Semiologia Sistema Cardiovascular

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11 de junho de 2021 
1 Daniela Figueira- Semiologia do Sistema Cardiovascular 
ANATOMIA 
• Localização → cavidade torácica no mediastino 
o Cães → 3° a 7° espaço intercostal (EIC) 
o Bovinos → 3° a 5° EIC 
o Equinos → 3° a 6° EIC 
• Câmaras 
o Átrio direito (AD) e esquerdo (AE) 
o Ventrículo direito (VD) e esquerdo (VE) 
• Saco pericárdio → membrana serosa que envolve externamente o 
coração 
• Artéria pulmonar: única artéria do organismo que transporta sangue 
venoso (não oxigenado) 
• Veias pulmonares: única veia do organismo que transporta sangue 
arterial (oxigenado) 
• Válvulas 
o Tricúspide → Entre AD e VD 
o Mitral/ bicúspide → Entre AE e VE 
o Pulmonar 
o Aórtica 
• Cordas tendíneas → previnem o turbilhonamento do sangue 
INERVAÇÃO 
NÓ SINOATRIAL/SINUSAL 
• Marcapasso fisiológico 
• Localizado no AD 
• Realiza a despolarização antes de qualquer outra célula do 
miocárdio 
• Impulso é transmitido por todo o átrio 
o Não atinge o ventrículo porque o átrio é isolado 
eletricamente do ventrículo → Exceto em um ponto, 
no nó atrioventricular 
NÓ ATRIOVENTRICULAR 
• Transmite a atividade elétrica do átrio para o ventrículo 
• Reduz a velocidade de condução 
o Velocidade de condução no átrio é 4x maior 
CIRCULAÇÃO 
• Pequena circulação → circulação pulmonar 
• Grande circulação → circulação sistêmica 
• Pré – carga 
o Retorno do sangue para o coração através das veias 
• Pós-carga 
o Facilidade do coração para ejetar (bombear) o sangue para os tecidos 
• Sístole: contração ventricular 
o O coração se torce no seu próprio eixo, em direção à base cardíaca 
o Abertura das válvulas pulmonar e aórtica 
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o Todo o corpo recebe sangue, menos o coração 
• Diástole: relaxamento ventricular 
o Abertura das válvulas mitral e aórtica 
o + importante 
o Coração é nutrido a partir das art. coronárias 
o Quanto maior a frequência cardíaca (FC) menor é o tempo de nutrição cardíaca 
▪ Gasta mais energia e recebe menos O2 
• Mecanismos compensatórios pela falta de oxigenação 
o Taquicardia 
o Hipertrofia do miocárdio 
o Sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) 
• Mecanismos compensatórios do coração 
o ↑ da FC maior volume/ minuto 
▪ Ocorre mais comumente e no início de qualquer processo de déficit circulatório 
o ↑ força de contração e da PA 
▪ Ocorre quando o primeiro mecanismo não é suficiente ou quando o processo evolui e se torna 
crônico 
CIRCULAÇÃO PULMONAR 
 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
 
• Ramos art. aorta: Artéria carótida comum, Art. tronco braquiocefálica e Art. subclávia esquerda 
FISIOLOGIA ELÉTRICA 
• As células musculares do coração estão dispostas uma ao lado da outra, quando uma despolariza, é transmitido o 
impulso para a próxima célula 
• O batimento cardíaco é iniciado de forma espontânea por um potencial de ação 
CAMINHO DO IMPULSO: 
 
Sangue 
venoso
Veia cava 
cranial e 
caudal
Átrio 
direito
Válvula 
tricúspide
Ventrículo 
Direito
Válvula 
pulmonar 
Artéria 
tronco 
pulmonar
Pulmões
Troca de 
gases
Sangue 
oxigenado
Veia 
Pulmonar
Átrio 
esquerdo
Válvula 
mitral
Ventrículo 
Esquerdo
Válvula 
aórtica
Artéria 
aorta
Ramos
artéria 
aorta
Corpo
Nó sinoatrial/
sinusal 
Átrio direito Átrio esquerdo Vias internodais
Nó 
atrioventricular 
Feixe de His
Ramos esquerdo 
e direito
Fibras/Céls. de 
Purkinje
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ELETROCARDIOGRAMA 
• Ondas P – QRS –T 
• Onda P: Despolarização e repolarização atrial 
• Complexo QRS: Despolarização ventricular 
• Onda T: Repolarização ventricular 
EXAME CLÍNICO 
• Identificação do paciente: espécie, raça, idade, sexo 
• Anamnese: queixa principal, evolução da doença, sistemas 
EXAME FÍSICO 
• Iniciar da parte periférica para depois avaliar o coração 
• Vasos sanguíneos: inspeção e palpação 
• Veias 
o Geralmente não estão aparentes 
o Palpação na distensão de jugular 
o Avaliar se existe a presença de pulso jugular 
• Artérias 
o Palpação do pulso arterial na artéria femoral → Contar frequência em 1 minuto 
▪ Bradisfigmia: lentidão anormal do pulso 
▪ Taquisfigmia: pulso aumentado 
▪ Normosfigmia: pulso normal 
FREQUÊNCIA CARDÍACA 
• Contagem em 15 segundos, multiplicar por 4 
Cães 
Raças pequenas: 70 - 180 bpm 
Raças grandes: 60 - 140 bpm 
Gatos 120 -240 bpm 
Filhotes (Cães/Gatos) 70 - 220 bpm 
Equinos 28 – 40 bpm 
Bovinos 60 – 80 bpm 
Caprinos 95 – 120 bpm 
Ovinos 90 – 115 bpm 
AVALIAÇÃO DO PULSO ARTERIAL 
• Ritmo 
o Regular: intervalos iguais entre ondas de pulso sucessivas 
o Irregular 
• Pressão do pulso 
o Hipercinético: ↑ da pressão, redução da RVP 
o Normal: pulso forte 
o Hipocinético: pulso fraco 
• Déficit de pulso 
o Frequência do pulso arterial é mais baixa que a FC determinada à auscultação 
o Contrações cardíacas são suficientes para gerar bulhas, porém o volume sistólico é insuficiente para gerar 
pulso palpável 
• Tórax: Inspeção e palpação 
o Lesões de tórax 
o Choque precordial: ponto de máx. intensidade dada pelo batimento cardíaco 
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o Percussão 
▪ Delimitação da área cardíaca (dígito digital) 
▪ Efusões 
▪ Massas 
AUSCULTAÇÃO 
• Ritmo cardíaco: ritmo sinusal 
• Arritmia sinusal respiratória = fisiológicas em cães 
o Ritmo aumenta na inspiração e diminui na expiração 
• Focos de auscultação 
 Pulmonar Aórtico Mitral Tricúspide 
Pequenos 3° EIC esquerdo 4° EIC esquerdo 5° EIC esquerdo 4° EIC direito 
Equinos 3° EIC esquerdo 4° EIC esquerdo 4 a 5°EIC esquerdo 3 a 4° EIC esquerdo 
Bovinos 3° EIC esquerdo 4° EIC esquerdo 4° EIC esquerdo 3 a 4° EIC direito 
• Sons de Atrito: som de fricção 
o Vibrações audíveis produzidas pelo atrito do coração em um saco pericárdico inflamado 
BULHAS CARDÍACAS 
• Bulhas avaliadas (espécies): 
o Cães e gatos: S1 e S2 
o Equinos: todas 
o Bovinos: S1, S2 e S4 
• 3° e 4° bulhas audíveis: ritmo de galope = patológico 
• Sistóle: entre 1° e 2° bulha 
• Diastóle: entre 2° e 1° bulha 
1° Bulha 3° Bulha 
• Fechamento AV+ turbilhonamento sanguíneo + 
contração ventricular 
• Som similar a “lubb” 
• Conhecido como ruído sistólico 
• Distensão ventrículos 
• Enchimento rápido das câmaras 
• Pouco audível 
2° Bulha 4° Bulha 
• Fechamento das semilunares 
• Pressão do sangue voltando ao ventrículo 
• Som similar a “dupp” 
• Conhecido como ruído diastólico 
• Contração atrial e sua vibração 
• Ocorre em casos de elevada frequência 
cardíaca 
• Pouco audível 
SOPROS CARDÍACOS 
 
• Origem do sopro 
o Foco de auscultação de maior intensidade – indica insuficiência, estenose, etc 
• Avaliação 
o Não patológicos 
▪ Sopro inocente: animais sadios, sem associação com patologias cardíacas, geralmente sistólicos, de 
baixa intensidade 
Grau I
Sopro muito 
suave
Grau II
Sopro suave
Facilmente 
audível
Grau III
Sopro de 
intensidade 
moderada
Grau IV
Sopro alto
Sem frêmito 
precordial
Grau V
Sopro alto
Com frêmito 
precordial
Grau VI
Muito alto
Com frêmito
Pode ser ouvido com 
estetoscópio afastado
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o Fisiológico: Processos febris, anemia, bradicardia extrema 
IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
• Dispneia 
• Fadiga ou intolerância ao exercício 
• Tosse 
• Cianose 
• Edema / Ascite 
• Crescimento deficiente ou perda da condição corporal 
• Síncope 
SINAIS CLÍNICOS 
• Arritmia: Alterações do ritmo cardíaco 
• Bradicardia: Diminuição da FC 
• Taquicardia: Aumento da FC 
• Choque: Estado onde ocorre a redução generalizada, aguda e grave da perfusão e oxigenação dos tecidos 
• Edema: Acúmulo de líquido nos espaços intercelulares 
o Sinal de Godet positivo: avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de 
se evidenciar edema 
o Em grandes animais: 
▪ Ruminantes: cabeça,barbela e peito 
▪ Equinos: peito e abdome 
• Anasarca: Edema generalizado 
• Ascite: Acúmulo de líquido na cavidade abdominal 
• Edema pulmonar: Excesso de líquido nos espaços intersticiais do pulmão e nos alvéolos 
• Hidropericárdio: Acúmulo de líquido no saco pericárdio 
• Hidrotórax: Acúmulo de líquido no espaço pleural 
• Síncope: Perda da consciência devido a isquemia cerebral transitória 
• Insuficiência cardíaca: Débito cardíaco (DC) insuficiente para satisfazer as necessidades teciduais 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) 
Cardiopatia do lado esquerdo (ICCE) Cardiopatia do lado direito (ICCD) 
• Relacionada com a circulação pulmonar 
• Sinais clínicos de congestão venosa pulmonar 
o Tosse, dispneia/taquipnéia, edema 
pulmonar 
• Procurar diferenciar dos quadros respiratórios 
• Relacionada com a grande circulação 
• Sinais de congestão venosa sistêmica 
• Coleção de líquidos cavitários→ efusões 
• Procurar diferenciar de quadros hepáticos