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A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma miopatia geneticamente determinada, de herança recessiva, ligada ao sexo. Caracteriza-se por fraqueza muscular simétrica e progressiva, observada clinicamente a partir do terceiro ou quarto ano de vida. Trata-se de um distúrbio genético de caráter recessivo, ligado ao cromossomo X. O gene alterado da DMD localiza- se no braço curto do cromossomo X (região Xp21). Acomete predominantemente o sexo masculino e excepcionalmente meninas em casos nos quais os dois cromossomos X forem afetados (cerca de 11 casos relatados no mundo). A DMD é uma forma comum de doença. A incidência aproximada é de um para cada 3.500 a 5.000 nascidos vivos. Caracteriza-se pela ausência ou deficiência da proteína distrofina sarcolema (superfície da membrana celular). A distrofina compõe o citoesqueleto da membrana celular (dá sustentabilidade) e sua ausência promove rupturas o que impossibilita o influxo normal de cálcio. Há uma degeneração progressiva, ocasionando perda de fibras com a substituição por tecido adiposo e conjuntivo (perda da contração muscular) e variação no tamanho das fibras musculares. Enzima muscular Creatinoquinase (CPK): nas distrofias musculares o CPK sempre estará elevado. Biópsia Muscular: verifica a presença da proteína distrofina. Teste de DNA: analisa as alterações no cromossomo X. Durante o primeiro ano de vida, há um pequeno atraso na aquisição da marcha e podem acontecer quedas mais frequentes do que o normal. Por volta dos 3-4 anos observa-se: Quedas frequentes Dificuldade para subir e descer escadas Dificuldade em correr Déficit de equilíbrio Marcha anserina/miopática Os sintomas iniciais compreendem fraqueza muscular progressiva que se manifesta usualmente antes do quarto ano de vida, com comprometimento simétrico e inicialmente seletivo dos músculos da cintura pélvica (glúteo, iliopsoas, adutores, ....). A fraqueza dos extensores da coluna é responsável pela acentuação da lordose lombar, que desaparece na posição sentada. Manobra típica que as crianças com DMD utilizam para se levantar do chão fazendo um movimento de rolamento do corpo e fixando cada segmento dos membros em extensão. De [Distrofia muscular] Definição etiologia Fisiopatologia Incidência Diagnóstico Laboratorial Quadro clínico Sinal de gowers @fisiodiary A fraqueza dos glúteos médio e mínimo, dos extensores da coluna e da musculatura paravertebral leva à marcha anserina (também conhecida como miopática). Caracterizada pela dificuldade de suportar o peso do corpo quando uma perna é elevada. Essa dificuldade faz surgir uma inclinação da pelve e do tronco alternadamente em direção oposta, para ajustar o centro de gravidade. Entre 7 e 11 anos de idade, as contraturas musculares e as retrações fibrotendíneas tornam-se evidentes, principalmente nas panturrilhas, com retração precoce do tendão de Aquiles e dos músculos flexores das coxas. Ocorre a acentuação da lordose lombar e flexão plantar e inversão do pé, obrigando ao uso da cadeira de rodas. Posteriormente há contratura no bíceps braquial, nos poplíteos e nos músculos espinais, levando a escoliose. Sinais presentes: Pseudo-hipertrofia Escoliose Hiperlordose Pé equino De 3 a 4 anos após o início do quadro, é evidenciado o acometimento da musculatura de cintura escapular: serrátil, peitoral, grande dorsal e, posteriormente, bíceps e braquiorradial, reduzindo a ADM ativa dos MMSS e causando o sinal da escápula alada. O tórax vai se achatando no sentido anteroposterior, mas os músculos do pescoço são afetados relativamente tarde, com exceção do grupo flexor, que mostra disfunção precoce. Os músculos intercostais são intensamente comprometidos e a sobrecarga pode levar a um comprometimento cardíaco (uso de CPAP). O déficit cognitivo está presente em aproximadamente 30% dos casos; Geralmente, o óbito por infecção respiratória ou colapso cardíaco ocorre na segunda ou terceira década de vida. Principais avaliações de habilidades motoras em DMD: Escala de Vignos para MMII Escala de Vignos para MMSS Grau funcional de Brooke Medida da função motora (MFM) São utilizadas para avaliar e reavaliar os pacientes e verificar se houve alguma melhora no quadro clínico. A terapêutica vigente para a DMD baseia-se: na reabilitação na corticoterapia na orientação nutricional na assistência multidisciplinar Em pacientes com DMD, a inatividade é extremamente prejudicial, pois, além das perdas provocadas pelo processo distrófico das células, ainda pode haver atrofia de células com potencial de contratilidade. Portanto, a atividade física devidamente orientada e graduada, que respeite as diferentes fases de evolução da doença, é essencial. Objetivos da fisioterapia motora: melhorar ou manter a força muscular melhorar ou manter a ADM melhorar ou manter o equilíbrio e a proteção estimular as trocas posturais melhorar ou manter a capacidade de marcha orientar os pais e cuidadores Hidroterapia: A condição mínima necessária para atividades no meio líquido é uma capacidade vital de 40% do normal para idade, sexo, peso e altura do indivíduo. Pacientes com menos de 40% da CV apresentam dificuldade de respiração decorrente da pressão hidrostática. Bad Ragaz Watsu Halliwick Hidrocinesioterapia Marcha anserina Quadro clínico prognóstico Avaliações padronizadas Tratamento @fisiodiary Estimulação com Plataforma Vibratória: O treinamento deve ser leve e progressivo com intervalos entre cada série com duração igual ou superior à duração do exercício. Frequência da vibração: entre 10 e 24 Hz Contra indicações: Relativas: crianças menores de 1 ano, epilepsia, disfunções cardíacas, tumores e feridas pós operatórias; Absolutas: inflamações agudas, infecções e/ou febre e implantes metálicos ou sintéticos. Fisioterapia Respiratória: O ministério da saúde criou, em 3 de julho em 2008, a Portaria GM/MS nº1.370, que disponibiliza o Programa de Assistência Ventilatória Não Invasiva aos Portadores de Doenças Neuromusculares. O uso de equipamentos auxiliares da marcha, como muletas e andadores, não são indicados por gerarem esforço excessivo dos MMSS. O uso de tutores longos também não tem sido indicado pelo mesmo motivo. O nível de suporte e a escolha entre a cadeira de rodas ou manual ou motorizada devem ser baseadas na real necessidade de suporte do paciente, pois o uso de suporte excessivo impede que o paciente utilize seu potencial residual e leva à instalação precoce da diminuição da função. órteses @fisiodiary
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