A1 Conceitos Basicos

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Conceitos Básicos em Farmacotécnica
valeria.viana@estacio.br
Posição da farmacotécnica nas Ciências Farmacêuticas
Farmacêutico medicamentos promoção da saúde
A Farmacotécnica é a ciência do desenvolvimento e preparo do medicamento
Preparo 
Via de administração
Absorção 
Forma farmacêutica
Estabilidade 
Efeito terapêutico
Embalagem e rotulagem
Validade
Transporte 
 Histórico 
No passado, ciência era o conhecimento como um todo, o saber, sinônimo de Filosofia.
Ciência Natural, expressão criada para designar o estudo da natureza, tudo que é externo ao homem.
Hoje, o que caracteriza a Ciência são seus objetivos (e não objetos) e seus métodos.
 Histórico 
Tudo pode ser objeto de estudo científico, desde que se cumpra um “protocolo” científico.
A ciência não consiste apenas em conhecer (Ciência pura), mas também em fazer (Ciência aplicada).
Pode haver Ciência sem técnica, mas não o contrário.
 Histórico 
As ciências que cuidam dos fenômenos vitais e dos seres que os apresentam são as Ciências biológicas.
Entre elas está a Fisiologia que trata das funções do ser vivo.
Um de seus ramos pode ser a Bioquímica que tange a Química. 
 Histórico 
O estudo das substâncias que, quando introduzidas no organismo, lhe causam modificações é chamado de Farmacologia.
Um de seus ramos é a Farmacotécnica, que estuda a preparação dos medicamentos, ou melhor, a transformação das drogas em medicamentos e suas diversas formas farmacêuticas.
 Histórico 
Na preparação incluem-se também a padronização, a conservação e a dispensação dos medicamentos.
Todas essas atividades são privativas do farmacêutico.
A preparação de medicamentos tem origens remotas, desde que, por instinto, o homem procurava um remédio para aliviar seus sofrimentos.
 Histórico 
Porém, registros históricos sobre a preparação dos medicamentos só surgem em fins do 3º milênio a.C.
O mais célebre dos papiros farmacêuticos é o Papiro de Ebers (1700 a.C.).
As operações farmacêuticas se mesclavam a rituais religiosos e mágicos.
 Histórico 
Hipócrates (460 a 377 a.C.), foi o fundador da “medicina racional”. Seus escritos também se referem a formas e operações farmacêuticas.
A Farmácia não se separava das Artes Médicas.
Dioscórides (I d.C.) foi o grande responsável pela botânica como parte integrante da farmácia. Em seu trabalho, De Materia Medica ele aborda desde a identificação, coleta, armazenamento até adulterações de produtos naturais, tendo como grande legado a Farmacognosia
 Histórico 
Galeno (anos 131-201), de origem grega, grande anatomista e fisiologista, escreve livros sobre a arte da composição de medicamentos.
Daí o nome “Farmácia Galênica”, atribuído ao setor da farmácia segundo os preceitos de Galeno, especialmente em relação às drogas vegetais nas formas por ele preconizadas.
As formas clássicas, “galênicas” ou “oficinais”, são aquelas produzidas na oficina farmacêutica.
Histórico
Em 1240 d. C, Frederico II, imperador da Alemanha, decreta a separação da medicina e farmácia, reconhecendo que o farmacêutico precisa de habilidades especiais que garantam as necessidades médicas da população.
Paracelso (1493-1541) que mostrou a possibilidade de administrar os ativos de isolados de produtos naturais ou obtidos através de síntese química (REMINGTON, 2004).
Histórico
A química ficou unida a Farmácia levando a descoberta de vários fármacos.
Isolamento da morfina; quinina; estriquinina; cafeína, etc. 
Após a descoberta da síntese da heroína e do ácido acetilsalicílicos diversos outros fármacos foram sintetizados
A partir do sec. XX houve a regulamentação da comercialização e registro de medicamentos, surgindo a farmacovigilânia e diversas ações voltadas para a qualidade de produção dos medicamentos (REMINGTON, 2004; BELLAN, PINTO, 2016). 
 A farmácia magistral 
“A farmácia com manipulação resgata a presença e a essencialidade do farmacêutico na farmácia, possibilita ao profissional prescritor a personalização da terapêutica; fornecendo ao paciente um medicamento “sob medida”, individualizado. Atende assim ao anseio do homem contemporâneo – o de ser tratado como ser único – na contra-mão da massificação imposta pela tecnologia da alta produtividade”. Anderson de O. Ferreira
 
 Medicamento manipulado 
Preparação personalizada destinada a um determinado usuário que permite atender a dosagem ideal e a quantidade exata para o tratamento. 
Possibilita a preparação de formas farmacêuticas que não existem no mercado, atendendo a necessidade de cada caso, facilitando a administração e evitando desperdícios.
 
 Medicamento manipulado 
Benefícios proporcionados pelo medicamento manipulado:
 → Facilidade posológica;
	→ Possibilidade de escolha da forma farmacêutica;
	→ Possibilidade de resgate de medicamentos;
	→ Economia;
	→ Personalização terapêutica;
	→ União multiprofissional em prol da saúde.
 
 Panorama atual 
 
 → A farmácia magistral passou por profundas transformações nos últimos anos;
	→ Parâmetros de qualidade mais exigentes;
	→ Legislações mais rigorosas e restritivas;
	→ Aumento da demanda de medicamentos manipulados;
	→ Consumidores cada vez mais informados;
	→ Competição comercial.
 
 Panorama atual 
→ A regulamentação não tornou a farmácia inviável e sim fortaleceu o segmento magistral. A RDC embora dura e restritiva, foi um avanço para a farmácia. Garantiu a padronização das atividades farmacêuticas e a qualidade do serviço prestado à população.
 
→ Foi um grande avanço em favor do usuário de medicamentos e do segmento farmacêutico que passou a ter mais credibilidade.
 
 Panorama atual 
→ Em 1997 as farmácias com manipulação no Brasil não realizavam uma série de procedimentos que passaram a ser obrigatórios com o surgimento da RDC 33/2000 e agora mais recentemente com a RDC 67/2006.
 
→ As novas legislações regulamentam a atividade magistral e obrigou a farmácia a implantar novos procedimentos e passar por profundas transformações para adequar-se aos novos parâmetros de qualidade, mais exigentes.
 
 Definições 
→ Medicamento: produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Ex: pomada antipruriginosa, talco anti-séptico, comprimido anti-gripal, etc.
Remédio: todos os meios usados com o fim de prevenir ou curar doenças. Ex: cromoterapia, radioterapia, hidroterapia, massagens, psicanálise.
 
 Definições 
Droga: é toda substância de origem animal, vegetal ou mineral de onde é extraído o princípio ativo que possui ação farmacológica. Ex: mel de abelhas, belladona, fenol, etc. Em desuso em função da analogia com tóxicos.
	
 Fármaco: substância quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável total ou parcialmente pelos efeitos terapêuticos do medicamento.
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 Definições 
→ Oficinal: é aquele cuja fórmula está escrita nas farmacopéias, Compêndios ou Formulários reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Ex: xarope simples (Farm. Bras. 2 ed); Licor de Hoffmann (Formulário Nacional).
→ Magistral: é aquele preparado na farmácia para ser dispensado atendendo a uma prescrição médica que estabelece sua composição, sua forma farmacêutica, sua posologia e seu modo de usar.
 Definições 
→ Medicamento de referência: produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no país (ANVISA), cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro.Definições 
→ Medicamento genérico: medicamento similar a um produto de referência, geralmente produzido após expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. 
Na embalagem do genérico deve estar escrito “Medicamento Genérico” dentro de uma tarja amarela (Lei no 9787/99). Como os genéricos não tem marca, o que se lê na embalagem é o princípio ativo do medicamento.
 Definições 
→ Medicamento similar: aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado na ANVISA. 
Pode ser diferente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado pelo nome comercial ou marca. 
 Definições 
Ex: Referência: Novalgina (Sanofi-Aventis)
 Genérico: Dipirona Sódica (vários fabricantes)
 Similar: Dipimed (Medquímica) 
 
 Definições 
Farmacopeia: do grego pharmakon (fármaco) e poien (fazer). Receita ou fórmula, requeridos para fazer ou preparar um medicamento. 
Livro oficial, elaborado por uma comissão, o qual estabelece normas farmacêuticas destinadas a assegurar, num espaço político-geográfico determinado, a uniformidade da natureza, da qualidade da composição e da concentração dos medicamentos aprovados ou tolerados, sendo essas normas obrigatórias e estabelecidas pelas entidades competentes devendo o farmacêutico segui-las.
Definições
A Farmacopeia é o compêndio que estabelece oficialmente o padrão de qualidade para fármacos, insumos, medicamentos e produtos para saúde, em geral, produzidos, importados e comercializados no país. 
Nela se baseiam ações de vigilância sanitária, como o registro, a fiscalização e a análise fiscal.
 Amplamente utilizada na pesquisa e nas perícias forenses, também regula relações de comércio exterior, como importação e exportação de produtos farmacêuticos.
 Definições 
Farmacopeia Brasileira: 6ª edição, 2019. Volume I: métodos gerais; Volume II: monografias. 
Formulário de Fitoterápicos Farmacopéia Brasileira: 2ª edição, 2021.
Farmacopeia Homeopática Brasileira: 3ª edição, 2011.
 Forma Farmacêutica 
É o estado final que as substâncias ativas apresentam depois de serem submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado. 
Exemplo de formas farmacêuticas: pós, granulados, cápsulas, comprimidos, pellets, soluções, emulsões, suspensão, pomadas, géis entre outras.
 
 Fórmula Farmacêutica 
É a composição do medicamento, nesta é descrita a quantidade de cada matéria prima usada para fabricação do medicamento. Ex: 
 Alendronato de sódio..............70mg
 Excipiente........................qsp 1 caps
Ex de excipiente: 
 Estearato de magnésio.............0,5%
 Aerosil®....................................1%
 Amido de milho qsp..................100%
Dose é a quantidade que deve ser administrado para que o fármaco tenha eficácia. 
Posologia refere-se à dose e a maneira de administrar tal medicamento.
 
 Definições 
Veículo/excipiente: substância ou composto inerte (sem atividade farmacológica) utilizada na diluição ou transporte do princípio ativo. Os excipientes que auxiliam o fármaco possuem a função de adjuvantes.
Adjuvante técnico é a matéria prima que auxilia as propriedades físicas, químicas e físicas químicas dos fármacos
Adjuvantes terapêuticos melhoram as fases de farmacodinâmica ou farmacocinética (aumentam meia vida, diminuem efeitos adversos ou sinergismo de ação).