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JECRIM II

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Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS 
(JECRIM) 
PRINCÍPIOS 
	
O	art.	62	da	Lei	nº	9.099/95	apresenta	os	princípios	
que	orientam	o	processo	no	JECRIM.	
	
Art.	62.		O	processo	perante	o	Juizado	Especial	orientar-
se-á	 pelos	 critérios	 da	 oralidade,	 simplicidade,	
informalidade,	economia	processual	 e	 celeridade,	
objetivando,	 sempre	 que	 possível,	 a	 reparação	 dos	
danos	sofridos	pela	vítima	e	a	aplicação	de	pena	não	
privativa	de	liberdade.		
	
	
	
	
IMPORTANTE 
	
Da	 leitura	 do	 mencionado	 dispositivo	 legal,	
percebe-se	 que	 todos	 os	 princípios	 elencados	 são	
voltados	a	desburocratizar	o	procedimento	do	JECRIM,	
priorizando	 a	 simplicidade	 dos	 procedimentos	 e	
celeridade	do	andamento	processual.	
	
Nesse	sentido,	o	aluno	não	precisa	decorar	cada	um	
dos	princípios	apresentados	no	dispositivo	legal,	basta	
associar	ao	binômio	SIMPLICIDADE/CELERIDADE.	
 
FINALIDADE 
	
É	 no	 art.	 62	 da	 Lei	 nº	 9.099/95	 que	 constam,	
também,	as	finalidades	do	JECRIM:	
	
	
	
Sem	dúvidas,	a	Lei	do	JECRIM	priorizou	a	proteção	
da	vítima,	buscando,	sempre	que	possível,	a	reparação	
dos	danos	sofridos	como	principal	meio	de	solução	do	
conflito.	
	
Por	 outro	 lado,	 é	 bem	 nítido	 que	 a	 intenção	 do	
legislador	 foi	 encontrar	 uma	 solução	 diversa	 do	
encarceramento	 do	 agente	 infrator,	 com	 medidas	
diversas	da	prisão	como	forma	de	reprimenda	do	ilícito	
praticado.	
	
Não	 é	 por	 outro	 motivo	 que	 a	 Lei	 nº	 9.099/95	
trouxe	 diversos	 institutos	 inéditos	 para,	 de	 todas	 as	
formas,	evitar	a	pena	privativa	de	liberdade,	inclusive,	
algumas	vezes,	até	mesmo	o	processo	criminal.	
	
OBS: Ao estudar o JECRIM, tenha sempre em mente 
sua finalidade, lembre-se de que a intenção do legislador 
foi a reparação dos danos sofridos pela vítima e evitar a 
pena privativa de liberdade. 
 
INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO 
CONCEITO 
O	rito	processual	do	JECRIM	é	aplicável	às	infrações	
de	menor	potencial	ofensivo.	
	
PRINCÍPIOS
ORALIDADE
SIMPLICIDADE
INFORMALIDADE
ECONOMIA 
PROCESSUAL
CELERIDADE
FINALIDADE
Reparação 
dos danos 
Pena não 
privativa de 
liberdade
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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Por	isso,	o	art.	61	da	Lei	nº	9.099/95	apresenta	seu	
conceito:	
 
Art.	 61.		 Consideram-se	 infrações	 penais	 de	 menor	
potencial	 ofensivo,	 para	 os	 efeitos	 desta	 Lei,	 as	
contravenções	penais	e	os	crimes	a	que	a	lei	comine	
pena	 máxima	 não	 superior	 a	 2	 (dois)	 anos,	
cumulada	ou	não	com	multa.		
	
 
	
É	importante	registrar	que	o	conceito	de	infração	de	
menor	 potencial	 ofensivo	 tem	 grande	 incidência	 nos	
concursos	públicos.	
	
DÚVIDA: O art. 28 da Lei de Drogas pode ser 
considerado infração de menor potencial ofensivo? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
O	art.	28	da	Lei	de	Drogas	tem	a	seguinte	redação:	
	
Art.	 28.	 Quem	 adquirir,	 guardar,	 tiver	 em	 depósito,	
transportar	ou	trouxer	consigo,	para	consumo	pessoal,	
drogas	 sem	 autorização	 ou	 em	 desacordo	 com	
determinação	legal	ou	regulamentar	será	submetido	às	
seguintes	penas:	
I	-	advertência	sobre	os	efeitos	das	drogas;	
II	-	prestação	de	serviços	à	comunidade;	
III	-	medida	educativa	de	comparecimento	a	programa	
ou	curso	educativo.	
	
Segundo	a	jurisprudência	dos	Tribunais	Superiores,	
é	possível	a	aplicação	dos	institutos	previstos	na	Lei	nº	
9.099/95	para	o	crime	de	posse	para	consumo.	
	
	
CONCURSO DE CRIMES 
O	 concurso	 de	 crimes	 ocorre	 quando	 o	 agente	
pratica	uma	ou	mais	condutas,	resultando	em	mais	de	
um	crime.	
	
São	 as	 modalidades	 de	 concurso	 de	 crimes:	
concurso	 material,	 concurso	 formal,	 e	 crime	
continuado.	
	
DÚVIDA: No caso de concurso de crimes, é possível 
aplicar a Lei nº 9.099/95 se a soma dos crimes (em 
qualquer de suas modalidades) for superior a 02 anos de 
prisão? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Segundo	o	STJ,	não	se	aplica	os	institutos	da	Lei	nº	
9.099/95	(transação	penal	e	suspensão	condicional	do	
processo)	 quando	 o	 cálculo	 das	 penas,	 em	 qualquer	
modalidade	de	concurso	de	crimes,	supere	02	anos	de	
prisão.	
 
FASE PRELIMINAR 
	
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Por	 se	 tratar	de	um	processo	 simplificado,	 não	 se	
exige	 a	 instauração	 de	 inquérito	 policial	 na	 fase	
investigatória,	 bastando	 lavrar	 o	 termo	
circunstanciado	de	ocorrência	(TCO).	
	
Art.	69.	A	autoridade	policial	que	tomar	conhecimento	
da	 ocorrência	 lavrará	 termo	 circunstanciado	 e	 o	
encaminhará	 imediatamente	ao	Juizado,	com	o	autor	
do	fato	e	a	vítima,	providenciando-se	as	requisições	dos	
exames	periciais	necessários.	
	
DÚVIDA: O inquérito policial é proibido no JECRIM? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
INFRAÇÕES DE 
MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO
Crime com pena 
máxima não 
superior a 02 
anos
Contravenções 
penais
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É	 importante	 ressaltar	 que	 a	 desnecessidade	 do	
inquérito	 policial	 não	 impede	 sua	 instauração	 no	
âmbito	do	JECRIM.		
	
Por	exemplo,	se	a	investigação	de	uma	infração	de	
menor	potencial	 ofensivo	 for	 complexa,	 a	 autoridade	
policial	 pode	 optar	 pela	 instauração	 do	 inquérito	
policial.	
	
PRISÃO EM FLAGRANTE E FIANÇA 
No	 âmbito	 do	 JECRIM,	 não	 se	 impõe	 prisão	 em	
flagrante	e,	por	consequência,	não	se	arbitra	fiança.	
	
Art.	69,	Parágrafo	único.	Ao	autor	do	fato	que,	após	a	
lavratura	do	 termo,	 for	 imediatamente	 encaminhado	
ao	 juizado	 ou	 assumir	 o	 compromisso	 de	 a	 ele	
comparecer,	 não	 se	 imporá	 prisão	 em	 flagrante,	
nem	 se	 exigirá	 fiança.	 Em	 caso	 de	 violência	
doméstica,	o	juiz	poderá	determinar,	como	medida	de	
cautela,	seu	afastamento	do	lar,	domicílio	ou	local	de	
convivência	com	a	vítima.			
	
 
 
COMPOSIÇÃO CÍVEL 
CONCEITO 
Após	lavrado	o	TCO,	será	designada	uma	audiência	
preliminar	 para	 que	 as	 partes	 envolvidas	 busquem	
uma	composição	cível,	ou	seja,	reparação	de	danos	à	
vítima	da	infração	de	menor	potencial	ofensivo.	
	
Art.	 72.	 Na	 audiência	 preliminar,	 presente	 o	
representante	do	Ministério	Público,	o	autor	do	fato	e	a	
vítima	e,	se	possível,	o	responsável	civil,	acompanhados	
por	 seus	 advogados,	 o	 Juiz	 esclarecerá	 sobre	 a	
possibilidade	da	composição	dos	danos	e	da	aceitação	
da	 proposta	 de	 aplicação	 imediata	 de	 pena	 não	
privativa	de	liberdade.	
 
Caso	 as	 partes	 cheguem	 em	 um	 acordo,	 o	 juiz	
homologará	 por	 meio	 de	 uma	 sentença	 irrecorrível,	
que	terá	eficácia	de	título	executivo	cível.	
	
Art.	74.	A	composição	dos	danos	civis	será	reduzida	a	
escrito	 e,	 homologada	 pelo	 Juiz	 mediante	 sentença	
irrecorrível,	terá	eficácia	de	título	a	ser	executado	no	
juízo	civil	competente.	
	
	
 
TRANSAÇÃO PENAL 
CONCEITO 
Não	 sendo	 possível	 a	 composição	 cível	 e	 feita	 a	
representação	 pelo	 ofendido,	 o	 Ministério	 Público	
poderá	apresentar	proposta	de	transação	penal.	
	
Art.	 76.	 Havendo	 representação	 ou	 tratando-se	 de	
crime	de	ação	penal	pública	incondicionada,	não	sendo	
caso	 de	 arquivamento,	 o	 Ministério	 Público	 poderá	
propor	 a	 aplicação	 imediata	 de	 pena	 restritiva	 de	
direitos	ou	multas,	a	ser	especificada	na	proposta.	
	
	
	
JECRIM
Sem prisão 
em flagrante
Sem 
arbitramento 
de fiança
COMPOSIÇÃO 
CÍVEL
Com a 
Vítima
Reparação 
dos danos
TRANSAÇÃO 
PENAL
Com o 
Ministério 
Público
Pena restritiva 
de direitos ou 
multa
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DÚVIDA: Caso o agente aceite a composição cível ou 
a transação penal, haverá consequências (efeitos) 
penais em seu desfavor? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
É	importante	salientar	que	a	transação	penal	aceita	
pelo	infrator	não	gera	efeitos	penais	ou	extrapenais,	ou	
seja,	 não	 se	 trata	 de	 reconhecimento	 de	 culpa	 ou	
qualquer	tipo	de	confissão	por	parte	do	acusado.	
	
Na	 verdade,	 é	 exatamenteessa	 característica	 que	
torna	 os	 dois	 institutos	 tão	 interessantes	 para	 quem	
opta	por	sua	adesão.	
	
Por	 exemplo,	 imagine,	 você,	 concurseiro,	
respondendo	 por	 uma	 infração	 penal	 de	 menor	
potencial	 ofensivo,	 caso	 seja	 condenado,	 tal	
informação	 vai	 constar	 de	 seus	 assentos	 pessoais	 e,	
certamente,	vai	dificultar	seu	acesso	ao	cargo	público,	
principalmente,	se	for	na	área	de	segurança	pública.	
	
Contudo,	caso	adira	à	composição	cível	ou	transação	
penal,	 para	 todos	 os	 efeitos,	 você	 será	 considerado	
primário.	
	
REQUISITOS 
A	 transação	 penal	 exige	 o	 preenchimento	 de	
requisitos	previstos	no	art.	76,	§2º,	da	Lei	nº	9.099/95.	
	
§	2º	Não	se	admitirá	a	proposta	se	ficar	comprovado:	
I	-	ter	sido	o	autor	da	infração	condenado,	pela	prática	
de	crime,	à	pena	privativa	de	 liberdade,	por	sentença	
definitiva;	
II	 -	 ter	 sido	 o	 agente	 beneficiado	 anteriormente,	 no	
prazo	de	cinco	anos,	pela	aplicação	de	pena	restritiva	
ou	multa,	nos	termos	deste	artigo;	
III	-	não	indicarem	os	antecedentes,	a	conduta	social	e	
a	personalidade	do	agente,	bem	como	os	motivos	e	as	
circunstâncias,	ser	necessária	e	suficiente	a	adoção	da	
medida.	
		
DÚVIDA: O Ministério Público é obrigado a 
apresentar proposta de transação penal? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	 transação	 penal	 não	 é	 um	 direito	 subjetivo	 do	
acusado,	ou	seja,	cabe	ao	Ministério	Público,	num	juízo	
de	conveniência	e	oportunidade,	apresentar	a	proposta	
de	transação	penal.	
	
DÚVIDA: O juiz é obrigado a homologar a proposta 
de transação penal para o agente primário e que não 
tenha utilizado a transação penal nos últimos 05 anos 
(incisos I e II do, §2º, do art. 76)? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
De	fato,	os	requisitos	dos	incisos	I	e	II	são	objetivos,	
contudo,	o	inciso	III	afirma	que	o	juiz	deverá	verificar	a	
personalidade	 e	 conduta	 social	 do	 agente,	 dentre	
outros	 parâmetros,	 que	 possuem	 nítido	 caráter	
subjetivo.	
	
Dessa	forma,	caso	o	juiz	entenda	que	não	seja	o	caso	
de	aplicação	da	transação	penal,	a	autoridade	judicial	
pode	deixar	de	homologar	o	acordo	de	transação	penal.	
	
	
	
	
	
TRANSAÇÃO PENAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
	
DÚVIDA: É possível a transação penal nos crimes de 
ação penal privada? 
	
A	resposta	é	SIM.		
	
A	 Lei	 nº	 9.099/95	 não	 restringiu	 o	 instituto	 da	
transação	penal	apenas	para	os	crimes	de	ação	penal	
pública.	
REQUISITOS
NÃO pode ser 
reincidente
NÃO pode ter 
usado o benefício 
nos últimos 05 
anos
Circunstâncias 
pessoais 
favoráveis
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Dessa	 forma,	 nada	 impede	 que	 a	 transação	 penal	
ocorra	no	âmbito	dos	crimes	de	ação	penal	privada.	
	
DÚVIDA: No caso de ação penal privada, quem é 
competente para propor a transação penal? 
	
O	tema	é	muito	polêmico.	
	
Parte	 da	 doutrina	 e	 jurisprudência	 entende	 que	 a	
competência	continua	sendo	do	Ministério	Público,	já	
que	não	há	 ressalva	 legal	 quanto	 aos	 crimes	da	 ação	
penal	privada.	
	
Por	 outro	 lado,	 outra	 parte,	 incluindo,	 no	 caso,	 a	
banca	 CESPE,	 entende	 que	 a	 competência	 seria	 do	
ofendido/vítima.	
	
O	fundamento	desta	corrente	é	que,	na	ação	penal	
privada,	 cabe	 ao	 ofendido	 ajuizar	 a	 queixa-crime,	
sendo,	 portanto,	 sua	 prerrogativa	 encerrar,	
antecipadamente,	a	lide	penal.	
	
TRANSAÇÃO PENAL E COISA JULGADA MATERIAL 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
A	decisão	judicial	que	homologa	a	transação	penal	
não	gera	coisa	julgada	material.	
	
	Assim,	 caso	 o	 agente	 descumpra	 as	 condições	
impostas	 na	 transação	 penal,	 retorna-se	 à	 situação	
anterior,	 permitindo	 que	 o	 Ministério	 Público	 dê	
prosseguimento	à	persecução	penal.	
	
	
	
Aliás,	 tal	 entendimento	 é,	 inclusive,	 objeto	 de	
súmula	vinculante.	
	
Súmula	 vinculante	 35-STF:	 A	 homologação	
da transação penal prevista	 no	 artigo	 76	 da	 Lei	
9.099/1995	 não	 faz	 coisa	 julgada	 material	 e,	
descumpridas	 suas	 cláusulas,	 retoma-se	 a	 situação	
anterior,	 possibilitando-se	 ao	 Ministério	 Público	 a	
continuidade	 da	 persecução penal mediante	
oferecimento	 de	 denúncia	 ou	 requisição	 de	 inquérito	
policial.	
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
(SURSIS PROCESSUAL) 
CONCEITO 
Trata-se	 de	 instituto	 previsto	 na	 Lei	 nº	 9.099/95,	
que	permite	a	suspensão	do	processo,	por	um	período	
de	 02	 a	 04	 anos,	 que	 visa	 apurar	 crimes	 cuja	 pena	
mínima	cominada	for	igual	ou	inferior	a	um	ano.	
	
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada 
for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por 
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por dois a 
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro 
crime, presentes os demais requisitos que 
autorizariam a suspensão condicional da pena 
	
	
TRANSAÇÃO 
PENAL 
NÃO gera 
coisa julgada 
material
SUSPENSÃO 
CONDICIONAL 
DO PROCESSO
SURSIS 
PROCESSUAL
Crimes com pena 
mínima igual ou 
inferior a um ano
Período de prova 
de 02 a 04 anos
Agente não 
processado ou 
condenado por 
outro crime
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
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DÚVIDA: O requisito consistente em não ser 
processado criminalmente não ofende o princípio da 
presunção de inocência? 
	
A	reposta	é	NÃO.	
	
Segundo	 os	 Tribunais	 Superiores,	 o	 requisito	
trazido	 pela	 Lei	 nº	 9.099/95	 para	 concessão	 da	
suspensão	 condicional	 do	 processo	 não	 viola	 o	
princípio	da	presunção	de	inocência.	
	
Trata-se	 apenas	 da	 impossibilidade	 do	 agente	 se	
valer	 de	 um	 instituto	 criado	 para	 aquele	 que,	
isoladamente,	praticou	um	fato	delituoso.	
	
Para	todos	os	efeitos,	a	inocência	do	agente	só	será	
afastada	após	a	sentença	condenatória	com	trânsito	em	
julgado.	
	
TRANSAÇÃO PENAL X SUSPENSÃO CONDICIONAL 
DO PROCESSO (ESPÉCIES DE CRIMES) 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Os	crimes	que	admitem	a	suspensão	condicional	do	
processo	 não	 são,	 necessariamente,	 infrações	 de	
menor	potencial	ofensivo.	
	
Nesse	 sentido,	 a	 sursis	 processual	 é	 aplicável	 aos	
crimes	cuja	pena	mínima	seja	igual	ou	inferior	a	01	
(um)	ano.	
	
Dessa	forma,	é	possível	que	até	mesmo	um	crime	de	
médio	 potencial	 ofensivo	 admita	 a	 incidência	 da	
suspensão	condicional	do	processo,	como	exemplo,	o	
tipo	 penal	 do	 art.	 288	 do	 Código	 Penal	 (associação	
criminosa).	
	
Art.	288.		Associarem-se	3	(três)	ou	mais	pessoas,	para	
o	fim	específico	de	cometer	crimes	
Pena	-	reclusão,	de	1	(um)	a	3	(três)	anos.	
	
	
DÚVIDA: É possível aplicar os institutos da Lei nº 
9.099/95 (transação penal e sursis processual) para os 
crimes que possuem penas acima do limite, mas preveja 
a pena de multa de forma alternativa? 
	
O	tema	é	bastante	polêmico.	
	
Uma	 corrente,	 minoritária,	 entende	 que	 os	
requisitos	para	aplicação	dos	institutos	são	taxativos,	
	
	Dessa	forma,	não	seria	possível	aplicar	a	transação	
penal	 e	 a	 sursis	 processual	 para	 os	 crimes	 que	
ultrapassem	os	limites	fixados.	
	
Por	outro	lado,	corrente	majoritária	entende	que,	se	
o	 tipo	 penal	 prevê	 a	 possibilidade	 de	 aplicação	
somente	de	multa	(alternativamente),	seria	possível	a	
aplicação	dos	institutos	benéficos	da	Lei	nº	9.099/95.	
	
Por	exemplo,	o	art.	7º	da	Lei	nº	8.137/90	prevê:	
	
Art.	7°	Constitui	crime	contra	as	relações	de	consumo:	
(...)	
Pena	-	detenção,	de	2	(dois)	a	5	(cinco)	anos,	ou	multa. 
	
Apesar	 do	 preceito	 secundário	 prever	 pena	
superior	 aos	 limites	 fixados,	 tanto	 para	 a	 transação	
penal,	quanto	para	a	sursis	processual,	em	tese,	 seria	
possível	aplicá-las,	pois	o	tipo	penal	admite	a	multa	ao	
invés	da	pena	de	detenção	(“ou”).	
	
O	problema	é	que	a	banca	CESPE	já	adotou	os	dois	
entendimentos	em	suas	questões	de	concurso.	
	
Contudo,	 se	 fosse	 optar,	 o.	 professor	 assinalaria	
como	correta	a	segunda	corrente.	
	
PERÍODO DE PROVA 
O	 período	 de	 prova	 consiste	 num	 estágio,de	
observação	 (02	 a	 04	 anos),	 de	modo	 a	 verificar	 se	 o	
agente	 irá	 cumprir	as	 condições	previstas	no	art.	89,	
§1º,	da	Lei	nº	9.099/95.	
	
§	1º	Aceita	a	proposta	pelo	acusado	e	seu	defensor,	na	
presença	 do	 Juiz,	 este,	 recebendo	 a	 denúncia,	 poderá	
suspender	o	processo,	submetendo	o	acusado	a	período	
de	prova,	sob	as	seguintes	condições:	
I	-	reparação	do	dano,	salvo	impossibilidade	de	fazê-lo;	
II	-	proibição	de	frequentar	determinados	lugares;	
III	-	proibição	de	ausentar-se	da	comarca	onde	reside,	
sem	autorização	do	Juiz;	
INFRAÇÃO DE 
MENO POTENCIAL 
OFENSIVO
Crimes com pena 
superior igual ou 
inferior a 02 anos
SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DO 
PROCESSO
Crimes com pena 
mínima igual ou 
inferior a um ano
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MUDE SUA VIDA! 
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IV	 -	 comparecimento	 pessoal	 e	 obrigatório	 a	 juízo,	
mensalmente,	 para	 informar	 e	 justificar	 suas	
atividades.	
§	2º	O	 Juiz	poderá	especificar	outras	condições	a	que	
fica	subordinada	a	suspensão,	desde	que	adequadas	ao	
fato	e	à	situação	pessoal	do	acusado.	
	
DÚVIDA: Caso o agente descumpra as condições 
impostas na sursis processual, é possível revogá-la? Ou 
tal instituto faz coisa julgada material? 
	
A	reposta	é	SIM.		
	
Segundo	 o	 STJ,	 caso	 o	 agente	 descumpra	 as	
condições	 impostas	 durante	 o	 período	 de	 prova	 da	
suspensão	condicional	do	processo,	o	benefício	poderá	
ser	revogado.	
	
DÚVIDA: E se o descumprimento se deu durante o 
período de prova, mas a autoridade judicial só teve 
conhecimento após o decurso do prazo, é possível 
revogar? 
	
Nessa	situação,	vai	depender.	
	
Se	o	descumprimento	se	deu	durante	o	período	de	
prova,	é	possível	a	revogação	mesmo	após	o	decurso	
do	prazo,	desde	que	ainda	não	tenha	sido	declarada	a	
extinção	de	punibilidade.	
	
Dessa	 forma,	 caso	 a	 autoridade	 judicial	 já	 tenha	
proferido	 a	 decisão	 em	 favor	 do	 réu,	 não	 é	 possível	
revogar	a	sursis	processual,	mesmo	que	o	agente	tenha	
descumprido	as	medidas	impostas.	
	
DÚVIDA: O juiz pode fixar outras medidas, além 
daquelas previstas no art. 89, §1º, da Lei nº 9.099/95? 
	
A	resposta	é	SIM.	
	
Segundo	o	entendimento	do	Tribunais	Superiores,	a	
autoridade	judicial	pode,	a	depender	do	caso	concreto,	
decretar	medidas	cautelares	não	previstas	no	art.	89,	
§1º,	 da	 Lei	 nº	 9.099/95,	 inclusive,	 de	 cunho	
patrimonial,	como	imposição	de	multa.	
	
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E O 
CONCURSO DE CRIMES 
Da	mesma	forma	que	ocorre	com	a	transação	penal,	
não	é	possível	a	aplicação	da	suspensão	condicional	do	
processo,	 caso	 a	 cálculo	 da	 pena,	 sob	 qualquer	
modalidade	 de	 concurso	 de	 crimes,	 supere	 o	 limite	
legal.	
	
Nesse	sentido,	as	seguintes	súmulas	dos	Tribunais	
Superiores:	
	
Súmula	 723-STF:	 Não	 se	 admite	 a	 suspensão	
condicional	 do	 processo	 por	 crime	 continuado,	 se	 a	
soma	da	pena	mínima	da	 infração	mais	grave	com	o	
aumento	mínimo	de	um	sexto	for	superior	a	um	ano.	
	
Súmula	243-STJ:	O	benefício	da	suspensão	do	processo	
não	 é	 aplicável	 em	 relação	 às	 infrações	 penais	
cometidas	 em	concurso	material,	 concurso	 formal	ou	
continuidade	 delitiva,	 quando	 a	 pena	 mínima	
cominada,	seja	pelo	somatório,	seja	pela	incidência	da	
majorante,	ultrapassar	o	limite	de	um	(01)	ano.	
	
RECUSA DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM OFERECER A 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
	
MUITO IMPORTANTE 
	
Nos	 tópicos	 anteriores,	 foram	 abordadas	 as	
principais	características	da	suspensão	condicional	do	
processo.	
	
Não	há	dúvidas	de	que	o	 instituto	é	um	excelente	
benefício	 para	 o	 réu,	 já	 que,	 uma	 vez	 cumprido	 o	
período	de	prova,	terá	extinta	sua	punibilidade.	
	
Diante	disso,	 indaga-se:	qual	 seria	a	 consequência	
jurídica	caso	o	Ministério	Público	deixasse	de	ofertar	a	
suspensão	condicional	do	processo?	
	
DÚVIDA: O juiz pode suprir, ou seja, pode ofertar a 
suspensão condicional do processo, caso o Ministério 
Público se recuse a oferta-la? 
	
A	resposta	é	NÃO.	
	
A	principal	 consequência	de	 tal	 conclusão	é	que	a	
suspensão	 condicional	 do	 processo	 não	 é	 um	direito	
subjetivo	do	réu.	
	
Na	 verdade,	 trata-se	 de	 um	 poder-dever	 do	
Ministério	 Público	 e,	 assim,	 caso	 o	 juiz	 discorde	 da	
recusa	 ministerial,	 deve	 remeter	 a	 questão	 ao	
Procurador-Geral	de	Justiça,	aplicando-se	por	analogia	
o	art.	28	do	CPP.	
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
8 
 
	
Súmula	 696-STF:	 Reunidos	 os	 pressupostos	 legais	
permissivos	da	suspensão	condicional	do	processo,	mas	
se	recusando	o	Promotor	de	Justiça	a	propô-la,	o	Juiz,	
dissentindo,	remeterá	a	questão	ao	Procurador-Geral,	
aplicando-se	 por	 analogia	 o	 art.	 28	 do	 Código	 de	
Processo	Penal.	
	
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
Segundo	 o	 entendimento	 sumulado	 do	 STJ,	 não	 é	
possível	aplicar	a	suspensão	condicional	do	processo	
para	os	 crimes	praticados	 com	violência	doméstica	e	
familiar	contra	a	mulher.	
	
Súmula	536-STJ:	A	suspensão	condicional	do	processo	e	
a	transação	penal	não	 se	 aplicam	 na	 hipótese	 de	
delitos	sujeitos	ao	rito	da	Lei	Maria	da	Penha.	
 
PROCEDIMENTO NO JECRIM 
Ao	apreciar	todos	os	institutos	benéficos	ao	infrator	
que	 constam	 na	 Lei	 nº	 9.099/95,	 percebe-se	 que	 a	
intenção	do	legislador	foi	evitar	o	processo	criminal	e	
a	aplicação	da	pena,	prestigiando	a	rápida	solução	do	
conflito	com	a	reparação	dos	danos	à	vítima,	 sempre	
que	possível.	
	
Para	 facilitar	 a	 memorização	 do	 procedimento	
adotado	no	âmbito	do	JECRIM,	apresenta-se	o	seguinte	
esquema.	
	
 
	
EXERCÍCIOS 
	
1. CESPE – TJ-DFT – Titular de Serviços de Notas - À luz dos 
dispositivos da Lei n.º 9.099/1995 bem como da doutrina 
e jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a 
opção correta. 
Compete exclusivamente ao seu titular, na ação penal 
privada, propor a transação penal ao querelado, não 
cabendo ao Ministério Público a prerrogativa de ofertá-
la, mesmo diante da inércia do titular. 
COMENTÁRIO: A questão adotou o entendimento da 
corrente que entende ser competência do ofendido a 
propositura de transação penal nos crimes de ação penal 
privada. 
 
2. CESPE – PC-SE – Delegado de Polícia - A polícia civil de 
determinado município deflagrou operação a fim de 
investigar a exploração ilícita de jogo do bicho, promovida 
pelos denominados banqueiros. Constatou-se que os 
chamados recolhedores usavam motocicletas para 
coletar apostas em municípios vizinhos. Identificadas as 
motocicletas usadas, o Ministério Público estadual 
requereu a busca e apreensão dos veículos, o que foi 
deferido pelo juízo competente. Intimado, Antônio, dono 
de uma das motocicletas e recolhedor de apostas, 
compareceu à delegacia, ocasião em que firmou 
compromisso de posterior comparecimento ao juízo 
criminal e entregou o veículo, após lavratura do 
competente termo circunstanciado. Na audiência 
preliminar, o representante do Ministério Público 
apresentou proposta de transação penal a Antônio: 
pagamento de dez cestas básicas a uma instituição de 
caridade. A proposta foi aceita e devidamente 
homologada pelo juízo. Comprovado o cumprimento da 
proposta, foi proferida sentença extintiva da punibilidade 
de Antônio. Na mesma sentença, o magistrado acolheu 
manifestação do Ministério Público e decretou o confisco 
da motocicleta de Antônio. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a 
seguir, considerando os institutos inerentes à Lei n.º 
9.099/1995 e o entendimento dos tribunais superiores 
acerca da matéria. 
A análise negativa das circunstâncias da prática do delito 
praticado poderia impedir o oferecimento do benefício 
da transação penal, ainda que preenchidos os requisitos 
objetivos para a sua concessão. 
TERMO 
CIRCUNSTANCIADO
AUDIÊNCIA 
PRELIMINAR COMPOSIÇÃO CÍVEL
TRANSAÇÃO PENALSURSIS PROCESSUAL
PROCEDIMENTO 
SUMARÍSSIMO
SENTENÇA 
CONDENATÓRIA
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
MUDESUA VIDA! 
9 
 
COMENTÁRIO: De fato, os requisitos da aplicação 
da transação penal estão dispostos no art. 76, §2º, da 
Lei nº 9.099/95. 
 
No inciso III, consta como requisito a existências de 
circunstâncias judicias positivas, razão pela qual a 
análise negativa poderia impedir a incidência do 
benefício. 
 
3. CESPE – PC-SE – Delegado de Polícia - A polícia civil de 
determinado município deflagrou operação a fim de 
investigar a exploração ilícita de jogo do bicho, promovida 
pelos denominados banqueiros. Constatou-se que os 
chamados recolhedores usavam motocicletas para 
coletar apostas em municípios vizinhos. Identificadas as 
motocicletas usadas, o Ministério Público estadual 
requereu a busca e apreensão dos veículos, o que foi 
deferido pelo juízo competente. Intimado, Antônio, dono 
de uma das motocicletas e recolhedor de apostas, 
compareceu à delegacia, ocasião em que firmou 
compromisso de posterior comparecimento ao juízo 
criminal e entregou o veículo, após lavratura do 
competente termo circunstanciado. Na audiência 
preliminar, o representante do Ministério Público 
apresentou proposta de transação penal a Antônio: 
pagamento de dez cestas básicas a uma instituição de 
caridade. A proposta foi aceita e devidamente 
homologada pelo juízo. Comprovado o cumprimento da 
proposta, foi proferida sentença extintiva da punibilidade 
de Antônio. Na mesma sentença, o magistrado acolheu 
manifestação do Ministério Público e decretou o confisco 
da motocicleta de Antônio. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a 
seguir, considerando os institutos inerentes à Lei n.º 
9.099/1995 e o entendimento dos tribunais superiores 
acerca da matéria. 
A homologação de transação penal faz coisa julgada 
material e, dessa forma, mesmo que cláusulas acordadas 
sejam descumpridas, inviabiliza a ocorrência de posterior 
requisição de inquérito policial. 
COMENTÁRIO: Ao contrário do alegado, a 
homologação da transação penal não faz coisa julgada 
material, dessa forma, caso o beneficiado descumpra os 
termos do acordo, é possível sua revogação e retorno ao 
status quo ante (situação anterior). 
 
4. CESPE – Polícia Federal – Delegado de Polícia - Em cada 
item a seguir, é apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de 
procedimentos dos juizados especiais criminais e de 
apuração de ato infracional. 
Em fiscalização de rotina, policiais militares constataram 
que Rebeca conduzia em seu veículo dois papagaios 
capturados em floresta próxima, sem licença ou 
autorização de autoridade competente. Rebeca e os 
animais foram conduzidos à delegacia de polícia mais 
próxima. Nessa situação, o delegado deverá apreender os 
animais e, caso Rebeca se comprometa a comparecer, em 
dia e horário marcados, perante o juizado especial 
criminal, ele deverá lavrar termo circunstanciado da 
ocorrência e conceder liberdade a Rebeca, 
independentemente de fiança. 
COMENTÁRIO: A questão está correta. Em regra, 
nas infrações de menor potencial ofensivo, é lavrado o 
termo circunstanciado de ocorrência (TCO). 
 
Além disso, no âmbito do JECRIM, não se impõe 
prisão em flagrante e arbitramento de fiança. 
 
A única dificuldade da questão era identificar a 
conduta de Rebeca como uma infração de menor 
potencial ofensivo. 
 
5. CESPE – TJ-SC – Juiz Substituto - Acerca do benefício 
do sursis processual previsto na Lei n.º 9.099/1995, é 
correto afirmar que o juiz poderá oferecer diretamente o 
benefício ao acusado, caso o promotor de justiça se 
recuse a oferecê-lo; isso porque o benefício é um direito 
subjetivo do réu, desde que preenchidos requisitos 
objetivos e subjetivos. 
COMENTÁRIO: No caso do Ministério Público se 
recusar a ofertar a suspensão condicional do processo, 
cabe ao juiz aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP e não 
ofertar, diretamente, o benefício. 
 
6. CESPE – TJ-SC – Juiz Substituto - Acerca do benefício 
do sursis processual previsto na Lei n.º 9.099/1995, é 
correto afirmar que é aplicável o benefício no caso de 
crimes cuja pena mínima não seja superior a um ano, 
ainda que, em razão da continuidade delitiva, a soma das 
penas mínimas cominadas aos delitos supere um ano. 
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
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COMENTÁRIO: A questão está equivocada, 
conforme entendimento sumulado dos Tribunais 
Superiores. 
 
Súmula 723-STF: Não se admite a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma 
da pena mínima da infração mais grave com o aumento 
mínimo de um sexto for superior a um ano. 
 
Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do 
processo não é aplicável em relação às infrações penais 
cometidas em concurso material, concurso formal ou 
continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, 
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, 
ultrapassar o limite de um (01) ano. 
 
7. CESPE – TJ-BA – Juiz Substituto - Tendo como referência 
a Lei n.º 9.099/1995 — Lei dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais —, assinale a opção correta, acerca da 
suspensão condicional do processo. 
A existência de ações penais em curso contra o 
denunciado não impede a concessão da suspensão 
condicional do processo. 
COMENTÁRIO: Ao contrário do alegado, não é 
necessário condenação para impedir a aplicação da 
suspensão condicional do processo. 
 
Nesse sentido, basta que o réu tenha sido processado 
criminalmente. Vale registrar que tal requisito nã 
configura violação ao princípio da presunção de 
inocência. 
 
 
8. CESPE – TJ-BA – Juiz Substituto - Tendo como referência 
a Lei n.º 9.099/1995 — Lei dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais —, assinale a opção correta, acerca da 
suspensão condicional do processo. 
A causa de aumento de pena decorrente de crime 
continuado será desconsiderada para fins de 
concessão da suspensão condicional do processo. 
COMENTÁRIO: A questão está equivocada, 
conforme entendimento sumulado dos Tribunais 
Superiores. 
 
Súmula 723-STF: Não se admite a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma 
da pena mínima da infração mais grave com o aumento 
mínimo de um sexto for superior a um ano. 
 
Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do 
processo não é aplicável em relação às infrações penais 
cometidas em concurso material, concurso formal ou 
continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, 
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, 
ultrapassar o limite de um (01) ano. 
 
 
9. CESPE – TJ-BA – Juiz Substituto - Tendo como referência 
a Lei n.º 9.099/1995 — Lei dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais —, assinale a opção correta, acerca da 
suspensão condicional do processo. 
Presentes os pressupostos legais para a suspensão 
condicional do processo, havendo recusa do promotor 
natural em propor o benefício, este poderá ser 
oferecido pelo juiz, de ofício. 
COMENTÁRIO: No caso do Ministério Público se 
recusar a ofertar a suspensão condicional do processo, 
cabe ao juiz aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP e não 
ofertar, diretamente, o benefício. 
 
10. CESPE – TJ-BA – Juiz Substituto - Tendo como 
referência a Lei n.º 9.099/1995 — Lei dos Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais —, assinale a opção correta, 
acerca da suspensão condicional do processo. 
Para a suspensão condicional do processo, além das 
condições legalmente obrigatórias, o juiz não poderá 
fixar quaisquer outras condições, pois todas estas 
serão consideradas ilegítimas. 
COMENTÁRIO: O rol do art. 89, §1º, da Lei nº 
9.099/95 não é taxativo, podendo a autoridade judicial 
adequar e fixar as medidas impostas no curso do período 
de prova. 
 
GABARITO 
1 – CERTO 
2 – CERTO 
3 – ERRADO 
4 – CERTO 
Professor: JULIANO YAMAKAWA 
 
PC/DF – PROCESSO PENAL 
 
MUDE SUA VIDA! 
11 
 
5 – ERRADO 
6 – ERRADO 
7 – ERRADO 
8 – ERRADO 
9 – ERRADO 
10 - ERRADO

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