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Dermatites


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1 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
práticas médicas 4 
 
: 
▪ Inflamação causada pelo CONTATO entre a pele e um agente exógeno, que 
pode ser: um ALÉRGENO ou um IRRITANTE; 
 
▪ Locais mais frequentes: mãos, pés, face e pescoço; 
 
▪ Evolui por surtos, a cada exposição ao contato; 
 
▪ Caráter ocupacional: padeiros, químicos, pintores, donas de casa. 
 
: 
▪ Dermatite de contato por irritação primária; 
▪ Dermatite alérgica de contato; 
▪ Dermatite de contato fototóxica; 
▪ Dermatite de contato fotoalérgica. 
 
 
→ I :
▪ Irritantes absolutos: ácidos e bases fortes. Danifica a pele no primeiro 
contato. 
 
 Ação cáustica da substância leva ao aparecimento imediato da lesão; 
 Pode levar a eritema, necrose e ulcerações. 
 
▪ Irritantes relativos: geralmente ácido ou base fracos. Danifica a pele após 
alguns contatos repetitivos. 
 
 Exposição repetitiva ao agente leva a lesão (dias, meses, até anos de 
exposição); 
 Pode levar a eritema, xerose (ressecamento da pele), Liquenificação e 
hiperceratose (aumento da camada da pele com aumento da queratina); 
 EX: solventes, sabões, detergentes – Eczema do lar 
 Urina e fezes também são IP relativos – Dermatite das fraldas 
 
OBS: Dermatite de contato alérgica é 
diferente de dermatite atópica 
(envolve IgE). 
▪ Testes de contato ou epicutâneos (Patch tests) são negativos 
 
 Dão negativo porque geralmente não há formação de anticorpo (sem 
IgE), apenas liberação de mediadores inflamatórios. 
 
2 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
▪ Pesquisar na anamnese – uso de luvas (pode ser tanto IP como atópica), calor, 
lesão previa na pele, baixa umidade (xerose); 
 
▪ Quebra da barreira cutânea favorece a penetração do irritante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DERMATITE DAS FRALDAS: 
▪ Geralmente em crianças (-) de 2 anos; 
 Causada por fezes + urina + resíduos de sabonetes e outros produtos. 
 
▪ Lesões mais intensas nas superfícies convexas; 
 AS DOBRAS SÃO POUPADAS, caso tenha acometimento pode ser 
devido a fungos (causa micose – atinge pele unhas e cabelos) 
associados a essa dermatite. 
 
▪ Podem complicar com candidíase 
 Pele fica brilhante, com descamação fina; 
 ACOMETE AS DOBRAS; 
 Lesões satélites pápulo-vesico-pustulosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na pratica é mais difícil diferenciar. O importante de se 
distinguir essas duas patologias é que o tratamento delas 
é diferente. 
A dermatite trata com corticoide e a candidíase é tratada 
com antifúngico, apesar de que existe pomadas e cremes 
que possuem corticoide e antifúngico juntos. 
 
3 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
→ 
▪ Contato com ALÉRGENO; 
▪ Envolve sensibilização e reação imunológica tipo IV (imunidade celular); 
 
 Formação de linfócitos T específicos contra a substância contactante 
(antígeno); 
 
 Fase de indução ou sensibilização (via aferente): dura cerca de 15 
dias. (Apresentação do antígeno ao sistema imunológico com a formação 
das células de memória). 
 
 Fase de elicitação (via eferente): de 24 a 48 horas. (Contato repetitivo 
com a substância promove a migração do linfócito previamente 
sensibilizado para o local do contato). 
 
ALÉRGENOS COMUNS: 
▪ Luvas; 
▪ Esmalte; 
▪ Bijuterias. 
▪ Cobre o cinto; 
▪ Produtos de maquiagem; 
▪ Detergente pode causar tanto a dermatite por IP como a pôr contato alérgica 
(tratamento é parecido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
→ 
▪ Mesmo mecanismo da DCIP (não há liberação de anticorpos, apenas liberação 
de mediadores inflamatórios), porém a substância para se tornar irritante precisa 
ter sua estrutura modificada pela luz solar. EX: limão. 
 
▪ Causa eritema, edema, bolha, hiperpigmentação, nas áreas expostas a luz; 
 
▪ EX: Fitofotodermatose por limão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ 
▪ A reação imunológica do tipo IV depende do fotoalérgeno e radiação solar. 
▪ Ex: anti histamínico de uso tópico (mais comum uso oral), perfume. 
 
 
:
▪ Diagnóstico clínico (morfotopografia das lesões); 
 
 DCIP: Por exclusão do agente causal suspeito (o medico vai suspeitar e 
pedir para o paciente evitar o possível causador da dermatite, pode então 
melhorar. Quando o paciente volta a usar vai haver piora e então o 
medico vai confirmar o diagnóstico). 
 
 DCA: Teste de contato, nas costas (Patch teste) 
 
As lesões da DCA podem ultrapassar o local de contato e se estender a 
áreas distantes. – Fenômeno de autossensibilização 
 
 
 
 
▪ Biopsia tem pouca utilidade pois só evidencia o eczema (percebe apenas que 
a pele está inflamada) 
 
5 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
▪ Dermatite seborreica; 
▪ Dermatite Atópica; 
▪ Micoses superficiais. 
 
:
▪ Afastar substâncias irritantes ou alérgenas; 
▪ Proteção da pele (EX: luvas); 
▪ Hidratante; - (principalmente na fase de xerose e queratose cutânea). 
▪ Compressas úmidas com água bórica e corticoide tópico; 
▪ Corticoide oral por curto período em casos graves. 
 
 
: 
▪ Doença inflamatória crônica da pele de causa multifatorial; 
 Mecanismo tipo I, excesso de IgE. 
 
▪ Evolui em surtos (tendencia a melhorar com o passar dos anos); 
 
▪ Associação: ASMA e RENITE; 
 
▪ Marcador da doença: xerose cutânea associada ao prurido; 
 
▪ Barreira cutânea disfuncional (a integridade da pele não funciona bem); 
 
▪ Caráter hereditário (história familiar de atopia); 
 
▪ Acomete 5-20% das crianças em todo o mundo e 1-3% dos adultos; 
 + Incidência em áreas urbanas e países desenvolvidos 
 + Frequente nas últimas décadas 
 
▪ Pode ocorrer em qualquer idade após o 3° mês de vida; 
 85% antes dos 5 anos 
 Somente 25% dos casos persistem na idade adulta 
 
▪ Fatores imunológicos envolvidos: 
 Predomínio da resposta th2 (humoral) na fase aguda e com evolução se 
torna th1 
 Elevação do IgE principalmente quando presente manifestações 
respiratórias 
 Depressão da imunidade celular (infecções virais, bacterianas e fúngicas 
de repetição 
 75-90% colonização por S. aureus 
 
6 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
: 
Tríade: Xerose + prurido +eczema; 
▪ Piora com a sudorese; 
 
▪ 03 estágios de acordo com a faixa etária: 
 Infantil: até 2 anos 
 Pré puberal: 2-12 anos 
 Adolescência e adultos: + de 12 anos 
 
 
DERMATITE ATÓPICA INFANTIL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DERMATITE PRÉ PUBERAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ A partir do 3° mês de vida; 
▪ Poupa o centro da face; 
 
▪ Erupção vesico-crostosa; 
 
▪ Face, couro cabeludo e regiões 
extensora dos membros; 
 
▪ Não há Liquenificação, a despeito da 
coçadura; 
 
▪ Complicações mais frequentes: infecção 
secundária; 
 
▪ Irritabilidade e agitação. 
 
▪ Pode ser continuação do eczema infantil 
ou não; 
 
▪ Surtos de agudização; 
 
▪ Placas liquenificadas com escoriação e 
crosta; 
 
▪ Região de dobras como fossas poplíteas, 
cubitais, punhos, tornozelos, dorsos das 
mãos e pés; 
 
▪ Infecção secundaria comum. 
 
 
7 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
DERMATITE ATÓPICA DO ADULTO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
: 
03 critérios maiores e 03 critérios menores (critérios de Hanifin e 
Hajka); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Placas liquenificadas e descamativas; 
 
▪ Prurido intenso; 
 
▪ Áreas de flexão: cervical, antecubital 
poplítea além dos punhos, mãos, 
mamilos, perioral e periorbital; 
 
▪ Infecções infrequentes. 
 
 
 
 
8 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
▪ Dermatite seborreica; 
▪ Dermatite de contato; 
▪ Micoses superficiais; 
▪ Psoríase; 
▪ Escabiose. 
 
: 
Orientações gerais: 
▪ Orientar os pais sobre caráter crônico e recorrente; 
▪ Cortar as unhas; 
▪ Afastar agravantes como: lã, sabões além da área de higiene, roupas sintéticas 
e etiquetas, banhos quentes e demorados, sudorese.Medicações: 
▪ Hidratação cutânea; 
▪ Tratar infecções secundarias, se houver; 
▪ Corticoides tópicos EX: Berlison; (serve para todas as dermatites DCIP e 
DCA). 
▪ Imunomoduladores tópicos; 
▪ Anti-histamínicos orais; 
▪ Imunossupressores para casos de difícil controle. 
 
 
: 
▪ Doença inflamatória crônica de causa desconhecida. 
 Parece que tem a participação de fungo do gênero Malassezia 
 Alteração quantitativa do sebo - aumento inflama a pele. 
 
▪ Predileção por áreas ricas em glândulas sebáceas; 
 Centro da face, couro cabeludo, intermamárias, pavilhão auricular 
externo, áreas intertriginosas. 
 
▪ Curso crônico e recente. 
 
FATORES AGRAVANTES: 
 
 
 
▪ Calor; 
▪ Umidade; 
▪ Estresse físico ou emocional; 
▪ Drogas: arsênio, ouro, metildopa, cimetidina, neurolépticos, álcool; 
▪ HIV, doenças de Parkinson, diabetes, obesidade; 
▪ Alimentos condimentados. 
 
▪ Homens > Mulheres. 
 
9 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS 
▪ Incidência Bimodal; 
 Lactentes: 1ª semana de vida (primeiros 3 meses), produzido pelo 
estímulo dos andrógenos maternos 
 Pode haver infecções secundarias por bactérias ou leveduras 
 Áreas das fraldas podem ser acometidas 
 
 Adultos: 4ª a 6ª décadas de vida 
 HIV: lesões externas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Placas eritematodescamativas com escamas branco-amareladas, graxentas e 
aderidas; 
 
▪ “Crosta láctea” em bebês; 
 
▪ Prurido discreto. 
 
 
 
 
: 
 
 
 
Coceira: Se coças muito é atópica, médio a de contato e pouca a seborreica. 
▪ Lactante: limpeza e aplicação de emolientes. Cetoconazol (antifúngico) 2% e 
corticoide tópicos para casos mais graves; 
 
▪ Adulto: Xampus e cremes antifúngicos, corticoide tópico e emolientes.

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