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Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem

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CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
CLARETIANO- CENTRO UNIVERSITÁRIO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM
Profa Dra. Lilian Paula D. Bérgamo
PROJETO DE PRÁTICA:
A VISÃO E A INTERVENÇÃO DOS PROFESSORES DE ACORDO COM A TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ - RO
2021
PROJETO DE PRÁTICA
A VISÃO E A INTERVENÇÃO DOS PROFESSORES DE ACORDO COM A TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
 
Aluno(a): Renata Pereira Pedrassani
 
				 
SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ - RO
2021
1- Introdução:
O trabalho aqui representado tem como objetivo relatar um pouco sobre os conceitos de aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa, também quais contribuições as novas descobertas sobre aprendizagens trouxeram para a educação, visto que ao longo da história ocorreram vários processos e descobertas em torno deste assunto. Farei aqui uma breve introdução em torno de três concepções de aprendizagens à percepção de grandes filósofos. 
Platão (427-347 a.C), defendia que o conhecimento é algo congênito, inato, que se dá antes mesmo de se ter contato com alguma informação e que já seria possível dominar conceitos desde o nascimento porque seria hereditário.
Aristóteles (384-322 a. C), veio com a ideia empirista totalmente contrária ao inatismo de Platão, segundo ele apesar de as pessoas nascerem com capacidade para aprender eram necessário experiências e exemplos externos, ou seja, com o hábito de ver as atitudes e atividades de outros a pessoa construiria seu conhecimento. Nas escolas o modelo de ensinamento usado era o dá repetição com o intuito de memorização, acreditava-se que assim seria possível ensinar e levar o aprendiz ao caminho que o educando desejasse.
Ainda nos séculos XVI e XVII essa ideia ainda procedia tendo espaço no pensamento de muitos filósofos. Era inaceitável uma segunda opinião por parte dos alunos, havendo isso, eram conduzidos a aceitar a “razão”, e seus pontos de vista eram substituídos pelo modo de ver do professor que era a manancial do conhecimento.
Infelizmente ideias de que o conhecimento pertence ao professor ainda persistem em muitas cabeças nos dias atuais, mas no início do século XX surge a concepção construtivista tendo como percursor Jean Piaget (1896-1980), onde é defendida a teoria de que o sujeito tem suas características e potenciais próprios, mas depende de uma intervenção e mediação externa para potencializar esse conhecimento. Piaget criou a Epistemologia Genética que compreende os processos de formação do conhecimento, onde tanto os fatores hereditários quanto o ambiente físico e social são importantes para o desenvolvimento, dando ênfase aos fatores maturacionais que são compreendidos por etapas lineares e frequentes.
Na educação o construtivismo tem o professor como um mediador que faz o intermediário entre o aluno e o conhecimento e este não é visto como “tábua rasa” passivo aos entendimentos do professor. O conhecimento prévio é valorizado e é usado para fazer com que o aluno alcance sempre mais, onde o conhecimento age nele e ele transforma o conhecimento. 
2- Desenvolvimento: 
Depois de discutido o não surgimento do desenvolvimento (inatismo) e o surgimento do conhecimento (empirismo e construtivismo), observa-se e estuda os modos que os indivíduos os adquiri e mantém, e isso influencia muito na preservação dessas novas informações.
Na aprendizagem mecânica destacada no empirismo, o aprendiz deve absorver o ensinamento que é transmitido por outros, é tido como uma caixa vazia que não tem algum conhecimento prévio. Assim esta aprendizagem se dá superficialmente, sem nenhuma “raiz’ onde possa se fixar na estrutura cognitiva, ficando vago sem ser apreendido e assim sendo é esquecida muito facilmente. Essa aprendizagem é o contato com algo novo de forma arbitrária, o aluno “aprende” decora sem ver significado naquilo que lhe foi transmitido, pois não tem um ponto de ancoragem para fixar.
Quando se trata de aprendizagem significativa o aprendiz encontra significado naquilo que lhe foi repassado, a informação já se incorpora em algo e expande seu conhecimento cognitivo. Por exemplo: a criança conhece uma bola e assim sabe qual é o seu formato, algum dia na aula a professora menciona o globo terrestre e a criança pergunta. Como é o globo terrestre? a professora pode falar que tem o formato esférico como de uma bola de futebol, no mesmo instante a dúvida da criança estará sanada; se na prova for feita a pergunta sobre o formato do globo terrestre, a criança pode ter esquecido a palavra esférico, mas ela lembrará exatamente de como é.
Conforme afirma MOREIRA (2010, p. 7):
O conhecimento prévio é, na visão de Ausubel, a variável isolada mais importante para a aprendizagem significativa de novos conhecimentos. Isto é, se fosse possível isolar uma única variável como sendo a que mais influencia novas aprendizagens, está variável seria o conhecimento prévio, os subsunçores já existentes na estrutura cognitiva do sujeito que aprende.
Esse conhecimento que o aprendiz já traz consigo influenciará na sua aprendizagem e determinará como ele vai aprender. Se a nova informação foi guardada como algo vago e não relacionada a outras pré-existentes, sua aprendizagem foi mecânica, mas quando ele faz a relação entre a nova informação e a que já possui este adquiri uma aprendizagem significativa, onde se ocorrer o esquecimento de partes, estas serão superficiais porque a essência se encontra atrelada a outras referências.
Enquanto Piaget via o desenvolvimento e a aprendizagem quanto a maturidade, Lev Vygotsky (1896-1934) o entendeu quanto as interações sociais, e uma das suas contribuições para entender esses processos foi o conceito da ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal), que diz sobre a distância entre o conhecimento real (o que o aprendiz já sabe) e o desenvolvimento potencial (o que o aprendiz é capaz de alcançar com a ajuda de outro). Em suas publicações colocava observações sobre grupo de crianças de diferentes idades e o quanto o aprendizado das crianças menores era desenvolvido tendo contato com outras um pouco mais à frente.
Levando em consideração o conceito de ZDP de Vygotsky, a aprendizagem significativa já é encontrada desde essa época. Cabe a um bom educador fazer uma avaliação diagnóstica com seus alunos, não só quanto as disciplinas, mas ir além e procurar saber qual é o conhecimento de mundo e de vida destes, para que a partir daí possa fazer a intervenção e a mediação correta buscando a aprendizagem significativa. 
Para facilitar a aprendizagem significativa o professor deve mediar o conhecimento com associações e ideias que fazem mais sentido e têm mais lógica para os alunos, para que possam fazer comparações mentais e encontrar base para fixar a nova informação. Como enfatiza MOREIRA (2010, p. 8) “..., pois o significado está nas pessoas, não nos materiais.”
Dito isto, é necessário destacar que para ser mediador do conhecimento da forma correta é preciso saber como se dá o processo de aprendizagem e quanto a esse assunto Emília Ferreiro e Ana Teberosky se destacaram desde quando iniciaram em 1974 uma investigação sobre a Psicogênese da língua escrita, a teoria formulada e comprovada por elas, foi publicada no Brasil em 1986 que trata do percurso e etapas que o aluno percorre até se alfabetizar, com essas novas descobertas o método de alfabetização tradicional mostrou-se completamente equivocado pois oferecia aos alunos a aprendizagem mecânica de letras e sílabas, trazendo consequências para a educação, como pessoas que sabiam ler mas não sabiam interpretar nem fazer o uso de diferentes textos e linguagens.
DURAN (1988, p. 14 apud MENDONÇA, 2011, p. 42) diz o seguinte:
Os procedimentos didáticos tradicionais, apoiados em teorias mecânicas têm transformado a alfabetização em simples ato de codificar/decodificar o oral e o escrito. A codificação e a decodificação de sílabas, palavras e frases aparece dissociadade seu significado e do contexto...
A Psicogênese da língua escrita baseia-se no construtivismo, valorizando os conhecimentos prévios, mas deixa claro que é preciso ir além entendendo o processo de aprendizagem do aluno e o estimulando para que alcance o objetivo.
Assim sendo, fica claro que os profissionais da educação têm um caminho ao qual se adequarem e percorrer para que o aprendizado obtido pelos aprendizes seja significativo, onde se encontra bases sólidas e coerentes para transformar e ser transformado em outras descobertas.
3- Conclusão: 
Contudo, conclui-se que aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa estão em lados opostos e o modo como o aluno aprende irá influenciar muito na conservação do aprendizado, assim o professor tem um papel de muita responsabilidade quanto a essa promoção de avanço; deve sempre desafiar os conceitos já aprendidos para que se reconstruam mais ampliados e consistentes, assim, serão cada vez mais, absorventes de novos conceitos.
Colocar os problemas com suas respectivas respostas diante dos alunos, gera a aprendizagem mecânica, onde os conteúdos têm um fim em si mesmos e não há reflexão sobre os propósitos pelo qual a resposta é aquela, não disponibilizando a necessidade de estimular suas capacidades cognitivas; quando é apresentado os problemas para que as respostas sejam trazidas por eles, é dada a oportunidade de pesquisar, errar, refletir, encontrar a resposta da pergunta feita e aprender outras coisas que não estavam no roteiro.
Por fim, este trabalho proporciona para os futuros docentes uma grande necessidade de reflexão sobre qual tipo de professor ele será, mostrando essas duas formas de aprendizagem e as consequências boas ou más que elas trazem; se a intenção for formar alunos investigadores, críticos e aptos a descobrir novas possibilidades para os inúmeros casos e incógnitas que nos rodeiam e até novas possibilidades para casos que pensa-se estar resolvidos, deve-se tomar como exemplo o modelo de uma educação que seja significativa, que traz resultados e coerência. 
Referências:
· Revista NOVA ESCOLA, edição 237, novembro de 2010. Três ideias sobre aprendizagem. Disponível em:
https://www.gastaoguimaraes.com.br/site/wp-content/uploads/2019/11/Nova-Escola-1-nov-2010.pdf acesso em: 23/04/2021
· Vídeo no Youtube: Teoria da Aprendizagem Significativa de David Paul Ausubel. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Kaz5PTY0CF0&t=5s
· Romero Tavares. Revista Conceito, julho de 2003/ junho de 2004. Disponível em:
http://www.projetos.unijui.edu.br/formacao/_medio/fisica/_MOVIMENTO/ufpb_energia/Textos/ASConceitos.pdf acesso em: 23/04/2021
· Rev. Ensaio, Belo Horizonte, v.12, n.03, p.31-40, set-dez, 2010. As relações entre aprendizagem significativa e representações multimodais
Andreia de Freitas Zompero e Carlos Eduardo Laburú. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/epec/v12n3/1983-2117-epec-12-03-00031.pdf 
· Revista DI@LOGUS, Cruz Alta, v. 6, n. 1, p. 52-63, jan./abr. 2017. 
SILVA, André Luís Silva da; MOURA, Paulo Rogério Garcez de; DEL PINO, José Cláudio. Disponível em:
file:///D:/Dados%20do%20Usuario/Downloads/5462-14221-1-PB.pdf

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