RESENHA FILME ESCRITORES DA LIBERDADE

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ESCRITORES DA LIBERDADE 
Glenda Silva Neto 
Escritores da liberdade é um filme que tem como gênero: drama. Foi lançado em 2007, dirigido por Richard LaGravenese. Baseado numa história real o filme apresenta os desafios da educação, enfatizando questões raciais, socioeconômicas e a violência. 
 No filme, uma professora jovem e recém-formada, chamada Erin Gruwell, assume uma turma de alunos, rotulada por toda a escola como turma dos problemáticos, onde os professores e diretor não viam futuro naqueles alunos e preferia não investir na educação daqueles jovens. Quando a professora chega para seu primeiro dia de aula, toda empolgada, observa que os alunos não estão interessados em participar da aula, então ela tenta de alguma forma utilizar métodos criativos nas aulas, para poder quebrar algumas barreiras e ajudar os alunos a reconhecer que eles podem sim, melhorar. Mesmo com alguns acontecimentos desagradáveis na sala de aula e sem o apoio da direção e dos demais professores da escola, Erin não desanimou, nem desistiu. 
 O filme nos leva a refletir sobre a atuação do professor dentro do contexto escolar, sabemos que ser professor é muito além do que só depositar conteúdo, no filme deixa claro essa questão, pois mostra a dedicação da professora Gruwell em não apenas transferir conteúdo para os alunos, mas sim, acolher, ouvir e se envolver na vida de cada um de seus alunos, tentando entender quais eram as causas por tais comportamento dos alunos, com isso ela conseguiu se aproximar e criar um sentimento de confiança entre eles. 
 A professora procurou vários métodos para ser trabalhado em sala de aula, em um deles ela deu um caderno para cada aluno e propôs que eles escrevesse sobre a vida, escrevessem poemas, música, qualquer coisa e que se permitissem que ela lesse, poderiam deixar no armário da sala de aula. Através dessa metodologia a professora pôde adentrar ainda mais na vida de cada um deles e entender que cada um que estava ali, tinha toda uma história, e que muitos sofriam com questões financeiras, faltas de oportunidades, e violência. 
 No filme conseguimos identificar a diferença entre a professora Gruwell e os demais professores, pois os demais professores se preocupam apenas em seguir o plano proposto pela escola, achando que só repassar conteúdo para os alunos é o suficiente, enquanto a professora Gruwell, realiza uma tarefa extra na sala de aula, ela procura compreender a história de vida de cada um, saber quais seus sonhos, desejos e medos, buscando formas de ajudar e mostrando novas perspectivas. Visto que, essa busca por compreensão por parte da professora, leva ela a refletir sobre as funções sociais presentes no âmbito escolar, possibilitando através de adaptações às aulas, a evolução de cada aluno. 
 Partindo da premissa, em que Paulo Freire defende que a principal característica do homem é ser inacabado, temos uma visão ampla de que todo ser humano está sempre se constituindo e se modificando. Freire afirma: “Ninguém nasce feito: é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.” Percebe-se que todo ser humano se constitui na interação com o outro e com o mundo. No filme, podemos ter essa visão, sobre como a relação da professora com os alunos pode mudar a forma como cada um ver a vida, assim constituindo uma nova perspectiva para eles, surgindo uma nova forma de aprendizagem, pois sabemos que estamos sempre adquirindo novos conhecimentos. 
 É importante frisar a questão socioeconômica, no filme a turma que a professora Gruwell assumiu era considerada hierarquicamente, a pior turma da escola, por ter alunos de baixa renda, alunos que já haviam sofrido violência sexual, que viveram em reformatórios quando criança, e algumas que a família não aceitava. Destacando esses fatores, é possível observar que toda essas experiências vividas por cada um influenciaram no comportamento e atitudes que eles apresentavam e que não era suficiente apenas o ensino proposto pela escola, mas sim algo a mais para que eles se sentissem acolhido e seguros na escola. O papel da direção da escola foi um tanto quanto negligente, em não olhar para esses alunos, não dar atenção, nem oferecer formas de ajudar eles a desenvolverem suas habilidades e capacidades. 
 Desse modo, em particular, o filme nos faz refletir bastante sobre a questão da desigualdade social, sobre o papel do professor, sobre a capacidade que cada pessoa tem em evoluir, em mudar, e que muitas vezes precisa apenas de um incentivo e alguém que esteja disposto a ouvir e compreender tais necessidades, além disso o filme nos mostra como as oportunidade são diferentes, e que a escola ainda é vista como um sistema reprodutor de conteúdo, e uma preparação para o mercado de trabalho, sendo anulada outras forma de trabalho em sala de aula. 
SOBRE O DIRETOR DO FILME
Richard LaGravenese, nasceu do dia 30 de outubro de 1959, no Brooklyn nos Estados Unidos. É um roteirista e cineasta norte-americano. Como reconhecimento, recebeu indicação ao BAFTA 2014. 
O filme Escritores da Liberdade foi lançado no dia 5 de janeiro de 2007 (EUA), sendo Richard LaGravenese diretor e roteirista. Autores: Erin Gruwell, Freedom Weiters. Produção: Danny DeVito, Michael Shamberg, Stacey Sher.