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Raphaela Carvalho – 2024.2 Aula 03 – ICC ANATOMIA NORMAL • O hilo direito é sempre visível, enquanto o esquerdo fica apagado atrás do tronco da artéria pulmonar. Conseguimos identificar o hilo direito através da artéria interlobar que só existe no pulmão direito. • O normal é ter vasos de maior calibre nos lobos inferiores, fazendo com que haja maior vascularização/perfusão em bases e maior ventilação nos lobos superiores. Além disso, é possível ver que os vasos vão se afunilando em direção a periferia e as paredes vasculares são bem definidas. • Observar sempre os recessos costofrênicos que normalmente são pontiagudos. • Nada toca a pleura parietal!!! não existem vasos tocando a pleura costal/parietal, deve ser sempre hipertransparente. • Na TC: ao lado de uma artéria vai ter sempre um brônquio e ambos são visíveis, assim como ao lado de uma arteríola centrolobular sempre vai ter um bronquíolo sendo que o bronquíolo não vai ser visível devido ao seu calibre. Lobo Pulmonar Secundário A única estrutura normal do lobo pulmonar secundário possível de visualizar é a arteríola centrolobular porque os cortes de TC são muito finos, cerca de 1mm, mas a espessura das outras estruturas são mais finas ainda, tendo algumas até 0,15mm, tornando impossível a visualização através de TC em situações normais. Caso haja uma patologia provavelmente o calibre das estruturas vai estar aumentado, sendo possível a visualização. Na TC abaixo podemos identificar a arteríola centrolobular como os pontinhos brancos periféricos bem próximos a pleura, mas que não tocam nela. TC normal Um dos sinais principais de congestão pulmonar é o edema intersticial, que acontece quando os vasos linfáticos estão em estase. Esses vasos estão no interstício peribroncovascular e septal, causando o espessamento do bronquíolo, da arteríola e dos septos interlobulares. O exame p/ detectar a presença de ICC deve ser feito sempre em ortostase e em casos especiais, como pacientes em CTI, tentar pelo menos fazer sentado ou em posição oblíqua. Índice Cardiotorácico É utilizado para avaliar a área cardíaca no RX de tórax em PA, pois nessa incidência só temos 2 dimensões, e volume cardíaco no perfil pois temos 3 dimensões. ICC Dentre outras causas, a insuficiência do VE é a causa mais comum da ICC, tendo como consequência um baixo débito e congestão das estruturas anteriores, levando a um aumento de pressão venosa pulmonar que provoca o extravasamento líquido para o interstício e espaço pleural, resultando em edema alveolar. No exame de imagem observamos características dos 3 estágios: 1. Redistribuição 2. Edema intersticial 3. Edema alveolar Os achados adicionais incluem derrame pleural e alargamento do pedículo vascular (visualização da VCS). A visualização da VCS se dá por uma hipertensão central, levando ao aumento de calibre da veia. É visualizada como um tubo na linha paratraqueal direita, mas é importante que a radiografia esteja bem centralizada e tenha sido feita em ortostase (conseguimos identificar isso quando vemos o nível HÁ na bolha gástrica). Na redistribuição inicia-se o aumento da pressão venosa pulmonar, representado no rx pela cefalização da trama vascular, alargamento do pedículo vascular e pelo ingurgitamento (obstruição) hilar. É um estágio pré-edema, em que o organismo está tentando compensar os altos níveis pressóricos. Na fase de edema intersticial ocorre o extravasamento de líquido para o interstício septal e peribroncovascular. Se não for tratado, vai evoluir para um edema alveolar. Um dos sinais desse edema vão ser as linhas de Kerley B, que por definição são linhas que tocam pleura (quando não deveria haver nada tocando) e fazem 90º com a superfície pleural. Elas representam o espessamento do septo interlobular. É como se entre cada linha fosse um lobo pulmonar secundário. Por ser um edema intersticial de origem cardíaca, ou seja, cardiogênico, ele é um transudato. Outra característica importante é que ele é um edema simétrico. Também é um sinal o fato de não conseguirmos delimitar as paredes vasculares por causa do espessamento intersticial. Espessamento hilar: Nessa imagem o paciente tem ICC, não apenas falência esquerda, e identificamos isso através da visualização da VCS na linha paratraqueal direita. Achados de ICC nesse raio x: 1. Aumento da área cardíaca 2. Sinais de edema intersticial (indefinição/borramento das paredes vasculares 3. Provável cefalização da trama vascular (não podemos afirmar pois não há certeza se estava em ortostase, mas provavelmente tem) 4. Alargamento do pedículo vascular 5. Hilos aumentados/ingurgitados 6. Linhas de Kerley B 7. Visualização da VCS Na TC é muito bem visualizado o espessamento dos septos interlobulares, sendo possível delimita-los quase completamente. É possível ver o espessamento peribroncovascular porque um brônquio normal é preto e com paredes bem finas, já o brônquio edemaciado apresenta paredes mais grossas ao redor. Normal Edemaciado No terceiro estágio, a fase de edema alveolar, vemos a imagem em asa de borboleta, com opacidade parenquimatosa no campo médio ou perihilar, que preserva bases, ápices e periferia (começa centralmente e pode evoluir perifericamente). Nesse raio x, além do edema alveolar também há edema intersticial (indefinição da parede vascular, linhas de Kerley B, área cardíaca aumentada, hilos ingurgitados, visualização de VCS). Preenchimento alveolar inicial: imagem em vidro fosco. Preenchimento alveolar mais crônico: imagem que sugere consolidação alveolar (imagem toda branca, opaca). O achado que mostra preservação de ápices, bases e periferia é o mais frequente de ser visto. Mas também pode-se encontrar imagens do tipo algodonosas ou com opacidade acinar/nodular difusas. Na TC também observamos o padrão de vidro fosco (central/medular e preservando a periferia a princípio): Nesse caso complicado com derrame pleural bilateral. ACHADOS ASSOCIADOS I. Derrame Pleural É um dos achados mais frequentemente encontrados; 70% é bilateral, acometendo mais o pulmão direito do que o esquerdo (devido a drenagem linfática esquerda ser mais efetiva); é necessário que seja > 175mL para ser visualizado no PA e > 75 para ser visualizado no perfil (fazendo com que o perfil seja o ideal para visualização, mais sensível); a radiografia de um paciente acamado, deve ser feita na incidência de Hjelm-Laurell, que é o decúbito lateral com raios horizontais do lado onde há suspeita de derrame. Imagem clássica de DP em PA: opacificação do terço inferior do pulmão direito, formação da parábola de Damoiseau. INCIDÊNCIA Perfil: melhor incidência, mais sensível, precisa de 75mL p/ visualizar o derrame. PA: diagnóstico tardio, precisa de 175mL, não é escolha. Acamados: decúbito lateral Apagamento do seio costofrênico no perfil. Derrame pleural subpulmonar: acúmulo de líquido no espaço pleural abaixo do pulmão. Forma imagem de alargamento do espaço entre o diafragma e a bolha gástrica no perfil. Não faz a parábola e sim uma convexcidade.
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