • Estabelecer regras quanto a dormir e ver TV; • Ensinar a atravessar a rua, regras de trânsito, uso de capacete, nadar.
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