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Orçamento Empresarial e Controladoria Universidade do Sul de Santa Catarina Disciplina na modalidade a distância Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Orçamento Empresarial e Controladoria Disciplina na modalidade a distância Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância Reitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitora de Administração Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação Institucional Valter Alves Schmitz Neto Diretora do Campus Universitário de Tubarão Milene Pacheco Kindermann Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Secretária-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretor Adjunto Moacir Heerdt Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Auxiliares de Coordenação Ana Denise Goularte de Souza Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R.Pacheco Artur Beck Neto Bernardino José da Silva Charles Odair Cesconetto da Silva Dilsa Mondardo Diva Marília Flemming Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos da Silva Junior José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Joseane Borges de Miranda Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Vice-Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Bernardino José da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horácio Dutra Mello Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn José Carlos Noronha de Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Luciana Manfroi Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Sergio Sell Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Coordenadores Pós-Graduação Aloísio José Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Dayse Nunes Letícia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogério Santos da Costa Thiago Coelho Soares Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Jaliza Thizon de Bona Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Janaína Baeta Neves (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Reconhecimento de Curso Maria de Fátima Martins Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Marília Ignacio de Espíndola Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Elizete De Marco Fabiana Pereira Iris de Souza Barros Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Simone Zigunovas Tutoria e Suporte Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Nordeste) Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Francine Cardoso da Silva Janaina Conceição (Núcleo Sul) Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Kelin Buss Liana Ferreira Luiz Antônio Pires Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Michael Mattar Patrícia de Souza Amorim Poliana Simao Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Aline Pimentel Carmelita Schulze Daniela Siqueira de Menezes Delma Cristiane Morari Eliete de Oliveira Costa Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Geovania Japiassu Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marcelo Tavares de Souza Campos Mariana Aparecida dos Santos Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael da Cunha Lara Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Verônica Ribas Cúrcio Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Vanesa Montagna Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela Dreher Jaqueline Cardozo Polla Nágila Cristina Hinckel Sabrina Paula Soares Scaranto Thayanny Aparecida B. da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio VenturaOsni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente) Relacionamento com o Mercado Alvaro José Souto Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Mayara Pereira Rosa Luciana Tomadão Borguetti Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Sheila Cristina Martins Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Alberto Regis Elias Alex Sandro Xavier Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Davi Pieper Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Fernanda Fernandes Frederico Trilha Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Oberdan Porto Leal Piantino Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Josué Lange Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detóni André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Denise Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Jessica da Silva Bruchado Jonatas Collaço de Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Mariana Souza Marilene Fátima Capeleto Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual José Carlos Vieira (Organizador) Giovani Ademir Silveira Maurício Andrade de Lima Palhoça UnisulVirtual 2011 Revisão e atualização de conteúdo Adriano Sérgio da Cunha Design instrucional Cristina Klipp de Oliveira 4ª edição Orçamento Empresarial e Controladoria Livro didático Edição – Livro Didático Professores Conteudistas José Carlos Vieira (Organizador) Giovani Ademir Silveira Maurício Andrade de Lima Revisão e Atualização de Conteúdo Adriano Sérgio da Cunha (3. ed. rev. e atual.) Design Instrucional Cristina Klipp de Oliveira Assistente Acadêmico Leandro Rocha (3. ed. rev. e atual.) Aline Cassol Daga (4ª edição) Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Adriana Ferreira Santos Edison Valim (3. ed. rev. e atual.) Daiana Ferreira Cassanego (4ª edição) Revisão Ortográfica Revisare Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 658.151 O74 Orçamento empresarial e controladoria : livro didático / organizador, José Carlos Vieira ; [professores conteudistas] José Carlos Vieira, Giovani Ademir Silveira, Maurício Andrade de Lima ; revisão e atualização de conteúdo Adriano Sérgio da Cunha ; design instrucional Cristina Klipp de Oliveira ; [assistente acadêmico Leandro Rocha, Aline Cassol Daga]. – 4. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 196 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1. Administração financeira. 2. Orçamento nas empresas. I. Vieira, José Carlos. II. Silveira, Giovani Ademir. III. Lima, Maurício Andrade de. IV. Cunha, Adriano Sérgio da. V. Oliveira, Cristina Klipp de. VI. Rocha, Leandro. VII. Daga, Aline Cassol. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Princípios fundamentais do planejamento empresarial e sistema orçamentário Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - Orçamento de vendas e produção Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 UNIDADE 3 - Orçamento de compras de matérias-primas Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 UNIDADE 4 - Orçamento de mão de obra e custos indiretos de produção Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 UNIDADE 5 - Orçamento das despesas administrativas, de vendas e de capital Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 UNIDADE 6 - Orçamento de empréstimos e financiamentos Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103 UNIDADE 7 - Orçamento da movimentação das contas Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 UNIDADE 8 - Projeções econômicas e financeiras Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123 UNIDADE 9 - Medidas de desempenho Maurício Andrade de Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .141 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 179 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Orçamento Empresarial e Controladoria. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras dos professores Existe um dito popular que diz que se você não sabe para onde quer ir, todo vento será desfavorável.Este dito encaixa-se perfeitamente quando falamos de planejamento nas empresas. O planejamento, seja nas empresas, ou até mesmo em nossa vida pessoal, é de fundamental importância para que possamos alcançar os objetivos propostos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. É neste contexto que nossa disciplina se insere, dando a você educando, fundamentos e técnicas de planejamento e controle, para que seja perfeitamente possível antecipar as consequências de qualquer decisão levando em consideração seus resultados futuros e seus reflexos em todo o sistema de uma empresa. Espero que você aproveite esta disciplina em sua formação profissional e a partir desse momento você é meu convidado para mais uma etapa de seu aprendizado. Seja bem-vindo, e bons estudos! José Carlos Vieira Giovani Ademir Silveira Maurício Andrade de Lima Plano de estudo O plano de estudos visa orientá-lo/la no desenvolvimento da Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam. Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem - EVA; � as atividades de avaliação (complementares, a distância e presenciais). � O Sistema Tutorial. Ementa Funções de planejamento. Sistema orçamentário global. Orçamento de vendas. Orçamento de produção. Orçamento das despesas operacionais. Orçamento de caixa. Demonstrativo do resultado do exercício projetado. Balanço patrimonial projetado. Controle: definições e características. Relatórios de desempenho. Análise de variações orçamentárias. Carga Horária A carga horária total da disciplina é de 60 horas-aula. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Os objetivos principais desta disciplina são: � Apresentar os conceitos, técnicas e ferramentas básicas do planejamento e do orçamento. � Identificar a articulação dos orçamentos com os planos estratégicos e da organização � Fornecer todo o instrumental técnico e metodológico para a elaboração de um orçamento empresarial, bem como, permitir à administração conhecer os resultados operacionais da empresa. � Difundir a técnica orçamentária como instrumento de ação que auxilia a orientar o processo de tomada de decisão na gestão financeira e administrativa. � Propor conhecimento de caráter técnico sobre o uso de orçamento como instrumento de planejamento e controle das atividades de uma empresa. � Disseminar os conceitos, as normas, a prática de estimativas e previsões, as técnicas de projeção, a elaboração do orçamento e do acompanhamento. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. 13 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 - Princípios fundamentais do planejamento empresarial e sistema orçamentário Esta unidade irá estudar os pilares que norteiam a atividade de planejamento no âmbito financeiro, no desdobramento dos planos estratégicos, apresentando as conseqüências financeiras de cada ação empresarial, bem como na composição da estrutura orçamentária das empresas, identificando as vantagens e limitações do sistema orçamentário, conhecendo os princípios básicos do orçamento. Unidade 2 – Orçamento de vendas e produção Começaremos nesta unidade a efetivamente projetar as consequências das decisões e cenários prospectados na empresa em resultados econômicos, e com base na projeção de vendas e diretrizes de produção esta unidade tem como objetivo, a definição dos volumes de produção necessários para dar suporte a venda projetada. Unidade 3 – Orçamento de compras de matérias-primas Após sabermos o volume de produção necessário, é necessário definirmos qual a quantidade de matéria-prima, necessária para dar suporte a produção estimada. Esta unidade tem o objetivo de instrumentalizá-lo para este fim. Unidade 4 – Orçamento de mão de obra e custos indiretos de produção Aliado a matéria-prima, a mão de obra e os custos indiretos de produção são fatores de produção mais importantes no processo produtivo. Saber quantificar o volume de mão de obra é o objetivo desta unidade de estudo. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 5 – Orçamento das despesas administrativas, de vendas e de capital As despesas administrativas e de capital, apesar de não serem custos têm impacto considerável no resultado das empresas, fazendo com que sua correta quantificação e acompanhamento seja um fator primordial para o sucesso de qualquer organização. Unidade 6 – Orçamento de empréstimos e financiamentos Para poder dar suporte as operações das empresas, muitas vezes é necessária a captação de recursos para alavancar os resultados da empresa. Esta unidade discutirá com tratar estes empréstimos do ponto de vista orçamentário para a empresa. Unidade 7 – Orçamento da movimentação das contas Nesta unidade iniciaremos o “fechamento” de nosso orçamento ajustando os saldos de contas a fim de se apurar o resultado econômico e financeiro da empresa. Unidade 8 – Projeções econômicas e financeiras Saber o resultado futura da empresa é de fundamental importância para a gestão do negócio. Nesta unidade estudaremos como se calcular o resultado econômico e financeiro da empresa com base nas projeções anteriormente efetuadas. Unidade 9 – Medidas de desempenho Nesta unidade estudaremos algumas maneiras de medirmos a performance da empresa, e se os objetivos traçados e planejados estão alcançando seus objetivos levando em consideração um, pois de nada nos adianta planejar, mensurar e quantificar, se não acompanhamos o desempenho realizado com o planejado. 15 Orçamento Empresarial e Controladoria Agenda de atividades/ Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente o espaço da Disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo; e da interação com os seus colegas e professor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da Disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1 UNIDADE 1 Princípios fundamentais do planejamento empresarial e sistema orçamentário Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira Objetivos de aprendizagem � Entender o mecanismo de planejamento e controle de resultados. � Conhecer os princípios e os tipos de planejamento. � Identificar as vantagens e desvantagens na utilização do planejamento empresarial. � Compreender as técnicas e os conceitos do sistema orçamentário empresarial. � Identificar e conhecer as vantagens e desvantagens da utilização do sistema orçamentário. � Conhecer os princípios básicos do orçamento empresarial. Seções de estudo Seção 1 Aspectos importantes no estudo e na aplicação do planejamento Seção 2 O que é planejamento? Seção 3 Quais os tipos de planejamento? Seção 4 Quais os princípios do planejamento? Seção 5 Quais as vantagens e desvantagens do planejamento? Seção 6 Quais os conceitos e objetivos do orçamento? Seção 7 Quais as vantagens e desvantagens decorrentes da utilização do orçamento empresarial? Seção 8 Quais os princípios básicos do orçamento empresarial? 18 Universidade do Sul de Santa CatarinaPara início de estudo A partir desta unidade, você compreenderá por que o planejamento e o controle de resultados são importantes para a elaboração adequada de um orçamento empresarial. Além disso, você está convidado a elaborar um orçamento. Seja bem-vindo! Você está adentrando ao universo orçamentário e terá, a partir de agora, a possibilidade de identificar o porquê da necessidade de uma empresa possuir um planejamento bem definido. É preciso compreender os conceitos e os tipos de orçamento, bem como a aplicação prática para a inicialização desse processo. Esteja sempre disponível para trabalhar e aprender! Seção 1 - Aspectos importantes no estudo e na aplicação do planejamento Para a compreensão da evolução e surgimento do planejamento, é importante saber que o ponto de partida foi com as estratégias militares. Mas afinal, o que são estratégias? É simples: etmologicamente, a palavra “estratégia” vem do termo grego strategos, que combina stratos (exército) com ag (liderar) que significa, literalmente, a “função de general do exército”. A primeira fase do planejamento, de acordo com Tavares (2000, p.23), floresceu na metade do século XX nos Estados Unidos, quando o planejamento financeiro começou a ter aceitação. Logo após, surgiu o planejamento estratégico e o de longo prazo. Nos dias atuais, a necessidade de possuir um planejamento, seja de curto ou de longo prazo, impulsiona as empresas a definirem estratégias sobre projetos futuros com o devido estudo prévio das variações e ocorrências dos cenários que o mercado financeiro poderá ocasionar. A análise das eventuais variações e ocorrências em uma economia de instabilidade e incerteza requer do gestor, sensibilidade e 19 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 conhecimento necessário para que o planejamento surta seus efeitos e que suas metas e objetivos sejam alcançados. A importância dos ingredientes necessários para a compreensão e aplicação adequada do planejamento leva o gestor a ter conhecimentos amplos e específicos sobre a empresa e o mercado que a mesma está inserida. O não-reconhecimento dos vários programas de planejamento e a não-distinção dos conceitos e técnicas utilizadas podem ocasionar um processo de planejamento ineficaz, e a incompreensão do processo orçamentário global. Como ocorre a elaboração de um projeto? A forma para elaboração de um planejamento e de controle de resultados, pode ser exercida por meio de várias formas, desde que os aspectos a serem levados em consideração sejam compreendidos como ferramenta, técnica e fundamento: � a ferramenta refere-se aos formatos e métodos de preenchimentos de formulários e planilhas de cálculo; � as técnicas podem ser baseadas em enfoques e métodos específicos, sendo muitas vezes, numerosas e; � os fundamentos estão diretamente ligados à efetiva execução do processo de administração, com orientação das atividades e condições ambientais. O planejamento eficaz deve promover a interação e o comprometimento de todos os membros da organização, buscando, por meio da coleta de dados e um sistema de informações gerenciais confiável, alcançar o resultado esperado e servir de subsídio para a tomada de decisão. Então, para contemplar o planejamento empresarial como um todo, deve-se ter conhecimentos sobre o que é informação e o que é dado em um universo gerencial. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina As organizações são carentes de informações gerenciais. Surge, com isso, a necessidade de se criar um fluxo de documentos e rotinas operacionais adequados, que forneçam informações ágeis e confiabilidade no processo. Sem estes, corre-se o risco de perder a competitividade. A agilidade no processo de informações gerenciais dentro das organizações depende, em sua maioria, de um nível de informatização. Masakazu Hoji (2003), pesquisador da área definiu que: Sistema de Informações Gerenciais pode ser entendido com um conjunto de subsistemas de informações que processam dados e informações para fornecer subsídios ao processo de gestão. Diante desta definição, você pode se perguntar sobre o que é dado e o que é informação. O mesmo autor, no seu livro sobre Administração Financeira, define que: � dados: em si não transmitem ideia clara de determinado fato ou situação; e, � informações: são o resultado do conjunto de dados adequadamente processados, que permite ao usuário final, a compreensão e a tomada de decisão. Compreendendo a teoria do planejamento em sua essência, as responsabilidades e a função da administração financeira, para que você possa fazer um planejamento, deve-se levar em consideração as variáveis que afetam a empresa. A administração para o êxito do planejamento deve manter constantemente as tarefas específicas, como você pode observar na figura a seguir: 21 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Desenvolver, de maneira imaginativa, novas potencialidades de lucros e melhorar as atividades geradoras de lucros já existentes na empresa. Estabelecer sistematicamente os objetivos relevantes da empresa e formular estratégias realistas para alcançar tais objetivos a curto e longo prazo ORGANIZAR FORMAR EQUIPES Estruturar as tarefas a serem executadas para alcançar os objetivos da empresa. Avaliar e definir as necessidades de recursos humanos compatíveis com os objetivos e planos da empresa. Atribuir as tarefas estruturais a indivíduos específicos pela designação de autoridade e responsabilidade. Empregar indivíduos competentes e desenvolver programas para aumentar suas competências. DIRIGIR CONTROLAR Exercer liderança dinâmica na implantação e execução de planos e estratégias. Exercer continuamente um controle dinâmico, agressivo e flexível das operações para assegurar conformidade realista com os planos e objetivos. Desenvolver condições de trabalho que ofereçam motivação positiva para indivíduos e grupos. Aperfeiçoar permanentemente o processo de administração, por meio de avaliações do “feedback” obtido, pela introspecção e de uma disposição construtiva no sentido de fazer novas experiências e aceitar mudanças. Figura 1.1 - Planejamento Uma vez que você compreendeu estas informações iniciais, na próxima seção, estudará detalhadamente sobre planejamento. Seção 2 - O que é planejamento? Os dispêndios de capital podem ser temporários ou permanentes, O planejamento pode ser definido como o modo de administrar uma empresa tendo, como enfoque principal, o alcance das metas e objetivos futuros de médio e longo prazo, possibilitando assim, estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários preestabelecidos e delegando responsabilidades. O planejamento integra todos os aspectos funcionais e operacionais de uma empresa, buscando a flexibilidade e o realismo, como também requer do administrador competência para planejar, manipular e controlar as variáveis relevantes à vida da empresa. PLANEJAR 22 Universidade do Sul de Santa Catarina O planejamento deve ser estruturado de forma a atingir os objetivos da organização como um todo, sendo crucial para a sua manutenção ou criação, além de ser utilizado como um sistema de controle para a avaliação das performances no decorrer do processo. O planejamento e o controle de resultados andam sempre juntos, ou deveriam andar, onde o controle é a ferramenta para a aferição do desempenho em relação a um padrão, bem como a correção ou ajuste que proporciona garantia e segurança na aplicação dos objetivos planejados. Mas afinal, quais são os objetivos do planejamento? Os objetivos do planejamento podem ser compreendidos da seguinte forma, conforme figura 1.2: PLANEJAMENTO O objetivo do planejamento é definir com antecedência as estratégias e ou ações futuras a serem executadas dentro de uma perspectiva econômica pré-estabelecida, visando à maximização dos lucros aos sócios e ou acionistas, bem como, delegando responsabilidades aos envolvidosnesse processo. Objetivos Gerais Objetivos Gerais Produtos Serviços Mercado Estratégias Tipos de Planejamento Como realizar? Estratégico Como alcançar? Tático Quais recursos disponíveis? Operacional Figura 1.2 - Objetivos do planejamento Econômicos Financeiros Sócios ou acionistas Clientes Colaboradores Fornecedores 23 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Para que você possa compreender o que é planejamento e como inicializa-se sua implementação, antes de qualquer definição, é necessário fazer as seguintes perguntas: � Quais as estratégias a serem adotadas para alcançar os objetivos e metas? � Quais as políticas e diretrizes da empresa? � Quais são custos e como alcançar os resultados almejados? � Existem recursos financeiros, materiais e humanos para realizar o planejamento? Com a definição das estratégias, políticas e diretrizes da empresa e a avaliação da existência de recursos, você pode criar e implantar um planejamento, seja ele de curto ou longo prazo. Por meio do planejamento você pode verificar se os objetivos e resultados almejados poderão se realizar e, com isso, definir se há necessidade de mudança ou não, das políticas ou estratégias previamente definidas. Segundo Anthony (1998), uma organização que não faz planos não é uma organização, mas apenas um grupo incoerente de indivíduos mais ou menos desorientados. Ainda segundo Sêneca (filósofo romano): “Não há vento favorável para aquele que não sabe aonde ir”. Conhecido o conceito de planejamento, a próxima seção convida você a estudar os tipos de planejamento existentes. Seção 3 - Quais os tipos de planejamento? O planejamento evoluiu no decorrer dos anos e adaptou-se às novas condições do ambiente, sendo instrumento relativamente complexo e focado no sentido conceitual do negócio. Diante desse contexto, o planejamento pode ser dividido em três tipos distintos: estratégico, tático e operacional. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina Os planejamentos estratégico, tático e operacional são formados pela integração entre as técnicas e ferramentas, tais como o orçamento e o balanced scorecard. Essa integração permite ao gestor executar e controlar as operações envolvidas no processo. Conheça os detalhes de cada tipo de planejamento: a) planejamento estratégico – este tipo de planejamento normalmente traz poucas informações quantitativas, sendo geralmente de longo prazo, (frequentemente de cinco ou mais anos). Elaborado e coordenado pelos níveis mais altos da administração, envolvem grandes investimentos e mudanças no mix e produtos. As decisões baseadas no planejamento estratégico são efetuadas com um nível de risco expressivo e, em sua maioria, tomadas em grupo (ex: compra de uma nova fábrica, lançamento de novos produtos). b) planejamento tático – de curto prazo, tem como foco geralmente uma área específica. Este planejamento provê objetivos mensuráveis, visando a atender às necessidades imediatas das decisões estratégicas, explorando e melhorando os resultados de área pré- determinadas. (ex: melhoria na área do marketing, com a divulgação da nova linha de produto por meio da mídia). c) planejamento operacional – de curto e médio prazo (máximo três anos). Tem a finalidade de controlar e definir de forma rápida a aplicação dos recursos, com decisões operacionais geralmente diárias, descentralizadas, podendo ser reversíveis e com detalhamento das operações. Agora que você já conhece os tipos de planejamento, chegou a hora de estudar os princípios. 25 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Seção 4 - Quais os princípios do planejamento? Por meio do planejamento você pode definir para onde a empresa vai, avaliar o ambiente em que a empresa está inserida e ainda desenvolver novas estratégias. Os princípios fundamentais do planejamento podem ser assim resumidos: � comprometimento e envolvimento administrativo (participação, confiança e orientação); � organização, adaptação e controle (definição de linhas de autoridade e responsabilidade); � comunicação e interação entre setores (fornecimento de informações sem restrições de relatórios por área de responsabilidade); � definição e orientação para objetivos (padrões de desempenho, critérios de avaliação e definição de objetivos gerais e específicos); � hierarquização dos objetivos (viabilização dos objetivos máximos da empresa, dividindo-os por ordem de importância); � definição de estratégias e expectativas realistas (evitar o conservadorismo exagerado, bem como um otimismo irracional); � flexibilidade (liberdade de ação e aproveitamento de novas oportunidades, evitando as chamadas “camisas- de-força”); � acompanhamento, revisão e/ou correção permanente (avaliação do cumprimento das metas e objetivos preestabelecimentos, independente do sucesso ou não do planejamento). Você percebeu quantos itens devem ser controlados, para que se consiga obter sucesso na utilização de um planejamento? Mas não se preocupe. Saiba que para alcançar o sucesso na utilização do planejamento, torna-se indispensável o comprometimento de todos os colaboradores envolvidos no processo, além de 26 Universidade do Sul de Santa Catarina delegar responsabilidades e avaliar a execução dos planos e ações tomadas, objetivando alcançar os objetivos previamente estabelecidos. Segundo Oliveira (1995), os princípios do planejamento podem ser classificados em gerais e específicos: a) Princípios gerais: � contribuição aos objetivos – deve-se viabilizar a realização dos objetivos máximos da empresa pela hierarquização dos objetivos estabelecidos, considerando a interligação entre eles; � precedência – corresponde a uma função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle); � maior penetração e abrangência – o planejamento pode provocar uma série de modificações nas características e atividades da empresa; � maior eficiência, eficácia e efetividade – o planejamento deve maximizar os resultados e minimizar as deficiências. b) Princípios específicos: � planejamento participativo – o papel do responsável pelo planejamento é o de facilitar o processo de sua elaboração, pelas próprias áreas envolvidas nesse processo; � planejamento coordenado – deve ser levado em consideração que a maioria dos aspectos envolvidos no planejamento é interdependente; � planejamento integrado – geralmente os objetivos são escolhidos pelos escalões superiores e os meios para atingi-los são fornecidos pelos escalões médios e inferiores da organização; � planejamento permanente – os planos devem ser revisados permanentemente. 27 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Provavelmente, a estas alturas do seu curso, você já está mais integrado e compreendendo o planejamento e sua importância no contexto dentro de uma organização. Por isso, a seção seguinte lhe revela as (des)vantagens do planejamento na utilização e aplicação de um planejamento empresarial. Seção 5 - Quais as vantagens e desvantagens do planejamento? Segundo Welsch (1983, p. 63), as principais vantagens do planejamento são: ( 1 ) desenvolvimento da sofisticação da administração em seu uso; ( 2 ) elaboração de um plano (orçamento) realista de vendas; ( 3 ) estabelecimento de objetivos e padrões realistas; ( 4 ) comunicação adequada de atitudes, políticas e diretrizes pelos níveis administrativos superiores; ( 5 ) obtenção de flexibilidade administrativa no uso do sistema; e ( 6 ) atualização do sistema de acordo com o dinamismo do meio em que a administração atua. Para se poder avaliar as vantagens de um programa de planejamento de forma específica, deve-se ter consciência, que o mesmo se destaca da seguinte maneira: 1. obriga a definição e a análise das políticas e estratégias; 2. destaca as áreas de eficiência ou ineficiência; 3. necessita de uma estrutura organizacional definida; 4. exige o comprometimento no processo de todosos níveis hierárquicos; 5. obriga a contabilidade a prestar dados e informações confiáveis e adequadas; 28 Universidade do Sul de Santa Catarina 6. propicia a redução de custos pelo aumento no nível de controles internos; 7. possibilita a avaliação periódica dos objetivos e metas de resultados almejados. Compreendidas as vantagens, chegou a vez de identificar as eventuais limitações de um planejamento empresarial, lembrando que as mesmas devem ser trabalhadas individualmente, de forma a minimizar os impactos. Welsch (1983) afirma que as principais limitações na preparação e utilização de um plano de planejamento são as seguintes: � o plano de resultados baseia-se em estimativas – falta de precisão em que as estimativas básicas são feitas. São oriundas geralmente da definição de parâmetro por meio de julgamentos pessoais e sem a devida utilização de técnicas estatísticas, matemáticas dentre outras. � um programa de planejamento deve ser permanentemente adaptado às circunstâncias existentes – um programa orçamentário não pode ser aplicado em pouco tempo, sendo que as técnicas utilizadas devem ser continuamente adaptadas, ou seja, um programa ideal de planejamento deve ser dinâmico em todos os sentidos. � a execução de um plano de resultados não é automática – uma vez concluído, um plano só poderá tornar-se eficaz quando todos os executivos responsáveis o apoiarem e exercerem esforços continuados e agressivos, no sentido de sua execução. � o plano de resultados não deve tomar o lugar da administração – o planejamento de resultados não substitui a administração, é um instrumento que pode ajudar o desempenho do processo de administração de várias maneiras significativas. Uma vez que você pôde conhecer e refletir ainda mais sobre planejamento, chegou a hora de você colocar seus conhecimentos em prática, realizando as atividades de autoavaliação. 29 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Seção 6 - Quais os conceitos e objetivos do orçamento? Você sabia que o orçamento é tão antigo quanto a humanidade? Pois é, ele surgiu da necessidade que os homens da caverna tinham em prever a quantidade de comida necessária para a passagem dos longos e frios invernos. A palavra “orçamento” surgiu na época romana, onde os cobradores de impostos usavam uma bolsa de tecido para a coleta, chamada de fiscus. Porém, as práticas contemporâneas do orçamento devem-se ao desenvolvimento da Constituição Inglesa em 1215, onde era definido que o Rei e o Primeiro Ministro só poderiam cobrar impostos e aplicar recursos com autorização do Parlamento. De acordo com Zdanowicz (1983), em empresas privadas, o orçamento surgiu em 1215, nos Estados Unidos, introduzido pelo gerente financeiro da Du Pont de Memours. Já no Brasil, o surgimento do orçamento no Brasil deu-se a partir de 1940, mas o auge ocorreu na década de 70, quando as empresas passaram a adotar esta técnica com mais freqüência. Cabe ressaltar que o planejamento e o orçamento andam juntos, ou seja: o processo orçamentário, como um todo, faz parte de etapas do planejamento, seja ele estratégico, tático ou operacional, bem como sua elaboração envolve planos e políticas detalhadas como objetivo principal da maximização dos lucros. O orçamento torna-se, para a organização, ferramenta essencial para a previsão das receitas e despesas dentro da estrutura dos programas existentes. Com ele, determina-se a melhor relação entre resultados para atender as necessidades, expectativas e resultados almejados pela organização, no período orçado. O orçamento fixa padrões, avalia a performance dos resultados e ações estabelecidas para alcançar os objetivos estabelecidos, proporcionando o envolvimento de todas as áreas da empresa. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Então, pode-se conceituar o sistema orçamentário como: Um instrumento de controle de resultados e planejamento, que mensura, avalia e demonstra por meio de projeções e cenários pre-estabelecidos os resultados e desempenhos econômicos e financeiros da organização. Segundo Moreira (1989), o sistema orçamentário é um conjunto de planos e políticas que, formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à administração conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em seguida, executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos. Já para Welsch (1983), o orçamento está associado às funções administrativas, abrangendo o planejamento, execução, controle, avaliação, motivação e coordenação. Um orçamento empresarial é a expressão de um plano de ação futuro da administração para determinado período, sendo que o mesmo pode abranger aspectos financeiros e não-financeiros desses planos e funcionar como um projeto para a empresa seguir no período vindouro. Você deve estar imaginando, o que é um plano? Um plano, segundo Paulo da Vasconcellos Filho (que junto com Dernizo Pagnoncelli, é autor do livro: Construindo Estratégias para Vencer!, da Editora Campus, 2001) não é um documento definitivo, gravado em mármore, rígido e imutável. Precisa ter pés ligeiros para acompanhar a dinâmica do novo tempo que estamos presenciando, cheio de incertezas, turbulências, além de constantes e profundas variações. Para Zdanowicz (1983, PP. 21-22), o processo orçamentário deve apresentar características como: � Projeção do futuro. � Flexibilidade na aplicação. � Participação direta dos responsáveis. 31 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Agora que você já sabe quais os conceitos do orçamento, que tal identificar os principais objetivos? A figura 1.3 mostra os seis principais objetivos do orçamento, de acordo com Brookson (2000, p. 7). Planejar PLANEJAMENTO Auxiliar a programar atividades de um modo lógico e sistemático que corresponda à estratégia de longo prazo da empresa. MOTIVAÇÃO Estimular os diversos gerentes para que atinjam metas pessoais e da empresa Controlar COORDENAÇÃO Ajudar a coordenar as atividades das diversas partes da organização e garantir a consistência dessas ações. CONTROLE Controlar as atividades da empresa por comparação com os planos originais, fazendo ajuste onde necessário. Executar COMUNICAÇÃO Informar mais facilmente os objetivos, oportunidades e planos da empresa aos diversos gerentes de equipes. AVALIAÇÃO Fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista suas metas pessoais e a de seu comportamento. Figura 1.3 - Os seis objetivos principais do orçamento O processo orçamentário é a forma como a empresa elabora seu orçamento, o ritual inicial, o ciclo, incorporando a cultura da empresa, variáveis e objetivos a serem alcançados. Então diante dessa afirmação, o sistema orçamentário pode ser utilizado como: a) dispositivo de comunicação � planos (objetivos da organização); � variáveis; � verificar eventuais desvios. 32 Universidade do Sul de Santa Catarina b) contrato (compromisso) � pacto entre duas pontas; � avaliar desempenho de cada setor; � diretoria com as demais áreas. c) padrão (medida de desempenho) � dita metas; � margens; � resultados. Uma questão importante que é preciso cuidar, sob o ponto de vista do planejamento, é que para a implantação de um sistema orçamentário na organização, faz-se necessário que todos os níveis estejam afinados com os objetivos e que cada colaborador, gestor ou não, tenha plena consciência de sua própria missão. Qual a sua opinião: uma organização que utiliza o orçamento tem mesmo vantagens competitivas? Na próxima seção acompanhe e confira as vantagens da utilização do orçamento empresarial. Seção 7 - Quais as vantagens e desvantagens decorrentes da utilização do orçamento empresarial? Segundo pesquisadores da área, o uso do sistema orçamentário promove inúmeras as vantagens para a organização, seus gestores e colaboradores,pois além do controle e aspectos financeiros, apresenta grande influência nas decisões estratégicas. Uma organização, que utiliza o orçamento, possui um diferencial no mercado, sendo mais competitiva e ágil no processo de tomada de decisão. 33 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 O estudo da destinação do lucro torna-se facilitado através de ações e informações geradas pelo orçamento. Essas ações e informações são realizadas por intermédio de políticas e diretrizes, tendo como finalidade maximizar a rentabilidade de cada um dos negócios da organização. Lembre que neste curso, já na disciplina de Fundamentos Econômicos, você estudou que toda a organização visa lucro, não é mesmo? Pois será neste mesmo sentido, que uma organização por meio do sistema orçamentário, vai repassar aos seus colaboradores a noção de custos, de economia, da racionalização e do lucro, para que o objetivo principal do orçamento seja comum a todos. Surge neste momento a pergunta: Quais as contribuições que um sistema orçamentário pode trazer para a organização? Sob o prisma da lucratividade trará a minimização dos custos e a contenção das despesas, pelo menor custo, seja ele de mão de obra, dos serviços de terceiros, dos encargos, das matérias-primas. Cabe ressaltar que, a busca por menores custos não quer dizer queda de qualidade. Essas reduções de custos precisam ser efetuadas para evitar efeitos negativos ao faturamento e/ou à lucratividade. De forma geral, um sistema orçamentário estabelece como principais vantagens: � exigir a definição das políticas básicas da empresa; � definir a quantificação do que é necessário realizar para alcançar resultados satisfatórios; � obrigar que todos os níveis de chefia participem do processo de fixação e concretização dos objetivos, estratégias e políticas da empresa; � proporcionar um planejamento mais eficaz sobre o uso dos recursos tecnológicos, humanos, materiais e financeiros (otimização de resultados); � tomada de decisões mais consistente, uma vez que os administradores quantificam e datam as atividades pelas quais são responsáveis; 34 Universidade do Sul de Santa Catarina � determinar que a contabilidade forneça informações realistas e atualizadas; � destacar as áreas de eficiência ou de ineficiência da organização; � promover a melhoria da utilização dos recursos disponíveis, bem como ajustá-los às atividades prioritárias. Uma vez conhecidas as principais vantagens do sistema orçamentário, talvez você agora esteja achando que ele seja só “tudo de bom” para uma organização. Mas cuidado para não se deparar com deduções precipitadas, ele também apresenta limitações ou restrições. O sistema orçamentário apresenta algumas restrições ou limitações que precisam ser bem gerenciadas pelas organizações. As principais limitações do sistema orçamentário e controle de resultados são: a) Ser baseado em projeções e estimativas � A força ou fraqueza de um sistema orçamentário e de controle de resultados depende, em grande parte, da precisão com que as estimativas básicas são elaboradas. � As estimativas precisam ser apoiadas em todos os fatos conhecidos e em julgamentos pessoais adequados. � O processo de estimativa das receitas e despesas não pode ser uma ciência exata; entretanto, existem numerosas técnicas estatísticas e outras que podem ser aplicadas eficazmente aos problemas encontrados, chegando-se a resultados satisfatórios se elas forem combinadas com raciocínios e julgamentos apropriados. � Ao se acreditar que essas estimativas podem ser elaboradas em bases realistas, um esforço sério geralmente deverá produzir resultados satisfatórios. 35 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 b) Precisa ser flexível e adaptado de acordo com as circunstâncias ou cenário � As técnicas do orçamento e do controle de resultados devem ser continuamente adaptadas e ajustadas, sendo que o gestor da organização deve possuir a sensibilidade para alterar ou modificar o orçamento em função de variações mercadológicas, ou diante de novas circunstâncias internas da organização. � Um programa para a implantação de sistema orçamentário adequado deve ser dinâmico. c) Sua execução não é automática � Uma vez concluído, um plano (orçamento) só poderá tornar-se eficaz quando todos os níveis da organização estiverem comprometidos e exercendo esforços contínuos e agressivos para a manutenção e a execução desse orçamento. � Todos os níveis da organização devem assimilar e entender o programa a ser adotado, estando convictos da sua relevância para o departamento ou para a função que ocupa. d) Auxilia o processo de decisão, não toma o lugar da administração � O orçamento não substitui a administração; � É um instrumento que ajuda o desempenho do processo de várias maneiras. Uma vez conhecido as vantagens e desvantagens de um orçamento empresarial, responda o seguinte desafio: Quais são as vantagens ou limitações do orçamento na organização onde você trabalha? 36 Universidade do Sul de Santa Catarina Experimente, antes de seguir com seus estudos, a responder a pergunta. Utilize as linhas a seguir para realizar suas anotações. Vamos lá, o mundo do orçamento lhe espera! Compreendido o conceito, as vantagens e as desvantagens do sistema orçamentário, a próxima seção lhe apresenta os princípios. Seção 8 - Quais os princípios básicos do orçamento empresarial? Para a utilização ou implantação de um sistema orçamentário as organizações precisam conhecer os seus princípios básicos, pois são eles que estabelecem as condições ambientais necessárias para o seu bom funcionamento. Os princípios podem ser divididos em: a) comprometimento dos gestores de todos os níveis da organização - todos os administradores da organização precisam interagir e compreender os objetivos e metas do sistema orçamentário a ser implantado. Os gestores necessitam, por meio de apoio, participação ou orientação, comprometer seus colaboradores para não correr o risco de ter o insucesso da implantação e permanência do sistema orçamentário na organização; b) estrutura organizacional - para o sucesso do sistema orçamentário, é importante que a organização tenha bem definidos os níveis de autoridade e responsabilidade. A organização precisa definir quem é responsável por cada área ou projeto, traçando diretrizes e metas, para que caso ocorra eventuais desvios nos planos determinados, o orçamento cobrirá responsabilidade e aplicabilidade dos mesmos; c) contabilidade por centros de responsabilidade - todo o planejamento ou orçamento baseia-se em dados e informações históricas geradas principalmente pelo sistema contábil, e como o controle envolve comparações entre realizados e orçados, é importante 37 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 que o sistema contábil seja organizado de acordo com a estrutura de responsabilidade da organização. O plano de contas da contabilidade deve ser semelhante à estrutura do orçamento; d) orientação para as metas e objetivos - a administração deve definir os objetivos estratégicos, táticos e operacionais, para que a organização por meio do sistema orçamentário possa alcançá-los. As prioridades e objetivos principais são definidos pela administração, para facilitar o processo e ter de seus colaboradores a aceitação necessária para o bom desempenho do orçamento a ser implantado; � flexibilidade - impede a criação de “igrejinhas” ou “camisas-de-força”, permitindo o aproveitamento, a qualquer tempo, de oportunidades favoráveis, mesmo que não incluídas no orçamento; � acompanhamento - o acompanhamento do orçamento é a ferramenta certa e ideal para a adoção de medidas corretivas, sejam elas favoráveis ou não, bem como permite a todos os níveis da organização a transparência das informações em um curto prazo de tempo; � expectativas realistas - os objetivos e metas muito ambiciosos, além de não favorecer a motivação dos seuscolaboradores, merecem cuidados especiais, pois são definidos de acordo com a capacidade da organização. Você sabe qual é a função da determinação de um objetivo? Os objetivos têm a função de: a) orientar a ação; b) definir o ritmo dos negócios; c) motivar as pessoas; d) facilitar a avaliação do desempenho. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Enfim, depois de acompanhar todas as seções desta unidade, reflita sobre o que você entendeu sobre orçamento. Foi possível entender toda a importância desse sistema para as organizações? O esperado é que sim, pois, a partir desta unidade você estará apto a iniciar a jornada para implantação de um sistema orçamentário. E para concluir o entendimento sobre o sistema orçamentário, coloque sua aprendizagem em prática, realizando as atividades seguintes. Síntese Nesta unidade você obteve conhecimentos introdutórios para o estudo de sistema orçamentário e, deste modo, pôde ampliar seu entendimento sobre o planejamento, seus princípios e os tipos que podem ser utilizados em seu dia a dia. Além disso, você estudou que o orçamento e o planejamento andam juntos e que antes de qualquer estimativa ou projeção, para o sucesso da implantação e permanência do sistema de orçamento é necessário ter presente as metas e objetivos, ou seja, saber onde sua organização quer chegar. O planejamento, independente do nível que seja implantado, é uma ferramenta essencial nas organizações, sendo que por meio dele é que são definidas as metas e objetivos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. Dependendo da amplitude ou área que o gestor queira interagir ou se aprofundar, o planejamento poderá ser dividido em estratégico, tático e operacional. O nível de decisão estratégico é o que gera maior risco para a organização é aquele que desafia o gestor por envolver grandes investimentos, e por ser aplicado em longo prazo. Geralmente, é o gestor do nível mais alto da organização que participa dessas decisões e que, comumente, visa à mudança do mix de produtos ou construção de um novo parque fabril. 39 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 As organizações que não sabem onde querem ir, não sabem onde vão chegar. Logo, para alcançar os resultados planejados é necessário ter, independentemente do nível que seja implantado, a definição dos objetivos, o caminho a seguir e quem serão os responsáveis pelas áreas. O planejamento e o orçamento para as organizações, com a velocidade e a competitividade do mercado tornam-se ferramentas essenciais para a sobrevivência e controle das ações, corrigindo eventuais desvios, e alterando as políticas e estratégias. Uma vez adquirida a compreensão nesta unidade sobre a vantagem competitiva que apresenta uma organização que possui controles, agora você até pode sugerir para a sua organização a implantação, a mudança ou ajuste no orçamento, não é mesmo? A partir da próxima unidade, para colocar a “mão na massa”, você vai começar a efetuar os cálculos e estimativas, tudo vai iniciar pelo orçamento de vendas, que é a porta de entrada dos recursos da organização. Até lá! Atividades de autoavaliação Após você ter realizado a leitura criteriosa da unidade, leia os enunciados com atenção e responda as questões a seguir. 1. Descreva, com suas palavras, o que é planejamento. 40 Universidade do Sul de Santa Catarina 2. Cite e conceitue os tipos de planejamento existentes. 3. Cite e comente com suas palavras: quais são os princípios específicos do planejamento? 4. O programa de planejamento pode ser efetuado em pequenas empresas? Caso afirmativo, cite três vantagens. 41 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 5. Explique, com suas palavras, como o planejamento pode se útil para administração como um todo. 6. Descreva detalhadamente o que você compreende por “Orçamento”. 7. Quais são os objetivos do orçamento? 42 Universidade do Sul de Santa Catarina 8. Suponha que uma equipe de futebol receba um convite para participar de um campeonato na cidade de Las Vegas – EUA. Depois de vários estudos e reuniões, a equipe resolveu aceitar e realizar a tão sonhada viagem. A diretoria da equipe, que vai organizar a viagem, apurou as seguintes informações: � a equipe é formada por 25 jogadores e todos irão à excursão; � o hotel escolhido é o Las Vegas Palace Hotel, onde podem hospedar-se 4 jogadores por apartamento, a diária por apartamento é de US$ 120; � o tempo de permanência no hotel é de 13 dias; � para o deslocamento dos jogadores do hotel ao estádio, decidiu-se contratar uma Van que transporta 5 jogadores. Ela pode ser utilizada durante toda a permanência e o custo de cada Van é US$ 150; � o preço da passagem área, por jogador, é US$ 500; � o valor da alimentação/dia, por jogador, é de US$ 20 (Permanência 13 dias); � o valor do custo dos treinos no hotel, por pessoa, é de US$ 50 (todo o período da viagem); � outros custos por jogador - US$ 180 (todo o período da viagem); � a taxa de câmbio a considerar: R$ 2,70 por US$ 1; Pede-se: a) Qual o custo total da viagem, em reais? b) Qual o custo, por jogador, em reais? (Explique os cálculos) 43 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 1 Saiba mais Para aprofundar os assuntos abordados nesta unidade, como sugestão: Como você sabe, para a elaboração de um orçamento, você deve prever expectativas realistas e preferir a utilização de técnicas para dos resultados. Um dos componentes do orçamento nesse sentido são os impostos. Onde o gestor deve estar atento às movimentações do mercado e às normas tributárias que o governo publica sobre eventuais aumentos ou redução de alíquotas. Para que você possa ter uma ideia da complexidade deste item, a revista Veja na edição n.º 1886, de 05 de janeiro de 2005, traz a seguinte matéria: “Uma norma tributária a cada 40 minutos”, onde um estudo feito pelo IBPT mostra que em média são editadas no pais 37 normas tributárias por dia, média essa desde a constituição de 1988. De lá para cá, foram editadas nada menos de que 3.315.947 normas. Então, fique ligado e antes de seguir em frente procure saber o que uma empresa tributada pelo regime do simples, presumido ou real contribui com impostos. Você também pode realizar pesquisas nos livros: ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. FELISONI, de A C., SILVEIRA, J. A G da. Finanças no varejo: gestão operacional. São Paulo: Atlas, 2000. FELISONI, de A C. Varejo - modernização e perspectivas. São Paulo: Atlas, 1994. HOJI, Masakazu. Administração financeira, uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2003. SCUBERT, P. Manual de orçamento empresarial integrado: sua metodologia, elaboração, controle e acompanhamento. Rio de Janeiro: Jolan, 1987. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina SOBANSKI, J. J. Prática de orçamento empresarial: um exercício programado. São Paulo: Atlas, 1996. TUNG, N. Orçamento empresarial e custo-padrão. São Paulo: Universidade-Empresa, 1994. WELSCH, G. A. Orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 1996. . Orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 1983. 2 UNIDADE 2 Orçamento de vendas e produção Giovani Ademir Silveira e José Carlos Vieira Objetivos de aprendizagem � Compreender que o orçamento de vendas é a base para todo o orçamento empresarial. � Identificar as funções do orçamento de vendas. � Definir as políticas e diretrizes necessárias para o início do processo orçamentário. � Elaborar um orçamento de vendas. � Avaliar e analisar a eficiência dos controles e níveis de produção. � Compreender a importância deste orçamento para o controle de produção. � Elaborar um orçamento de produção. Seções de estudo Seção 1 Qual a finalidade do orçamento de vendas? Seção 2 Quais as informações necessárias para elaboração de um orçamento de vendas? Seção 3 Como elaborar um orçamento de vendas? Seção 4 Qual a finalidade do orçamento de produção? Seção 5Como elaborar o orçamento de produção? 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Esta unidade lhe oportunizará compreender os conceitos e técnicas utilizadas para a elaboração de um orçamento de vendas. Irá adentrar no universo industrial, vai orçar e identificar qual a verdadeira capacidade de produção, e se o que foi previsto através do orçamento vendas é coerente e se a fábrica suporta o volume a ser produzido, de modo que você adquira subsídios para conseguir também implementá-lo. Então, o que você esta esperando, venha vamos descobrir esses mistérios? Seção 1 - Qual a finalidade do orçamento de vendas? Um plano de operações deve ser preparado a partir de um volume de vendas esperado para o período de cobertura do orçamento, com metas realistas e baseadas em dados históricos. O orçamento de vendas é o alicerce do orçamento empresarial numa empresa, sendo que as vendas representam a fonte básica de entrada de recursos. Assim, dependendo do volume desses recursos é que se define os demais orçamentos, sejam eles de investimentos, compra de matéria-prima ou nível de produção. A finalidade de um orçamento de vendas é determinar a quantidade e o valor total dos produtos ou mercadorias que a empresa planeja vender e qual o preço a ser praticado, bem como apurar por meio das projeções os custos com impostos. O orçamento de vendas é o ponto de partida para a elaboração do orçamento empresarial. Segundo Sanvicente e Santos (2000), o orçamento de vendas constitui um plano de vendas futuras da empresa, para determinado período de tempo. 47 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 2 Uma das dificuldades na elaboração de um orçamento empresarial é a definição por parte da diretoria das metas de vendas onde muitas vezes, por não sofrerem uma análise criteriosa por esses gestores, as metas a serem atingidas acabam ficando distantes da realidade diante do cenário que a empresa está inserida. Existem várias técnicas para a definição da previsão de vendas. Dentre elas, pode-se destacar a pesquisa elaborada em 1976, por Alexander Hamilton Institute, que identificou nos Estados Unidos seis métodos para a previsão de vendas. Os métodos pesquisados podem ser entendidos como: a) apuração da tendência de vendas – reconhecimento sobre alguma tendência de aumento, queda ou estabilidade das vendas em função do aumento ou diminuição do consumo pela população. b) opiniões da equipe de vendas – solicitação da diretoria para que os vendedores ou responsáveis pelo setor comercial expressem suas opiniões sobre as suas expectativas em relação a futuras vendas. c) opiniões dos executivos – consenso dos diretores. Definição por meio dos conhecimentos sobre as condições econômicas. d) análise da indústria – verificação se a indústria tem capacidade para produzir a demanda prevista no orçamento de vendas. e) análise correlacional – avaliação do mercado e dos produtos que a empresa produz, estratégias de venda, capacidade de consumo ou compras da população onde a empresa comercializa seus produtos. f) abordagens múltiplas – combinação de diversos métodos, com o intuito de correr menos risco. Então, independente do método a ser utilizado, para a previsão e definição das metas de vendas a serem alcançadas, é preciso no primeiro momento conhecer a empresa, ter conhecimento sobre o mercado e os produtos que ela produz. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina A análise efetuada precisa sempre levar em consideração o ambiente interno e externo, possibilitando definir os fatores limitadores ou restritivos que a empresa possa enfrentar, tais como mercado, governo, tecnologia, competitividade dentre outros. Uma vez conhecido a empresa, a próxima etapa será conhecer as informações necessárias para a elaboração de um orçamento de vendas. Seção 2 - Quais as informações necessárias para a elaboração de um orçamento de vendas? O orçamento de vendas começa a ser definido com a estimativa da demanda e a definição da política de preços. Os preços podem ser diferentes para cada tipo de região que a empresa atua e a previsão das vendas deve ser elaborada por região e com a incorporação dos respectivos impostos incidentes. O ideal é que o orçamento de vendas seja detalhado por produto, região e por mês, bem como, segundo Tung (1994), as previsões de vendas podem ser feitas por produto, território, canal de distribuição, método de venda (visita, correspondência, Internet), tipo de cliente, combinações de vendas (à vista, a prazo), unidade (filiais, departamentos) e vendedor (individual ou grupos). O ideal no orçamento é prever para cada tipo de produto a quantidade a ser vendida e os preços unitários, sendo que a multiplicação desses dados resultará na previsão da receita bruta total por produto. Você deve preparar um plano de vendas que consiste em: � um plano de promoção e publicidade; � um plano de despesas de vendas; � um plano de marketing. 49 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 2 Por meio da análise de numerosas políticas pode-se definir o orçamento de vendas, mas antes você deve ter as seguintes informações: � quantidades de vendas previstas por mês, por região e por produto; � preços unitários de vendas; � alíquotas dos impostos como ICMS, IPI, Pis, Cofins, etc; � total das vendas por produtos e por mês; � valor da receita mensal e anual. Uma vez que você já conheceu quais são as informações requeridas para um orçamento de vendas, na próxima seção irá começar a elaborar um orçamento propriamente dito. Seção 3 - Como elaborar um orçamento de vendas? Um dos fatores importantes na previsão de vendas é a análise de vendas passadas por períodos e produtos. Torna-se necessário buscar essas informações nos registros contábeis da empresa. Além da previsão com base em dados históricos, pode-se utilizar a abordagem causal onde, nesse caso, identificam-se as variáveis que possuem influência causal sobre as vendas futuras, sendo que essas variáveis são aqueles que a empresa não possuem certo grau de controle, tais como população, produto interno bruto (PIB) e condições econômica, já a outra variável são aquelas que a empresa exerce controle, tais como preços, promoções e publicidade. Compreendida a necessidade de analisar a empresa (fatores internos e externos) e quais informações serão necessárias, chegou à vez de começar a elaborar um orçamento, para ilustrar o estudo você acompanhará o orçamento da Companhia Exemplo S.A. O primeiro passo é coletar as informações referentes às projeções de resultados e da situação patrimonial, bem como os saldos iniciais e informações contidas no Balanço Patrimonial inicial projetado. 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Tabela 2.1 – Cia Exemplo S/A - Balanço patrimonial projetado Cia Exemplo S/A. BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO 00 ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa e Bancos 5.500,00 Fornecedores 17.500,00 Contas a Receber 50.000,00 Empréstimos e Financiamentos 150.000,00 Estoques Impostos sobre vendas a pagar 15.000,00 Matérias-primas 7.200,00 Salários e encargos a pagar 35.600,00 Produtos Acabados 29.500,00 Patrimônio Líquido Permanente Capital 424.100,00 Imobilizado 680.000,00 Reservas 60.000,00 Depreciação Acumulada (50.000,00) Lucros Acumulados 20.000,00 TOTAL 722.200,00 TOTAL 722.200,00 De posse do balanço patrimonial encerrado ao final do ano corrente, já é possível se começar a elaborar o orçamento empresarial do próximo ano, mas lembre que para termos deste estudo, temos de supor a inexistência da elevação dos preços no período. A aceitação desta variável facilita o entendimento do processo orçamentário como um todo. Os dados projetados para a Cia Exemplo S/A, para o ano corrente são os seguintes: � A empresa fabrica os seguintes tipos de produtos e a projeção de venda em quantidades e os preços unitários de vendas para o ano estão destacados na tabela a seguir. 51 OrçamentoEmpresarial e Controladoria Unidade 2 Orçamento de vendas Tabela 2.2 – Cia Exemplo S/A - Demanda e preço unitário de vendas Produto Preço Unitário de venda Maçã 8,00 Pêssego 16,00 Limão 72,00 Vendas (unidades físicas) Período Produtos Maçã Pêssego Limão 1º Trimestre 5.700 10.128 3.888 2º Trimestre 8.586 11.343 4.510 3º Trimestre 8.014 12.153 3.110 4º Trimestre 6.320 6.886 4.042 Total 28.620 40.510 15.550 Para calcular a tabela 2.3 – Orçamento das projeções de vendas, multiplique as quantidades projetadas de vendas por produtos pelos preços unitários de cada um, obtendo assim o valor da receita mensal de cada produto, siga conforme exemplo a seguir: Produto: Maçã Período: 1º Trimestre Quantidade projetada: 5.700 Preço unitário de venda: 8,00 Total (5.700 x 8,00): 45.600 Para encontrar o valor do faturamento bruto mensal, você deve somar as receitas de cada produto. Siga o exemplo abaixo: Trimestre: Primeiro Receitas: Maçã: 45.600,00 Pêssego: 162.048,00 Limão: 279.936,00 Total do Trimestre: 487.584,00 52 Universidade do Sul de Santa Catarina De posse das informações, chegou a hora de elaborar o orçamento de projeções de vendas, acompanhe a tabela a seguir: Tabela 2.3 – Cia Exemplo S/A - Orçamento das Projeções de Vendas Trimestre 1º 2º 3º 4º Total Unidades Maçã 5.700 8.586 8.014 6.320 28.620 Pêssego 10.128 11.343 12.153 6.886 40.510 Limão 3.888 4.510 3.110 4.042 15.550 Faturamento Maçã 45.600,00 68.688,00 64.112,00 50.560,00 228.960,00 Pêssego 162.048,00 181.488,00 194.448,00 110.176,00 648.160,00 Limão 279.936,00 324.720,00 223.920,00 291.024,00 1.119.600,00 TOTAL 487.584,00 574.896,00 482.480,00 451.760,00 1.996.720,00 Agora que você já possui a informação do faturamento bruto mensal anual, chegou a hora de ver os impactos oriundos da carga tributária. A Companhia Exemplo S/A é tributada pelo regime do Lucro Real e contribuinte do ICMS e do IPI. E como contribuinte do PIS e da COFINS sobre o faturamento bruto, a alíquota de PIS é de 0,65% e COFINS 3%, respectivamente. O IRPJ e Contribuição Social só serão recolhidos se a empresa obtiver lucros. Caso o tenha, as alíquotas serão, respectivamente, 15% e 9%. A empresa está sediada na região de Santa Catarina, e sua alíquota do ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) incidente sobre o faturamento bruto é de 17%, sendo compensados os créditos pela compra e debitados pela venda. O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a classificação do produto a alíquota incidente sobre o faturamento bruto é de 5%, sendo compensados os créditos pela compra e debitados pela venda. 53 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 2 Exemplo: Período: 1º Trimestre Faturamento 1º Trimestre: 487.584,00 Pis/Cofins: 3,65% Valor do imposto: 17.796,82 (487.584,00 x 3,65%) Obs: O cálculo do ICMS e do IPI segue a mesma regra. De posse dessas informações, elabore o orçamentos dos impostos incidentes sobre vendas. Acompanhe a tabela a seguir: Tabela 2.4 – Cia Exemplo S/A - Orçamento dos impostos incidentes sobre vendas Trimestre 1º 2º 3º 4º Total Faturamento 487.584,00 574.896,00 482.480,00 451.760,00 1.996.720,00 1.PIS/COFINS (3,65%) 17.796,82 20.983,70 17.610,52 16.489,24 72.880,28 2.ICMS (17%) 82.889,28 97.732,32 82.021,60 76.799,20 339.442,40 3.IPI (5%) 24.379,20 28.744,80 24.124,00 22.588,00 99.836,00 Total dos impostos por período 125.065,30 147.460,82 123.756,12 115.876,44 512.158,68 De posse desses dados e informações anteriores, você já pode identificar o faturamento anual e qual a verdadeira carga tributária da Cia Exemplo S/A. Acompanhe exemplo: Receita Operacional Bruta: R$ 1.996.720,00 - 100,00% (-) Deduções: R$ 512.158,68 - 25,65% (=) Receita Operacional Líquida: R$ 1.484.561,32 - 74,35% 54 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 4 - Qual a finalidade do orçamento de produção? A preparação do orçamento anual exige que as necessidades estabelecidas pelo o orçamento de vendas sejam avaliadas e convertidas em outras funções auxiliares, ou seja, nessa próxima etapa, que é a de elaborar o orçamento de produção, o objetivo é definir o nível de produção suficiente para atender a demanda de vendas. Isto quer dizer então, que a finalidade do orçamento de produção é determinar a quantidade de produtos a serem produzidos para atender a projeção de vendas. O sonho de toda empresa é operar com o estoque praticamente zero, tendo assim um baixo custo para armazenar os produtos. Mas nem sempre isso é possível, pois existe a necessidade de dispor de mercadorias para cobrir a aleatoriedade da demanda e a espera de clientes. A definição do orçamento de produção, ou seja, a quantidade de produtos a serem produzidos precisa levar em consideração a capacidade instalada da indústria, a política de estoques dentre outros aspectos. A sazonalidade das vendas é considerada a principal dificuldade do planejamento da produção, pois além de proporcionar a variação no volume de produção, a empresa fica praticamente impedida de manter estoques baixos. Segundo Welsch (1983, p. 127), a preparação de um plano global do orçamento exige que as necessidades estabelecidas pelo orçamento de vendas sejam convertidas em termos das atividades auxiliares das outras funções principais. Deve-se entender que a fabricação não acompanha necessariamente as vendas. As vendas são sazonais e a fabricação constante, porém com eventual estoque. Ao definir o volume de produção é necessário evitar a variação dos recursos industriais para se manter os níveis estáveis e otimizar o uso dos ativos fixos, possibilitando assim, investimentos em nível adequado, a facilitação na gestão dos fluxos de materiais, e principalmente, para evitar a tão assustadora ociosidade. 55 Orçamento Empresarial e Controladoria Unidade 2 Por outro lado, a produção em níveis variáveis, geralmente aumenta os custos em função da complexidade na administração dos materiais e do aumento de mão de obra. Agora que você chegou até aqui, chegou a hora de colocar esses conhecimentos adquiridos em prática. Que tal elaborar o orçamento de produção? Na próxima seção você estudará sobre isso. Seção 5 - Como elaborar o orçamento de produção? Para elaboração de um orçamento de produção, deve-se primeiramente ter em mãos os dados e informações da projeção de vendas em quantidade e por produto, no caso da empresa Cia Exemplo S/A a projeção para o período orçado é assim composta, como mostra a tabela a seguir: Tabela 2.5 – Cia Exemplo S/A - Orçamento das Projeções de Vendas Trimestre 1º 2º 3º 4º Total Unidades Maçã 5.700 8.586 8.014 6.320 28.620 Pêssego 10.128 11.343 12.153 6.886 40.510 Limão 3.888 4.510 3.110 4.042 15.550 Faturamento Maçã 45.600,00 68.688,00 64.112,00 50.560,00 228.960,00 Pêssego 162.048,00 181.488,00 194.448,00 110.176,00 648.160,00 Limão 279.936,00 324.720,00 223.920,00 291.024,00 1.119.600,00 TOTAL 487.584,00 574.896,00 482.480,00 451.760,00 1.996.720,00 Os conhecimentos necessários para a elaboração de um bom plano de produção, segundo Sobanski (2000), são: � plano de vendas; � características relativas à armazenagem dos materiais; � escala econômica de produção; 56 Universidade do Sul de Santa Catarina � capacidade máxima de produção; � duração e etapas do processo industrial; � lotes econômicos de produção; � utilização de mão de obra direta, em face da variação da produção; � arranjos entre os programas de produção de produtos de diferentes sazonalidades. A partir destas informações, antes de elaborar o orçamento de produção você precisa determinar a política de estoques, ou seja, qual o estoque inicial e final de cada
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