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Instrumento_ Prática de Violão

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
instrumento: prática 
de violão
Prof. Fabiano Humberto Pintarelli
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Fabiano Humberto Pintarelli
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P659i
Pintarelli, Fabiano Humberto
 
 Instrumento: Prática de violão. / Fabiano Humberto Pintarelli. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 
 185 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-305-3
 ISBN Digital 978-65-5663-306-0 
 
 1. Prática de violão. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci. 
 CDD 780
apresentação
Caro acadêmico, é um prazer poder compartilhar mais algum tempo 
de nossas vidas para nosso crescimento profissional mútuo. Acreditamos 
que ensinar seja uma das formas mais eficazes de aprender, e, por isso, 
consideramos que este livro didático seja uma troca de conhecimentos. 
Mesmo não tendo você aqui perto, ao escrever e planejar cada atividade, o 
conteúdo foi escrito tentando antecipar suas possíveis dúvidas com base nas 
aulas com alunos de violão de modo presencial. 
O livro de iniciação ao violão teve foco maior no violão popular por 
meio de cifras. Neste livro, daremos continuidade à linha de estudo do violão 
popular, mas daremos também atenção ao violão erudito e, por consequência, 
ao trabalho com partituras. De modo gradual, teremos contato com o estudo 
do violão erudito, mantendo os princípios pedagógico-didáticos adotados 
no primeiro livro, quais sejam: o conceito de zona de desenvolvimento 
proximal de Vygotsky e a abordagem triangular de Ana Mae Barbosa.
Vamos, então, dar início aos nossos estudos. Desejamos que os 
conhecimentos desenvolvidos por meio da interação com este livro possam 
de alguma forma trazer momentos de felicidade para sua vida. Bons estudos! 
Prof. Fabiano Humberto Pintarelli
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS 
 TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR .......................................... 1
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA ............. 
 APLICADA AO VIOLÃO ............................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 LEVADAS RITMICAS POP ............................................................................................................... 3
2.1 LEVADA RÍTMICA POP BÁSICA ............................................................................................... 4
2.2 REPERTÓRIO EXTRA: LEVADA POP BÁSICA ........................................................................ 7
2.3 CANÇÃO POP OU ROCK INGLÊS ............................................................................................. 7
2.4 REPERTÓRIO EXTRA ROCK INGLÊS ....................................................................................... 9
3 ESCALA PENTATÔNICA ............................................................................................................... 10
3.1 ESCALA PENTATÔNICA MENOR ........................................................................................... 11
3.2 PENTATÔNICA MAIOR ............................................................................................................ 15
4 HARMONIA FUNCIONAL – FUNÇÕES HARMÔNICAS ...................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 23
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 — LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL ........................................ 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 LEVADA RÍTMICA ARPEJADA 3/4 P I MA I MA I .................................................................. 27
2.1 REPERTÓRIO EXTRA ARPEJO 3/4 P I MA I MA.................................................................... 30
3 FUNÇÕES HARMÔNICAS NO MODO MENOR .................................................................... 31
4 ARPEJO PIMAMIAM – 4/4 .............................................................................................................. 33
4.1 REPERTÓRIO EXTRA – ARPEJO PIMAMIAM 4/4 ................................................................. 34
5 CADÊNCIA HARMÔNICA ........................................................................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 37
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 39
TÓPICO 3 — LEVADAS XOTE E BOSSA-NOVA, ESCALA DE ACORDES ........................... 41
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41
2 LEVADA RÍTMICA XOTE ............................................................................................................... 41
3 ESCALA DE ACORDES ................................................................................................................ 46
4 LEVADA RÍTMICA BOSSA-NOVA ..............................................................................................51
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 56
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 62
UNIDADE 2 — INTRODUÇÃO AO VIOLÃO ERUDITO .......................................................... 63
TÓPICO 1 — ELEMENTOS INICIAIS DA TÉCNICA ERUDITA .............................................. 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 65
2 ELEMENTOS INICIAIS DO ESTUDO DO VIOLÃO ERUDITO ........................................... 66
2.1 NOTAS NO BRAÇO DO VIOLÃO ............................................................................................ 66
2.2 NOTAS NAS CORDAS SOLTAS ................................................................................................ 67
2.3 NOTAS NA PRIMEIRA POSIÇÃO ............................................................................................ 69
2.4 EXERCÍCIOS DE LEITURA A UMA VOZ ............................................................................... 71
3 ARPEJOS NÍVEL 01 .......................................................................................................................... 73
4 GRANDES NOMES DA HISTÓRIA DO VIOLÃO: FERNADO SOR .................................. 74
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 78
TÓPICO 2 — O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE VIOLÃO ................................................. 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 FORMAS DE ENSINO DO VIOLÃO ........................................................................................... 81
2.1 ENSINO COLETIVO DE VIOLÃO ............................................................................................ 82
3 MÉTODOS PARA ESTUDO E ENSINO DO VIOLÃO ............................................................. 88
4 FONTES DE ESTUDO E MATERIAL DIDÁTICO ON-LINE .................................................. 93
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 96
TÓPICO 3 — ELEMENTOS DA TÉCNICA VIOLONÍSTICA
 E PRÁTICA EM CONJUNTO ................................................................................... 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 INDEPENDÊNCIA DA MÃO ESQUERDA ................................................................................. 99
2.1 EXERCÍCIOS PARA LEITURA DE PAUSAS .......................................................................... 102
3 PRÁTICA EM CONJUNTO EM DUOS ...................................................................................... 103
3.1 PEÇAS COM ARRANJO PARA TRIOS ................................................................................... 105
3.2 QUARTETO DE VIOLÕES ....................................................................................................... 110
4 DINÂMICA NA INTERPRETAÇÃO AO VIOLÃO .................................................................. 115
5 ARPEJOS NÍVEL 2 ........................................................................................................................... 118
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 119
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 124
UNIDADE 3 — TÉCNICAS, ORNAMENTOS E ESTUDO DO VIOLÃO SOLO ................. 127
TÓPICO 1 — TÉCNICAS E ORNAMENTOS ............................................................................... 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 LIGADOS .......................................................................................................................................... 129
3 ORNAMENTOS ............................................................................................................................... 132
3.1 APOGIATURA ............................................................................................................................ 133
3.2 MORDENTE .............................................................................................................................. 135
3.3 TRINADO .................................................................................................................................... 137
3.4 GRUPETO .................................................................................................................................... 139
3.5 GLISSANDO ................................................................................................................................ 141
4 ARPEJOS NÍVEL 3 ........................................................................................................................... 141
5 GRANDES NOMES DO VIOLÃO – FRANCISCO TÁRREGA ............................................. 142
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
TÓPICO 2 — EXERCÍCIOS TÉCNICOS E ESCALAS ................................................................ 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 EXERCICIOS COM TERCINAS .................................................................................................. 149
3 ESCALAS .......................................................................................................................................... 153
4 GRANDES NOMES DO VIOLÃO – ANDRÈS SEGOVIA ..................................................... 156
5 ARPEJOS NÍVEL 4 .......................................................................................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 161
TÓPICO 3 — VIOLÃO SOLO .......................................................................................................... 163
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 163
2 ESCRITA PARA O VIOLÃO SOLO ............................................................................................ 163
2.1 REPERTÓRIO GRADUAL PARA VIOLÃO SOLO ............................................................... 165
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 180
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 181
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 182
1
UNIDADE 1 — 
LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA 
E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS 
APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• executar canções com acompanhamento da levada Pop Básica;
• executar canções com acompanhamento da levada Rock Inglês;
• localizar a digitação e fazer uso prático da escala pentatônica maior;
• localizar a digitação e fazer uso prático da escala pentatônica menor;
• fazer improvisos por meio das escalas pentatônicas sobre
 bases harmônicas;
• compreender o conceito de funções harmônicas e seu uso no violão.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, 
HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
TÓPICO 2 – LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
TÓPICO 3 – LEVADAS XOTE E BOSSA-NOVA, ESCALA DE ACORDES
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em 
frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor 
as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, 
HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, temos, de certa maneira, a continuidade do Livro 
Didático de Iniciação ao Violão, uma vez que ainda trabalharemos com levadas 
para acompanhamento de canções e conheceremos mais aspectos técnicos e 
teóricos ligados ao violão popular. 
Iniciaremos o tópico conhecendo duas levadas para acompanhamento 
de canções no estilo Pop. A música pop é um fenômeno mundial que atinge e 
influencia a vida cultural de praticamente todos os países, e o Brasil também 
sofreu nas últimas décadas forte influência da música pop. 
Na sequência do tópico, conheceremos as escalas pentatônicas. Usadas em 
algumas culturas como material básico para sua música, essas escalas também são 
um precioso recurso para improvisação em qualquer estilo, e em praticamente 
todo instrumento musical. Conheceremos a escala pentatônica menor e maior e as 
utilizaremos para praticar a improvisação. A improvisação pode ser considerada 
como uma forma de criação dentro do eixo da abordagem triangular. 
 
No campo da harmonia, e sua ligação com o violão, conheceremos o 
que é harmonia funcional, as três funções primordiais dos acordes: tônica, 
subdominante e dominante. Conheceremos não só sua definição, mas os aspectos 
básicos de seu uso na harmonização de canções.
2 LEVADAS RITMICAS POP
Antes de conhecermos as duas levadas rítmicas propostas neste tópico, 
falaremos um pouco do que é música pop. Durante as últimas décadas, desde 
o pós-Segunda Guerra Mundial, quando surgiu a denominação música pop, 
passou por nuances de significado. 
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
4
Conforme Cavalcante e Pinezi (2009), o termo já foi utilizado para 
diferenciar a música pop de estilos como o Rock e o Rhythm and Blues, para 
designar a música de grande sucesso com o público, e para caracterizar um estilo 
de música mais voltado para a dança e a performance. 
No Brasil dos anos 1980 e 1990, as expressões música pop e banda pop 
eram usadas para caracterizar justamente bandas que faziam música para os 
jovens, mas não se encaixavam no estilo do rock mais “pesado”. 
Musicalmente falando, algumas características podem ser apontadas paro 
o estilo pop como: canções com curta duração, com estrutura muito parecida 
seguindo o padrão verso/refrão, utilização da fórmula de sucesso em vendas do 
momento, utilização de ganchos musicais para tornar a música mais “grudenta”. 
Ganchos musicais são riffs, motivos, ou frases musicais, trechos marcantes 
que quando repetidos identificam a música ao ouvinte imediatamente. 
Nos dias atuais, o mercado da música pop é uma indústria que movimenta 
milhões e possui uma estrutura de produção que envolve etapas já definidas para 
todos os artistas. Uma “linha de produção” de sucessos. 
No caso das levadas ao violão que estudaremos a seguir, elas são pensadas 
como acompanhamento para canções pop de modo geral e, com alguma adaptação, 
poderão ser usadas em muitas músicas pop nacionais e internacionais. 
Não deixe de ler essa matéria em que é exposto todo o roteiro de produção de 
um sucesso, ou de um novo popstar: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-
feita-uma-musica-pop/.
DICAS
2.1 LEVADA RÍTMICA POP BÁSICA
Nossa primeira levada rítmica será o que Castro (2016) chamou de pop bá-
sica. Trata-se de uma levada em compasso quaternário que, embora básica, como 
o nome sugere, pode ser usada para o acompanhamento de diversas canções em 
estilo pop. Além disso, o importante do treino desta levada é a percepção clara 
que no movimento de pêndulo do antebraço a contagem de tempo se torna cons-
ciente, permitindo a compreensão futura de levadas mais elaboradas, onde o que 
acontece é a subdivisão desses tempos que são contados no movimento de subida 
e descida da mão direita. A célula rítmica que representa a levada será a seguinte: 
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
5
FIGURA 1 – CÉLULA RÍTMICA LEVADA POP BÁSICA
FONTE: Adaptado de Castro (2016)
Nas flechas e números que representam os movimentos em pêndulo da 
mão direita, as flechas na cor preta representam os pontos de ataque às cordas 
e as flechas cinzas são utilizadas para que se mantenha em mente a contagem 
dos tempos. Na prática, temos os seguintes passos: 1. O polegar desce a partir 
da quinta corda até a primeira num toque que dura 1 tempo. 2. O polegar desce 
a partir da quinta corda até a primeira num toque que dura meio tempo. 3. O 
indicador sobe na segunda metade do segundo tempo tocando nas três cordas 
primas num movimento que, com a ligadura, vai durar 1 tempo. 4. O indicador 
sobe na segunda metade do terceiro tempo tocando nas três cordas primas, num 
toque que vai durar meio tempo. 5. Por fim, o polegar desce a partir da quinta 
corda até a primeira num toque que dura 1 tempo. 
No caso de o compasso ser dividido em dois acordes, o segundo acorde deve 
ser tocado a partir do terceiro tempo, dividindo a levada em dois tempos por acorde.
Como primeira canção, para que você possa focar sua atenção na execução da levada da 
mão direita, ao invés de uma canção pop, utilizaremos uma cantiga folclórica com poucos 
e simples acordes.
IMPORTANT
E
MEU LIMÃO, MEU LIMOEIRO – FOLCLORE BRASILEIRO
 
 C
Meu limão, meu limoeiro
 G
Meu pé de jacarandá
 
Uma vez, esquindô lelê
 C
Outra vez, esquindô lalá
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
6
A canção está na tonalidade de dó maior, mas com base no que aprendeu no 
Livro Didático de Iniciação ao Violão, você pode transpor para a tonalidade mais adequada 
a sua tessitura vocal.
NOTA
A segunda canção que utilizaremos como exercício da levada pop 
básica é uma canção composta de maneira curiosa pelos Paralamas do Sucesso 
e Gilberto Gil.
Segundo o jornalista Leandro Pessoa (2017), em matéria para o site 
Som do Som, os Paralamas enviaram do Rio de Janeiro a fita cassete com a 
parte instrumental por Sedex para Gilberto Gil, que estava em um hotel em 
Florianópolis. Depois de recebida a fita, em uma hora, o compositor baiano ligou 
para oestúdio de gravação e ditou a letra enquanto o líder dos Paralamas, muito 
emocionado com sua beleza, a anotava.
A letra tinha caráter politizado como todo o disco Selvagem em que 
a canção foi incluída. A respeito da letra, o próprio Gilberto Gil comentou em 
entrevista na mesma matéria do site Som do Som: 
O tema da desigualdade sempre fez parte do modo de inserção da 
minha geração na discussão dos problemas da sociedade; do nosso 
desejo de expressá-los. Universitário por excelência, o tema é, portanto, 
anterior e recorrente em meu trabalho. Está em Roda, em Procissão, 
em Barracos. Agora, em A Novidade, a imagem da sereia é que dá a 
partida para o tratamento da questão; a novidade é essa. Pode-se 
imediatamente pensar no Brasil, mas é sobre o Terceiro Mundo em 
geral; mais: sobre todo o ‘mundo tão desigual’, mesmo, de que fala o 
refrão (PESSOA, 2017, s.p.). 
Ouça uma versão gravada por Gilberto Gil aqui:
 https://www.youtube.com/watch?v=F9NNawUy7Do.
DICAS
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
7
A NOVIDADE – PARALAMAS DO SUCESSO E GILBERTO GIL
 A Bm
A novidade veio dar á praia
 A Bm
na qualidade rara de sereia
Tenha acesso à cifra completa em: https://www.cifraclub.com.br/os-paralamas-
do-sucesso/a-novidade/.
2.2 REPERTÓRIO EXTRA: LEVADA POP BÁSICA
Com pequenas adaptações, essa levada poder ser usada em praticamente 
qualquer canção pop em compasso quaternário. Selecionamos aqui alguns 
exemplos em ordem crescente de dificuldade. 
• Nível 1: 
 ○ Será – Legião Urbana – Tom: C. Link: https://www.cifraclub.com.br/legiao-
urbana/sera/.
 ○ Toda forma de poder – Engenheiros do Hawaii – Tom: C. Link: https://www.
cifraclub.com.br/engenheiros-do-hawaii/toda-forma-de-poder/.
• Nível 2: 
 ○ Que país é este – Legião Urbana – A canção permanece todo tempo na 
sequência Em, D, C. Um compasso em Em, outro compasso dividido entre C 
e D. Portanto, a canção é ideal para praticar a divisão do compasso em dois 
acordes. Link: https://www.cifraclub.com.br/legiao-urbana/que-pais-e-esse/.
 ○ Sonífera Ilha – Titãs – Tom: C. Link: https://www.cifraclub.com.br/titas/
sonifera-ilha/.
• Nível 3:
 ○ Entre a serpente e a estrela – Zé Ramalho (versão em português de Amarillo by 
Morning, música country composta por Terry Staford e Paul Fraser – Tom: 
C. Link: https://www.cifraclub.com.br/ze-ramalho/entre-serpente-a-estrela/.
 ○ Astronauta de Mármore – versão em português, gravada pela banda Nenhum 
de Nós, da canção Starman, de David Bowie. Link: https://www.cifraclub.
com.br/nenhum-de-nos/o-astronauta-de-marmore/.
2.3 CANÇÃO POP OU ROCK INGLÊS
A nossa próxima levada rítmica é utilizada, segundo Castro (2016), em 
muitas gravações de música pop atual. Em seu curso, Castro (2016) lhe dá o nome 
de Rock Inglês, e esta levada pode ser utilizada para acompanhar a maioria das 
baladas e músicas pop mais lentas.
Apesar de ser originalmente americano, o rock encontrou, na Inglaterra, 
desde a década de 1950, um terreno fértil para se desenvolver. Tendo os Beatles 
como um dos primeiros expoentes mundiais de sua música, a Inglaterra deu 
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
8
origem a grandes e influentes grupos de rock/pop como: Pink Floyd, The Who, 
Queen, Led Zeplin e The Sex Pistols. Mais recentemente surgiram também no 
Reino Unido grandes nomes da música pop como: Adele, Ed Sheeran, Amy 
Winehouse, One Direction, entre outros de sucesso mundial. Vamos à parte 
prática. A célula rítmica da levada rock inglês será:
FIGURA 2 – CÉLULA RÍTMICA ROCK INGLÊS
FONTE: Adaptada de Castro (2016)
Note que nesta levada a contagem do movimento de pêndulo acontecerá 
em semicolcheias, ou seja, quatro movimentos alternados de subida e descida do 
antebraço e da mão direita por tempo. Como na levada anterior, nos movimentos 
em que há ataque, as cordas estão na cor preta e os movimentos em cinza são 
apenas para mantermos a contagem dos tempos.
Como primeira canção de estudos, vamos propor a canção O Sol, composta 
por Antonio Julio Nastácia e sucesso na gravação da banda Jota Quest. A escolha 
se deve novamente seguindo o princípio de que a primeira música tenha acordes 
simples e em número reduzido, para que o estudante possa manter o foco de 
concentração na levada da mão direita. À medida que a levada está automatizada, 
pode-se trabalhar com músicas mais complexas harmonicamente. 
É sempre recomendado que, antes de tentar tocar a canção, você pratique a 
levada lentamente com um acorde simples. Em seguida, pratique a troca entre dois acordes 
e, por fim, a sequência de acordes da canção para, só no final, inserir a parte cantada.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
9
O SOL – ANTONIO JULIO NASTÁCIA
A E G D
Ei dor, eu não te escuto mais, você não me leva nada
 A E G D
Ei medo, eu não te escuto mais, você não me leva nada
Tenha acesso à cifra completa em: https://www.cifraclub.com.br/jota-quest/o-sol/.
Como segunda canção para estudo da levada de rock inglês, vamos propor 
a canção Por onde andei, de Nando Reis. Nando Reis é um dos mais talentosos 
compositores do pop/rock brasileiro e foi também baixista da primeira formação 
da banda Titãs. Segundo depoimento do próprio Nando Reis acerca da canção, 
ela foi baseada em um momento do término de seu casamento e de um assalto 
que os dois vivenciaram, quando o carro de sua ex-companheira foi levado em 
uma situação de muita tensão. 
Confira o depoimento do compositor sobre o processo de composição 
da canção:
https://www.youtube.com/watch?v=Gx3bIN9S9NA.
DICAS
POR ONDE ANDEI – NANDO REIS
 C G
Desculpe estou um pouco atrasado, mais espero que ainda de tempo
 Dm F
De dizer que andei errado e eu entendo 
Tenha acesso à cifra completa em: https://www.cifraclub.com.br/nando-reis/
por-onde-andei/.
2.4 REPERTÓRIO EXTRA ROCK INGLÊS
• Nível 1: 
 ○ Aonde quer que eu vá – Paulo Sérgio Valle e Herbert Vianna. Link: https://
www.cifraclub.com.br/capital-inicial/aonde-quer-que-eu-va/.
https://www.cifraclub.com.br/nando-reis/por-onde-andei/
https://www.cifraclub.com.br/nando-reis/por-onde-andei/
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 ○ Você vai lembrar de mim – Nenhum de Nós – nas estrofes temos a divisão do 
compasso entre dois acordes A Dm, sendo um ótimo exercício para praticar 
a divisão da levada. Link: https://www.cifraclub.com/nenhum-de-nos/voce-
vai-lembrar-de-mim/.
• Nível 2: 
 ○ O segundo sol – Nando Reis. Link: https://www.cifraclub.com.br/nando-reis/
o-segundo-sol/.
 ○ Alívio imediato – Humberto Gessinger. Link: https://www.bananacifras.com.
br/alivio-imediato-simplificada-engenheiros-do-hawaii.
• Nível 3:
 ○ All Star Azul – Nando Reis. Link: https://www.cifraclub.com.br/nando-reis/
all-star/.
 ○ À sua maneira – Capital Inicial – versão da canção De Musica Ligera, da banda 
argentina Soda Stereo – essa música segue um padrão de dividir cada com-
passo da levada em dois acordes, cada acorde durando dois tempos do com-
passo 4/4. Link: https://www.cifraclub.com.br/capital-inicial/a-sua-maneira/.
3 ESCALA PENTATÔNICA 
A escala pentatônica, como o nome já diz, é composta por cinco notas. 
Em algumas culturas, já era usada desde a Antiguidade, acredita-se que a música 
egípcia utilizava essa escala como base. Ela ainda é utilizada, atualmente, no 
Oriente, na música tradicional de alguns países. 
No entanto, nosso foco aqui será o uso da pentatônica na música ocidental 
atualmente, na música popular, na verdade. Em nossa música atual, a escala 
pentatônica é quase sinônimo de improvisação. Ela é conhecimento obrigatóriopara qualquer guitarrista de rock, jazz e blues, estilos musicais que utilizam 
bastante esse tipo de escala. Todavia, seja qual for o estilo ou o instrumento musical 
que você toque, a escala pentatônica pode lhe ajudar muito, não só no improviso, 
como também para criação de arranjos, solos, introduções e novas melodias. 
Do mesmo modo que a escala diatônica, temos a escala pentatônica maior 
e menor, e também pode-se intercambiar as escalas maiores e menores com base 
nas tonalidades relativas, ou seja, você pode usar a pentatônica de lá menor em 
uma música em dó maior e vice-versa. Essa informação é útil na medida em que 
com um mesmo desenho de escala se pode improvisar sobre duas tonalidades 
diferentes. 
Quanto à formação da escala pentatônica maior, podemos tomar como 
base a escala maior diatônica: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si; e retirar o 4º e o 7º grau. 
Nesse caso, a escala pentatônica de dó maior seria formada por: dó, ré, mi, sol, lá. 
Em se tratando de intervalos teríamos: 
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
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FIGURA 3 – INTERVALOS DA PENTATÔNICA MAIOR
FONTE: O autor
A escala pentatônica menor é formada partindo da escala menor natural 
e retirando o 2º e o 6º graus da escala. Teríamos então: lá, si, dó, ré, mi, fá, sol, lá. 
Retirando o segundo e o sexto graus temos a escala pentatônica menor: lá, dó, ré, 
mi, sol. É importante notar que a escala de dó maior e lá menor tem as mesmas 
notas, portanto, podem ser intercambiáveis. 
Como a escala menor tem a sétima menor, (sol) no caso da escala de lá, 
comumente é chamada de pentatônica m7, resumidamente penta m7. Em se 
tratando de intervalos, teríamos: 
FIGURA 4 – INTERVALOS PENTA m7
FONTE: O autor
3.1 ESCALA PENTATÔNICA MENOR
A escala penta m7 é uma das mais utilizadas, por isso, iniciaremos os 
exercícios práticos aprendendo dois de seus desenhos padrão. Esses desenhos 
facilitam a localização das notas da escala e permitem o transporte da escala para 
outras tonalidades. 
O primeiro desenho padrão, ou shape, em inglês, é bem simples, visto que 
só trabalharemos com as três cordas primas. Mesmo sendo simples, ele tem as cinco 
notas da escala e se bem explorado é possível obtermos sonoridades interessantes. 
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
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FIGURA 5 – PENTA m7
FONTE: O autor
Na Figura 5, temos primeiro o desenho 1 da escala penta m7 que, na 
primeira posição, logo após a pestana do braço, abrange as notas da escala 
pentatônica de ré menor. Conforme pode ser visto, as notas no braço são as 
mesmas que podemos ver na tabela com os intervalos de formação da escala. O 
círculo em preto indica a posição da tônica na tonalidade menor. Como você já 
sabe, essa escala pode ser usada também para improvisar ou compor sobre uma 
música na tonalidade relativa de ré menor, que no caso seria fá maior. O número 
dentro dos círculos representa o dedo da mão esquerda usado para cada nota. 
Para ser utilizado na prática, esse desenho precisa ser explorado por 
meio de sua criatividade. Ele pode ser usado para pequenas frases de ligação no 
meio da música, para criar um solo nota por nota, para criar introduções, riffs e 
ganchos. No entanto, a função em que a escala pentatônica é ferramenta imbatível 
é na improvisação. Além de útil, ela é uma ferramenta interessante por permitir 
que um violonista iniciante já consiga efeitos interessantes ao improvisar. 
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
13
Depois de praticar a localização das notas da escala anterior na primeira 
posição, experimente simplesmente ouvir a base no link a seguir e tentar 
improvisar. Por enquanto, apenas contando com sua criatividade e intuição, e, 
claro, a escala pentatônica. 
Link com a base para improvisar na tonalidade de Dm:
 https://www.youtube.com/watch?v=pfVTRuOVwP0.
DICAS
Outro desenho de pentatônica menor 7 muito usado é o que começa na 6ª 
corda e utiliza todas as seis cordas em seu padrão de desenho. Esse padrão parte 
da tônica como primeira nota da escala. Conheceremos esse padrão usando como 
modelo a tonalidade de lá menor, padrão que pode ser aproveitado também 
para a tonalidade relativa dó maior. Inicialmente, lembraremos que a escala 
pentatônica de lá menor é: 
FIGURA 6 – ESCALA DE Am PENTATÔNICA 
FONTE: O autor
Partindo então da quinta casa do violão, da quinta posição, teremos o 
desenho que englobará as cinco notas anteriores.
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14
 FIGURA 7 – DESENHO 2 PENTA m7 NOTAS
FONTE: O autor
Quanto à digitação da mão esquerda, utilizaremos um dedo para cada 
uma das casas da 5ª posição, de modo que teremos o seguinte: 
FIGURA 8 – DESENHO 2 PENTA m7 – DIGITAÇÃO
FONTE: O autor
Para praticar esse novo desenho, utilize como base musical os links: 
Am: https://www.youtube.com/watch?v=x_HEb0jpR-4.
C: https://www.youtube.com/watch?v=3nM_MsXdm6E – a partir de 35 segundos de vídeo 
inicia a base para improvisar.
DICAS
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
15
3.2 PENTATÔNICA MAIOR 
A escala pentatônica maior é formada, como vimos anteriormente, 
pela sequência de intervalos: (Tônica) + (tom) + (tom) + (tom e meio) + (tom). 
Do mesmo modo que a escala menor, a escala maior pode ser organizada em 
diferentes desenhos no braço do instrumento e também pode ser intercambiável 
com sua tonalidade relativa. 
Conheceremos um desenho onde serão utilizadas as seis cordas com a 
tônica da escala iniciando na 6ª corda. Como exemplo, escolhemos a tonalidade 
de sol maior, e o mesmo desenho poderá ser utilizado sobre uma música em mi 
menor. As notas presentes na pentatônica de sol maior são: sol, lá, si, ré, mi.
FIGURA 9 – DESENHO PENTATÔNICA G MAIOR
FONTE: O autor
Quanto à digitação da mão esquerda, utilizaremos um dedo para cada 
uma das casas da 2ª posição, de modo que teremos o seguinte: 
FIGURA 10 – DIGITAÇÃO PENTATÔNICA G MAIOR
FONTE: O autor
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
16
Nas escalas menores, deixamos a prática por conta de sua criatividade 
e intuição musical. Elas ainda serão os elementos principais nos exercícios de 
improvisação com as escalas maiores, no entanto, apresentaremos alguns 
exercícios que poderão lhe ajudar a desenvolver sua improvisação, criação, 
bem como a memorização das escalas. É por exercícios de memorização que 
iniciaremos. 
• Exercício 1: de início, com ajuda de um metrônomo, ou qualquer forma de 
marcação rítmica, toque a escala pentatônica maior em semibreves, indo e 
voltando pela escala. Para a mão direita, utilize os dedos i e m alternadamente 
e para um maior relaxamento, você pode apoiar o polegar na corda acima 
daquela que estiver tocando. 
FIGURA 11 – EXERCÍCIO ESCALA PENTATÔNICA
FONTE: O autor
• Exercício 2: do mesmo modo que no Exercício 1, toque a escala pentatônica 
maior em mínimas, duas notas por compasso, indo e voltando pela escala. Em 
seguida, faça o mesmo com quatro notas por compasso, uma nota por tempo.
FIGURA 12 – EXERCÍCIO ESCALA PENTATÔNICA
FONTE: O autor
FIGURA 13 – EXERCÍCIO ESCALA PENTATÔNICA
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
17
FONTE: O autor
Passada a parte de memorização, uma vez que você consiga encontrar 
rapidamente as notas, conseguindo fluidez na execução da escala, você pode 
iniciar com alguns exercícios que trarão dicas úteis para o iniciante na arte da 
improvisação. Daremos dois exemplos:
• Utilizando a escala menor ou maior pense em um padrão de 3 notas, você 
iniciará este padrão de três notas seguidas sempre partindo de uma nota 
adiante da escala. Digamos que fossem letras do alfabeto, o padrão seria: A B 
C, B C D – C D E etc., até alcançar o fim do desenho da escala. No início, você 
pode utilizar um tempo por nota equando tiver praticado pode utilizar um 
padrão em tercinas com três notas por tempo. Na escala de sol maior, teríamos:
FIGURA 14 – EXERCÍCIO ESCALA PENTATÔNICA
FONTE: O autor
• Utilizando as notas de um dos desenhos da pentatônica maior ou menor, crie 
uma pequena frase com pergunta e resposta. Depois pratique esse padrão 
iniciando em diferentes pontos da escala. Veremos um exemplo de frase sobre 
a escala pentatônica de lá menor. Note que a frase inicia com as notas na 6ª 
e 5ª cordas e salta para a 2ª e 1ª cordas. Você pode aplicar o padrão da frase 
partindo de várias notas e ir criando um reportório de frases que pode utilizar 
na sua improvisação. Também é interessante ouvir improvisos e solos e de 
início tentar imitar as frases e clichês ouvidos.
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
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FIGURA 15 – EXERCÍCIO ESCALA PENTATÔNICA
FONTE: O autor
4 HARMONIA FUNCIONAL – FUNÇÕES HARMÔNICAS
O violão na música popular tem geralmente função de acompanhamento 
harmônico. Por esse motivo, é importante que o violonista, compositor e 
arranjador conheça os aspectos básicos que estruturam as harmonias das canções.
Embora você já conheça os acordes que formam um campo harmônico, 
falaremos nesse tópico sobre a harmonia funcional. Este nome é atribuído à análise 
dos acordes dentro de sua função em determinada tonalidade. Nas palavras de 
Almada (2012, p. 60): 
Trata da hierarquia, da correlação das forças harmônicas (poderíamos 
também dizer “acústicas”, pois é o que são em essência) existentes no 
núcleo que define uma determinada tonalidade – a tônica e o grupo 
dos acordes diatônicos a ela diretamente subordinados –, ao qual 
são acrescentadas pouco a pouco outras classes de acordes, quase 
todas oriundas de “empréstimos” feitos por tonalidades próximas à 
tonalidade central.
Exemplificando, usaremos a tonalidade de dó maior, e os acordes que 
já conhecemos de seu campo harmônico triádico: C, Dm, Em, F, G, Am, Bm(-5). 
Nessa tonalidade, o acorde de C seria a tônica e os outros acordes desempenham 
funções sempre subordinadas à tônica da tonalidade. 
O primeiro tratado acerca dos acordes e seu inter-relacionamento foi 
publicado em 1722 pelo compositor e teórico Jean Philippe Rameau, que merece 
o crédito talvez não por sua criação, mas pela sedimentação de elementos teórico-
práticos que vieram se assentando desde o início da polifonia. 
Quando Almada (2012) se refere à correlação de forças acústicas que 
estruturam a harmonia, ele sugere que a harmonia, na verdade, apenas reflete 
teoricamente o que acontece de modo natural na produção de um som, por meio 
de seus harmônicos. Explicaremos um pouco melhor essa relação. A harmonia 
atribui função especial a três dos sete graus do campo harmônico. O primeiro, o 
quarto e o quinto graus. No caso da tonalidade de dó maior seriam os acordes de 
C, F e G. Acordes que quando analisados juntos contêm todas as notas da escala 
de dó, o que significa que os três juntos podem harmonizar qualquer melodia 
construída na escala de dó.
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
19
O acorde de C, ou melhor, o primeiro grau, é a base fundamental da 
tonalidade, mas o que têm os harmônicos com isso? Pitágoras descobriu ainda 
na Grécia antiga que uma corda tocada não emite apenas um som, mas uma 
série de sons como desdobramento do primeiro. Descobriu também que essa 
série é sempre idêntica; essa sequência de sons é chamada série harmônica. 
Conheceremos as notas da série harmônica de dó: 
FIGURA 16 – SÉRIE HARMÔNICA DE DÓ
FONTE: O autor
Temos no caso de dó a sequência: dó, dó (2ª oitava), sol, dó (3ª oitava), mi, 
sol, sib. Analisando até esta sétima nota da série já temos algumas pistas da relação 
da série com a harmonia. Podemos notar inicialmente que a base da estrutura de 
uma tríade se encontra na série. Se pensarmos na tríade de dó, temos dó, mi e sol 
entre as três primeiras notas da série, se não considerarmos as repetições de dó 
em diferentes oitavas. 
Voltando aos principais graus da tonalidade I, IV e V, eles representam 
também as três funções harmônicas principais: I grau: Tônica, IV grau: 
Subdominante e V grau: Dominante. Todas as músicas criadas dentro do 
sistema tonal basicamente têm acordes que obedecem a uma dessas três funções. 
Os demais acordes funcionam basicamente como secundários dentro das três 
funções conforme a seguinte disposição: 
QUADRO 1 – FUNÇÕES DOS GRAUS DO CAMPO HARMÔNICO
FUNÇÃO GRAU PRINCIPAL GRAUS SECUNDÁRIOS
TÔNICA I III - VI
SUBDOMINANTE IV II
DOMINANTE V VII
FONTE: O autor
Segundo Almada (2012), o motivo para essa classificação é a presença de 
duas notas do grau principal no acorde secundário. Por exemplo: o Acorde C = 
dó, mi, sol é a tônica da tonalidade. O terceiro grau Em = mi, sol, si tem duas notas 
iguais ao C = mi e sol, portanto, é classificado como uma tônica secundária. 
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
20
Falaremos um pouco do que significam essas três funções harmônicas na 
prática musical. O que elas dizem ao nosso ouvido. 
• Função tônica: a tônica tem função de estabilidade, repouso, resolução. Podemos 
comparar com o chão para um ginasta. Ele sai do chão, sobe nas argolas, cria 
tensões, piruetas, voltas, e volta ao chão, ao sentimento de estabilidade. É 
muito comum as músicas iniciarem e terminarem em acordes da função tônica.
• Função Dominante: podemos considerar que tem o efeito contrário da tônica. 
São acordes que geram instabilidade, tensão e necessidade de resolução. No caso 
do VII grau, parte da instabilidade é gerada pela presença do trítono (intervalo 
de 3 tons inteiros) ainda em forma de tríade. No V grau, ao acrescentarmos a 7ª, 
como comumente acontece, temos também a presença do trítono, reforçando 
ainda mais a sensação de instabilidade natural do acorde em tríade de V grau. 
• Função Subdominante: os acordes dessa função soam como uma espécie de 
afastamento da tônica e como uma espécie de ponto de caminho entre tônica 
– subdominante – dominante – tônica. Tem caráter de desenvolvimento do 
discurso musical. 
Na prática, os graus secundários são opções para harmonizações mais 
variadas e dependendo da melodia podem ter resultados interessantes. 
Vamos tentar um exemplo prático? Pegaremos uma canção simples que 
aprendemos no Livro Didático de Iniciação ao Violão e utilizaremos variações 
de acordes dentro da mesma função e verificaremos se o resultado lhe agrada. 
Você pode também fazer isso com outras canções de seu interesse, buscando 
enriquecer a harmonização original.
CIRANDA CIRANDINHA – FOLCLORE BRASILEIRO TOM: C
 C G7 C G7 C
Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e 
meia vamos dar
 G7 C
O anel que tu me destes, era vidro e se quebrou
 G7 C
O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou
 C G7 C
Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar
 G7 C
Vamos ver dona Maria, que está pra se casar
 G7 C
Por isso dona Maria, fique dentro dessa roda 
 G7 C
Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá embora
TÓPICO 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, ESCALA PENTATÔNICA, HARMONIA APLICADA AO VIOLÃO
21
Anteriormente, temos a versão original que aprendemos no Livro 
Didático de Iniciação ao Violão. Nessa versão, modificaremos primeiro a levada 
rítmica usada, tocaremos a música em ritmo de toada, ritmo que você já conhece. 
Faremos uma pequena rearmonização com base no que acabamosde aprender 
acerca das funções harmônicas. 
Quando analisamos a canção, podemos notar que ela está na tonalidade 
de dó maior e que são utilizados:
C = I grau – função tônica
G7 = V grau – função dominante.
Conforme o Quadro 1, visto no início do tópico, sabemos que os acordes 
que podem desempenhar essas mesmas funções de tônica e dominante são: 
Tônica: I = C, III = Em, VI = Am
Dominante: V=G7, VII Bm7-5
 
Optamos por utilizar o VII grau do campo harmônico das tétrades e não 
das tríades, tendo em vista o pouco uso prático das tríades de VII grau. Com 
base nesses acordes, vamos rearmonizar a canção usando os acordes secundários 
como opção de variação para os acordes principais.
CIRANDA CIRANDINHA – FOLCLORE BRASILEIRO TOM: C
 C Em G7 C Am G7 Bm7-5 C
Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e 
meia vamos dar
 Am G7 C
O anel que tu me destes, era vidro e se quebrou
 Am G7 Bm7-5 C
O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou
 C Em G7 C
Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar
 Am G7 Bm7-5 C
Vamos ver dona Maria, que está pra se casar
 Em G7 C
Por isso dona Maria, fique dentro dessa roda 
 Am Bm7-5 G7 C
Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá embora
FONTE: O autor
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
22
Escolha músicas de sua preferência que tenham harmonia simples e 
experimente rearmonizar algumas delas, é um exercício que lhe ajudará também no campo 
da composição de canções.
ATENCAO
23
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• O termo “música pop” já foi usado para diferenciar a música pop de estilos 
como o Rock e o Rhythm and Blues, para se referir à música de grande sucesso 
com o público, e para caracterizar um estilo de música mais voltado para a 
dança e a performance. 
• Que a célula rítmica de uma forma de levada pop básica é:
• Que a célula rítmica de uma forma de levada de rock inglês é:
• A escala pentatônica tem cinco notas, e que os intervalos entre estas notas são: 
1T,1T, 1,5T, T para a escala maior e 1,5T, 1T, 1T, 1,5T para a escala menor.
• Um dos desenhos da penta menor7 no braço do violão é:
24
• Um dos desenhos da pentatônica maior é: 
• As três principais funções harmônicas dos acordes são: tônica, dominante e 
subdominante. 
• Dentro das três funções harmônicas, os acordes são divididos conforme o grau 
em: Tônica ( I, III, VI), Subdominante (IV, II) e Dominante (V, VII).
• Os acordes de I, IV, e V graus são, respectivamente, os acordes principais das 
funções tônica, subdominante e dominante; enquanto os demais acordes têm 
papel secundário dentro das funções que integram. 
25
1 Se for necessária uma definição prévia, pode-se pensar que o pop, além de 
pressupor modos de habitar e desabitar o mundo, é antes uma encenação 
de si e dos outros que engloba, ao mesmo tempo, aspectos econômicos, 
políticos, estéticos e sociais através do agenciamento de certas produções 
culturais midiáticas com tonalidades, ao mesmo tempo, populares e distin-
tivas (JUNIOR, 2016, p. 109). O autor do trecho nos traz uma bela definição 
social do que ele considera música pop. Agora, considerando os aspectos 
musicais, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
( ) A música pop faz uso de ostinatos e ganchos para facilitar o 
reconhecimento e a memorização das canções.
( ) A estrutura da música pop costuma ser muito criativa; não utiliza 
fórmulas prontas.
( ) Acompanhando o caráter imediatista do mercado fonográfico, as músicas 
pop costumam ter poucos minutos de duração. 
( ) A música pop no Brasil só passou a ter influência a partir dos anos 2000 
com o aumento do acesso à internet. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
FONTE: JUNIOR, J. S. J. Além do rock: a música pop como uma máquina de 
agenciamentos afetivos. Revista Eco Pós, v. 19, n. 3, p. 108, 2016. 
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) V – F – V – F. 
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – V.
2 Analise os acordes a seguir e classifique-os dentro da tonalidade indicada 
conforme sua função harmônica: (tônica T, dominante D, ou subdominante S): 
Exemplo: (S) Acorde Dm na tonalidade de C. 
( ) Acorde C#m na tonalidade de Lá maior.
( ) Acorde Dm7-5 na tonalidade de Mi bemol maior. 
( ) Acorde Bb na tonalidade de Fá maior. 
( ) A7 na tonalidade de Ré maior.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) T – D – S – D.
b) ( ) D – T – S – S.
c) ( ) S – D – T – T.
d) ( ) S – S – T – S.
AUTOATIVIDADE
26
3 Como vimos no conteúdo do tópico, todos os acordes do campo harmônico 
maior obedecem a três funções básicas: tônica, subdominante e dominante. 
O primeiro grau é o acorde principal da função tônica, o quarto grau da 
função subdominante e o quinto grau da função dominante. Os demais 
acordes, embora possam substituir os acordes principais, têm papel 
secundário, sendo inclusive vedado seu uso em alguns pontos específicos 
de certas cadências de acordes. Disserte sobre as características sonoras de 
cada uma das três funções: tônica, subdominante e dominante.
27
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
1 INTRODUÇÃO
Neste segundo tópico, enfocaremos dois aspectos. No campo prático, 
conheceremos duas levadas rítmicas arpejadas, que, em resumo, são levadas onde 
tocamos os acordes uma ou duas cordas por vez, provocando uma sonoridade 
própria deste tipo de padrão rítmico. Continuaremos buscando, na medida 
do possível, contextualizar nosso repertório de estudo em consonância com os 
princípios pedagógico-didáticos adotados.
Na parte teórica, continuaremos conhecendo detalhes da harmonia 
funcional, conhecendo as funções harmônicas nas tonalidades menores. Veremos 
que, embora as tonalidades menores utilizem os mesmos acordes das suas 
tonalidades relativas maiores, as funções harmônicas de cada acorde não são 
automaticamente transportadas para a tonalidade menor.
 
Também no campo da harmonia funcional conheceremos as cadências 
harmônicas, quais seus tipos, seus usos práticos e a importância delas como 
material de trabalho para o compositor, arranjador e professor de música. Afinal, 
praticamente toda música que conhecemos faz uso de cadências desde os tempos 
mais antigos do canto gregoriano, e, com mais intensidade, a partir do período 
barroco quando houve o temperamento da escala, fato que facilitou o uso das 
técnicas harmônicas.
2 LEVADA RÍTMICA ARPEJADA 3/4 P I MA I MA I
Este padrão rítmico que você aprenderá neste subtópico será útil para 
acompanhar canções em compasso 3/4. Seu uso funciona melhor com canções em 
andamentos mais lentos, mas nada impede que possa ser usada em andamentos 
mais rápidos, o que, no início, talvez não seja recomendável pela maior dificuldade 
de execução. Por isso, escolhemos canções com andamento lento e moderado 
como canções de estudo, no entanto, quando tiver dominado a execução da 
levada, você pode utilizá-la em canções em qualquer andamento. 
 
28
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
Este arpejo ainda segue a ideia de tentar tornar gradual a dificuldade dos 
novos ritmos, por isso, ainda temos o indicador tocando separado, mas médio e 
anelar ainda tocam juntos, num processo de independência gradual dos dedos da 
mão direita que iniciou com o toque plaqué.
Vamos, então, à célula rítmica do arpejo, como sempre usando o acorde 
de dó maior como exemplo: 
FIGURA 17 – ARPEJO 3/4
FONTE: O autor
A execução começa com o baixo na 5ª corda tocando a nota dócom 
duração dos três tempos do compasso. Em seguida, teremos várias notas de 
meio tempo alternadamente: sol na 3ª corda, dó e mi tocando juntos na 2ª e 
1ª cordas. No segundo compasso, tudo se repete com apenas a variação do 
baixo que passa para mi na 4ª corda. Inicie lentamente com a ajuda de um 
metrônomo e vá aumentando o andamento até chegar no que você considere 
adequado para a canção. 
Como nossa primeira canção de estudo, utilizaremos uma canção folclórica 
simples, pelo mesmo motivo didático já mencionado, fazer com o estudante que 
esteja conhecendo um novo padrão rítmico na mão direita possa concentrar-
se nessa tarefa enquanto trabalha com acordes simples e relativamente poucas 
trocas de acordes. 
Essa primeira canção será a conhecida cantiga O cravo e a rosa, usaremos 
a tonalidade de dó maior, mas você pode alterar para tonalidade que achar mais 
confortável, uma vez que os acordes nesse caso não são foco de estudo.
TÓPICO 2 — LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
29
O CRAVO E A ROSA – FOLCLORE NACIONAL
 C G7
O Cravo brigou com a rosa
 F C
Debaixo de uma sacada
 C7 F
O Cravo saiu ferido
 G C
E a Rosa despetalada
 C G7
O Cravo ficou doente
 F C
A Rosa foi visitar
 C7 F
O Cravo teve um desmaio
 G C
A Rosa pôs-se a chorar
A segunda canção de estudo para este arpejo será uma canção do grupo 
Expresso Rural chamada Nas manhãs do sul do mundo. O grupo Expresso Rural 
surgiu na década e 1980 em Florianópolis e sua música pode ser classificada como 
Rock Rural. O rock rural é um estilo musical que se desenvolveu nos anos 1970 
no Brasil em grande parte por meio do trabalho do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, 
formado no Rio de Janeiro no início da década de 1970.
Segundo o próprio Luiz Carlos Sá (2010), um dos integrantes do trio, 
o nome do estilo surgiu do trecho de uma música Casa no Campo (Tavito e Zé 
Rodrix), que fez sucesso inicialmente na voz de Elis Regina. 
Sá (2010) contextualiza o período em que o Rock Rural surgiu como um 
período difícil para a juventude brasileira. Nessa fase, qualquer tipo de canção de 
protesto era duramente combatido pelo regime militar e alguns artistas do período 
foram perseguidos e mesmo presos. Nesse cenário, o Rock Rural encontrou um 
público urbano que se identificou com a temática com certo ar de rebeldia, e a 
instrumentação mesclada entre o rock e o sertanejo e, pela primeira vez, a música 
interiorana tornou-se algo “cool”.
Musicalmente falando, parece ter havido uma mistura entre os novos 
elementos musicais estrangeiros com as raízes culturais do trio, e mais tarde 
da dupla Sá e Guarabyra, uma vez que o trio se desfez logo após o segundo 
disco, mas a dupla continuou produzindo vários discos dentro desse estilo. Nas 
palavras de Sá, musicalmente, esse estilo que ficou rotulado por Rock Rural, teve 
um ponto de partida que ele define desse modo:
30
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
Enquanto isso, eu e Rodrix partíamos da “Casa no Campo”, 
influenciados pelos novos ventos musicais que nos eram trazidos 
por James Taylor, Leon Russell, Carole King, Eagles, Beatles e muitos 
outros oriundos do folk e country rock e fazíamos o que era mais ou 
menos permitido para fugir daquilo que estava ali (SÁ, 2010, p. 128). 
O autor é ainda mais específico acerca da instrumentação: 
O que fizemos de mais acertado foi justamente mirar na demolição 
de certos preconceitos arraigados naquele público jovem-classe-
média-universitária que nos acolheu de princípio: enquanto Rodrix 
ressuscitava o então desprezado acordeão e partia também para 
a execução de instrumentos vistos como “exóticos”, como cravo, 
celesta, harpsicórdio etc., eu eletrificava e experimentava diferentes 
afinações na viola caipira de dez cordas, antes esnobada como 
instrumento menor [...] (SÁ, 2010, p. 129).
 
O trabalho do trio criou um estilo seguido por outros grupos, e, ao mesmo 
tempo, ajudou a quebrar preconceitos musicais da época. Nesse clima de Rock 
Rural, vamos, então, a nossa segunda canção de estudo. 
NAS MANHÃS DO SUL DO MUNDO – GRUPO EXPRESSO RURAL
 
 G D C
 Vou fugir dessa metrópole a libertação
 G D
e seguir algum caminho que me leve ao sul
 
Veja a letra e a cifra na íntegra em: https://www.cifraclub.com/expresso-rural/
manhas-do-sul-do-mundo/.
2.1 REPERTÓRIO EXTRA ARPEJO 3/4 P I MA I MA
• Nível 1:
 ○ Vira-virou – Kleiton e Kledir. Link: https://www.cifraclub.com/kleiton-e-
kledir/vira-virou/.
• Nível 2:
 ○ Dona – Sá & Guarabyra. Link: https://www.cifraclub.com/roupa-nova/dona/
simplificada.html#autoplay=true.
• Nível 3: 
 ○ João e Maria – Siyuca e Chico Buarque. Link: https://www.cifraclub.com/
chico-buarque/joao-maria/
TÓPICO 2 — LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
31
3 FUNÇÕES HARMÔNICAS NO MODO MENOR 
No tópico anterior, estudamos as funções harmônicas: tônica, 
subdominante e dominante. Talvez você tenha ficado na dúvida se as funções 
dos graus, dentro do campo harmônico, são as mesmas no modo menor. E a 
resposta é não. Temos que analisar especificamente as funções harmônicas das 
tonalidades menores.
 
Primeiro, relembraremos que o modo menor trabalha com três 
campos harmônicos baseados nas três escalas menores: natural, harmônica e 
melódica. É de importância crucial para a harmonia compreender o porquê 
essas escalas foram criadas. Segundo Almada (2012), os compositores com o 
tempo perceberam que certas construções melódicas e sequências de acordes 
funcionavam melhor. Uma dessas descobertas foi o uso da sensível no 7º grau 
da escala. A sensível é caracterizada pelo intervalo de meio tom que a sétima da 
escala tem em relação à oitava.
Pois bem, quando analisamos as notas de uma escala menor natural, a de 
lá menor, por exemplo, percebemos que entre a 7ª e a 8ª notas temos uma segunda 
maior, ou seja, um tom inteiro. Deste modo, a escala menor não tem a presença 
da sensível, o que torna impossível construir um acorde com função dominante. 
Escala de lá menor: lá, si, dó, ré, mi, fá, sol, lá – um tom entre sol e lá.
Deste modo, para que a escala menor tivesse sua sensível foi aumentada 
em meio tom a 7ª nota da escala, transformando, no caso de lá menor o sol em sol#. 
Isso, no entanto, criou outro problema para a questão melódica, o intervalo 
entre a sexta nota e a sétima ficou muita grande, um tom e meio, uma segunda 
aumentada. Esse intervalo dificultava principalmente a música vocal, e, para 
solucionar o impasse, a sexta nota da escala também foi aumentada em meio tom, 
resultando na escala melódica: lá, si, dó, ré, mi, fá#, sol#, lá.
Como você já sabe, dessas três escalas resultaram três campos harmônicos 
que, na prática, são utilizados simultaneamente, todos os acordes são possíveis 
dentro de uma mesma tonalidade menor.
FIGURA 18 – CAMPOS HARMÔNICOS MENORES
FONTE: O autor
32
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
Mesmo sendo possível o uso de qualquer um desses acordes, podemos 
notar que muitos se repetem, como no caso do primeiro grau, que é o mesmo no 
campo menor melódico e harmônico. 
Além disso, segundo Almada (2012), na música popular, alguns deles 
passaram a ser mais usados que outros, podendo-se elencar sete deles como 
os que realmente são usados na prática, e sobre estes analisaremos as funções 
harmônicas dentro da tonalidade menor. Estes sete acordes são:
FIGURA 19 – ACORDES MAIS COMUNS MODO MENOR
Quando tratamos de composições em tríades, os acordes mais comuns 
seriam os mesmos em suas versões com três notas: 
FIGURA 20 – TRÍADES MAIS COMUNS MODO MENOR
FONTE: Almada (2012, p. 170)FONTE: Almada (2012, p. 171)
Ainda segundo Almada (2012), para esses acordes teremos então as 
seguintes funções harmônicas: 
• TÔNICA: somente o primeiro grau desempenha esse papel.
• DOMINANTE: o V grau (principal) e VII grau (auxiliar).
• SUBDOMINANTE: VI grau (principal) e II e IV grau (auxiliares).
 
Nada impede que se utilizem os outros acordes restantes e eles são usados 
como um colorido diferente nas configurações harmônicas ou em situações 
melódicas específicas.
TÓPICO 2 — LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
33
4 ARPEJO PIMAMIAM – 4/4
Nosso próximo arpejo estudado exigirá um pouco mais de paciência 
para o iniciante ao violão pelo fato de exigir maior coordenação dos dedos da 
mão direita. Ele será usado em canções em ritmo quaternário e com andamento 
mais lento. Para iniciar, utilizaremos uma canção bem simples com apenas dois 
acordes para que você possa dominar a execução do arpejo. No início, pratique 
muito lentamente a sequência do arpejo para que você grave de modo correto. 
Velocidade, no início é menos importante, o importante é realizar lentamente e 
de modo correto.
Teremos então a seguinte célula rítmica:
FIGURA 21 – ARPEJO PIMAMIAM 4/4
FONTE: O autor
Nossa primeira canção de estudo será a cantiga folclórica Eu sou pobre. 
Acredita-se que esta cantiga seja inspirada num jogo camponês europeu, em que 
duas linhas de meninas ficam frente a frente com uma dinâmica de respostas 
seguidas do refrão. A letra do refrão (marré deci) chegou bastante distorcida 
aos nossos dias, e existem algumas versões sobre seu significado, sendo as mais 
plausíveis que sejam corruptelas de palavras francesas. 
Para ajudar na compreensão da levada rítmica e da entrada da melodia, 
segue o primeiro compasso demonstrando o momento da entrada do canto junto 
com o arpejo.
FIGURA 22 – ARPEJO PIMAMIAM 4/4
FONTE: O autor
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UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
EU SOU POBRE, POBRE – FOLCLORE
 
 C G C 
Eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré. 
 G C
Eu sou pobre, pobre, pobre, de marré deci. 
 C G C
Eu sou rica, rica, rica, de marré, marré, marré. 
 G C
Eu sou rica, rica, rica, de marré deci. 
 
Eu queria uma de vossas filhas, de marré, marré, marré. 
Eu queria uma de vossas filhas, de marré deci. 
Escolhei a qual quiser, de marré, marré, marré. 
Escolhei a qual quiser, de marré deci.
A letra continua por mais estrofes e a história vai evoluindo, mas para 
nossa finalidade trabalharemos apenas com as duas primeiras estrofes. 
Como segunda canção de estudo para o arpejo PIMAMIAM, utilizaremos 
a canção Não Chores Mais, regravação de Gilberto Gil da canção No Woman No Cry 
de Vincent Ford, amigo que passou a adolescência no gueto com Bob Marley, e a 
quem Marley atribuiu a composição da música, embora haja suspeita que tenha 
sido apenas por questões de direitos autorais. Foi na interpretação de Bob Marley 
que a canção ganhou o mundo.
NÃO CHORES MAIS – GILBERTO GIL
C G/B Am7 F
Não, não chore mais
 C G C G 
Não, não cho - re mais
Tenha acesso a íntegra da cifra em: https://www.cifraclub.com/gilberto-gil/
nao-chore-mais/szwkwg.html.
4.1 REPERTÓRIO EXTRA – ARPEJO PIMAMIAM 4/4
Teoricamente, qualquer canção em 4/4 poderia ser adaptada para esta 
levada, porém, na prática, algumas canções funcionarão melhor que outras. Cabe 
a você explorar possibilidades de uso para essa levada. Também é possível que 
você toque um trecho da canção com esta levada e depois altere para outra, por 
exemplo. A seguir, alguns exemplos de canções como opção de estudo. 
TÓPICO 2 — LEVADAS ARPEJADAS, HARMONIA FUNCIONAL
35
• Nível 1: 
 ○ Seguindo no trem azul – Cleberson Horsth – Roupa Nova. Link: https://www.
cifraclub.com/roupa-nova/seguindo-no-trem-azul/.
 ○ Paciência – Lenine e Dudu Falcão. Link: https://www.pegacifra.com.br/cifras/
lenine/paciencia_14612.html.
 ○ Kryptônia – Zé Ramalho. Link: https://www.cifraclub.com/ze-ramalho/
kryptonia/.
5 CADÊNCIA HARMÔNICA 
Cadência no vocabulário musical tem um significado próprio que está 
intimamente ligado às funções harmônicas que vimos nos tópicos anteriores. Por 
meio das funções harmônicas de cada acorde são construídas frases harmônicas 
com intenções diversas. Seja de provocar preparação para o fim de uma peça ou 
para a volta ao trecho inicial ou para uma modulação tonal. Enfim, as cadências 
harmônicas são sequências de acordes com efeito calculado pelo compositor ou 
arranjador. Dentro desse campo, algumas cadências se tornaram clássicas, para 
não dizer clichês, por meio do uso durante séculos. Conheceremos as mais usadas:
1. Cadência Autêntica ou Perfeita: como os nomes já deixam claro, é a mais 
importante delas, é a cadência que resume a função harmônica de preparação 
e resolução, é utilizada no final de peças ou no final de trechos e tem um caráter 
de ponto final. Como ela é muito marcante, seu uso deve ser comedido para 
não tornar a música monótona. É construída por meio do V grau resolvendo 
no I. Função Dominante → Função Tônica: por exemplo, experimente tocar na 
tonalidade de dó maior os acordes G7 → C. A forma mais efetiva da cadência 
perfeita é quando antecedida pela subdominante formando uma progressão: 
IV → V → I ou II → V → I. Para alguns autores, esta progressão acabou sendo 
consagrada pelo uso como a verdadeira cadência autêntica. 
2. Cadência Imperfeita: como a perfeita também temos o movimento V grau 
resolvendo no I, mas neste caso um dos acordes ou ambos são tocados em 
inversão. Por exemplo, ao invés de G7 → C teríamos G7 → C/E ou G/B → 
C/G. O efeito sonoro dessa mudança é que a este tipo de cadência imperfeita, 
comparando com a sintaxe da linguagem escrita, vai soar como uma vírgula, 
enquanto a perfeita tem um caráter de ponto final. Em partes, esse efeito 
acontece porque grande parte da força de atração e resolução dos acordes 
está no movimento da fundamental (baixo) do acorde em quarta ascendente 
que acontece na perfeita, enquanto, na imperfeita, este intervalo não acontece 
(ALMADA, 2012). Para testar o efeito sonoro dessa diferença, experimente 
tocar as seguintes sequências de acordes:
C→Dm → G7 → C = cadência perfeita
C→Dm → G7 → C/E = cadência imperfeita
3. Dominante ou Meia cadência: caracteriza pela resolução de um trecho 
musical sobre o acorde de dominante, normalmente pelo V grau. O mais 
comum é que este V grau seja precedido de I grau, VI grau ou II grau. Então 
36
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
em dó maior teríamos por exemplo: Am → G ou F → G7 ou Dm → G7. Este 
tipo de cadência pode ser usado para preparar o retorno ao trecho inicial da 
música, como nas casas 1 de um ritornelo, cujo final encaminha para o início 
do trecho (ALMADA, 2012).
4. Cadência Deceptiva ou Interrompida: é quando a cadência caminha para se 
resolver na tônica, mas depois do V grau há uma “decepção”. Ao invés da 
tônica, outro acorde do campo harmônico fecha a cadência, sendo os mais 
comuns o VI e o IV graus. Ela funciona como uma espécie de adiamento da 
entrada da cadência perfeita, cria suspense e possibilita um discurso musical 
mais longo. Em dó maior teríamos por exemplo: 
C→ F → G7 →Am – que poderia ser repetido até terminar em C→ F → G7 →C.
Ou, C→ Dm→ G7 →F – que poderia ser repetido até terminar em C→ F → G7 →C.
5. Cadência Plagal: caracteriza-se por ser uma cadência conclusiva, embora com 
menor força que a cadência autêntica. Acontece quando o IV grau, ou a função 
subdominante, resolve diretamente na tônica, sem passar pela dominante. 
Nesse tipo de cadência a inversão dos acordes não altera o efeito como no caso 
da conclusão por cadência perfeita.É também conhecida com cadência do 
amém, por seu uso frequente na música religiosa para harmonizar a palavra 
amém. Em dó teríamos como exemplo: Dm → C ou F → C.
Conheça um pouco mais assistindo este vídeo sobre o uso da cadência plagal:
 https://www.youtube.com/watch?v=6o8PqizFp80.
DICAS
6. Cadência Picarda ou Picardia: acontece nas tonalidades menores quando 
a resolução esperada na tônica menor acontece num acorde maior. Por 
exemplo, no tom de Dm terminaríamos em D, ou em Am a cadência termina 
em A. Experimente tocar este exemplo e perceberá que já ouviu este som da 
cadência picardia, e talvez já tenha usado esta cadência. 
Am → Dm →E7 → A
 
O ideal é que você analise as músicas que vai tocar e busque relacionar 
as sonoridades com o conhecimento teórico que vai sendo construído. Afinal, as 
cadências são ferramentas úteis em qualquer campo de atuação musical. 
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para executar o arpejo em ritmo ternário P i ma i ma i, seguirá a célula rítmica.
• Para executar o arpejo em ritmo quaternário P i m a m i a m, seguirá a célula 
rítmica.
• O rock rural é um estilo musical que se desenvolveu nos anos 1970 no Brasil 
em grande parte por meio do trabalho do trio Sá, Rodrix & Guarabyra que, a 
partir de influências estrangeiras, criaram algo novo que foi seguido por outros 
artistas pelo país. 
• Nas tonalidades menores, os graus do campo harmônico precisam ser analisa-
dos especificamente, não servindo uma transposição automática de sua relati-
va maior, embora use os mesmos acordes no caso da escala menor natural.
• Na prática da música popular, os acordes menores mais usados são os sete a 
seguir, e, com base neles, pensamos nas funções harmônicas do campo menor.
38
• No modo menor, as funções harmônicas destes sete acordes são: 
○ TÔNICA: somente o primeiro grau desempenha esse papel.
○ DOMINANTE: o V grau (principal) e VII grau (auxiliar).
○ SUBDOMINANTE: VI grau (principal) e II e IV grau (auxiliares).
• As cadências harmônicas são sequências de acordes com efeito premeditado 
pelo compositor ou arranjador.
• As cadências mais utilizadas na música ocidental são: Perfeita, Imperfeita, 
Dominante, Plagal e Deceptiva.
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1 (ENADE, 2017) A Paixão Segundo São João (BWV 245) foi composta em 
1724 por J. S. Bach. O coral a seguir foi extraído deste oratório.
AUTOATIVIDADE
Quais são, respectivamente, a tonalidade e o tipo de cadência final desse coral?
a) ( ) Sol menor e cadência plagal.
b) ( ) Sol maior e cadência perfeita.
c) ( ) Sol maior e cadência de picardia.
d) ( ) Sol menor e cadência de picardia.
2 Com base nas funções harmônicas do campo harmônico menor, assinale a 
alternativa CORRETA que apresenta as funções da progressão de acordes a 
seguir na tonalidade de sol menor: Gm7 – Cm7 – F#° – D7.
a) ( ) Tônica, dominante, subdominante, tônica.
b) ( ) Tônica, subdominante, dominante, dominante. 
c) ( ) Tônica, dominante, subdominante, dominante. 
d) ( ) Dominante, dominante, tônica, dominante. 
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3 O estudo das cadências, bem como todo estudo de harmonia, só faz sentido 
se aplicado na prática, identificado pelo ouvido. Para praticar o uso das 
cadências, você deverá compor uma pequena canção, utilizando a cadência 
perfeita e imperfeita pelo menos uma vez. 
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TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
LEVADAS XOTE E BOSSA-NOVA, ESCALA DE ACORDES
1 INTRODUÇÃO
Neste terceiro tópico, finalizamos uma parte de nossos estudos iniciada 
no primeiro livro de Iniciação ao Violão, o estudo do violão popular. A partir 
da segunda unidade deste livro, passaremos a tratar, mais especificamente, da 
técnica do violão erudito. Terminaremos esta etapa conhecendo dois ritmos 
brasileiros e mais alguns conceitos importantes do campo da harmonia funcional. 
Neste tópico, conheceremos inicialmente a levada de xote, um ritmo típico 
da região Nordeste e também da região Sul, mas que é difundido por todo país. 
Embora se trate do mesmo ritmo, a interpretação nas duas regiões tem nuances 
que deixam o resultado musical com um “sabor” próprio. 
Em seguida, conheceremos no campo da harmonia funcional o conceito 
de escala de acorde, notas de acorde e notas de tensão. Uma maneira de entender 
a formação dos acordes e porque são utilizados em determinado grau do campo 
harmônico ou não. Esse conhecimento nos abre um leque maior de possibilidades 
harmônicas do que as que até então conhecíamos com base nos campos harmônicos 
apenas formados por tétrades. 
 
Para finalizar, conheceremos um pouco da história e uma das formas de 
executar o ritmo de bossa-nova, ritmo que em matéria de harmonia nos possibilita 
um campo de estudos fascinante por sua grande variedade de acordes. Todavia, 
como você já sabe, por mais acordes que existam, eles se resumem a nuances das 
três funções harmônicas básicas: tônica, subdominante e dominante.
2 LEVADA RÍTMICA XOTE
Iniciaremos nosso estudo do ritmo de xote pela parte mais interessante 
do estudo musical, ouvindo música. O nome xote é uma corruptela de Schottisch, 
uma palavra que no idioma alemão significa escocês. Os alemães usavam essa 
palavra para designar danças e ritmos escoceses. Ouviremos um exemplo dessa 
dança escocesa e podemos perceber certa acentuação que lembra muito o nosso 
atual xote.
42
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
Assista aqui um exemplo deste tipo de dança:
https://www.youtube.com/watch?v=JgXgEtT8VLY.
DICAS
Segundo o dicionário on-line Cravo Albin da Música Popular Brasileira 
(SCHOTTISCH, 2019), essa dança foi apresentada pela primeira vez em julho de 
1851, pelo professor de dança José Maria Toussaint no Rio de Janeiro, e, depois, 
ganhou o Brasil. No Rio Grande do Sul, a chegada da numerosa colonização 
alemã e italiana no final do Século XIX trouxe o acordeon, que formou com o xote 
uma parceria que dura até os dias de hoje. Muito tradicional nos bailes populares 
do sul do país, o xote também é usado em concursos de dança nos CTGs (Centro 
de Tradição Gaúcho) numa modalidade que é conhecida por xote figurado. 
Nessa manifestação, é possível perceber claramente as influências das origens do 
ritmo como dança europeia que, no Brasil, se transformou em canção, mas ainda 
fortemente ligada à dança.
Assista aqui um exemplo de xote figurado gaúcho:
 https://www.youtube.com/watch?v=hElm_mwMkSM.
DICAS
No Nordeste, o xote tomou caminho parecido, sendo parte do repertório 
dos forrós (bailes), juntamente ao baião, ao xaxado e outros ritmos. Difere da 
versão gaúcha do xote pelas temáticas das letras e na forma de tocar e dançar 
apresentando uma certa malemolência que lhe dá o caráter regional. No violão, de 
modo básico, podemos usar a mesma levada para ambas as versões, atentando-se 
para essa acentuação diferente que tem em cada região. 
Assista um exemplo de um xote nordestino:
https://www.youtube.com/watch?v=PZWgVaYbrWU.
DICAS
TÓPICO 3 — LEVADAS XOTE E BOSSA-NOVA, ESCALA DE ACORDES
43
Conheceremos, então, a levada que utilizaremos para tocar o ritmo de xote. 
FIGURA 23 – CÉLULA RÍTMICA XOTE
FONTE: O autor
A sequência do padrão rítmico é composta por cinco movimentos:
1. O polegar parte do baixo principal do acorde e desce até a 1ª corda. 
2. Simbolizado com a letra D, esse movimento será feito com um movimento 
descendente, ao mesmo tempo em que se abre e fecha a mão de modo que 
os dedos i m a toquem, de passagem, as três cordas primas. A primeira 
semicolcheia.
3. A segunda semicolcheia, terceiro movimento da sequência, é tocada pelo 
indicador subindo e tocando as três primeiras cordas. 
4. e 5. São respectivamente repetições dos dois primeiros movimentos, com a 
diferença que o quinto tem a duração de uma colcheia.
Ouça aqui como soa ritmicamente essa levada de modo percussivo: https://
www.youtube.com/watch?v=N5_jrN8SwU0.
DICAS
44
UNIDADE 1 — LEVADAS RÍTMICAS POP, HARMONIA E OUTROS ELEMENTOS TEÓRICOS APLICADOS AO VIOLÃO POPULAR
Para iniciar o repertório

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