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MODELO :PROFESSORA ROSA MARIA MARCIANI CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO- CEUNSP – CRUZEIRO DO SUL ALUNO: TURMA: ORIENTADOR: PROJETO DE ARTIGO CIENTÍFICO Título: Reestruturação Produtiva:Impactos sobre a Mão de Obra Feminina Salto, 2020 MODELO 2 1. INTRODUÇÃO O tema a ser tratado no trabalho de conclusão de curso, diz respeito às transformações ocorridas no mundo do trabalho, nas últimas décadas, e como isso tem afetado o gênero feminino, no tocante às relações de trabalho. Com a reestruturação produtiva e todo seu aparato de flexibilização dos processos de trabalhos, dos mercados, dos produtos e dos padrões de consumo, a feminização da mão-de- obra atingiu seu ápice. No entanto, esse processo evidencia, contraditoriamente, que, apesar de toda essa emancipação conquistada por sua inserção no mercado de trabalho, a mulher ainda ocupa postos cada vez mais precários, em troca de menores salários. O problema do emprego feminino transcende, em muito, a análise do mercado de trabalho; por motivos culturais, as mulheres não atingem o grau de igualdade de direitos, de oportunidades e de tratamento de emprego igual ao dos homens, não por falta de normas, pois existem, no mundo todo, leis, tratados e convenções que buscam garantir a igualdade ent re mulheres e homens. Essa disjunção está fortemente ligada à segmentação dos espaços masculino e feminino, da formação e do emprego. As mulheres são tidas como mais flexíveis que os homens, uma vez que se sujeitam a condições mais instáveis, além de elas trabalharem em tempo parcial, fatos estes acentuados pelo capitalismo, na medida em que ele explora essa mão-de-obra de maneira desigual e a sistematiza através da reestruturação da produção. Disso decorre frequentemente uma maior precarização do trabalho das mulheres e, consequentemente, a precarização das relações jurídicas. Nesse sentido de precarização, a relação de emprego, pertinente ao direito do trabalho e delimitada no artigo 3º da CLT, está sendo substituída pela relação de trabalho e, como ver-se-á no decorrer deste estudo, são as mulheres que mais se ajustam às modalidades contratuais precárias: trabalho por tempo determinado, parcial, terceirizado, subcontratado, trabalho em domicílio, dentre outras. 2. PROBLEMATIZAÇÃO Presenciam-se, através da reestrutuação reprodutiva, novos tipos de trabalho, cada vez mais flexíveis e precarizados, e é justamente nesses nichos do mercado que a mão-de-obra feminina se prolifera. As novas estruturas de mercado auxiliam na intensificação e na MODELO 3 ampliação das formas de exploração do trabalho e, com relação aos direitos trabalhistas, a precarização do emprego manifesta-se através de uma gradativa expansão dos contratos atípicos. Essa situação traz novas tensões na busca da eqüidade entre os sexos e novos desafios para a definição de políticas nessa área. (ALVES, 2000, p. 48-49) Diante desse novo cenário, pode-se dizer que esses fatos demonstram que a afirmação da mulher no plano profissional e sua maior inserção no mercado não foram capazes, ainda, de romper com os processos de produção das desigualdades de sexo, sendo o período atual de contrastes e paradoxos, de progressos e retrocessos? A igualdade de direito é pressuposto constitucional, porém a igualdade de fato, bem como as modernas relações de trabalho e, que se encontram à margem da legislação trabalhista, são os desafios que se impõem ao direito do trabalho, neste início de século? O direito, como instrumento de justiça social seria capaz de garantir a igualdade de fato e quais as reais medidas que surtiriam efeitos nesse sentido? Diante de tais ponderações, quais os instrumentos capazes de garantir uma efetividade jurídica, já que existe todo um aparato jurídico que garante a igualdade e a proteção da mulher no trabalho, mas que, na prática, não tem efetividade, devido aos condicionamentos culturais e a diante da reestruturação produtiva? 3. OBJETIVO GERAL O objetivo geral da pesquisa a ser abordada em forma de artigo científico é demonstrar a história da mulher trabalhadora, da idade média até os dias atuais, identificar porque as novas estruturas de mercado auxiliam na exploração da mão-de-obra feminina e analisar como as ações afirmativas e os sindicatos podem atuar no intuito de garantir uma efetividade jurídica. 3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Fazer o levantamento sobre a problematização quanto ao novo modelo de reestruturação produtiva; MODELO 4 • Identificar porque as novas estruturas de mercado (reestruturação produtiva) auxiliam na exploração da mão-de-obra feminina. • Compilar as leis, normas, convenções internacionais, enfim, todo o aparato jurídico que garante a igualdade e a proteção da mulher no trabalho. • Analisar mecanismos que possam garantir a aplicação da lei, entre os quais: ações promovidas pelo Estado, como por exemplo, as ações afirmativas e aquelas promovidas pelos atores sociais, no caso, os sindicatos, através de negociações coletivas. • Apresentar dos resultados obtidos com a pesquisa. 4. JUSTIFICATIVA O motivo mais relevante que levou à abordagem do assunto é que, apesar de existirem muitos estudos a respeito das mudanças e transformações do trabalho, pouco se fala a respeito das consequências em relação aos gêneros, masculino e feminino, tendo em vista que elas não são as mesmas, pois, a participação feminina, no mercado de trabalho, em quase todas as regiões do mundo, vem se processando de forma intensa e diversificada nos últimos anos e está redesenhando os contornos desses mercados. Esta pesquisa será realizada com o intuito de percorrer a história da mulher no mundo do trabalho e demonstrar que, se por um lado, a inclusão crescente da mulher no mercado de trabalho corresponde a evoluções de ordem sociocultural, por outro, não nos podemos nos esquecer de que esse movimento remete a um processo de mobilização da mão-de-obra, gerada por transformações econômicas, na ordem do capital (BELLONI, BOULIN JUNTERLOISEAU, 2003, p. 204). O capital, através da reestruturação produtiva além de exigir uma mão de obra mais flexível, explora de maneira mais acentuada a mão-obra-feminina, o que se pode observar através do trabalho em tempo parcial, pela multiplicação de contratos temporários. (HIRATA, 2012, p. 25) Diante de tais circunstâncias o tema se torna relevante, pois se há um aumento considerável da presença feminina no mercado de trabalho, por outro, observa-se que sua inserção se dá, principalmente, em atividades precárias ou na periferia das redes de contratação, o que se faz mediante pouca ou quase nenhuma garantia, uma vez que muitas MODELO 5 dessas contratações não têm enquadramento legal, fator este que demonstra uma diversidade na gestão da força de trabalho em função da divisão sexual. 5. METODOLOGIA DA PESQUISA A confecção do artigo científico será baseada em uma pesquisa teórica, realizada através de levantamento bibliográfico, livros, revistas e páginas especializadas em direito do trabalho, sociologia do trabalho e antropologia. Como complemento à pesquisa, será efetuada uma pesquisa de campo, em 3 sindicatos para analisar como tais organismos tratam a questão do gênero e como podem contribuir para esse novo “mundo do trabalho” em que a mulher ganha cada vez mais espaço. As perguntas serão feitas em forma de questionário e as respostas serão tabuladas buscando confrontar a doutrina e a pesquisa de campo. 5.1. ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS 1. A mulher trabalhadora na História do Trabalho .................................................................... 2. A mulher trabalhadora e a reestruturação produtiva ..............................................................2.1. Reestruturação Produtiva e Globalização ....................................................................... 2.2. Divisão sexual do trabalho .............................................................................................. 2.3. Toyotismo........................................................................................................................ 3. Uma análise sobre o ponto de vista jurídico do trabalho da mulher ...................................... 3.1. As Leis, Normas e Convenções - Proteção e Igualdade ........................................................ 4. Transformações nas relações jurídicas do trabalho no século XXI ......................................... 5. Meios para garantir a efetividade de direitos face ao “novo mundo do trabalho”......... 5.1 Instrumentos jurídicos: ações Afirmativas e Sindicatos como atores sociais........... 6. REFERÊNCIAS MODELO 6 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724: Informação e documentação. Trabalhos Acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002 ALVES, Giovanni. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. Fapesp . São Paulo: Boitempo, 2000. BELLONI, Maria Carmem; BOULIN, Jean-Yves; JUNTER-LOISEAU, Annie. Do tempo do trabalho aos tempos da cidade. In: MARUANI, Margaret; HIRATA, Helena. As novas fronteiras da desigualdade: homens e mulheres no mercado de trabalho. São Paulo: Senac- São Paulo, 2003. HARVEY, David. Condição pós-moderna. Tradução Adail Ubirajara Sobral; Maria Stela Gonçalves. 9. ed. São Paulo: Loyola, 1992. HIRATA, Helena . Nova divisão sexual do trabalho: um olhar voltado para a empresa e a sociedade. São Paulo: Boitempo, 2012.