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A3 - ANTROPOLOGIA: IDENTIDADE E DIVERSIDADE A xenofobia é a aversão e discriminação aos imigrantes. Portanto, está diretamente relacionada à ideia estereotipada que se faz das pessoas em razão de suas procedências nacionais e se articula com a ideia de cultura, de etnia e racismo. No Brasil, a xenofobia é um crime tipificado pela Lei 9.459, de 1997. Em seu primeiro artigo diz que “serão punidos, na forma dessa lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” Considerando esse tema, reflita sobre os obstáculos enfrentados pelas pessoas imigrantes, especialmente, o modo como discursos de fundo nacionalista se articulam na produção da xenofobia no mundo contemporâneo e disserte sobre as formas de superação, no contexto de uma sociedade pluriétnica, pautada no respeito aos Direitos Humanos. RESPOSTA A xenofobia é uma das formas de preconceito mais antigas que se faz presente nos dias atuais. Além disso, apesar de ser considerada como crime no Brasil, os casos de agressão resultante de atitudes xenofóbicas aumentaram de forma alarmante. Historicamente, durante a Segunda Guerra Mundial, uma das maiores demonstrações xenofóbicas ocorreu com a ascensão do Nazismo, uma vez que o ódio e a aversão disseminada pelos alemães a grupos como, por exemplo, judeus e homossexuais, foram a causa da morte de milhares de pessoas na época. Contemporaneamente, tal contexto de intolerância ainda persiste na sociedade, onde imigrantes são os mais afetados. Sendo assim, tornou-se comum pessoas xenofóbicas criarem e disseminarem ideias com o intuito de denegrir determinados grupos como, por exemplo: “todo muçulmano é terrorista” ou “pessoas negras não pensam”. Nesse sentido, a xenofobia decorre não do medo, mas da falta de informação e do preconceito com as diferenças. No que tange à questão jurídica, apesar da xenofobia ser considerada um crime no Brasil, a impunidade da maioria dos casos levou a um aumento considerável desse tipo de crime nos últimos 4 anos. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Segundo a filósofa Hellen Keller: “O resultado mais sublime da educação é a tolerância.” Dessa forma, o Ministério da Educação, junto com professores e psicólogos, poderia realizar palestras nas escolas, para os alunos, a fim de descontruir preconceitos existente contra as culturas diferentes e ressaltar aos grupos mais atingidos como imigrantes e negros, por exemplo. Posteriormente, o Governo Federal, junto com os meios de comunicação, deveria criar propagandas para a população em geral com o objetivo de diminuir os casos de preconceito e xenofobia. Por fim, o Ministério da Justiça deveria julgar os casos desse tipo de crime com mais eficiência, além de aplicar sanções mais severas para, dessa forma, minimizar o número de agressões geradas por tal contexto. Talvez assim, o Brasil possa ter uma sociedade em que o respeito e a tolerância seja uma realidade presente. Qualquer um está suscetível a se tornar alvo de xenofobia: com a proliferação dos discursos de ódio em relação a estrangeiros, mesmo nativos de países que tenham semelhanças culturais com o outro podem ser hostilizados. Do mesmo modo, qualquer um que tenha atitudes xenofóbicas pode ser considerado xenófobo, independente de sua origem ou de já ter sido alvo de xenofobia em outro momento. É importante reconhecer que, apesar de a xenofobia afetar a maior parte de grupos imigrantes, há uma questão de interseccionalidade presente: diferentes fatores devem ser levados em consideração ao se analisar a xenofobia contra determinado grupo, não se devendo considerar que todos os estrangeiros experenciam a xenofobia do mesmo modo em uma região considerada xenófoba. Cada um sofre experiências diferentes, a depender de sua origem geográfica, sua cultura, gênero, cor, etnia, classe social, entre outros fatores. Um imigrante europeu no Brasil, por exemplo, é recebido de modo diferente do que um migrante africano. As diferenciações no tratamento estão diretamente atreladas ao racismo presente no país. Alguns teóricos inclusive falam em um “novo racismo”, que foca, em seu discurso, na perda de identidade nacional e cultural que viria com o aumento da imigração. Ao exagerar as diferenças culturais em relação a outros grupos étnicos e não citar diretamente as diferenças genéticas, o discurso parece menos censurável moralmente, apesar de estar centralmente pautado no preconceito de raça. O Estado pode realizar políticas para prevenir a existência de atos e manifestações xenófobas, como: Expansão do número de profissionais treinados para investigar e processar casos de violência xenófoba; Monitoramento e realização de relatórios com os resultados dos processos de crimes contra estrangeiros; Monitoramento e realização de relatórios dos tipos de sentença impostos àqueles culpados de crimes contra estrangeiros; Investigações acerca dos padrões de violência policial contra estrangeiros, publicando os resultados, citando as autoridades criminosas, as medidas disciplinares recomendadas e as que foram impostas, bem como recomendações para prevenção de tal tipo de violência; Investigação extensa de todos que praticaram crimes contra estrangeiros, incluindo cúmplices e aqueles que incitam atos de violência; Intensificação nos esforços para recrutar policiais de diferentes origens nacionais e étnicas; Promoção de uma maior integração do imigrante, instrumentalizando-o com os principais conhecimentos que deve ter em relação àquela sociedade e garantindo que tenha acesso aos meios essenciais de sustento; https://www.politize.com.br/vamos-falar-sobre-genero/ https://www.politize.com.br/racismo-como-e-estruturado/ https://www.politize.com.br/nova-lei-de-migracao/ https://www.politize.com.br/autonomia-policia-federal/ Cooperação entre ONGs e governo no suporte aos imigrantes, especialmente em sua chegada e para monitoramento de sua situação no país; Banimento de organizações que promovem a xenofobia, o racismo e o fascismo no país; Promoção e oferta de cursos da língua nativa para estrangeiros; Oferta de programas que possibilitem auxílio financeiro aos imigrantes; Entre outros. Combater a xenofobia exige não apenas recolhimento de dados, que são importantes na elaboração de políticas públicas, mas também uma conscientização da sociedade. Desconstruir estereótipos negativos é essencial na busca de garantia de direitos aos imigrantes. https://www.politize.com.br/ong-o-que-e/ https://www.politize.com.br/fascismo-entenda-o-conceito/ https://www.politize.com.br/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-direitos/