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Crescimento e Desenvolvimento da criança

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1 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Score de APGAR / Crescimento e Desenvolvimento da Criança / Amamentação e introdução alimentar do bebê / Vacinação
 
Score de APGAR 
O escore de Apgar, também chamado de índice de Apgar ou escala de Apgar, é um 
dos métodos mais utilizados para a avaliação imediata do recém-nascido (RN). 
 Esta avaliação é feita no primeiro minuto de nascimento e é repetida 
novamente 5 minutos após o parto. 
 Avalia 5 sinais objetivos, atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 a 2: 
cor da pele, frequência cardíaca, irritabilidade reflexa, tônus muscular e 
respiração. 
 
Para cada grupo é dado o valor correspondente à resposta que melhor representa 
o estado do bebê no momento. No final, essa pontuação é somada para obter um 
valor único, que irá variar entre 0 e 10. 
Interpretação dos resultados 
 De 0 a 3 – Asfixia grave 
 De 4 a 6 – Asfixia moderada 
 De 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação 
 
 
 
 
O normal é que um bebê saudável nasça, no mínimo, com uma pontuação de 7 ao 
primeiro minuto. 
Este tipo de pontuação inferior a 10 no primeiro minuto de vida é bastante comum 
e acontece porque a maioria dos bebês precisa ser aspirado para retirar todo o 
líquido amniótico dos pulmões antes de conseguir respirar normalmente. No 
entanto, por volta dos 5 minutos é comum que o valor aumente para os 10. 
 
O surgimento de uma pontuação inferior que 7, ao 1º minuto, é mais comum em 
bebês que nasceram: 
 Após uma gravidez de risco; 
 Por cesárea; 
 Após uma complicação no parto; 
 Antes das 37 semanas. 
Nestes casos, a pontuação inferior não é motivo de preocupação, no entanto, deve 
aumentar após 5 minutos. 
 
O que acontece quando o resultado é inferior 
A maior parte dos bebês com valor inferior a 7 na escala de APGAR é saudável e, 
por isso, esse valor aumenta ao longo dos primeiros 5 a 10 minutos de vida. No 
entanto, quando o resultado se mantém baixo pode ser necessário ficar internado 
numa unidade de neonatologia, para receber cuidados mais específicos e garantir 
que está se desenvolvendo da melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Crescimento e Desenvolvimento da Criança 
Puericultura 
 
DEFINIÇÃO 
A puericultura consiste na consulta médica periódica de uma criança onde devem 
estar presentes: orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações 
relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades 
sob a qual está submetida a respectiva criança. 
 
Atualmente, diferente do que foi considerado há um tempo, a puericultura não se 
restringe a uma consulta meramente educativa do médico direcionado à criança e 
sua família, mas parte da importância de pensar junto com a família da criança 
orientações que façam sentido para a mesma com o intuito de promover uma vida 
mais saudável, minimizando efeitos das condições adversas a qual a criança e sua 
família podem estar submetidas. 
Além disso, é papel da puericultura observar fatores de risco e vulnerabilidades 
que cercam as diferentes fases do processo de crescimento e desenvolvimento 
da criança. 
 Vulnerabilidades: baixo peso ao nascer, obesidade, deficiências 
imunológicas, dinâmica familiar e o modo como a criança se expressa 
(agressividade, agitação, timidez), os ambientes em que convive (escola, 
espaços de lazer) e as oportunidades de acesso a saúde. 
 
FREQUÊNCIA DE CONSULTAS 
Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes devido ao processo 
de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por isso, 
 No 1º ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de rotina: na 
1ª semana, no 1º/2º/4º/6º/9º e 12º mês; 
 No 2º ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de rotina: no 18º 
e 24º mês. 
 A partir dos 2 anos de idades as consultas podem se tornar anuais. 
 Além da oportunidade de avaliar o desenvolvimento da criança, tal 
organização da frequência de consultas adotada pelo Ministério da Saúde 
toma como base o calendário de vacinação, permitindo a verificação do 
cartão vacinal em meses oportunos: ao nascimento, com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 
e 15 meses. 
 Outras consultas podem ser feitas conforme necessidades devido a 
problemas de saúde. 
 
Consulta completa 
O nascimento de uma criança representa uma mudança importante no cotidiano 
de uma família, logo, é preciso que o profissional que irá atender a criança esteja 
atento às possíveis dúvidas, inquietações e inseguranças relativas ao cuidado com 
o bebê. Logo, a primeira etapa de uma consulta completa é: 
 Apresentar-se 
 Perguntar o nome dos familiares e da criança 
 Ouvir não somente os responsáveis, mas também a própria criança, 
estimulando sua participação ainda que a mesma não tenha o domínio da 
linguagem. 
Independente da etapa da infância, é preciso realizar uma anamnese completa, 
pois algumas vezes é possível que a primeira consulta de uma criança seja quando 
a mesma esteja em idade mais avançada, até mesmo na adolescência. 
 
3 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Perguntas abertas facilitam a compreensão dos motivos para a consulta, além de 
permitirem que o profissional explore condições que não tenham sido bem 
explicadas. Exemplos: 
 “O que você gostaria de me contar hoje?” ou 
 “Ocorreu alguma mudança importante na família desde a nossa última 
consulta?” ou 
 “Existe algo no comportamento do fulano que os preocupa?” 
É importante ainda evitar abordagens intrusivas ou interpretativas que não 
propiciem a descrição natural dos fatos: 
 “Ele está dormindo mal?” ou 
 “Por que você não o trouxe antes?” 
 
 OBS: Sempre informar claramente, certificar-se de ter sido entendido 
e resumir o que foi combinado até a próxima consulta. 
 
A ANAMNESE deve ser completa, com todos os itens de uma anamnese comum, 
mas devendo também abordar: 
1) Antecedentes pessoais da criança com informações desde a sua 
concepção, com ênfase nos antecedentes patológicos e alimentares, 
questionando acerca da gestação, nascimento e período neonatal. 
 
2) Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) onde é preciso colher um 
relato da família sobre o aparecimento de habilidades motoras, aquisição 
de linguagem gestual e falada, controle esfincteriano e desenvolvimento 
sócio-afetivo da criança com membros da família e amigos. 
 
3) Antecedentes vacinais devendo além de registrar as vacinas tomadas e 
períodos em que foram realizadas, registrar eventos adversos (locais ou 
sistêmicos) caso tenham ocorrido. 
 
4) História de formação da família, relacionamento dos pais e aceitação da 
criança neste processo. 
 
5) Habitação é um ponto importante para a compreensão do profissional 
acerca das condições de vida e saúde da criança e sua família, de modo a 
conseguir compreender se existem fatores de risco para doenças 
respiratórias, infecto-parasitárias e dermatológicas. 
 
6) Hábitos atuais da criança também devem ser questionados à família, 
abarcando seus respectivos hábitos: alimentares, intestinais, urinários, 
sono, higiene corporal e bucal, lazer e atividade física. Neste ponto, é 
relevante também questionar, quanto tempo a criança fica exposta a telas 
de telefone, tablets, televisão, etc. 
 
EXAME FÍSICO 
No momento do exame físico, é preciso lançar mão de algumas outras estratégias 
de interação como forma de estabelecer uma relação de confiança com a criança, 
uma vez que estar em contato com uma figura desconhecida como a do médico 
muitas vezes pode causar estresse para a mesma. 
 Deve-se explicar para a criança (e para os pais) o que será feito no 
momento do exame físico independentemente da idade que esta tenha. 
 Apresentar à criança os instrumentos que serão utilizados em cada etapa 
do exame (estetoscópio, espátula, fita métrica, etc.) auxilia na 
compreensão da mesma acerca de tais objetos, o que pode facilitar a tarefa 
do médico. 
 É importante que durante toda a consulta algum dos responsáveis esteja 
no consultóriopodendo solicitar a ajuda destes durante as etapas do 
exame físico. 
Na Puericultura nem sempre será possível realizar o exame físico na sequência 
crânio-caudal com costuma-se realizar nas outras áreas da Medicina, assim, é 
possível iniciar parte do exame físico com a criança ainda no colo de um dos seus 
familiares. Sobretudo, na fase entre os 7 meses e 2 anos de idades as crianças 
 
4 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
estranham mais a realização do exame físico. Além disso, uma boa estratégia é 
deixar o exame da orofaringe e a otoscopia para serem realizados ao final, pois 
estes costumam causar maior desconforto na criança e se feitos logo no início 
podem dificultar a avaliação dos outros órgãos e sistemas. 
Lembrando que a 1ª consulta de toda criança deve ser ainda na sua 1ª semana de 
vida é importante ressaltar alguns, dentre todos os sistemas que não devem ser 
esquecidos nesta consulta com o recém-nascido (tabela abaixo). 
 
 
Segundo o Ministério da Saúde, as consultas seguintes à primeira não devem 
obrigatoriamente contar com todos os elementos de um exame físico completo, 
no entanto, até os 10 anos de idade recomenda que procedimentos específicos 
não deixem de ser realizados: dados antropométricos, rastreamento para displasia 
evolutiva do quadril, ausculta cardíaca, avaliação da visão e audição, aferição da 
pressão arterial e rastreamento para criptroquirdia. 
 
Dados antropométricos 
A avaliação do crescimento e desenvolvimento faz parte da avaliação básica da 
Pediatria. Esse acompanhamento sistemático permite o monitoramento das 
condições de saúde e nutrição da criança assistida. 
Nesta etapa do exame físico deve-se realizar as medidas de: 
 Peso 
 Comprimento/altura 
 Índice de massa corpórea (IMC) 
 Perímetro cefálico 
 Perímetro torácico (até os 3 anos de idade) 
 Circunferência abdominal. 
As informações do peso, altura, IMC e perímetro cefálico devem ser transpostas 
para as curvas disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e as informações 
devem ser compartilhadas com os pais. 
 
 
5 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Os gráficos disponíveis na Caderneta são baseados em recomendações da OMS 
para crianças de qualquer país ou etnia, no entanto, o diagnóstico de algum desvio 
no crescimento da criança deve ser analisado com base no meio e condições de 
vida que a mesma se encontra. 
Os parâmetros disponíveis na caderneta para avaliação do crescimento utilizam os 
seguintes gráficos: 
 perímetro cefálico (até os 2 anos) 
 peso x idade (0 até 10 anos) 
 comprimento/altura x idade (0 até 10 anos) 
 IMC x idade (0 até 10 anos). 
As curvas possuem diversos pontos de corte classificados em escores z que indicam 
unidades do desvio-padrão do valor da mediana (escore z 0 ou linha verde), um 
ponto que não esteja entre as linhas vermelhas (escore z ≤ +2 e ≥ -2) indica um 
problema de crescimento, logo, uma criança que está crescendo adequadamente 
tem pontos do gráfico paralelo à linha verde (acima ou abaixo dela). 
 
 
 
A aferição do peso e comprimento/altura, é realizada por métodos diferentes a 
depender das características da criança examinada. 
 O peso pode ser aferido por meio da balança pediátrica que deve ser 
utilizada para crianças de até 25 kg ou 2 anos ou até a criança poder ficar 
em pé, quando então poderá ser pesada na balança em pé. 
 
 A medida do comprimento é realizada com a régua antropométrica com 
haste fixa que deve ficar na cabeça e a haste móvel é colocada logo abaixo 
do pé da criança, mais uma vez é fundamental o auxílio dos pais neste 
momento; em crianças a partir dos 2 anos é possível medir a altura da 
criança com estadiômetro onde a mesma em pé e cabeça retificada. 
 
6 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
 
 
O IMC já foi validado como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, 
apresentando correlação com outros parâmetros que avaliam porcentagem de 
gordura corpórea e, em crianças, alguns estudos mostram que a mensuração do 
IMC na infância pode ser preditivo do IMC na adolescência e idade adulta. 
 Quando o IMC da criança está entre os escores z ≥ -2 e +1, fala-se que a 
mesma está com IMC adequado. 
O perímetro cefálico (PC) deve ser medido em todas as consultas até os 2 anos de 
vida. 
 A circunferência da cabeça deve ser medida com uma fita métrica maleável 
envolvendo os maiores diâmetros frontoccipital na testa no sulco supra 
orbital e na porção mais proeminente do occipital. 
 Na Caderneta do Ministério da Saúde é possível correlacionar tal medida 
com a idade, de modo que, se escore z < -2 fala-se que o PC está abaixo 
do esperado e se > +2 está acima do esperado para idade. 
 Segundo a OMS, a microcefalia deve ser diagnosticada dentro das 
primeiras 24h até a 1ª semana de vida se a medida do PC estiver no escore 
z < -2, em casos de medidas < -3 no escore z, fala-se em microcefalia grave. 
 Além disso, é possível relacionar os gráficos de PC com os gráficos de peso 
x comprimento/altura, pois sempre que houver uma ascensão do traçado 
de PC deve haver uma ascensão do traçado peso x altura. Em caso de 
traçado positivo do PC com traçado negativo do peso x altura em mais de 
2 consultas pode ser indicativo de macrocefalia. 
 
 OBS: No 1º trimestre de vida, o PC costuma crescer em média 2 
cm/mês, no 2º trimestre este valor cai para 1cm/mês, enquanto que 
no 3º trimestre passa para 0,5 cm/mês. Ao final de um ano o 
crescimento do crânio chega a 12 cm. 
 
Rastreamento para displasia evolutiva de quadril 
Apesar de não haver consenso sobre a efetividade da redução dos desfechos 
clínicos, o rastreamento auxilia no diagnóstico precoce (antes dos 3-6 meses) e, 
com isso, na escolha de tratamentos menos invasivos e com menores riscos de 
complicações. 
 Os principais fatores de risco para displasia do desenvolvimento do quadril 
são: sexo feminino, história familiar de displasia congênita do quadril e 
parto com apresentação pélvica. 
 Duas manobras devem ser realizadas logo nas primeiras consultas até os 2 
meses, testando um membro de cada vez a partir das manobras de Barlow 
(provocativa do deslocamento) e Ortolani (sua redução). 
 Após os 3 meses é possível avaliar se a criança possui limitação da abdução 
dos quadris e encurtamento de um dos membros. 
 Quando a criança começa a deambular é pode-se observar se há 
Trendelenburg positivo, ou seja, a não sustentação da pelve após a 
elevação do membro inferior do lado oposto. 
 
 
7 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Ausculta cardíaca 
Assim como em todo atendimento médico, a ausculta da frequência cardíaca (FC) 
deve ser realizada na Puericultura. Logo, é importante saber as faixas de FC, bem 
como a FC média em cada etapa da infância, podendo em caso de discrepâncias 
pensar em possibilidades diagnósticas: 
 
Aferição da pressão arterial 
Segundo o Ministério da Saúde, recomenda-se que a pressão arterial (PA) seja 
aferida em crianças uma primeira medida aos 3 anos de idade e segunda medida 
aos 6 anos, no entanto, outras referências não fazem menção a idades específicas 
para a medida. 
O manguito apropriado deve ter largura correspondente a 40% da circunferência 
do braço (no ponto médio entre o acrômio e olécrano). Caso não haja o manguito 
com nº ideal para a criança, deve-se escolher um imediatamente maior que deixe 
a fossa cubital livre e com cumprimento suficiente para circundar o braço da 
criança com o mínimo de superposição; manguitos menores podem falsear 
elevações na PA. A medida deve ser feita de preferência no braço direito, com a 
criança em repouso de 3 a 5 minutos. 
Os valores de PA sistólica e diastólica podem ser relacionados com o percentil da 
estatura da criança e o sexo da mesma em tabelas apropriadas. A PA normal é 
inferior ao percentil 90, pré-hipertensão entre percentil 90-95 e hipertensão é 
definida por valores superiores ao percentil 95. 
Rastreamento para criptorquidia 
A criptorquidiaé uma relevante anomalia congênita com isso, o Ministério da 
Saúde recomenda que, caso os testículos não sejam palpáveis ou sejam retráteis 
na 1ª consulta da Puericultura o rastreamento deve ser realizado nas próximas 
consultas de rotina. 
 Se aos 6 meses não houver testículos palpáveis, a criança deve ser 
encaminhada à cirurgia pediátrica. 
 Se forem retráteis, deve ser monitorado a cada 6-12 meses entre os 4-10 
anos de idade, pois pode ocorrer da criança crescer mais rápido do que o 
cordão espermático e haver saída dos testículos da bolsa escrotal. 
 Vale ressaltar que, o tratamento precoce da criptoquirdia resulta em 
diminuição do risco de câncer de testículo e problemas de fertilidade em 
adultos. 
Avaliações específicas da saúde da criança 
 
 
8 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
 
 
DIAGNÓSTICOS 
Ao final de toda consulta de Puericultura devem ser elaborados no mínimo 6 
diagnósticos (havendo outros diagnósticos estes devem ser elencados após). 
Podemos usar o mnemônico “CEVADA” para memorizar estes diagnósticos: 
 
 
 
 
 
 
 
9 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Desenvolvimento Neuropsicomotor 
A criança deve atravessar cada fase seguindo uma sequência com certa 
regularidade e, se não for estimulada no momento apropriado, não conseguirá 
superar esse atraso no desenvolvimento. Por isso, a avaliação do desenvolvimento 
faz parte do conjunto de cuidados que visam promover uma infância saudável. 
O desenvolvimento compreende alguns domínios de função, todos interligados, 
sendo eles: 
 Sensorial 
 Emocional 
 Adaptativo 
 Motor 
 Cognitivo 
 Linguagem 
AVALIAÇÃO 
As consultas pediátricas devem avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor da 
criança. Algumas escalas foram desenvolvidas com o objetivo de guiar a avaliação 
profissional – como o teste de Gesell, o teste de triagem de Denver II, a escala de 
desenvolvimento infantil de Bayley, dentre outros. No Brasil, a Caderneta de 
Saúde da Criança, do Ministério da Saúde, disponibiliza uma sistematização para a 
avaliação do desenvolvimento da criança até os 3 anos de idade, contendo os 
principais marcos do desenvolvimento, facilitando o acompanhamento dos ganhos 
no desenvolvimento neuropsicomotor conforme a criança vai crescendo. 
Por outro lado, é essencial que o pediatra saiba conduzir a consulta de forma 
individualizada, levando em consideração diversos fatores sociais, familiares e 
ambientais que possam influenciar esse processo. 
Em todas as consultas deve-se realizar a avaliação do desenvolvimento infantil. 
Observar a forma que a mãe a segura, se existe contato visual e verbal de forma 
afetuosa entre ela e a criança, se a criança faz busca visual ou tem interesse pelo 
ambiente ao redor, se a criança está em bom estado de higiene e se a mãe ou 
cuidador presta atenção às orientações. 
Vale a pena também observar se há participação paterna, se a mãe conta com rede 
de apoio e observar sinais de depressão pós-parto – sendo essencial o 
encaminhamento da mãe a especialistas nesses casos. 
Antes de falarmos dos marcos, precisamos ressaltar a importância de extrair 
informações a respeito de possíveis fatores de risco ou alterações físicas 
associadas a distúrbios do desenvolvimento, sendo estes: 
 
 
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES 
Recém-nascido 
 Reflexo tônico clônico assimético 
 Predomínio do tônus flexor 
 Hipotonia da musculatura paravertebral 
 Movimentos reflexos 
É por isso que, ao vermos bebês recém-nascidos, eles tendem a estar 
“encolhidinhos”. 
Progressivamente, o tônus flexor visto no recém-nascido vai sendo substituído pelo 
padrão extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento acontece na direção 
craniocaudal, alcançando o quadril e os membros inferiores por último. 
Assim, a partir do segundo semestre de vida, não há mais predomínio de 
quaisquer dos dois padrões e, com isso, a criança é capaz de alternar entre flexão 
 
10 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
e extensão e, consequentemente, rolar. Por fim, quando há dissociação de 
movimento entre as cinturas pélvicas e escapular, o bebê é capaz de sentar-se. 
Lactentes 
 Padrão flexor é substituído pelo extensor 
 Direção crânio caudal 
 Alternância entre flexão e extensão 
Além de craniocaudal, o amadurecimento também ocorre na direção 
proximodistal. Primeiro com aquisições mais simples e, posteriormente, mais 
complexas. 
A primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois, a musculatura do 
controle da cabeça e, depois, do tronco. Finalmente, no 3º trimestre o bebê 
adquire a posição ortostática. O apoio do bebê na musculatura do braço vai leva-
lo a posteriormente se apoiar nos antebraços e às tentativas de engatinhar. 
Já entre os 18 e os 24 meses, a criança tem melhorias no equilíbrio e agilidade. 
Com isso, passam gradualmente a ser capazes de correr e subir escadas. 
Em relação ao desenvolvimento motor fino, este ocorre no sentido proximodistal. 
Ao nascer, a criança mantém as mãos fechadas pela maior parte do tempo – com 
as mãos fletidas. Lembra do tônus flexor? Justamente. Com a redução desse tônus 
flexor, a criança passa a manter as mãos abertas a maior parte do tempo no 3º 
mês, conseguindo agarrar objetos – embora ainda sejam incapazes de soltá-los. 
Entre o 5º e o 6º mês, iniciam o movimento de pinça, que irá progressivamente se 
aperfeiçoar até enfim completar-se, permitindo o movimento polpa com polpa. 
Vamos abordar agora um pouco da função sensorial, que deve ser avaliada logo 
nos primeiros atendimentos, em especial a visão e a audição. 
 O recém-nascido é capaz apenas de focalizar um objeto a poucos 
centímetros e tem preferência por rostos humanos. Logo, durante as 
avaliações, é importante perguntar aos familiares se a criança focaliza os 
objetos e os segue com o olhar, além de perguntar se prefere o rosto 
materno – essas respostas idealmente serão positivas. 
 Ao examinar os olhos, atentar-se para o tamanho das pupilas, pesquisar 
reflexo motor bilateralmente e o reflexo vermelho (em suspeita de 
opacidades, encaminhar o bebê para avaliação mais detalhada). 
 Em relação à audição, o bebê já escuta desde o 5º mês de gestação. 
Inclusive, ao nascer, já existe familiaridade com vozes materna e familiares, 
além de sons do organismo materno. Nesse contexto, como parte da 
avaliação auditiva, é interessante perguntar na consulta se o bebê se 
assusta, acorda ou chora com sons altos e repentinos, se procura a origem 
dos sons e se fica mais calmo com a voz da mãe. 
SE LIGA! No Brasil, desde 2010, é realizado o teste da orelhinha, para triagem de problemas 
auditivos em recém-nascidos, sendo obrigatório. O teste, também chamado de “exame de 
emissões otoacústicas evocadas”, é um método moderno, capaz de avaliar problemas 
auditivos nos nos recém-nascidos. Ele consiste na produção de um estímulo sonoro e na 
captação do seu retorno por meio de uma delicada sonda introduzida na orelhinha do bebê. 
Pode ser realizado ainda no hospital, a partir das 48 horas de vida, quando o RN está 
dormindo. Alterações observadas no teste devem direcionar o bebê para uma avaliação 
completa otológica e audiológica completa. É importante ressaltar que a audição é um 
sentido muito importante para o desenvolvimento da criança, inclusive da linguagem. 
 
 
Já no que tange a sociabilidade, o olhar e o sorriso são formas de comunicação 
desde o nascimento. A partir da 4ª a 6ª semana – o bebê apresenta o sorriso social, 
desencadeado por estímulos – sendo a face humana o principal. No 2º semestre, o 
bebê consegue distinguir pessoas familiares e desconhecidas, passando a sorrir 
apenas para aquelas. Além disso, pode haver medo e recusa do estranho. 
 
11 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Já a linguagem é expressa pela mímica facial nos primeiros meses de vida, 
especialmente o choro. 
 Entre o 2º e o 3º mês, começa emissão de arrulhos e, por volta do 6º, sons 
bilabiais e balbucio. 
 Entre9 e 10 meses, já surgem balbucios semelhantes à linguagem do seu 
meio. 
 No 2º semestre, surge a linguagem gestual, resultante da significação dada 
por adultos que convivem com o bebê. É comum apontar e obedecer a 
comandos verbais simples (bater palmas e acenar). 
 Aos 12 meses, surgem as primeiras palavras e, aos 18, se iniciam frases 
simples. A partir desse momento, o repertório linguístico vai aumentando 
exponencialmente. Também a partir daí a criança passa a ter linguagem 
em dois turnos, ou seja, ela emite a mensagem e espera a resposta do 
interlocutor para então tornar a emitir outra mensagem. 
SE LIGA! O choro é excessivo quando dura por mais de 3 horas/dia, mais de 3 dias por 
semana e por mais de uma semana. Persistindo por mais 3 a 5 meses, pode indicar abuso 
infantil, problemas de comportamento com crianças mais velhas, diminuição da 
amamentação e depressão pós-parto. 
 
O desenvolvimento da linguagem ocorre de maneira exponencial entre 2 e 5 anos 
de idade. O vocabulário, antes de 50 a 100 palavras, se expande para até 2000 
palavras. Paralelamente, a estrutura e complexidade das frases aumentam e 
passam a incorporar todos os componentes gramaticais. Aos 4 anos, as crianças já 
usam verbo no passado e, aos 5, verbos no futuro. 
Existe, inclusive, uma regrinha para guiar a avaliação do desenvolvimento da 
linguagem: entre 2 e 5 anos, as frases terão tipicamente um número de palavras 
igual à idade da criança. 
A aquisição da linguagem responde a estímulos ambientais. É interessante que 
pais conversem bastante com as crianças, leiam para elas e reforcem o nome dos 
objetos. Atrasos na linguagem podem significar indícios de deficiência intelectual, 
Transtorno do Espectro Autista ou maus tratos. 
PRINCIPAIS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 
É importante ressaltar que esses marcos podem variar ocasionalmente em cada 
criança, sendo necessário avaliá-las individualmente. 
 
15 dias 
 Entre 1 e 2 meses: predomina tônus flexor, há assimetria postural e 
preensão reflexa; 
 Reflexos: 
 Apoio plantar 
 Sucção 
 Preensão palmar 
 Desaparecem até o 6º mês 
Preensão palmar e plantar: a primeira se caracteriza pela flexão dos dedos à 
pressão na palma da mão; o segundo é similar, com a flexão dos dedos após 
pressão na base dos artelhos. Este último é o que dura mais tempo, podendo ir até 
os 10 a 11 meses de vida. 
 
 
Reflexo da sucção: é desencadeado pela estimulação dos lábios, gerando sucção 
vigorosa, e sua ausência significa disfunção neurológica grave. O reflexo da busca, 
estimulado por colocação dos dedos nas comissuras labiais da criança (criança 
rotaciona a cabeça como se buscasse pelo alimento), desaparece mais 
precocemente – aos 2 meses. 
 
12 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
 
 
Preensão dos artelhos: desaparece até o 11º mês. 
Reflexo cutâneo-plantar: caracterizado pela extensão do hálux após estímulo na 
lateral do pé. Ocorre até o 13º mês, a partir do qual a resposta a esse estímulo 
deve ser a flexão – sendo a extensão considerada patológica. 
Reflexo de Moro: realiza-se uma queda súbita da cabeça da criança, amparada pela 
mão do examinador. Isso desencadeia extensão e abdução dos membros 
superiores, seguidas de choro. Deve ser sempre simétrico. É incompleto até o 3º 
mês e não deve existir após os 6 meses; 
 
 
Reflexo tônico-cervical (do Esgrimista): rotação da cabeça para um lado, com 
extensão dos membros do lado contralateral e flexão dos membros do lado 
ipsilateral. Exame realizado bilateralmente e deve ser simétrico. Desaparece até os 
3 a 4 meses de vida. 
 
 
Reflexo da Marcha: o bebê inclina o tronco após apoio plantar. As pernas se 
cruzam uma à frente da outra. Presente até os 2 meses de vida. 
 
 
Reflexo de Colocação (Placing): desencadeado pelo estímulo tátil do dorso do pé, 
segurando o bebê pelas axilas. O pé irá se elevar como se estivesse subindo uma 
escada. Também dura até os 2 meses de vida. 
 
13 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
 
1° MÊS 
Entre 1 e 2 meses: melhor percepção de um rosto, medido com base na distância 
entre bebê e seio materno. 
 
2 MESES 
 2-3 meses: sorriso social. 
 3 meses: adquire noção de profundidade. 
 2-4 meses: fica de bruços, levanta a cabeça e ombros na posição prona. 
 Em torno dos 2 meses: ampliação do campo visual. Bebê visualiza e segue 
objetos com o olhar, ultrapassando a linha média. Observa rosto, vocaliza 
(sons diferentes do choro), reage a estímulos sonoros. 
 
4 MESES 
 Aos 4: preensão voluntária das mãos – agarra objetos colocados em sua 
mão. Observa sua própria mão, segue com o olhar até 180º, grita, senta-se 
com apoio e sustenta a cabeça. 
 4-6 meses: volta a cabeça em direção a estímulo sonoro. 
 
6 MESES 
 Aos 6 meses: começa a ter noções de “permanência do objeto”, procura 
objetos fora do alcance. 
 Tenta alcançar um brinquedo, volta-se para o som, rola no leito e inicia 
interações. 
 A partir do 7º: senta-se sem apoio. 
 6-9 meses: arrasta-se, engatinha. 
 6-8 meses: apresenta reações a pessoas estranhas. 
 
9 MESES 
 Aos 9 meses: transmite objetos de uma mão para outra, pinça polegar-
dedo, balbucia, estranhamento (prefere pessoas do seu convívio), brinca 
de esconde-achou. 
 Em torno dos 10: fica em pé sem apoio. 
 9-12 meses: engatinha ou anda com apoio. 
 
12 MESES 
 12-18 meses: bebê anda sozinho. 
 Em torno de 1 ano: acuidade visual de adulto. 
 Bate palmas, acena, combina sílabas, faz pinça completa (polpa-polpa), 
segura o copo ou mamadeira. 
 
15 MESES 
 15 meses: primeiras palavras, primeiros passos, é ativa e curiosa. 
 
18 MESES 
 18 meses: anda, rabisca, obedece a ordens, nomeia objetos. 
 18-24 meses: bebê corre e sobe degraus baixos. 
 
 
 
14 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
2 ANOS 
 2-3 anos: diz próprio nome e nomeia objetos como sua posse; 
 Aprox. 2 anos: reconhece-se no espelho, brinca de faz de conta (deve ser 
estimulado, pois auxilia no desenvolvimento cognitivo e emocional), sobe 
escadas, corre, formula frases simples (“dá água”, “quer papar”), retira 
peça de roupa, tenta impor sua vontade; 
 2-3 anos: pais devem começar a gradualmente retirar as fraldas e ensinar 
a usar o penico; 
 
4 A 6 ANOS 
 3-4 anos: veste-se com auxílio. 
 4-5 anos: conta ou inventa histórias. 
 Comportamento é egocêntrico. Com o passar do tempo, passa a considerar 
outras crianças. 
 A partir dos 6 anos: passa a pensar com lógica, embora seja 
predominantemente concreta. Memória e habilidade linguística 
aumentam. Ganhos cognitivos aumentam capacidade de tirar proveito da 
educação formal. Autoimagem se desenvolve e passa a impactar na 
autoestima. Amigos assumem importância fundamental e criança passa a 
entender constância de gênero (segregação de gênero é comum). 
 
COMO AVALIAR O DESENVOLVIMENTO? 
O Ministério da Saúde (MS) disponibiliza uma planilha que deve ser utilizada como 
guia para a avaliação do desenvolvimento de crianças até os 3 anos. Essa planilha 
é preenchida a cada consulta e, a partir dela, podemos definir se o 
desenvolvimento da criança está adequado. 
 
 
 
ATRASOS DE DESENVOLVIMENTO 
Se todos os marcos para a respectiva faixa etária estão presentes, estamos diante 
de um desenvolvimento adequado. Devemos elogiar a mãe ou cuidador, orientá-
lo(a) a continuar estimulando a criança, informá-lo(a) sobre sinais de alerta e 
orientar retorno para acompanhamento conforme rotina do serviço. 
Se todos os marcos estão presentes, mas há 1 ou mais fatores de risco, trata-se 
de um desenvolvimento adequado com fator de risco. Devemos informar a mãe 
ou cuidador sobre sinais de alerta – na presença de algum sinal, a criança deverá 
ser reavaliada em 30 dias. 
Se há ausência de um ou mais marcos para a faixa etária, trata-se de alerta para 
desenvolvimento e devemos orientar a mãe ou cuidador sobre estimulação da 
criança e marcar retorno em 30 dias.Se o perímetro cefálico for <-2 escores z ou >+2 escores z; ou se houver presença 
de 3 ou mais alterações fenotípicas; ou ausência de 2 ou mais marcos para a faixa 
etária anterior, trata-se de provável atraso de desenvolvimento e devemos referir 
a criança para avaliação neuropsicomotora. 
 
Aleitamento materno e Alimentação de 0-2 anos 
Durante a infância, a alimentação adequada (equilibrada e com os nutrientes 
necessários) é a garantia de crescimento e desenvolvimento adequados, bem como 
de estar atuando sobre a prevenção de doenças. 
 
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE 
A alimentação adequada do lactente consiste em aleitamento materno exclusivo 
até os 6 meses de vida e complementado até os 2 anos. Assim, a alimentação 
complementar deve ser introduzida a partir dos 6 meses, não havendo qualquer 
indicação de retardar essa introdução alimentar. 
 
 
15 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
CONCEITO! 
Aleitamento materno exclusivo – aquele em que a alimentação do bebê é 
realizada exclusivamente com o leite materno, sem água, chás ou sucos. São 
permitidas apenas doses medicamentosas (em gotas ou suspensões) e a 
suplementação com sulfato ferroso e vitamina D. 
Aleitamento materno predominante – aquele em que além do leite materno são 
dados água, chás e/ou sucos ao bebê. 
Aleitamento materno complementado – aquele em que o leite materno é 
complementado por alimentos sólidos ou semissólidos. Idealmente deve ser 
iniciado aos 6 meses. 
Aleitamento materno parcial ou misto – quando além do leite materno, a criança 
recebe outros tipos de leite. 
 
Essa transição alimentar é realizada por meio de papas: 
 Papa principal (anteriormente denominada papa salgada) – consiste em 
cereais ou tubérculos, leguminosas, proteína (carne branca/ vermelha ou 
ovo) e hortaliças (legumes e verduras); 
 Papa de frutas (anteriormente denominada papa doce) – consiste em 
frutas variadas, podendo priorizar as laxantes (abacate, ameixa, mamão, 
laranja) ou as obstipantes (maçã, banana) de acordo com o ritmo intestinal 
da criança, ou até mesmo mesclá-las para obter o equilíbrio. 
 
SE LIGA! As denominações de papa doce e papa salgada entraram em desuso 
porque algumas mães adicionavam açúcar ou sal nas respectivas papas. Portanto, 
caso alguma mãe ainda aplique essa denominação, se faz necessário explicar que 
não se deve adicionar sal, nem açúcar à papinha. O bebê não tem necessidade 
desses compostos nesta fase de vida e seu uso só lhe traz prejuízos. 
 
 
A introdução alimentar deve ser uma transição gradual de quantidade e 
consistência dos alimentos. Dessa forma, algumas fases devem ser obedecidas de 
acordo com a idade da criança. 
 Por exemplo, ao completar 6 meses, além do leite materno sob livre 
demanda, a criança deve ser alimentada com duas papas de frutas e uma 
papa principal. 
 Com 7 meses, uma nova papa principal é adicionada à rotina alimentar da 
criança. 
A quantidade de alimentos ingeridos por refeição também deve ser aumentada 
gradativamente, assim como a consistência, até chegar à consistência da 
alimentação da família, a qual deve ser introduzida com 1 ano de idade. Observe 
as tabelas 1 e 2. 
 
 
 
16 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Essas orientações e algumas outras foram sumarizadas no documento Dez passos 
para uma alimentação saudável – Guia alimentar para crianças menores de dois 
anos, elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira 
de Pediatria e a Organização Panamericana de Saúde. Entenda cada passo a seguir: 
 Fornecer aleitamento materno exclusivo até os 6 meses (sem oferta de 
água, nem chá e nem suco); 
 Introduzir outros alimentos gradualmente a partir dos 6 meses; 
 Alimentos complementares após 6 meses: 
 3 vezes/dia, se em aleitamento materno (4 vezes/dia após 7 
meses); 
 5 vezes/dia, se criança não estiver sendo amamentada; 
 Oferecer todos os grupos alimentares: cereais, tubérculos, carnes, 
leguminosas, frutas, legumes e, inclusive, ovo (desde que seja 
cozido). 
 Alimentação sem rigidez de horário: 
 Respeitando a vontade da criança; 
 De forma geral, orienta-se que haja uma refeição regular a cada 2 
a 3 horas. 
 Alimentação complementar espessa desde o início: 
 Os alimentos não devem ser liquidificados, apenas amassados, de 
forma que fiquem espessos, já que quanto maior a espessura 
maior é o aporte calórico-energético; 
 É importante evitar sucos! Se for ofertar, que seja no máximo 100 
mL/dia. Isso porque a capacidade gástrica da criança é pequena e 
o suco, por ocupar grande volume, leva a criança a rejeitar outros 
alimentos, fazendo com que o aporte calórico fique abaixo do 
ideal; 
 A consistência deve ir aumentando gradativamente, até que, ao 
chegar aos 12 meses, a criança consiga comer os alimentos da 
consistência da comida da família; 
 Os alimentos devem ser oferecidos em colher, para que a criança 
comece a treinar a manipulação dos utensílios e do alimento. 
 Oferecer alimentos diferentes todos os dias, de forma que a alimentação 
seja diversa e colorida; 
 Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes: 
 A criança pode precisar de cerca 8 a 10 exposições para aceitar o 
alimento, então é importante aconselhar as mães a persistirem. 
 Evitar: açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos: 
 Sal sempre com moderação e açúcar refinado, de preferência, só 
depois dos dois anos. O uso precoce de açúcar está associado à 
presença de cárie. 
 Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, de modo a evitar 
infecções gastrointestinais: 
 Higienizar bem os utensílios utilizados para alimentar a criança, 
bem como as mãos antes do preparo; 
 Os alimentos devem estar bem cozidos. 
 Estimular a criança doente a se alimentar: 
 Dar alimentos de preferência da criança, oferecendo em poucas 
quantidades, mas várias vezes ao dia. 
 
SAIBA MAIS! Anteriormente, aconselhava-se que o ovo fosse introduzido na dieta 
mais tardiamente, devido ao seu potencial alergênico. Porém, tal prática não é 
mais orientada e o ovo pode ser oferecido à criança já aos 6 meses. Uma técnica 
que pode ser adotada é a de oferecer, inicialmente, a gema, que é menos 
alergênica, e depois a clara. 
 
Algumas recomendações adicionais são: 
 Quando a criança já estiver desmamada, a oferta de leite em fórmulas 
deve ser limitada a 600 mL/dia, já que, para obter um aporte calórico 
adequado, ela precisa se alimentar das papinhas e isso pode ser inibido 
com a ingestão de grandes quantidades de leite (pelo mesmo mecanismo 
dos sucos já supracitado); 
 É importante evitar mel em menores de 1 ano, pelo risco de botulismo; 
 O ambiente alimentar adequado é junto à família toda se alimentando, 
em silêncio e sem telas, para que a criança reconheça que aquele é o 
momento de comer. 
 
17 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
ATENÇÃO! Até quando deve-se dar o leite materno? Essa é uma questão bastante 
discutida. Teoriza-se que ele seja ofertado ao bebê pelo menos até completar os 2 
anos. Porém, muitos pediatras defendem que este não é obrigatoriamente o prazo 
final, devendo a amamentação ser continuada enquanto for confortável para a 
mãe e para o bebê, desde que seu aporte calórico seja ideal para seu crescimento 
e desenvolvimento adequados. 
 
SAIBA MAIS! 
O botulismo infantil ocorre frequentemente entre menores de 12 meses e, na 
maioria das vezes, é idiopático, mas alguns casos são associados ao consumo de 
mel, que pode conter esporos do Clostridium botulinum. 
Essa doença é caracterizada pela obstipação intestinal, evoluindo para paralisia 
neuromuscular, que pode acometer desde os pares de nervos cranianos, até os 
músculos periféricos e respiratórios, levando à insuficiência respiratória e morte. 
A manifestação clínica de obstipação intestinal associada a: paralisia da 
musculatura ocular extrínseca, choro e sucção fracos, face sem expressão e/outônus muscular diminuído, leva à suspeita diagnóstica de botulismo. A confirmação 
é feita por meio do exame de fezes e o tratamento é realizado com imunoglobulina 
humana para botulismo, administrada durante internamento hospitalar. 
 
SAIBA MAIS! 
Quando o leite materno estiver sendo insuficiente para manter o crescimento e 
desenvolvimento adequados do bebê, há duas possibilidades: 
 Se a criança tem menos de 4 meses, deve ser instituído o aleitamento por 
meio de fórmulas. 
 Se a criança tem 4 meses ou mais, a introdução alimentar é antecipada e 
o aleitamento por fórmulas fica restrito a 600 mL/dia. 
 
 
Suplementação alimentar profilática 
Apesar dos inúmeros benefícios do aleitamento materno e da introdução alimentar 
aos 6 meses, estes, na maioria das vezes, não conseguem suprir a quantidade 
demandada de algumas vitaminas e minerais. Logo, faz-se necessária a 
suplementação profilática de alguns compostos. Veja a seguir as orientações mais 
recentes do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria 
(SBP). 
 
Vitamina K 
A vitamina K é administrada ao nascer, como forma de prevenção à doença 
hemorrágica, na dose de 1 mg por via intramuscular. 
 
Vitamina D 
Preconiza-se que a vitamina D suplementar seja administrada para todos os recém-
nascidos a termo, independentemente de estar em aleitamento materno exclusivo 
ou fórmula infantil, desde a primeira semana até os 3 anos de vida. Observe a 
tabela 3 abaixo. 
Geralmente, a forma de apresentação da vitamina D é em gotas e possui 
concentração de 200 UI/gota, logo de 0 a 1 ano devem ser administradas 2 
gotas/dia e de 1 a 3 anos devem ser administradas 3 gotas/dia. 
Para recém-nascidos pré-termo, orienta-se que a suplementação profilática oral 
de vitamina D (400 UI/dia) seja iniciada apenas quando o peso for superior a 1500 
gramas e houver tolerância plena à nutrição oral. 
 
 
18 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Vitamina A 
A suplementação de vitamina A é recomendada para crianças em áreas com alta 
prevalência de deficiência de vitamina A e que tenham o diagnóstico de 
hipovitaminose. Entretanto, na prática, a suplementação é feita para todas as 
crianças. 
Esta suplementação é realizada em megadoses por via oral, geralmente 
administradas nos postos de vacinação, a cada 4-6 meses. Deve ser administrada 
dos 6 meses aos 6 anos, sendo na dose de 100.000 UI para crianças entre 6 e 12 
meses e 200.000 UI para crianças entre 1 e 6 anos. Observe a tabela 4. 
 
 
Ferro 
Preconiza-se que a suplementação profilática de ferro seja universal, tendo em 
vista a alta prevalência de anemia ferropriva entre crianças. Para crianças nascidas 
a termo e com peso adequado para a idade gestacional (estando em aleitamento 
materno exclusivo ou não), a recomendação é de suplementação oral com 1 mg 
de ferro elementar/Kg/dia dos 3 meses aos 2 anos. Porém há situações especiais 
em que a dose e a idade de início devem ser diferentes. Observe a tabela 5. 
 
 
 
 
 
 
19 MARC 2 – Heloísa Paraíso 6ºP 
Calendário de vacinação no Brasil 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção 
Básica, nº 33) 
 Ministério da Saúde. Caderneta de Saúde da Criança: Menino. 12ª edição. 
Brasília> 2019.

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