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Essa aula de hoje está muito interligada com a aula passada de prolapso genital. Como vocês podem se lembrar podemos tem o prolapso genital isoladamente, sem incontinência urinária, podemos ter também a incontinência urinária isoladamente, mas frequentemente temos a associação entre as duas condições. É importante saber reconhecer essas 3 possibilidades, porque a investigação complementar é diferente, mas principalmente o tratamento é diferente. No prolapso a avaliação é predominantemente clínica, e não é necessário recorrer a exames complementares quando ele é isolado, mas quando ele é associado a incontinência urinária ou quando a incontinência urinária existe isoladamente é necessário exames complementares, e principalmente o estudo urodinâmico. Introdução: Para que a gente se mantenha continente em repouso a Pressão vesical precisa ser menor que a Pressão uretral - para que tenha micção esse gradiente precisa mudar; • Pressão vesical = pressão abdominal + pressão do músculo detrusor - existem várias condições voluntárias ou não que podem aumentar a pressão abdominal. O músculo detrusor compõe toda a parede da bexiga, e esse músculo está sujeito a contrações, ele é inervado pelo sistema nervoso autônomo, tanto as fibras simpáticas adrenérgicas, quanto as parassimpáticas colinérgicas participam do mecanismo de contratilidade e de relaxamento desse músculo, não à toa que ele é um dos mais envolvidos no surgimento da incontinência urinária e o estudo urodinâmico faz o registro da pressão do detrusor; • Complacência vesical - a bexiga é um órgão distensível, ela tem uma capacidade de repleção distensível progressiva até um certo limite. Então complacência vesical é a capacidade que a bexiga tem de ser preenchida por líquido dentro de um certo limite, que não ocorra o desencadeamento de contrações; ○ O outro fator, é que eu consigo fazer até um certo ponto a Inibição voluntária do detrusor devido as conexões nervosas entre o sistema nervoso autônomo com o sistema nervoso central. Muitas vezes na base da incontinência urinária estão contrações não inibidas do detrusor que o estudo urodinâmico demonstra, ele faz o registro gráfico, e com isso é possivel fazer o tratamento mais específico da causa base. ○ Manutenção da pressão vesical: para que eu mantenha a pressão vesical em níveis fisiológicos, eu preciso de dois fatores: • Musculatura lisa da parede - a musculatura lisa também é inervada pelo sistema nervoso autônomo e seu Tônus é mantido pelas fibras alfa-adrenérgicas, e daí muitos medicamentos para o tratamento de diversas condições (hipertensão arterial, doenças ○ Manutenção da pressão uretral: Para que a pressão uretral seja mantida maior que a vesical, inúmeros fatores contribuem, e por isso esse compartimento é uma importante origem de incontinência urinária. Alguns desses fatores causam incapacidade da uretra em manter esse nível pressórico superior ao nível pressórico da beixaga • Continência: em repouso para que eu me mantenha continente, existem algumas variáveis, alguns gradientes de pressão que precisam ser mantidos e respeitados, para que não tenha perda involuntária de urina. - Raissa Novelli T.67 Aula 4 Incontinência urinária terça-feira, 18 de maio de 2021 10:29 Página 1 de GINECOLOGIA medicamentos para o tratamento de diversas condições (hipertensão arterial, doenças psiquiátricas, doenças neurodegenerativas, doenças neuromusculares) podem interferir na manutenção do tônus da musculatura lisa uretral, e com isso o efeito colateral de muitos desses medicamentos é perda involuntária de urina; além dessa musculatura lisa trófica e tônica, eu preciso também ter uma Mucosa trófica e integra; a uretra é vascularizada (plexo de Klutke) como todo órgão; e ela é sustentada pelo Tecido conjuntivo de suporte, por isso também na base do mecanismo de incontinência urinária estão doenças vasculares ou que comprometam a vascularização (como DM, doenças do colágeno); e ainda uma musculatura não lisa, mas uma Musculatura estriada esquelética periuretral, os músculos esfíncter externo da uretra e elevador do ânus (o mesmo mencionado na aula passada, que é importante na estática pélvica). Então todas essas estruturas integras, tônicas e tróficas, inervadas adequadamente e vascularizadas, é que contribuem para que a pressão uretral se mantenha persistentemente maior do que a pressão vesical, evitando o extravasamento e perda involuntária de urina. Quando se faz alguma manobra que aumenta a pressão intra abdominal o Colo vesical tem que se manter em posição superior à borda inferior da sínfise púbica - o colo vesical é a região de transição entre a bexiga e a uretra. O US bem feito, quando a paciente faz a manobra de valsava é possível avaliar a mobilidade do colo vesical em relação a sínfise púbica; E ainda ele tem que ter a capacidade de suportar/Transmitir do aumento da pressão abdominal para o colo vesical, ele tem que ter a capacidade de resistir, de não se deslocar, de não ficar a baixo da sínfise púbica quando se faz algum esforço. Continência no Esforço: quando nos executamos algum tipo de esforço físico que aumente a pressão intra abdominal, ainda assim é necessário que esses gradientes sejam mantidos e que a pessoa se mantenha continente. Uma das manifestações da incontinência urinária é justamente no momento de esforço, pode acontecer só no repouso também. Porque são comprometidos alguns fatores da estática e da dinâmica dos órgãos urinários. - Processo fisiológico da micção: a primeira coisa que tem que ocorrer é a Cessação voluntária da inibição do detrusor e isso vai levar ao Relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, e isso vai fazer então com que o colo vesical desça. Permitindo então, que o Aumento da pressão abdominal não seja transmitido para o colo vesical e isso vai fazer então uma inversão do gradiente, fazendo com que a pressão vesical supere a pressão uretral (PV > PU) e permitindo consequentemente a eliminação de urina. Micção:- A pressão uretral é superior a vesical, tanto no repouso quanto no esforço. Página 2 de GINECOLOGIA PU) e permitindo consequentemente a eliminação de urina. Incontinência Urinária - Definição (ICS): Perda involuntária de urina, clinicamente demonstrável (por relato da paciente, por observação ao exame físico, por determinação de exame complementar), que cause problema social ou higiênico - embora tanto o prolapso quanto a incontinência urinária não serem condições que ameaçam a vida da paciente, eles precisam de tratamento porque eles comprometem muito a qualidade de vida; - Perda de urina através do meato uretral externo, quando a pressão vesical excede a pressão uretral, na ausência de contração do músculo detrusor - para demonstrar a contração do músculo detrusor eu dependo da avaliação do estudo urodinâmico. Por isso que eu falei que a propedêutica complementar define/diferencia algumas causas e nos permite um tratamento melhor. Incontinência urinária de esforço genuína:- Fisiopatologia: A fisiopatologia do problema vem de vários desses sítios/topografias/estruras que falei anteriormente. Problemas: principalmente da própria uretra, da própria bexiga, na musculatura, da inervação, da vascularização, do trofismo, de medicamentos que interferem na neurofisiologia do TU, em vários pontos que teremos que identificar na investigação etiológica. Problema na manutenção da pressão uretral - Um grande problema é o que chamamos de dificuldade de manutenção da pressão uretral, que tem que se manter superior a pressão vesical durante a continência, seja no repouso ou no esforço, e ela tem que trocar de lado no ato da micção; - Lesão do assoalho pélvico (m. elevador do ânus, fáscia vésico-vaginal, ligamento pubo- uretral) causada por: trauma obstétrico (gestações sucessivas, partos distócicos, fatos macrossômicos), cirurgias pélvicas,e mais raramente deficiências do colágeno. Hipermobilidade uretral: que tem a ver com uma diferença na posição do colo vesical em relação ao suporte uretral. Essa condição pode ser determinada por diversos fatores, dentre eles a lesão do assoalho pélvico. Não à toa que fatores etiológicos causadores de prolapso genital são os mesmos causadores de incontinência urinária, e por isso muitas vezes elas estão associadas. - Cirurgias prévias (especialmente para IUE) - então a cirurgia ao invés de ser curativa, ela pode ser iatrogênica, e por isso a indicação da técnica cirúrgica deve ser adequada. Cirurgias urológicas ou ginecológicas também podem ser causa, caso alterem o funcionamento do esfíncter; Hipoestrogenismo - pacientes menopausadas, mais idosas. Quem mantem o tônus e o trofismo da mucosa e da musculatura lisa é o estrogênio. Então, não obrigatoriamente, mas frequentemente a incontinência urinária (assim como o prolapso) é um problema associado a idade e a queda dos níveis de estrogênio. Não se trata incontinência urinária com a administração de estrogênio, mas ele é um tratamento adjuvante em algumas situações para mulheres menopausadas, seja por via tópica ou sistêmica; Insuficiência esfincteriana uretral intrínseca: o esfíncter é uma estrutura neuromuscular, uma estrutura muscular inervada, que tem a propriedade de contração e de relaxamento pelas fibras nervosas do sistema nervoso autônomo. Para esse esfíncter ser considerado íntegro todos os elementos que o compõe tem que estar funcionando bem -> a mucosa tem que estar trófica, a musculatura lisa tem que estar trófica e tônica, a vascularização tem que estar adequada, e o tecido conjuntivo de suporte tem que estar presente. Nesse item os principais fatores interferentes no funcionamento do esfíncter são: - Página 3 de GINECOLOGIA mulheres menopausadas, seja por via tópica ou sistêmica; Irradiação - pacientes submetidas a radioterapia devido a tumores pélvicos; Trauma - principalmente relacionado as questões obstétricas que podem lesar o esfíncter externo da uretral (partos muito distócicos, instrumentalizados, com período expulsivo prolongado, fetos macrossômicos, bacia óssea desfavorável), nesses casos o que faz diferença é a assistência ao parto. Fatores de risco: Quando eu falei dos mecanismos causais eu falei de todos esses fatores de risco Gravidez e parto transpélvico;- Idade - não só pelo hipoestrogenismo, mas também pelo comprometimento da maior ocorrência de doenças vasculares e doenças neurodegenerativas; - Obesidade - fator de risco independente, pelo aumento da pressão intra abdominal. Não adianta indicar um tratamento cirúrgico para uma paciente obesa sem abordar a base do problema, porque vai haver recorrência; - Comprometimento funcional e cognitivo - doenças neurodegenerativas e doenças psiquiátricas (pela doença em si e os fármacos utilizados no tratamento, uma vez que eles interferem com os neurotransmissores do sistema nervoso autônomo); - Diabetes (pelo comprometimento vascular e nervoso), AVC e lesões medulares. - Diagnóstico Diferencial: Depende de uma anamnese bem feita, exame físico bem feito e propedêutica complementar direcionada aquilo que estou procurando. É preciso incialmente fazer o diagnóstico diferencial entre essas 5 possibilidades Hiperatividade idiopática do detrusor (antiga instabilidade vesical) - que é eletrofiologicamente demonstrado pelo estudo urodinâmico. Aqui não é a incontinência urinária de esforço genuína, aqui é idiopática a hiperatividade do detrusor. Aqui ocorre uma contração não inibida do detrusor de causa desconhecida; - Causa neurológica identificável (antiga incontinência reflexa). Hiperatividade neurogênica do detrusor:- Delírio - incontinência urinária como manifestação de doenças psiquiátricas, psicoses, esquizofrenia; Infecção - incontinência urinária na vigência de infecção urinária; Uretrite e vaginite Atróficas isoladamente - o correto aqui é falar atrofia genital, quando existe isoladamente. Esses casos são muitas vezes reversíveis com a reposição tópica ou sistêmica de estrogênio; Causas Psicológicas - como em situações de estresse; Produção Excessiva de urina - isso pode acontecer na vigência de uso de diuréticos, diurese osmótica de um diabetes descompensado; Restrição da mobilidade - pacientes acamados porque ele não podia se levantar ou não tinha ninguém para ajudar naquele momento; Impactação fecal (Stool) - os grandes fecalomas, mais raramente. Incontinência funcional: DIAPPERS - geralmente são situações geralmente transitórias de incontinência urinária. Acontece em situações de: - Incontinência transitória; - Fístulas (trajeto comunicante anormal entre duas estruturas que não deveriam se comunicar) - pode ser consequência de um toco traumatismo; tumores (de bexiga, de colo, Incontinência extra-uretral: - Página 4 de GINECOLOGIA comunicar) - pode ser consequência de um toco traumatismo; tumores (de bexiga, de colo, mais raramente de vagina), pós radioterapia. Diagnóstico: Perda durante os esforços - Perguntar como é a perda, se é só no esforço, se acontece em repouso ou se é nos dois; se a Perda persiste após o esforço cessar; se tem Urgência miccional; Quais são os medicamentos que a paciente usa (beta-bloqueadores, colinérgicos, alfa- bloqueadores, diuréticos) - porque isso pode interferir com a neurofisiologia do trato urinário (o tônus da uretra é alfa adrenérgico). Nesses casos é interessante conversar com o médico que prescreveu para ver se existe a possibilidade de mudar o medicamento; Evolução do quadro - a quanto tempo está presente (exemplo: depois do parto, ou a muitos anos); Noctúria - se ela levanta a noite para urinar; Disúria - se dói para urinar; Doenças (DPOC -> cursa com aumento da pressão intra abdominal, AVC, diabetes) - se a paciente é portadora de doenças crônicas; Status hormonal - se é menopausada ou não; História obstétrica (GxPxAx, se houve partos distócicos, instrumentalização); Cirurgias pélvicas em geral; Interferência com as atividades laborais, sociais, recreativas e sexuais - o tanto que isso interfere na qualidade de vida da paciente; Diário urinário: ingestão líquida, micção, perdas, fatores desencadeantes -> (Diário Miccional): relaciona também a atividade do momento com o momento da perda Anamnese:- Obesidade - pesar a paciente; Avaliar o Trofismo genital - que é diferente de acordo com a faixa etária; Exame físico:- Página 5 de GINECOLOGIA Avaliar o Trofismo genital - que é diferente de acordo com a faixa etária; Ver se tem Prolapsos, se ocorre em repouso e/ou esforço; Sensibilidade cutânea perianal; Reflexo cutâneo-anal e bulbocavernoso - passar um algodão ou cotonete; Teste de esforço e/ou “Pad test” - é a diferença no peso de um absorvente seco e no final do tempo de uso dele. A diferença entre eles de 7 gramas já é considerada significativa; Tônus do assoalho pélvico; Exame especular - fístulas; Teste de Booney - pede para paciente para fazer a manobra de valsava e quando você introduz o dedo na cavidade vaginal para fazer o toque e reposiciona o colo da bexiga e da uretra, a incontinência cessa (quando ela faz a manobra ela demonstra que tem perda de urina, quando se introduz o dedo e suspende o colo vesical e o colo da uretra a perda cessa); Teste do cotonete (“Q-tip test”): coloca o cotonete na uretra, se observa a angulação do cotonete em relação ao púbis Urinálise e urocultura - para descartar inicialmente infecção uriniária, e segundo porque o próximo passo da investigação vai ser feito instrumentalização do trato urinário (no estudo urodinâmico) tem que assegurar que a urina está estéril para não causa iatrogênia na paciente. Nesse caso mesmo que seja bacteriúria assintomática é necessário tratar; Ultrassom do colo vesical - consegueavaliar a mudança de posição do colo vesical em relação a sínfise púbica Descartar tumores, cálculos, cistite intersticial (leva a contratilidade do detrusor), divertículos, fístulas vesicais; ○ Dinâmica – avalia o colo vesical durante o enchimento.○ Uretrocistoscopia: eventualmente. É uma endoscopia urinária Faz o Registro das pressões: vesical, abdominal (indiretamente) e uretral; Tempos do exame: Urofluxometria (tempo 1); Medida do volume residual (tempo 2 - que pode ser feita de outras maneiras); Cistometria (tempo 3); Perfil pressórico uretral (tempo 4); ○ Incerteza diagnóstica - quando só pela anamnese e exame físico não foi possível determinar uma causa; Nas situações que possa existir Aumento do volume residual; Distúrbio neurológico (ex. esclerose múltipla) - doenças → Indicações: são ampliadas, praticamente quase todos os casos ○ Estudo urodinâmico: padrão ouro. Exames complementares:- Normal de 10 a 15 graus;○ Fibrose peri-uretral < 10 graus - uretra fixa; ○ Hipermobilidade uretral > 15 graus - uretra muito móvel. ○ Página 6 de GINECOLOGIA residual; Distúrbio neurológico (ex. esclerose múltipla) - doenças neurodegenerativas; Prolapsos acentuados; Pacientes que já foram submetidas à Cirurgias para incontinência ou prolapso prévias. É uma medida do Volume urinado em relação ao tempo (volume urinado/tempo) - x mL em x segundos; → Isso avalia alguns Distúrbios do esvaziamento, especialmente, obstrutivos (valor nas hipertrofias prostáticas); → E ela pode identificar o que chamamos de Padrão de alto fluxo: que é uma baixa pressão uretral ou a urgência miccional - aí é o relato da paciente durante o exame. → Urofluxometria: tempo 1○ Normal: até 50 ml, em jovens; até 100 ml, em idosos; até 10-20% do volume urinado - para avaliar só esse parâmetro nem seria necessário o estudo urodinâmico, a ultrassonografia faz isso muito bem; → Estará Aumentado nos casos de: Cistocele acentuada (prolapso - tem estase de urina, é uma das manifestações do prolapso); Bexiga neurogênica - que é exatamente as condições que cursam com dificuldade de esvaziamento adequado. → Medida do volume residual: tempo 2○ Mede a atividade do detrusor, durante o enchimento; a capacidade vesical; a sensibilidade vesical e a complacência vesical - mede a atividade do detrusor tanto durante o enchimento quanto depois no esvaziamento, ele avalia então a → Cistometria: tempo 3 ○ Frasco de água ou soro que está conectado a um cateter que foi introduzido na uretra, esse cateter serve para infundir líquido dentro da bexiga. Tem também um transdutor de pressão que está conectado também via transuretral à bexiga, que é chamado de cateter de pressão vesical. Para medir a pressão abdominal o ideal seria colocar um cateter lá dentro, mas isso é muito invasivo, então mede-se indiretamente, introduz-se um cateter no reto, a pressão retal dá uma medida indireta da pressão abdominal. E ai é se avalia todos esses parâmetros: volume, pressão vesical total (Pves), pressão retal (Pabd), Pressão vesical intrínseca (Pdel). A urodinâmico foi inicialmente desenvolvida para patologias masculinas, como hipertrofia de próstata. Página 7 de GINECOLOGIA durante o enchimento quanto depois no esvaziamento, ele avalia então a capacidade vesical, a sensibilidade e a complacência vesical; É o principal tempo do estudo urodinâmico;→ Diferencia a incontinência urinária de esforço genuína da instabilidade vesical (hoje em dia chamada de Hiperatividade idiopática do detrusor) e da incontinência mista; → Como ela é feita: Procede-se o enchimento e verifica-se: Primeira vontade de micção (isso acontece em torno de 150 ml); a bexiga é um órgão distensível até um limite, com a Capacidade vesical máxima de 400-550ml; Aumentos da pressão do detrusor em repouso e após manobras provocativas (pede para paciente tossir, esforço prolongado, valsava); e identifica se está tendo Perdas urinárias; Momento das perdas em relação aos aumentos da pressão do detrusor. O tempo principal do estudo urodinâmico é a Cistometria. → Pressão de perda < 60cm H2O: Insuficiência esfincteriana uretral.> Avalia também a Pressão de Perda: Com cerca de 200 a 300 ml de repleção vesical; e pede para a paciente a realizar aumento progressivo da pressão abdominal (pede para fazer esforço de novo); → ○ Perfil Pressórico Uretral: tempo 4 - Vem sendo substituído pela pressão de perda - que faz parte da Cistometria; Representação gráfica da pressão uretral em toda a extensão da uretra; Pressão uretral máxima (> 20 cm H2O); Pressão máxima de fechamento uretral (PUM – PV); Comprimento funcional da uretra (extensão da uretra em que a pressão uretral excede a pressão vesical); Índice de transmissão Imagem 1: Cistometria na incontinência urinária de esforço genuíno: que é aquela em que não acontece contrações do detrusor. A imagem ficou toda preta na hora que ele passou o slide, ai ele não conseguiu explicar a imagem. Ele apenas descreveu a imagem: a pressão vesical tem aumentos e a pressão do detrusor se mantem estável, por isso que é incontinência urinária de esforço genuína (não há variação do registro da pressão do detrusor). Imagem 2: Instabilidade vesical. Quando se pede para paciente fazer a manobra de valsava aumenta o primeiro gradiente (pressão vesical). A pressão do detrusor surge ao mesmo tempo do aumento da pressão vesical, e a pressão abdominal aumenta também. Página 8 de GINECOLOGIA uretra em que a pressão uretral excede a pressão vesical); Índice de transmissão (transmissão do aumento da PA para a uretra). Tratamento - Clínico: pode ser feito a associação entre o tratamento clínico e cirúrgico Recusa ao tratamento cirúrgico; Adjuvante ao tratamento cirúrgico; Incontinência mista, como tratamento inicial, embora vai precisar da cirurgia depois; Risco cirúrgico aumentado - impossibilitando a cirurgia; Instabilidade vesical; IUEG (aquela que não tem contração do detrusor) leve a moderada. Indicações:- Atenuação dos fatores de agravamento - perda de peso, controlar o DPOC, otimizar o tratamento farmacológico, substituir drogas. Vamos interferir nos os fatores de agravamento; Melhora da capacidade da musculatura do assoalho pélvico e do mecanismo esfincteriano intrínseco - é aqui que entra a fisioterapia; Drogas; Dispositivos mecânicos - mesmos da aula passada. Princípios:- Desestímulo ao tabagismo; Controle de DPOC, insuficiência vascular; Troca de drogas que interferem com o mecanismo de continência; Ingestão hídrica controlada; Micção programada; Treinamento vesical. Atenuação dos fatores agravantes:- Melhora do trofismo da mucosa uretral;○ Melhora da vascularização local;○ Atua no tecido conjuntivo.○ Estrogenioterapia (tópica ou sistêmica): como tratamento adjuvante, respeitando as contraindicações Melhora do mecanismo esfincteriano intrínseco:- - Exercícios de Kegel; Cones vaginais; Eletroestimulação; Biofeedback (monitorização eletromiográfica). Melhora da capacidade do assoalho pélvico: Técnicas fisioterapêuticas faladas na aula passada - Intravaginais (pessários);• Intrauretrais;• Tampão adesivo;• Esfíncteres artificial.• Dispositivos mecânicos: • Parassimpático: que utiliza o neurotransmissor acetilcolina Farmacologia do TU: - Drogas: Página 9 de GINECOLOGIA ○ → Promove: Contração do detrusor e Relaxamento da musculatura lisa da uretra. Parassimpático: que utiliza o neurotransmissor acetilcolina ○ → Bexiga: predomínio de receptores beta -> relaxamento do detrusor; → Uretra: predomínio de receptores alfa -> contração do colo vesical. Simpático: que utiliza o neurotransmissor adrenalina ○ Incontinência de urgência; ○ Exemplos de fármacos: Imipramina; Propantelina; Brometo de emeprônio; ○ Efeitos colaterais: boca seca, visão borrada por causa da acomodação do cristalino, constipação porqueinterfere com o tônus da musculatura do tubo digestrório, taquicardia. • Anticolinérgicos: Relaxam o detrusor • ○ Exemplos de fármacos: Oxibutinina (muito utilizado); Tolterodina; Escopolamina; Diclomina. Antiespasmódicos/anticolinérgicos: • ○ Terodilina (parada cardíaca), efeito anticolinérgico. Bloqueadores dos canais de cálcio: em estudo • ○ Exemplos de fármacos: Efedrina; Pseudoefedrina; Fenilefrina; Fenilpropanolamina; Imipramina; Duloxetina - IRSSN (inibidor seletivo da recaptação da serotonina. É um medicamento que tem mais segurança). Alfa-adrenérgicos: aumentam o tônus da musculatura lisa uretral Obs.: Acontece que esses medicamentos têm ação sistêmica e podem ter efeitos tóxicos e sistêmicos que podem ser até pior do que o próprio problema. Então o uso deve ser criterioso, ainda mais que estamos falando de pacientes mais velhas, com comorbidades. Tratamento - Cirúrgico: • IUEG - incontinência urinária de esforço genuína (aquela que não tem contração do detrusor); Incontinência mista após controle da instabilidade vesical. Indicações:- Suporte da uretra média posterior, sem tensão. Princípio:- Prolapsos genitais associados - as vezes a correção cirúrgica também tem que ser voltada para correção do prolapso; Patologias uterinas e anexiais - se existe alguma outra doença associada, alguma doença de útero ou de ovário; Cirurgias prévias - porque insistir em uma técnica cirúrgica que não deu certo; Experiência do cirurgião com a técnica; Elasticidade vaginal; Risco cirúrgico; Mobilidade uretral; Pressão de perda. Fatores de influência na escolha da cirurgia:- Reposicionar o colo uretral (suspender); Colpossuspensão à Burch (82% de taxa de cura em 5 anos) - o índice de sucesso na Hipermobilidade uretral + Função uretral preservada:- Página 10 de GINECOLOGIA Colpossuspensão à Burch (82% de taxa de cura em 5 anos) - o índice de sucesso na literatura é até maior do que esse na literatura, chega a 90% em 5 anos; Resultados inferiores uretropexia retro-púbica;○ Via vaginal (ou combinada).○ Suspensões endoscópicas (Pereyra, Raz, Stamey) – em desuso; Slings autólogos e sintéticos. Colpossuspensão à Burch: esses três pontos ficam a bexiga aos ligamentos retropúbicos Sling: é uma ortese, é uma faixa de material sintético, ele circunda a uretra dando suporte. É também chamado de TVT Imagem 1: TVT: tension free vaginal tape, dá suporte da uretra sem tensão. Imagem 2: Sling transobturatório: aqui a técnica cirúrgica utilizada, com o passador TOT para cistocele; imagem 2: as várias posições que ele pode ser colocado Página 11 de GINECOLOGIA Sling supra-púbico (a) X Transobturatório (b): Mini-sling: - Menor taxa de cura;○ Menor taxa de auto-cateterismo.○ Colpossuspensão à Burch: Maior taxa de cura;○ Maior taxa de auto-cateterismo.○ Slings: Slings sintéticos (supra-púbico melhor que transobturatórios). Hipermobilidade uretral + Função uretral comprometida: a grande indicação dos slings é nesses casos Injeção peri-uretral (colágeno, gordura autóloga, silicone). São, em geral, necessárias novas injeções futuras; Esfíncteres artificiais - novidade. São poucos urologistas que fazem, e o preço é muito alto (em média de 70 mil reais a prótese). Uretra fixa: aqui existem outras técnicas cirúrgicas- Obs.: as vantagens: são tratamentos menos invasivos; desvantagens: costumam ser mais caros, e costumam ter que fazer novas injeções. Se existir Hipermobilidade uretral não adianta fazer. Página 12 de GINECOLOGIA costumam ter que fazer novas injeções. Se existir Hipermobilidade uretral não adianta fazer. Página 13 de GINECOLOGIA
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