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19 - Crimes contra a administração pública

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Sumário
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA	2
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA	2
FUNCIONÁRIO PÚBLICO	3
CONCEITO	3
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO	4
causa de aumento de pena	5
Exercícios	5
Gabarito	5
 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
MUITO IMPORTANTE
Os crimes praticados contra a Administração Pública envolvem a violação de diversos bens jurídicos, com especial destaque à moralidade e probidade, bens jurídicos intransigíveis, ou seja, que não podem ser relativizados.
Sob tal fundamento, o princípio da insignificância seria incompatível com os crimes contra a Administração Pública, entendimento, inclusive, sumulado pelo STJ.
MUITO IMPORTANTE: Súmula nº 599 - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.
Por outro lado, cumpre salientar que o STF, em situações excepcionais, já permitiu a aplicação do princípio da insignificância para crimes contra a Administração Pública.
MUITO IMPORTANTE: De toda forma, para fins de concurso público, sobretudo, para a Banca CESPE, adotem o entendimento sumulado do STJ.
DÚVIDA: É possível aplicar o princípio da insignificância para o crime de descaminho (CP, art. 334)?
A resposta é SIM.
Não obstante o crime de descaminho estar no capítulo “dos crimes praticados por particular contra a Administração em geral”, tanto STF, quanto STJ, admitem a aplicação do princípio da insignificância.
A justifica passa pelo forte viés arrecadatório/tributário do tipo penal do art. 334 do CP, razão pela qual, como ocorre nos crimes tributários, admite-se a bagatela para o descaminho.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONCEITO
MUITO IMPORTANTE
O art. 327, caput, do Código Penal traz o conceito legal de funcionário público:
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Da leitura do dispositivo legal, percebe-se que o legislador apresentou um conceito abrangente de funcionário público.
O motivo é simples.
Em regra, as sanções penais dirigidas aos funcionários públicos são mais severas, isso por conta da maior reprovabilidade de sua conduta, que viola bens jurídicos de grande relevância, tais como a moralidade, probidade e fé pública.
Por exemplo, basta comparar o tipo penal do art. 168 do CP (apropriação indébita) e o peculato-apropriação (CP, art. 312, caput).
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (...):
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
A principal diferença entre os tipos penais é a condição de funcionário público do peculato-apropriação, circunstância suficiente para elevar, em muito, a pena do delito em comparação à apropriação indébita.
DÚVIDA: O estagiário de órgão ou entidade pública é considerado funcionário público para fins penais?
A resposta é SIM.
Segundo a jurisprudência do STJ, o estagiário de órgão ou entidade pública, ainda que não remunerado, é considerado funcionário público para fins penais.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, estagiário da Caixa Econômica Federal, transfere dinheiro da conta dos correntistas para contas bancárias de seus parentes.
No exemplo acima, “A” responderá pelo crime de peculato, ao invés de furto, já que se trata de funcionário público para fins penais.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO POR EQUIPARAÇÃO
O art. 327, §1º, do Código Penal traz o conceito legal de funcionário público por equiparação:
Art. 327, § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.      (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
DÚVIDA: Se o conceito de funcionário público previsto no art. 327, caput, do CP é abrangente, qual a finalidade do equiparado ao funcionário público (CP, art. 327, §1º)?
O conceito de funcionário público (CP, art. 327, caput), apesar de abrangente, exige relação direta entre o agente e a Administração Pública.
Por outro lado, o equiparado a funcionário público (CP, art. 327, §1º) não preenche um cargo, emprego ou função pública, mas está vinculado, ainda que indiretamente, à Administração Pública.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um médico de hospital particular, mas conveniado ao SUS, é funcionário público por equiparação.
DÚVIDA: Um funcionário de empresa contratada para prestação de serviços de limpeza de um órgão público é considerado funcionário público por equiparação?
A resposta é NÃO.
O art. 327, §1º, do Código Penal exige que a empresa prestadora de serviços seja contratada para a execução de atividade típica da Administração Pública, que não é o caso do serviço de limpeza de repartições públicas. 
causa de aumento de pena
O art. 327, §2º, do Código Penal traz uma hipótese de aumento de pena para os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública:
Art. 327, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
O dispositivo legal prevê o aumento de 1/3 caso o funcionário público exerça cargo em comissão ou função de direção ou assessoramento.
A ideia é simples: punir com mais rigor aquele que exerce função de superior hierárquico ou de confiança.
DÚVIDA: É possível aplicar a causa de aumento de pena do art. 327, §2º, do CP, ao agente que exerce mandato eletivo?
A resposta é SIM.
Segundo o STF, é plenamente possível incidir a causa de aumento de pena para o Chefe do Poder Executivo, que tem a função de direção da Administração Pública direta.
DÚVIDA: O simples fato de o agente exercer um cargo eletivo é suficiente para incidir a causa de aumento de pena do art. 327, §2º, do CP?
A resposta é NÃO.
Segundo o STF, o simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para incidir a causa de aumento do art. 327, §2º, do CP.
Para o Tribunal, é necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um deputado federal, que foi ex-presidente da Casa, é condenado pela prática do crime do peculato.
No exemplo acima, a causa de aumento de pena é aplicável em razão do réu ter ocupado o cargo de presidente da Câmara dos Deputados e não pelo simples fato de ter exercido o mandato eletivo.
DÚVIDA: A causa de aumento de pena do art. 327, §2º, do CP é aplicável aos dirigentes de autarquias?
A resposta é NÃO.
O art. 327, §2º, do CP elenca apenas as hipóteses de: órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação.
Nesse sentido, conforme entendimento do STF, em apreço ao princípio da legalidade, não é possível incidir a causa de aumento de pena para as autarquias.
ART. 30 DO CÓDIGO PENAL – COMUNICABILIDADE COM O PARTICULAR
MUITO IMPORTANTE
O art. 30 do Código Penal traz a seguinte redação:
 Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública têm a circunstância subjetiva (funcionário público) como elementar do crime, ou seja, se ausente, desclassifica o tipo penal ou leva à atipicidade.
Dessa forma, caso o crime seja praticado em concurso de pessoas (coautoria ou participação) com um particular, este responderá pelo crime funcional em razão do art. 30 do Código Penal.
Obviamente, para que haja a comunicabilidade, é imprescindível que o particular tenha conhecimento da condição de funcionário público do comparsa.
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, funcionário público, subtrai diversos equipamentos eletrônicos da repartição com auxíliode “B”, particular.
No exemplo acima, “B”, caso tenha conhecimento da condição de funcionário público de “A”, responderá pelo crime de peculato.
Exercícios
(CESPE/2020 – MPE-CE – Técnico) – Ana, servidora do MP/CE, aproveitou-se do acesso que sua função pública lhe permitia para se apropriar de valores do órgão. Durante o inquérito policial, preocupada com eventual condenação, Ana ofereceu vantagem pecuniária a uma amiga que não exerce função pública, para prestar depoimento falso em seu favor, a qual assim o fez. Nessa situação hipotética, Ana deve ser responsabilizada pelo crime de apropriação indébita, com aumento de pena correspondente ao dano ao patrimônio público.
(VUNESP/2019 – Prefeitura de Campinas – Guarda Municipal) – Afrodite é funcionária pública, mas, atualmente ocupa um cargo em comissão. No exercício desse cargo, Afrodite comete um crime contra a Administração Pública. Nessa hipótese, portanto, o Código Penal dispõe que Afrodite
ficará isenta de pena por estar afastada do seu cargo público de origem.
será punida com a mesma pena aplicada ao seu superior que a nomeou para o cargo.
terá reduzida a sua pena por ocupar cargo provisório e de confiança.
ficará sujeita a ter sua pena aumentada da terça parte.
não poderá ter a sua pena alterada pelo simples fato de ocupar cargo em comissão.
(CESPE/2018 – PGE-CE – Analista) – João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente, apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a doze anos de reclusão, e multa. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra a administração pública. De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário causado por ele tiver sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da insignificância.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A assertiva está errada.
Do enunciado, verifica-se que Ana é funcionária pública, circunstância que atrai a tipificação de sua conduta como o art. 312, caput, do CP (peculato-apropriação).
Por outro lado, caso Ana não fosse funcionária pública e tivesse se apropriado de valor que tinha posse, a tipificação recairia no crime de apropriação indébita.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: A assertiva correta é a letra D.
Tendo em vista que Afrodite, além de ser funcionária pública, exercia cargo em comissão, é aplicável a causa de aumento de pena do art. 327, §2º, do CP:
Art. 327, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 03: A assertiva está errada.
Apesar de decisões do STF admitindo a aplicação do princípio da insignificância para os crimes contra a Administração Pública, o entendimento a ser adotado na banca CESPE é o prescrito na Súmula nº 599 do STJ, que veda, expressamente, a princípio da bagatela para os crimes contra a Administração Pública.
Súmula nº 599 do STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.”
Registra-se que mesmo o STJ admite a aplicação do princípio da insignificância para o crime de descaminho (CP, art. 334), que se classifica como crime praticado por particular contra a Administração em Geral.
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Gabarito
MUDE SUA VIDA!
2
ERRADO
D
ERRADO
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Cargo, emprego ou função pública
Transitoriedade
Sem remuneração
STF
Em situações excepcionais, aplica-se o princípio da insignificância
STJ
Não se aplica o princípio da insignificância (Súmula nº 599)

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