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0_Corporeidade & Psicomotricidade

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AULA 01 
Corporeidade 
 É a maneira pela qual o homem se expressa no mundo, ou seja, como interage com 
as coisas e com as pessoas. A corporeidade tem como foco principal o ser humano, estando 
relacionada, portanto, com a cultura, as ideologias, a religião, a política, enfim, com 
características, individuais ou coletivas, do sujeito. Assim como observamos as semelhanças e 
as diferenças entre os povos e as civilizações. 
 Foucault demonstra o poder sobre o corpo visto como subsidiário à mente, à inteligência e 
que influencia toda uma sociedade até os dias de hoje 
 A corporeidade, portanto, interliga emoções e pensamentos que passam na mente de 
um indivíduo ao seu diálogo corporal com o mundo. 
 A corporeidade, então, é a maneira como o indivíduo interage e se comunica consigo 
mesmo, com os outros e com o mundo por meio dos movimentos e das experiências 
motoras que permitem sua expressão de forma intencional, mas sendo necessariamente um 
diálogo constante com o mundo exterior. A corporeidade é então uma forma de estar no mundo, 
de existir e não simplesmente passar por ele. 
 
Fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) 
 
 Segundo Merleau-Ponty (2011), é uma filosofia que repõe tudo o que é essencial à nossa 
existência, ou seja, a Fenomenologia permite que o homem se compreenda e compreenda o 
mundo a partir dos fatos, de seus problemas. Isso só será possível por meio da percepção. 
A percepção é uma interpretação daquilo que sentimos, ou seja, a partir das nossas 
sensações, captadas através dos nossos sentidos, nossa mente e nossa consciência geram 
uma interpretação, chamada de percepção 
 Quando algo se apresentava diante de uma pessoa, também era apresentado à sua 
“consciência”. Esse algo é observado e percebido de acordo com sua forma, sua totalidade e, a 
partir daí, segue em direção à consciência perceptiva. 
 Após a percepção, esse algo observado já estará na consciência e isso passa a ser um 
fenômeno. 
 Chamamos de Fenomenologia o estudo que define a essência da consciência, da 
percepção, dos problemas. Ela dá sentido à existência. Segundo Merleau-Ponty (1994), o 
corpo e o mundo formam um sistema, tornando a compreensão do homem e do mundo a 
partir de sua facticidade. 
 
 Dartigues (2008, p. 9), a “Fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno.” 
Facticidade é a qualidade do que é “factual”, ou seja, dos fatos, daquilo a que estamos 
submetidos no nosso dia a dia, em nossa vida, nas nossas dificuldades e facilidades do cotidiano, 
nas relações com os outros. É tudo aquilo que somos obrigados a passar, superar, que 
compõe nossa vida e nossas circunstâncias. 
Para Merleau-Ponty (1994), não estamos diante do nosso próprio corpo, mas estamos em 
nosso corpo ou, antes, cada um é “o seu próprio corpo”, ou seja, rompe-se com a ideia de 
“objeto de estudo” e passamos a compreender o corpo na esfera da existência em nossa 
condição humana de sermos corpos vivos. 
 
 
 
Motricidade (Expressão orgânica e psíquica que antecipa o movimento) 
A motricidade humana em Manoel Sérgio: na ciência da motricidade humana (CMH), temos 
a motricidade como o movimento com a intencionalidade (vindo de Merleau Ponty) que 
transcende, pois o movimento é intencional. 
A motricidade humana é, então, uma ciência do homem, que compreende tudo o que acontece 
socialmente, ou seja, seus fenômenos sociais. As transformações consagram o sentido da vida 
e suas potencialidades, que são observadas em uma linguagem nova e com um olhar de uma 
prática mais autêntica. 
A motricidade humana, então, é a ciência que explica e compreende as condutas motoras. O ser 
humano vive em constante movimento, é capaz de ultrapassar seus limites e essa característica 
pode ser estudada a partir de uma ciência a fim de alcançar um objetivo. 
Pode ser definida como a ciência que compreende e explica as condutas motoras, estudando 
constantemente as tendências da motricidade humana, em ordem ao desenvolvimento global do 
indivíduo e da sociedade em que este se insere, e fundamentando simultaneamente o físico, o 
biológico e o antropológico. 
A CMH terá seus estudos e pressupostos pautados em três pilares: o homem, a sociedade e 
o corpo. 
Manoel Sérgio pontua que a motricidade nasce com um sinal da corporeidade, a 
disponibilidade do homem a outros sujeitos e ao mundo o liberta, em certa medida, da solidão. 
“Não estou diante do meu corpo, estou no meu corpo, sou o meu corpo” 
A motricidade é a corporeidade representada pela intenção de um movimento. 
Intencionalidade operante: A vontade e a intenção de agir, a representação da vontade que 
pode ser expressa pela motricidade humana para que não sejamos apenas repetidores de 
movimento, mas também capazes de vencer nossos próprios limites. 
 
AULA 02 
Psicomotricidade 
ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em 
relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir 
com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde 
o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Entendendo o corpo como a 
fonte das aquisições cognitivas motoras e afetivas, assim como o meio que possibilita a 
expressão e a relação do sujeito. 
 Um indivíduo é constituído pela ação mútua entre sua psiquê e seu corpo. O indivíduo é 
composto por uma psiquê dotada de sensações, de reações biológicas, de movimento, de 
ações e por um corpo dotado de subjetividade, de expressão, de comunicação e de 
emoções. 
“maturação”: refere-se ao desenvolvimento neurobiológico, das estruturas que possibilitam a 
organização cada vez mais complexa das funções corporal, cognitiva e emocional. 
Lapierre e Aucouturier (1984), o sujeito deve ser compreendido na dimensão psíquica do seu 
corpo e na dimensão corporal do seu psiquismo, assim como devemos considerar a relação 
mútua entre a atividade psíquica e a função motora desse indivíduo. 
grandes eixos da Psicomotricidade: Equilíbrio (esquerda/direita), Coordenação visomotora, 
Organização espacial e temporal, Esquema corporal, Lateralidade, Domínio tônico. 
Ambientes da prática psicomotora 
 
reeducação psicomotora atua na perspectiva de minimizar os danos causados por uma lesão 
ou por um sintoma expresso. 
terapia psicomotora desenvolve-se por meio de abordagem corporal, buscando intervir nas 
instâncias psíquicas, nas elaborações psíquicas instaladas no sujeito. 
educação psicomotora atua no viés preventivo, ou seja, objetiva a construção do 
desenvolvimento harmônico do sujeito, com o intuito de evitar o surgimento de determinados 
transtornos possíveis de serem contornados por meio de uma organização psicomotora 
qualitativa e antecipatória. 
 
A tríade: consciência do próprio corpo, consciência de si e capacidade de expressão por meio 
do seu corpo é construída de acordo com a estruturação denominada por Vitor da Fonseca 
de noção de corpo. 
Princípios Básicos 
VALORIZAÇÃO DA ATIVIDADE ESPONTÂNEA 
A Psicomotricidade compreende inicialmente que a atividade espontânea é fundamental para o 
desenvolvimento da criança em seus aspectos formadores (cognição, motricidade e afetividade). 
GARANTIA DO PRAZER NA PRÁTICA CORPORAL 
Parte do princípio de que a atividade espontânea, o prazer, o desejo e a individualidade são 
elementos que devem coexistir continuamente na prática corporal com vistas ao 
desenvolvimento integral, portanto, são concebidos como elementos indissociáveis na prática 
corporal. 
RESPEITO À INDIVIDUALIDADE 
Segundo os princípios da Psicomotricidade, a prática corporal se estrutura a partir de uma 
organização prévia, definida a priori, e possui uma idealização antecipatória. A partir dessas 
ações, é possível observar o que o indivíduo possui enquanto demanda e necessidade. Levando 
em conta os elementos trazidospelo paciente/aluno, a prática é então efetivada. 
INCENTIVO À EXPRESSÃO DO DESEJO DA CRIANÇA 
A prática psicomotora é construída a partir de um momento de escuta da criança. São feitas 
observações quanto aos seus desejos, às suas demandas, ao seu estado emocional, ao seu 
estado corporal momentâneo, enfim, às suas necessidades. A partir dessa escuta, a proposta 
psicomotora se constrói em plena comunhão de ideias, conhecimento teórico, técnico-conceitual 
e de necessidades. 
 
desenvolvimento psicomotor ocorre de maneira natural e gradativa, e que sofre 
interferência de fatores que podem ser categorizados em externos(do outro e do meio) e 
internos( afetivas, fisiológicas e intencionais do indivíduo), ou ainda em práxicos 
(movimentos, manipulação de objetos) e subjetivos (desejos e relações do indivíduo) 
processo global do desenvolvimento psicomotor compõe-se de elementos pertencentes às 
várias instâncias da formação do indivíduo, são eles: 
• Estrutural (neuroanatômicos) 
• Socioafetiva (relacionais/simbólicos) 
• Cognitiva (conceituais) 
 
 
motricidade fina: movimentos com controle detalhado e minucioso que nos capacita à 
realização de movimentos delicados e precisos. 
 
 
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ELEMENTOS PSICOMOTORES SEGUNDO FONSECA (2012) BPM (bateria psicomotora de 
fonseca) 
• Tônus - Faixa etária do desenvolvimento do tônus: do nascimento aos doze meses 
A tonicidade é a base fundamental da psicomotricidade, O tônus é pano de fundo para o 
movimento e a postura está na base da organização dos movimentos. 
 
 estamos flutuando entre os três tipos e um não existe sem o outro. 
• Equilíbrio - Faixa etária do desenvolvimento do equilíbrio: de 1 a 2 anos 
resposta motora vigilante e integrada, em face da força gravitacional, que atua permanentemente 
sobre o indivíduo. Ligado a audição e relacionada à aquisição da postura bípede, segurança 
gravitacional e desenvolvimento dos padrões locomotores. 
 
• Lateralidade - Faixa etária do desenvolvimento da lateralidade: dos 2 aos 3 anos 
capacidade de integração sensório-motora dos dois lados do corpo. A lateralidade é a 
predisposição à utilização preferencial de um dos lados do corpo expressas nos níveis ocular, 
pedal, auditivo e visual, refletindo a dominância de um dos hemisférios 
cerebrais. conscientização integrada da experiência sensorial e motora, um mecanismo 
de orientação intracorporal (proprioceptiva) e extracorporal (exteroceptiva) 
• Noção do corpo - Faixa etária do desenvolvimento da noção de corpo: dos 3 aos 4 
anos 
noção do eu, a conscientização corporal, percepção corporal, condutas de imitação. 
esquema corporal (noção topográfica) no qual a criança se organiza corporalmente em estruturas 
 
A noção de corpo possui quatro aspectos que a constituem: Nomeação das partes do 
corpo, Localização das partes do corpo, Conscientização das partes do corpo e Utilização das 
partes do corpo 
 
 
Estrutura espaço-temporal 
A estrutura espaço-temporal significa a integração cortical de dados espaciais, 
relacionados ao sistema visual e dados temporais rítmicos, relacionados ao sistema 
auditivo. 
 
COLUNA 1: 
1) TÔNUS 
2) EQUILÍBRIO 
3) LATERALIDADE 
4) PRAXIA GLOBAL 
COLUNA 2: 
( 3 ) Dominância de um hemisfério cerebral sobre o outro. 
( 1 ) Tensão dos músculos. 
( 2 ) Estado de um corpo, quando forças distintas se encontram sobre ele, compensam-
se e anulam-se mutuamente. 
( 4 ) É definida como a colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes, 
com vistas à execução de movimentos amplos e aprendidos. 
AULA 03 
• CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO DESENVOLVIMENTO DE 0 A 3 ANOS 
 Se caracteriza pela fase em que corpo e psiquismo estão juntos e se integram nesse 
processo. Observamos maior “plasticidade cerebral”, sendo um período importantíssimo para o 
desenvolvimento. 
Desenvolvimento auditivo 
Esta função sensorial permite que, de uma forma natural, e digamos “normal”, a criança 
desenvolva e adquira a linguagem oral e a produção da fala. 
Desenvolvimento Visual 
A visão é um sentido desenvolvido desde a vida intrauterina e permanecerá nesse processo de 
desenvolvimento mesmo depois do nascimento. 
Desenvolvimento motor 
De acordo com o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC), as funções reflexas 
aparecem e desaparecem no primeiro ano de vida e pouco a pouco os movimentos voluntários 
e mais complexos vão se estabelecendo. 
Desenvolvimento cognitivo e de linguagem 
O surgimento da capacidade de compreender, pensar e decidir como agir no mundo é o que 
caracteriza o nosso desenvolvimento cognitivo. Processos mentais que envolvem memória, 
atenção, percepção e imaginação se integram construindo forma de resolução de problemas. 
 
• CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO DESENVOLVIMENTO DE 3 A 
6 ANOS 
após adquirir habilidades motoras voluntárias de estabilidade, locomoção e manipulação, 
poderá refinar esses movimentos e dar início aos padrões motores fundamentais 
ou habilidades motoras fundamentais (HMF) 
Segundo Wallon, dos três aos seis anos, a criança encontra-se no Estágio do Personalismo, 
onde inicia seu processo de diferenciação de outra pessoa, constituindo-se a partir de sua 
subjetividade, utilizando-se de atividades em que se opõem ao outro e, ao mesmo tempo, 
seduzem ou imitam. 
O desenvolvimento integrará esses subconjuntos funcionais que são motor, afetivo e cognitivo, 
sendo responsáveis por constituir o quarto subconjunto funcional que Wallon denomina pessoa. 
o processo de desenvolvimento de uma criança, por toda sua infância até que alcance uma 
vida adulta, será regulado por três leis as quais denominou (WALLON) 
A LEI DA ALTERNÂNCIA FUNCIONAL 
Caracteriza-se pela alternância entre duas direções opostas; uma centrípeta, voltada para a 
construção do eu, onde o predomínio é a dimensão afetiva e a outra centrífuga, voltada para a 
elaboração da realidade externa e do universo que a rodeia, predominando a dimensão 
cognitiva. Essas duas direções se manifestam, alternadamente, constituindo o ciclo da 
atividade funcional. 
A LEI DA SUCESSÃO DA PREPONDERÂNCIA FUNCIONAL 
Na qual as três dimensões ou subconjuntos preponderam, alternadamente, ao longo do 
desenvolvimento do homem: motora, afetiva e cognitiva. A função motora predomina nos 
primeiros meses de vida da criança, enquanto as funções afetivas e cognitivas se alternam ao 
longo de todo o desenvolvimento, ora visando a formação do eu (predominância afetiva), ora 
visando o conhecimento do mundo exterior (predominância cognitiva). 
A LEI DA DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO FUNCIONAL 
Diz respeito às novas possibilidades que não se suprimem ou se sobrepõem às conquistas dos 
estágios anteriores, mas, pelo contrário, integram-se a elas no estágio subsequente. 
• A CRIANÇA DOS 7 AOS 12 ANOS 
as aquisições funcionais serão ampliadas e será possível observar melhora no controle e 
domínio motor 
A maturação da criança evolui pareada com sua idade cronológica, dando forma e características 
próprias a cada etapa. Essas etapas serão classificadas por Le Boulch (1987) em três 
momentos: 
1º MOMENTO – corpo vivido 
Ao nascer e até por volta dos 3 anos de vida, momento em que a criança se encontra na fase 
reflexa e as experiências vividas trarão maior controle do corpo. Inicialmente, o bebê sente que 
o ambiente externo faz parte do seu próprio corpo, mas, na medida que amadurece, amplia suas 
experiências sensoriais e seu sistema nervoso, iniciando a diferenciação entre seu corpo e o 
ambiente. Essa etapa, que corresponde à inteligência sensório-motora de Piaget, Le Boulch 
denominou corpo vivido. 
 
 
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2º MOMENTO – corpo percebido 
Corresponderá a idade entre 3 e 7 anos. A criança passará a tomar consciência do seu próprio 
corpo, direcionando sua atenção, que era voltada exclusivamente para o ambiente, para a sua 
interiorização. Essa etapa será denominada corpo percebido. 
A diferençaentre o corpo vivido e o corpo percebido é que, na primeira etapa, a criança 
apresenta movimentos espontâneos, iniciado nos reflexos dos bebês, que evoluem 
gradativamente. Na segunda etapa, onde temos o corpo percebido, existe uma evolução nesse 
processo em que a criança passa de um ajustamento espontâneo para um ajustamento 
controlado, com melhor domínio corporal, ampliando a capacidade de dissociar os movimentos. 
Dissociar significa suavizar a movimentação do corpo “em blocos”, tornando-o mais ajustado e 
otimizado em suas funções. 
A consequência disso será a criança melhorar sua coordenação dentro de um tempo 
determinado, identificando sua dominância lateral, iniciando a utilização do corpo como uma 
referência para se organizar e se situar no tempo e no espaço. 
As noções espaciais e os conceitos, como “dentro”, “fora”, “aqui”, “embaixo”, “em cima”, entre 
outros, são assimilados. 
3º MOMENTO – corpo representado 
Entre os 7 e os 12 anos será o corpo representado, onde o esquema corporal começa a se 
estruturar e a imagem mental desse corpo será ainda “estática”, ou seja, apenas uma imagem 
mais simples, mas que “imagina” um formato de corpo. Somente por volta dos 10 aos 12 anos 
é que será possível construir uma representação mental de um corpo em movimento. Essa 
construção, então, indicará que se alcançou uma representação mental de uma sucessão 
motora, associando-a à noção de tempo que, na fase anterior, iniciou o processo de percepção 
temporal na criança. 
 
• ASPECTOS PSICOMOTORES RELACIONADOS AO 
DESENVOLVIMENTO DA ADOLESCÊNCIA 
 Esta é a época para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos avançados, 
atividades e liderança em esportes escolhidos 
 Segundo Wallon, por volta dos 12 anos, essa fase se inicia e o adolescente adquire uma 
nova percepção temporal. Inicia-se uma fase de intolerância a regras, ao controle e 
direcionamento dado pelos pais, em que precisam se encontrar, buscando sua própria 
consciência na figura de outro jovem, necessitando do “grupo” para se identificar como 
indivíduo; o meio social será relevante para que tenham um comportamento condicionado e 
que constitua sua personalidade. 
 É uma fase conturbada, pois, ao mesmo tempo que precisam lidar com sua própria 
personalidade que se ajusta, vivenciam conflitos psicossociais, confrontam sua identidade 
versus confusão (BERGER, 2003). 
 Imagem corporal tem sua base na emoção, conforto e desconforto 
 
 
• ASPECTOS PSICOMOTORES RELACIONADOS AO 
DESENVOLVIMENTO DO ADULTO 
A cognição do adulto inclui: Aprendizagem e memória; Raciocínio e pensamento; e 
Capacidade de comunicação que modifica a capacidade mental e interfere em sua percepção 
do mundo. 
A saúde mental caracteriza-se como um estado de bem-estar, onde o indivíduo se mostra 
capaz de lidar com os problemas e dificuldades do dia a dia, contribuindo para a sociedade na 
qual está inserido, desenvolvendo e realizando o seu potencial conforme definiu a OMS. O 
aumento das dificuldades enfrentadas pelas pessoas, além da violência e do excesso de 
trabalho, aumenta o nível de estresse físico, mental e emocional. A Síndrome de Burnout é um 
distúrbio psíquico desencadeado pela exaustão extrema e excesso de trabalho, o que causa 
esgotamento físico e mental em indivíduos adultos. 
algumas delas são: Transtornos de ansiedade; Perturbações no humor; Depressão; e 
Síndrome de Burnout 
• ASPECTOS PSICOMOTORES RELACIONADOS AO 
DESENVOLVIMENTO DO IDOSO 
 Haverá uma regressão em suas funções motoras, perceptivas, cognitivas e 
socioemocionais, seguindo uma desorganização vertical em direção descendente, ou seja, do 
córtex à medula, das atividades mais complexas às mais simples. Note que esse processo não 
é uma sentença, então, não podemos esquecer que muitos idosos terão um envelhecimento bem 
sucedido. 
 As reduções funcionais, alterações motoras e dificuldade de realizar suas tarefas básicas 
tem um efeito devastador na saúde emocional. O idoso perde a confiança em si e em sua 
capacidade de realizar tarefas. Esse cenário poderá agravar, caso haja a necessidade de 
hospitalização e dependência permanente de cuidados. 
 Com atividade física, o idoso poderá sentir-se mais útil, com mais autonomia, tanto 
psíquica, quanto física. A atividade física é fundamental para qualquer idade e essencial para a 
terceira idade, sendo uma condição para a recuperação em situações de doenças e acidentes. 
As atividades motoras em idosos aumentam sua massa muscular 
 
AULA 04 
Intervenção psicomotora aplicada á atuação do profissional da educação física 
A psicomotricidade estuda o homem observando seu corpo em movimento e como se 
estabelece a relação desse corpo com o mundo externo e com os outros. Essa relação será 
expressa a partir de seu nível de desenvolvimento neurológico. Ou seja, sua maturação, sabendo 
que será com base no próprio corpo que irá construir seu caminho para as aquisições cognitivas, 
afetivas e orgânicas. 
Assim, essa ciência será pautada nos seguintes três pilares: movimento, cognição e 
afetividade 
A prática psicomotora preventiva deverá levar em consideração as fases de desenvolvimento 
motor em que as crianças se encontram. Isso será observado e pautado nos estudos da 
aprendizagem e desenvolvimento motor. Outro aspecto que teremos como referência para que 
possamos observar são os elementos psicomotores: 
Tônus, Equilíbrio, Noção corporal, Lateralidade, Noção espaço-temporal, Motricidade ampla e 
fina 
 
Para o planejamento de uma atividade psicomotora nas aulas de Educação Física, podemos 
considerar três aspectos: 
O objetivo que deseja alcançar. 
A via sensitiva que será priorizada. 
Qual o material que terá para isso. 
É fundamental o planejamento do profissional e o conhecimento 
prévio de seus alunos. Nunca devemos pensar em um objetivo 
quando chegamos ao local de prática 
 
 
 
a cada sensação captada teremos uma interpretação, a qual 
chamaremos de percepção 
Material 
O material utilizado nas aulas de Educação Física recebe um 
outro olhar quando é utilizado em uma proposta psicomotora. 
 
1. As aulas de Educação Física podem utilizar os conceitos da psicomotricidade em uma prática 
preventiva. O que caracteriza essa abordagem? 
Suas atividades devem ter como foco os ajustes tônicos, posturais, rítmicos e 
proprioceptivos, prevenindo alterações e distúrbios psicomotores que podem dificultar o 
aprendizado da criança. 
 
ESTABILIZAÇÃO 
A estabilização é a habilidade motora responsável pelo equilíbrio corporal, pela capacidade de 
constantemente se manter a postura desejada, vencendo a gravidade. Todos os esportes 
necessitam do desenvolvimento dessas habilidades e os elementos psicomotores primordiais 
para esse desenvolvimento são o tônus e o equilíbrio. 
MANIPULAÇÃO 
As habilidades de manipulação envolvem o controle e a manipulação de objetos. Esse controle 
será observado nas mãos e nos pés, e seguirá naturalmente as fases de desenvolvimento 
motor da criança, passando por vários estágios das sequências desenvolvimentais (inicial, 
emergentes e proficientes) dos movimentos manipulativos. Os principais movimentos de 
manipulação são: arremessar, pegar, chutar, volear, rebater, pular/driblar. 
lOCOMOÇÃO 
As habilidades de locomoção são consideradas filogenéticas, ou seja, são comuns ao filo, à 
espécie dos seres humanos e, por isso, não são “determinadas” culturalmente, sendo 
desenvolvidas de forma mais “natural”, com menos dependência de uma prática formal. 
PSICOMOTRICIDADE E ALTO RENDIMENTO 
 Esse trabalho poderá ser aplicado melhorando a consciência corporal, simetria e equilíbrio 
muscular. 
processamento sensorial, definido pela capacidade que o nosso cérebro (SNC) terá para 
absorver, processar e organizar apropriadamente respostas “adequadas” às 
informações sentidas. 
A utilização de atividades lúdicas será primordialpara o desenvolvimento psicomotor, cognitivo 
e afetivo da pessoa com deficiência 
. O processo de simbolização, que significa o fazer de conta, o brincar de “mentirinha”, é 
importante para que a criança construa suas representações e desenvolva as funções 
simbólicas. 
A integração sensorial é um mecanismo neurológico que capta as sensações corporais, 
permitindo que o cérebro possa absorver, processar e organizar adequadamente respostas 
motoras.

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