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Ana Júlia Ornelas - MED 104 Disglicemias Exames complementares - disglicemias: ❖ Servem para confirmar ou descartar possíveis diagnósticos; ❖ Normal: glicemia de jejum (8h a 10h) entre 70 mg/dl e 99 mg/dl e inferior a 140 mg/dl 2h após sobrecarga de glicose ou alimentação; ❖ Intolerância à glicose: glicemia de jejum entre 100 a 125 mg/dl (pré-diabéticos); ❖ Diabetes: 2 amostras colhidas em dias diferentes com resultado igual ou acima de 126 mg/dl ou quando a glicemia aleatória (feita a qualquer hora) estiver igual ou acima de 200 mg/dl na presença de sintomas; ❖ Hb A1c: maior que 6,5%. ➢ É um sinônimo de hemoglobina glicada, a A1c é a que mais se liga à glicose (tem percentual maior). ➢ As hemácias precisam de energia, e o aporte energético vem da glicose que sofre glicólise dentro das hemácias para gerar energia. ➢ Quando as atividades enzimáticas diminuem sua função, a via glicolítica diminui, perde sua capacidade de energia e a hemácia morre (120 dias). A que mais faz essa ligação com a hemácia é a A1c. ➢ Você calcula a quantidade de glicose que tem na corrente sanguínea pela quantidade de glicose na hemoglobina em 120 dias, 16 semanas para ver se está normal ou alterado. Se for maior que 6,5% está descontrolado, o indivíduo é diabético. ❖ Teste de tolerância à glicose aos 120 minutos igual ou acima de 200 mg/dl; ❖ Pós alimentação há liberação de insulina pelas células beta do pâncreas para proporcionar a internalização da glicose nas células; ❖ Hipoglicemia: glicogenólise, quebra de glicogênio para liberar glicose na corrente sanguínea e serem internalizadas nas células através da ação da insulina; ❖ Descontrole da glicose: causado por vários fatores e como consequência provoca doenças, como a diabetes; ❖ Indivíduos anormais: pós alimentação é superior a 140 mg/dl mas não é superior a 200 mg/dl; 1 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ Mecanismo de ação da insulina: ➢ A ação da insulina na célula inicia-se pela sua ligação ao receptor de membrana plasmática, ligação que ocorre com alta especificidade e afinidade, provocando mudanças conformacionais que desencadeiam reações modificadoras do metabolismo da célula-alvo, constituindo assim uma resposta celular; ❖ Mecanismo de resistência à insulina: ➢ Está relacionado com alterações moleculares na via de sinalização da insulina, principalmente na ativação da translocação do transportador de glicose (GLUTs) à membrana plasmática de células em tecidos periféricos, como o músculo esquelético e o tecido adiposo; ➢ A não ativação das GLUTs provoca a não internalização da glicose, deixando a glicose alta na corrente sanguínea. 2 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ➢ A glicose vai faltar dentro da célula, e ela é a principal energia dentro da célula. A célula vai sinalizar para as outras que precisa de energia, o fígado recebe essa sinalização e quebra os glicogênios, via glucagon, aumentando a glicemia com a ideia de colocá-la dentro da célula, mas o indivíduo tem resistência periférica à insulina e a glicose vai ficando cada vez mais alta na corrente sanguínea e não atende as necessidades da célula, com isso, elas sinalizam o fígado novamente; ➢ O fígado pega os triglicerídeos e os quebra para liberar ácidos graxos, eles viram glicose e vão para a corrente sanguínea, mas não vai adiantar pois há resistência periférica à insulina (os GLUTs não se sensibilizam com a insulina). ➢ A hiperglicemia é um estímulo para o pâncreas produzir e liberar insulina, mas como as células possuem resistência a insulina, não vai ter ação para internalizar a glicose; ➢ A hemoglobina glicada vai estar com muita glicose, pois não precisa de receptor para internalizá-la; ➢ Hiperglicemia gera hiperinsulinemia por má internalização da glicose por resistência a insulina; ➢ Esses indivíduos são pré-diabéticos e precisam voltar para a normalidade; 3 Ana Júlia Ornelas - MED 104 4 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ Quando a glicose está aumentada na corrente sanguínea, ela vai ultrapassar o seu limiar renal de filtração (160 a 180 mg/dl). Com isso, toda ela é filtrada, grande parte é reabsorvida e uma parte é excretada - glicosúria; ❖ Quando a glicose é excretada na urina, arrasta água com ela, por isso causa poliúria e o centro da sede é ativado (polidipsia); ❖ Já que as células estão sem energia, o centro da fome é ativado, causando polifagia; ❖ Vai chegar uma hora que o pâncreas vai se esgotar de tanto produzir insulina e vai parar com a produção - Diabetes tipo 1. É nesse momento que os sintomas aparecem e o paciente vai precisar de medicamentos, não tem como reverter; ❖ Exames Complementares - disglicemias: ➢ Glicemia ao acaso; ➢ Glicemia de jejum; ➢ Glicemia pós-prandial; ➢ Teste oral de tolerância à glicose; ➢ Hemoglobina glicada: normal de 4,5 a 6%; ➢ Frutosamina; ➢ Microalbuminúria; ➢ Glicosúria; ➢ Anticorpos: anti-GAD, anti-insulina e anti-ilhotas; 5 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ Sobre a tabela acima: são as complicações esperadas dos microvasos por hiperglicemia e aumento da hemoglobina glicada; ❖ Quanto mais conseguir controlar a glicose, mais você diminui a hemoglobina glicada e suas possíveis complicações; ❖ Glicoxidação: estimula a parede do vaso a secretarem prostaglandinas, produtos que geram injúria a parede do vaso. ➢ Provoca injúria na membrana de filtração do glomérulo renal; ➢ Gera alteração da permeabilidade, processo inflamatório e leva a essas complicações da tabela acima; 6 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ Microalbuminúria: ➢ É a alteração da membrana basal-glomerular que está injuriada por excesso desses produtos de glicoxidação; ➢ As arteríolas aferente e eferente vêm da artéria renal, e esta última vem da artéria aorta, irrigando o rim direito e esquerdo. ➢ Os rins se enchem de sangue, ele sofre alterações para formar a urina que depois será excretada; ➢ Esse segmento órgão-rim direito-rim esquerdo, possui os néfrons, glomérulo, túbulos e ducto coletor, tudo desembocando dentro do ureter; ➢ Essa unidade formadora de urina recebe sangue das arteríolas aferentes e no segmento glomerular temos uma membrana de separação que permite a filtração de substâncias vindas do sangue. ➢ Parte pode sofrer reabsorção tubular no túbulo contorcido proximal e voltar para a corrente sanguínea, e outra parte pode sofrer secreção tubular, vão de volta para o tubo. ➢ A filtração glomerular, reabsorção e secreção formam a urina (1.500 ml/24h); ➢ A glicose chega pela arteríola aferente também, consegue passar na membrana de filtração glomerular (peso molecular de 180 daltons), toda ela é filtrada e toda ela é reabsorvida, sem glicose na urina. ➢ Paciente com diabetes descontrolado: passa o limiar renal de excreção da glicose. Uma parte vai ser eliminada (glicosúria) e ela arrasta água, consequentemente o indivíduo vai urinar muito e beber muita água; ❖ Medicamentos que bloqueiam o transportador de glicose ligado ao sódio (SGLT2): ele bloqueia a reabsorção de glicose, ela é toda liberada na urina e diminui a glicemia. Efeito colateral: perda de peso; ❖ Proteínas plasmáticas: albumina e globulina (macromoléculas) não passam na filtração glomerular, pois o peso molecular é elevado e a carga é incompatível com o segmento. Não temos proteínas na urina (proteinúria). A literatura diz que temos uma quantidade mínima de até 150 mg em 24h; ❖ Os pacientes diabéticos descompensados, por causa dos produtos de glicoxidação causam injúria na membrana de filtração glomerular, e os pacientes perdem proteína na urina. Um indicativo de que isso está acontecendo é dosar a microalbuminúria; 7 Ana Júlia Ornelas - MED 104 ❖ A partir de 65 anos perdemos ⅔ da função glomerular. Quando há doenças como hipertensão, diabetes descontrolado, com lesão na membrana basal glomerular, perdendo albumina e aumentando a creatinina, essa função glomerular diminui muito mais (perde a função glomerular); ❖ Ligação cetoamina: ligação da albumina com a glicose. Estável de 17 a 21 dias. Quando dosar a frutosamina vai encontrar a quantidade de albumina e glicose queandaram ligadas nos últimos 17 a 21 dias; ➢ Não sabe o dia específico que essa glicose estava elevada, mas sabe que foi entre esse intervalo de tempo e que estava elevada; ➢ Não é critério de diagnóstico!! ➢ Pode dosar hoje e daqui a 1 mês podendo haver alteração; 8 Ana Júlia Ornelas - MED 104 Caso Clínico: O soro lipêmico é sinônimo de triglicerídeos elevado (muito mais provável) ou quilomícron circulante. Glicemia elevada + exame físico = diabetes, ele tem glicemia acima de 200 mg/dl. Diagnóstico provável: diabetes; Ele tem dislipidemia mista: triglicerídeos e colesterol elevados; Ureia e Creatinina elevadas: ele tem doença renal crônica moderada pelo menos; Principais condutas não medicamentosas: mudança do estilo de vida, reeducação alimentar e atividade física. Isso vai melhorar a atividade da insulina do paciente, e consequentemente diminui a sua resistência, reduz a glicemia e melhora a ação da insulina sobre os lipídios, melhorando o perfil lipídico; 9
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