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Natasha Stephanie - Fisiologia Distensibilidade vascular e funções d$ sistema arterial Conceito e aplicação Distensibilidade é a capacidade que os vasos sanguíneos possuem de aumentar seu diâmetro em resposta a um aumento de pressão, diminuindo a resistência interna do vaso e, consequentemente, aumentando o fluxo sanguíneo Uma característica muito importante do sistema vascular é que todos os vasos sanguíneos são distensíveis, mas em graus variáveis. A importância disso é que, na vigência de aumento pressórico ou de diminuição da resistência vascular, a distensão do vaso permite a redução de sua resistência, aumentando assim o fluxo sanguíneo. As veias são os vasos mais distensíveis do sistema, tendo a função de reservatório sanguíneo que pode ser utilizado em qualquer parte da circulação. Discretos aumentos da pressão venosa fazem com que as veias acomodem de 0,5 a 1L de sangue extra. Dessa forma, as veias desempenham a função de reservatório, para armazenar grandes quantidades suplementares de sangue, que podem vir a ser necessárias sempre que requeridas em outro local da circulação. As artérias têm paredes mais fortes e espessas, o que faz com que mais camada muscular tenha que relaxar pa ra que ha ja comp lacênc ia , e , comparando-as com as veias, tem-se que as veias se distendem 8X mais que as artérias. Ou seja, determinado aumento de pressão faz com que 8 vezes mais sangue extra seja acomodado em uma veia que em uma artéria de dimensões comparáveis. N a c i r c u l a ç ã o p u l m o n a r , a s distensibilidades das veias pulmonares são semelhantes às da circulação sistêmica. De forma inversa, normalmente as artérias pulmonares operam sob pressões cerca de um sexto das do sistema arterial sistêmico, fazendo com que suas camadas musculares sejam menos espessas e, assim, suas distensibilidades sejam correspondentemente maiores, cerca de seis vezes maiores do que as distensibilidades das artérias sistêmicas. Natasha Stephanie - Fisiologia Unidades de distensibilidade vascular A distensibilidade vascular é a fração de aumento do volume para cada milímetro de mercúrio de aumento da pressão. Ou seja, a distensibilidade vascular é igual ao aumento do volume dividido pela multiplicação do aumento da pressão pelo volume original. Exemplificando, tem-se que se um vaso que originalmente tinha 10mm de sangue sofrer um aumento de pressão de 1 mmHg, aumentando assim seu volume para 1 mL, a distensibilidade seria de 0,1 por mmHg, ou 10% por mmHg. Elasticidade Como já mencionado, a distensibilidade se refere à capacidade do vaso de aumentar seu volume, ou seja, de se distender. Tal conceito não deve ser confundido com o de elasticidade, que se trata da capacidade do vaso de voltar ao normal depois de se distender. Nas artérias há três camadas: túnica íntima, média e adventícia. A túnica média apresenta duas lâminas musculares, uma interna e outra externa, fazendo com que, sempre que há um pulso de alta pressão, essa elasticidade permite a acomodação desse débito pulsátil do coração, fazendo com que o fluxo sanguíneo para os pequenos vasos seja contínuo e uniforme. Se o pulso de alta pressão encontrasse um vaso rígido, esse chegaria turbulento aos pequenos vasos, o que poderia causar danos. Complacência Complacência vascular é a quantidade total de sangue que pode ser armazenada em uma região da circulação para cada mmHg de aumento de pressão. Seu cálculo se dá pelo aumento do volume dividido pelo aumento da pressão. A complacência e a distensibilidade são bem diferentes. Um vaso altamente distensível que tenha volume pequeno pode apresentar complacência bem menor que Natasha Stephanie - Fisiologia um vaso bem menos distensível mas que tenha grande volume, porque a complacência é igual à distensibilidade multiplicada pelo volume. Dessa forma, a complacência da veia é 24 vezes maior do que sua artéria correspondente, pois tem volume três vezes maior e é oito vezes mais distensível. Curva de volume-pressão das circulações Trata-se de um método conveniente para expressar a relação entre pressão e volume em qualquer parte da circulação. Quando o sistema arterial do adulto médio está cheio com 700mL de sangue, a pressão arterial média é de 100mmHg. Quando está com apenas 400mL a pressão cai para zero. No sistema venoso, o volume geral varia de 2000 a 3500 mL, necessitando de uma significativa variação de volume para que a pressão se altere por apenas 3 a 5mmHg. Com essa capacidade, é possível transfundir até 500ml de sangue para uma pessoa saúdavel, em poucos minutos, sem que ocorra alguma alteração notória na função circulatória. Efeito da estimulação ou inibição simpática O aumento do tônus na musculatura lisa vascular causada pela estimulção simpática aumenta a pressão dos vasos. A inibição simpática diminui a pressão dos vasos. O controle vascular pelo sistema nervoso simpático pode diminuir as dimensões dos vasos, transferindo sangue para outros segmentos. Esse controle é importante para que grande volume de sangue seja desviado para o coração (principal método utilizado para aumento do bombeamento cardíaco), ou também em casos de hemorragia, onde o calibre dos vasos é reduzido para que a função circulatória permaneça quase normal Complacência tardia Natasha Stephanie - Fisiologia Significa que um vaso que sofre um aumento de volume apresenta no início grande aumento de pressão, mas com o estiramento tardio progressivo do músculo na parede vascular faz com que a pressão volte ao normal com o tempo. O volume de sangue injetado distende o vaso de imediato, e com o tempo suas fibras musculares se estiram, ficam mais compridas. A complacência tardia é importante para que o sistema circulatório acomode sangue adicional quando necessár io, como no caso do tratamento de hemorragias graves. Pulsações da pressão arterial A complacência das artéria reduz os pulsos de pressão, fazendo que o fluxo sanguíneo nos tecidos seja contínuo, com pulsações mínimas. Se não houvesse a distensão das artérias, todo o volume de sangue teria que fluir pelo vasos periféricos apenas durante a sístole. No entanto, normalmente, a complacência da árvore arterial reduz a pressão das pulsações para quase nenhuma pulsação quando o sangue atinge os capilares; assim, o fluxo sanguíneo dos tecidos é, principalmente, contínuo com muito pouca pulsação, o que é necessáro para que haja troca gasosa nos capilares. A diferença entre a pressão sistólica (cerca de 120mmHg) e a diastólica (cerca de 80mmHg) é chamada de pressão de pulso (cerca de 40mmHg). Afetam a pressão de pulso: débito sistólico cardíaco - quanto maior o débito, maiores serão o aumento e queda de pressão durante sístole e díastole, resultando em maior pressão de pulso; complacência (distensibilidade total) - quanto menor, maior será o aumento de pressão, como na arterioesclerose (artérias pouco complacentes, maior pressão de pulso). Logo, a pressão de pulso é débito sistólico/ complacência arteria. Na estenose valvar aórtica, o diâmetro da abertura da valva aórtica é significativamente reduzido, e a pressão de pulso aórtica fica bastante diminuída, em virtude da redução do fluxo anguíneo, que é ejetado pela valva estenótica. Natasha Stephanie - Fisiologia Em pessoas com persistência do canal arterial, a metade ou mais do sangue bombeado para a aorta pelo ventrículo esquerdo flui imediatamente de volta, pelo canal (ou ducto) arterial que permanece aberto, para a artéria pulmonar e vasos sanguíneos pulmonares, fazendo com que a pressão diastólica caia para valores muito baixos antes do batimento cardíaco seguinte. No caso da insuficiência aórtica, a valva aórtica está ausente ou não se fecha de odo completo. Assim, após cada batimento, o sangue bombeado para a aorta flui imediatamente de volta para o ventrículo esquerdo. Isso resulta em queda da pressão aórticaentte os batimentos cardíacos até atingir o valor zero.