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@resumosodontol Manifestações Virais Estomatologia Dentre as manifestações virais mais comuns que se manifestam na cavidade oral são os vírus pertencentes à família do Herpetoviridae e Paramixovírus. HHV – 1: Herpesvírus Simples tipo 1; HHV – 2: Herpesvírus Simples tipo 2; HHV – 3: varicela zoster (causador da catapora); HHV – 4: Epstein barr (causador da mononucleose); HHV – 5: Citomegalovírus; HHV – 6, 7 e 8: pouco conhecidos. Herpesvírus Simples (HHV-1/2 ou HSV) O Herpesvírus simples tipo 1 (HSV – 1) afeta mais a região oral, facial e ocular, e se dissemina pela saliva. Enquanto o Herpesvírus simples tipo 2 (HSV – 2) afeta mais a região genial se disseminando pelo contato sexual. Ambos os vírus são semelhantes e os anticorpos direcionados para combater um podem realizar reação cruzada e combater o outro tipo também. Características Clínicas: Infecção primária: quando o indivíduo não tem anticorpos contra o vírus. Costuma ser assintomático se deslocando através dos nervos sensitivos até atingir os gânglios permanecendo em sua forma latente. Infecção Secundária: é a reativação do vírus levando a manifestações sintomáticas. Essa reativação pode estar relacionada com estresses emocionais ou físicos, além de traumas e alergias. Nos casos sintomáticos primários pode haver Gengivoestomatite e faringotonsilite. Acredita-se que o Eritema Multiforme possa estar associado com o HSV podendo aparecer alguns dias antes de recidiva do HSV, auxiliando assim em uma profilaxia antiviral. O herpesvírus secundário ou recorrente costuma ser sintomático e afetar a região próxima dos lábios, sendo Gengivoestomatite Herpética Aguda (GEHA): é uma doença que se manifestação através do primeiro contato do paciente com o vírus do herpes primária, sendo mais comum em pacientes até os 5 anos de idade. Começam com vesículas puntiformes que logo se rompem formando lesões ulceradas maiores rasas e irregulares. Pode haver lesões erosivas e “vesículas-satélites” na pele peroral. (Figura 1 e 2) Eritema Multiforme: é uma doença autoimune, podendo ser precedente de um herpes simples, uso de drogas, analgésicos e antibióticos. Sintomas prodrômicos como febre, mal-estar, cefaleia, tosse e dor de garganta, usualmente estão presentes. As lesões bucais são múltiplas placas eritematosas que evoluem para grandes erosões ou ulcerações rasas com bordas irregulares associadas com dor. Crostas hemorrágicas na região dos lábios também são comuns. Costumam ser difusas, podendo ser encontradas em qualquer região da boca, sendo menos frequente no palato e na gengiva. Sua morfologia costuma ser planas e redondas parecendo um alvo. Faringotonsilite: são manifestações sintomáticas por infecção primária em adultos. Os sintomas iniciais correspondem a dores de gargantas, febre, cefaleia, mal-estar. Está associado com o HHV – 1, mas pode também se apresentar como manifestações do HHV – 2. @resumosodontol conhecida como herpes labial. Os sintomas prodômicos (dor, formigamento, ardência, prurido, calor localizado e eritema do epitélio envolvido) aparecem de 6 a 24 horas antes da lesão. São observadas múltiplas pápulas e eritematosas que formará, posteriormente, vesículas. Figura 1 Fonte: Neville, 2009 Figura 2 Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: o vírus atinge células epiteliais induzindo acantólise e aumento dos núcleos. As células infectadas tornam-se multinucleadas. Há presença de células de Tzank (células epiteliais livres e flutuantes). Fonte: Neville, 2009 Diagnóstico: Testes sorológicos para detectação de anticorpos contra o HSV; Detectação de antígeno através de técnica direta de fluorescência ou PCR. Tratamento: Evitar tocar nas lesões para não disseminar; Aciclovir em solução (bochecho e engolir) 5x ao dia por 5 dias; Spray tópico de Cloridrato de Diclonina; Aciclovir pomada e creme, Penciclovir e N- Docosanol. Varicela (HHV - 3 ou VZV) O HHV – 3 é o vírus da varicela zoster. A fase primária é caracterizada pela Catapora, podendo atingir uma latência e uma recidiva na forma de herpes-zoster. Características Clínicas: os sintomas iniciais podem ser faringite, mal-estar, rinite, enxatema pruriginoso, podendo apresentar eritemas, vesículas, pústula e lesões de crostra endurecida. Na mucosa oral costuma tingir o vermelhão do lábio, palato e mucosa jugal. Estas lesões tendem a ser indolores e as vesículas formarão ulceras. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: o vírus atinge células epiteliais induzindo acantólise e aumento dos núcleos. As células infectadas tornam-se multinucleadas. Há presença de células de Tzank (células epiteliais livres e flutuantes). Diagnóstico: Testes sorológicos para detectação de anticorpos; Análise citológica das células epiteliais e do líquido vesicular. Tratamento: Aciclovir, Vanciclovir e Fanciclovir; Imunoglobulina purificada para pacientes sem evidencias de imunidade; Vacina. Mononucleose Infecciosa (HHV - 4 ou EBV) É proveniente do vírus Epstein Barr (HHV – 4), também conhecida como doença do beijo. Costuma ser assintomático em crianças e sintomático em jovens adultos. Características Clínicas: quando sintomática em crianças ocorre febre, tosse, rinite, lifadenopatia, hepatoesplenomegalia, e faringite. Já nos adultos ocorre febre, linfadenopatia, faringite e tonsilite, além disso, é relatado mal-estar, anorexia e fadiga antes da febre que dura de 2 a 14 dias em tempo de 40ºC, tumefação e petéquias no palato duro e mole. Na mucosa oral é possível ocorrer Gengivite ulcerativa necrosante, pericoronarite e mucosite ulcerativa necrosante, mesmo estas duas ultimas sendo menos recorrentes. Diagnóstico: Leucograma para indicação de linfocitose; Exames sorológicos para identificação de antígenos e anticorpos de Paul Bunnell; Teste de imunofluorescencia indireta; Método ELISA. Tratamento: Costuma regredir dentro de 4 a 6 semanas sem um tratamento específico, mas caso o paciente tenha febre pode ser utilizado antipirético sem aspirina. Não é recomendado o uso de penicilina e ampicilina. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Citomegalovírus (HHV - 5 ou CMV) É semelhante ao herpesvírus. Permanece em latência nas glândulas salivares, nos linfócitos e nos macrófagos. A transmissão pode acontecer durante a amamentação, parto, relação sexual, transfusão de sangue e transplante de órgãos. Características Clínicas: 90% das infecções são assintomáticas; Infecção neonatal: hepatoesplenomegalia, eritropoiese cutânea extramedular, trombocitopenia e encefalite; Em pacientes imunodeprimidos pode ocorre febre, dores musculares e articulares, tremores, erupção cutânea, diarreia e tosse. É possível observar ulcerações crônicas na mucosa oral; Características Histopatológicas: Alteração das células endoteliais vasculares com dilatação e nucléolos proeminentes, também chamadas de “Olho de Coruja”. Fonte: Neville, 2009 Diagnóstico: Biópsia; Teste de ELISA; Análise Imuno-histoquímica; PCR; Hibridização in situ. Tratamento: as lesões costumam regredir espontaneamente, mas caso haja sintomatologia pode ser feito o uso de Ganciclovir, Foscarnet, Cidofovir, Valgaciclovir. Também pode ser tratado com AINEs, corticosteroides e Gamaglobulina IV. É causado pelo vírus da família dos paramixovíruse gênero morbillivírus, mas vem sendo controlado devido a eficácia da vacina. Características Clínicas: leva a uma hiperplasia linfoide envolvendo linfonodose amígdalas. É marcada pela por possuir três fases sendo cada uma delas de 3 dias. Fase I: coriza, tosse e conjuntivite, manchas de Koplik na mucose jugal e labial. Fase II: febre persistente, desaparecimento das manchas de Koplik, surgimento de erupção maculopapular e eritematosa se iniciam. Fase III: A febre some, as erupções maculopapular eritematosas difusas desaparecem sendo substituídas por pigmentações acastanhadas. Características Histopatológicas: as manchas de Koplik constituem uma área hiperceratinizada com um epitélio apresentando espongiose, edema intracelular, células gigantes com muitos núcleos, podendo levar a uma necrose de epitélio devido à intensa exocitose de linfócitos e finamente ulceração. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Diagnóstico: testes sorológicos para identificação de anticorpos. Tratamento: vacinação. Pacientes saudáveis podem fazer o uso de antipiréticos para controlar a febre, porém pacientes imunodeprimidos podem usar Iterferon, Vitamina A, Imunoglobulina e Ribovirina. @resumosodontol Manifestações Fúngicas Estomatologia Dentre as doenças fúngicas com manifestações orais podemos citar a candidíase e paracoccidioidomicose. Além destas duas, nesse resumo iremos abordar também a Blastomicose. É a infecção fúngica mais comum na cavidade oral. Também chamada de candidose, podendo se apresentar de duas formas: Levedura: forma inócula Hífas: forma de invasão tecidual. É um componente da microbiota oral, onde os indivíduos podem apresentar o microrganismo sem haver manifestações clínicas. As manifestações podem se desenvolver através de três faores: 1. Estado imunológico do hospedeiro; 2. O ambiente da microbiota oral; 3. A cepa de Candida albicans. Características Clínicas: pode induzir 4 tipos de candidíase 1. Candidíase Pseudomembranosa; 2. Candidíase Eritematosa; 3. Candidíase crônica hiperplásica; 4. Candidíase mucocutânea. Características histopatológicas: Hiperceratinização; Alongamento de projeções epiteliais; Inflamatório crônico contendo neutrófilo os quais formarão microabscessos. Hifas são vistas nas camadas paraqueratinizadas. Diagnóstico: Exames citopatológicos ou biópsia com coloração por PAS, esse método cora os carboidratos presente na parede celular dos fungos. Tratamento: Nistatina creme ou pomada; Clotrimazol e fluconazol são os mais indicados; Cetoconazol não é indicado devido a sua alta hepatotoxicidade. Candidíase pseudomembranosa É o de candidíase mais conhecida. Costuma afetar a mucosa jugal, palato e dorso da língua. Pode surgir de forma aguda através do uso de antibióticos de amplo espectro, ou de forma crônica através de problemas imunológicos. São placas brancas removidas por raspagem contendo células epiteliais descamadas, hifas e leveduras, e fragmento tecidual necrótico. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Candidíase Eritematosa É mais comum que a Pseudomembranosa. Este tipo não apresenta placas brancas, mas sim uma mancha avermelhada. Pode ser apresentar em sua forma crônica ou aguda. A forma aguda acontece através o uso de antibióticos de amplo espectro, sendo chamada de Candidíase Atrófica Aguda, os pacientes relatam queimação na língua, além de apresentar perda das papilas filiformes no local da lesão. A forma crônica da doença é conhecida como Atrofia das Papilas Centrais ou Glossite Romboidal Mediana. É uma forma assintomática que atinge a região central e posterior da língua com uma mancha vermelha podendo ser de superfície plana ou lobulada. Pode atingir o palato causando Candidíase Multifocal Crônica (lesão beijadora) ou a comissura dos lábios (queilite angular). Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Candidíase Crônica Hiperplásica É um tipo mais raro e é caracterizada pela presença de lesões brancas não removíveis por raspagem. Esta lesão pode estar sobreposta a uma lesão de leucoplasia preexistente. Localizada em regiões anterior da mucosa jugal. Não pode ser diferenciada clinicamente de uma leucoplasia comum. Fonte: Neville, 2009 Candidíase Mucocutânea É uma desordem rara marcada por distúrbios imunológicos. São lesões brancas não removíveis por raspagem podendo afetar outras parte do corpo como unhas e pele. Fonte: Neville, 2009 É causado pelo Blastomyces dermatitidis, um fungo dimórfico que cresce em solos úmidos e costuma afetar mais homens adultos. Características Clínicas: é adquirida através da inalação de esporos, os quais alcançam os alvéolos pulmonares e crescem como leveduras. @resumosodontol A sua forma aguda se assemelha a uma pneumonia, enquanto a sua forma crônica se assemelha a uma tuberculose. Características Histopatológicas: é obsivel observar inflamação aguda e granulomatosa encolcendo as leveduras; pode ser utilizada a coloração por PAS para identificar as células e os tecidos. A infecção pode induzir uma reação benigna no epitélio de revestimento das lesões (hiperplasia pseudoepitelitematosa / pseudomembranosa) similar a um carcinoma, sendo necessário extremo cuidado na hora de realizar o diagnóstico a partir do histopatológico. Diagnóstico: biópsia e exame citopatológico. Tratamento: na forma aguda da doença, não é necessidade de tratamento, contudo medicamentos como Itraconazol, fluconazol e cetoconazol podem ser usados para pacientes em fase crônica. Já a Anfotericina B é utilizada para pacoientes que estão muito doentes em estágios mais graves da doença. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Causada pelo Paracoccidioides brasiliense. É observado em maior frequência na América do Sul. Atinge em maior parte homens em meia-idade. Características Clínicas: a doença se manifesta quando os esporos se instalar no pulmão do hospedeiro, causando uma infecção pulmonar e uma possível disseminação para outros tecidos. Na cavidade oral as lesões são marcadas por úlceras multiformes que surgem na mucosa alveolar, gengiva e palato. Características Histopatológicas: hiperplasia pesudoeritematosa, com inflamação granulomatosa, com a presença de macrófagos e células multinucledas, e leveduras grandes. Diagnóstico: obtenção de espécimes para cultura com exame citopatológico. Tratamento: Em casos leves e moderados: usa-se derivados das sulfonamidas; Em casos graves: usa-se Anfotericina B intravenosa, itraconazol e fluconazol. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol Manifestações Bacterianas Estomatologia É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis e é transmitida por via aérea,, através da inalação dos bacilos presentes nas partículas vindas da tosse, fala ou espirros. A tuberculose primária é a disseminação do microrganismo de pessoa para pessoa, produzindo uma resposta inflamatória crônica e formando um nódulo fibrocalcificado no sítio inicial de envolvimento (pulmão). Os microrganismos podem permanecer dentro desse nódulo até que a doença possa progredir, através de uma imunossupressão do paciente, e induzir uma tuberculose secundária. Nesta segunda fase, os microrganismos podem se disseminar para outras partes do corpo através do sangue. Características Clínicas: A primeira fase costuma ser assintomática podendo ocorrer febre e efusão pleural. A tuberculose secundária pode apresentar febre baixa, mal-estar, anorexia, perda de peso e sudorese noturna. Com a progressão da lesão desenvolve-se uma tosse produtiva com dor torácica. Em pacientes com AIDS as manifestações extrapulmonares são mais constante, podendo atingir a pele (lúpus vulgar), o trato gastrointestinal, os rins, o sistema nervoso central,entre outros órgãos. A cavidade oral não costuma ser atingida, mas quando isso acontece pode formar úlceras indolores e crônicas, e raramente áreas leucoplasicas. Afetam língua, palato e lábios são as áreas mais afetadas. Aumento de linfonodos e formação de Osteomielite tuberculosa têm sido relatados nos maxilares. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Formação de Características Histopatológicas: granulomas com coleção de histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas, e necrose caseosa central. Fonte: Neville, 2009 @resumosodontol teste tuberculínico cutâneo.Diagnóstico: Tratamento: 8 semanas de Isoniazida, rifampicina, pirazinamida, seguidas por 16 semanas de Isoniazida, e Rifampicina; Vacina Bacilo Calmette Guérin (BCG); Quimioprofilaxia. É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycrobacterium leprae. A forma de infecção ainda é desconhecida, mas acredita-se que a infecção inicial ocorre através da mucosa nasal ou orofaríngea. Lepra tuberculoide: desenvolve-se em pacientes com resposta imune alta. Os microeganismos não são encontrados em espécimes de biópsia de pele. É uma doença localizada. Lepra lepromatosa: desenvolve-se em pacientes com baixa imunidade. É uma doença difusa. Características Clínicas: Hanseníase Paucibacilar: é semelhante a lebra tuberculoide. Possui pequenas lesões bem delimitadas e hipopigmentdas na pele. As lesões são raras na cavidade oral. Ocorre perda da sensibilidade. Hanseníase Multibacilar: são lesões mal delimitadas, hipopigmentadas, marcadas pela formação de máculas e pápulas. Pode atingir a face levando a um aumento da mesma. Os pelos da sobrancelha, cílios e cabelos tendem a cair, além de ocorrer perda da sensibilidade e do olfato. Na cavidade bucal costuma apresentar pápulas amareladas ou avermelhadas que ulceram e necrosam, sendo mais comum no palato duro e mole, gengiva anterior e terço anterior da língua. Fonte: Neville, 2009 Características histopatológicas: Hanseníase paucibacilar: inflamação granulomatosa contendo histiócitos epitelioides, linfócitos e células gigantes multinucleadas, com pouca quantidade de microrganismo. Hanseníase Multibacilar: sem granulomas, comtém células de lepra (lenções de linfócitos misturados com histiócitos epitelioides), além de possuir muitos microrganismos. Fonte: Neville, 2009 visualização do microrganismo em um Diagnóstico: esfregaço ou no tecido através de coloração por ácidos resistentes. Tratamento: Hanseníase paucibacilar: é tratado com um esquema de 6 meses com Rifampicina e Dapsona.; Hanseníase multibacilar: é tratado com um esquema de 24 meses com Clofazimina, Rifampicina e Dapsona; Pacientes alérgicos a rifampicina podem ser tratados com Clofazamina, Ofloxacina e minociclina por 24 meses. @resumosodontol É causada pelo Treponema pallidum e transmitida através do contato sexual desprotegido, de mãe para feto e por transfusão sanguínea. Possui três fases sendo as duas primárias de alto grau infeccioso, e a ultima fase é marcada após uma latência. Sífilis primária Apresenta-se como um cancro que pode ser visto na genitália externa ou no ânus, podendo surgir também na boca. Na cavidade oral as lesões podem aparecer nos lábios, no palato e na língua, além das amígdalas em formato de ulceras de base clara e indolor. Observa-se também uma linfadenopatia regional. A lesão não tratada pode cicatrizar dentro de 3 a 8 semanas. Fonte: Neville, 2009 Sífilis secundária É a fase de disseminação. Pode surgir antes da cicatrização das lesões primárias. Ocorre o surgimento de sintomas sistêmicos como febre, cefaleia, perda de peso e mal-estar, linfadenopatia indolor. Além dessas, podem ocorrer a formação de lesões maculopapulares por todo o corpo principalmente pela região palmo-plantar. Na mucosa oral ocorre formação de zonas esbranquiçadas múltiplas que podem se fusionar umas as outras e formar algo semelhante a um caracol. Estas lesões podem levar a uma necrose epitelial e logo uma exposição do tecido conjuntivo. Além disso, pode haver a formação de pápulas fendidas. São comuns nos lábios, mucosa jugal e palato. A cicatrização ocorre entre 3 a 12 semanas. Fonte: Neville, 2009 Fonte: Neville, 2009 Sífilis Terciária Se desenvolve após o período de latência que pode durar de 1 ate 30 anos. É um caso de sífilis grave devido ao seu estágio avançado. No sistema cardiovascular: arterite prévia, aneurisma da aorta ascendente e hipertrofia ventricular esquerda. Nos siatema nervoso: paralisia generalizada, psicose, demência, paresia e morte. Lesões oculares: irite, coroidoretinite e Pupilas de Argyll Robertson. Ocorre também formação de lesões granulomatosas em formato de gomas (nodulares ou ulcerados) em @resumosodontol diversos tecidos. Na boca, as gomas podem surgir na língua levando a ulceração ou nódulos no palato e na língua. Fonte: Neville, 2009 Sífilis Congênita Ocorre através da transmissão de mãe para feto. Costuma se desenvolver de 2 a 3 semanas após o nascimento. É marcada pela Tríada de Hutchison (dentes de Hutchison, surdez e ceratite ocular). Os primeiros sinais e sintomas são febre, retardo de crescimento, icterícia, anemia, hepatoesplenomegalia, rinite e rágades (fissuras ao redor da boca), erupção maculopapulares na pele desacamtivas, ulcerações e vesículas. Na boca os incisivos tem diâmetro mediodistal maior no terço médio e o terço incisal é afunilado. Já os molares possuem aspecto de amora. Fonte: Neville, 2009 Características Histopatológicas da Sífilis: Na fase primária: superfície epitelial ulcerada; Na fase secundária: superfície epitelia ulcerada ou hiperplásica com espongiose e exocitose; Na fase terciária: lesões orais exibem superfícies ulceradas com hiperplasia pseudoepiteliomatosa periférica e inflamação granulomatosa; Lâmina própria é marcada por aumento de canais vasculares com infiltrado inflamatório de plasmócitos e linfócitos. Diagnóstico: Deve ser feita a coleta da lesão para a análise, seja através de um esfregaço ou de uma biópsia. Realização de teste de imunofluorescencia específico para identificar os microrganismo espirolados. Testes sorológicos como VDRL, RPR, FTA-ABS, TPHA, TPPA, MHA-TP para identificação de anticorpos. Tratamento: Fase 1ª, 2ª e latente inicial: Penicilina G parenteral. Dose única; Fase latente tardia e 3ª: Penicilina Intramuscular uma vez por semana durante 3 semanas; Pacientes alérgicos a Penicilina podem ser tratados com Doxiciclana e Eritromicina.
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